quinta-feira, 24 de outubro de 2024

24 de outubro - Dia de Santo Antônio Maria Claret

Santo Antônio Maria Claret
1807-1870


Fundou as Congregações:
Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria
"Padres Claretianos"

e Irmãs de Ensino Maria Imaculada
"Irmãs Claretianas"


O quinto dos onze filhos de Antônio Claret e Josefa Clara nasceu em 23 de dezembro de 1807, no povoado de Sallent, diocese de Vic, Barcelona, Espanha. Foi batizado no dia de Natal e recebeu o nome de Antônio Claret y Clara. 

Na família, aprendeu o caminho do seguimento de Cristo, a devoção a Maria e o profundo amor à eucaristia. 

Cedo aprendeu a profissão do pai e depois a de tipógrafo. Na adolescência, ouviu o chamado para servir a Deus. 





Assim, acrescentou o nome de "Maria" ao seu, para dar testemunho de que a ela dedicaria sua vida de religioso. E foi uma vida extraordinária dedicada ao próximo. Antônio Maria Claret trabalhou com o pai numa fábrica de tecidos e, aos vinte e um anos, depois de ter recusado empregos bem vantajosos, ingressou no Seminário de Vic, pois queria ser monge cartuxo. Mas lá percebeu sua vocação de padre missionário. 

Em 1835, recebeu a ordenação sacerdotal e foi nomeado pároco de sua cidade natal. Quatro anos depois, foi para Roma e dirigiu-se à Propaganda Fides, onde se apresentou para ser missionário apostólico. Foram anos de trabalho árduo e totalmente dedicado ao ministério pastoral na Espanha, que muitos frutos trouxeram para a Igreja. Em 1948, foi enviado para a difícil região das Ilhas Canárias.

 



No entanto ansiava por uma obra mais ampla e assim, em 1849, na companhia de outros cinco jovens sacerdotes, fundou a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, ou Padres Claretianos. Entretanto, nessa ocasião, a Igreja vivia um momento de grande dificuldade na distante diocese de Cuba, que estava vaga havia quatorze anos. No mesmo ano, o fundador foi nomeado arcebispo de lá. E mais uma vez pôde constatar que Maria jamais o abandonava. 



Era uma vítima constante de todo tipo de pressão das lojas maçônicas, que faziam oposição violenta contra o clero, além dos muitos atentados que sofreu contra a sua vida. Incendiaram uma casa que se hospedava, colocaram veneno em sua comida e bebida, assaltaram-no à mão armada e o feriram várias vezes.



Mas monsenhor Claret sempre escapou ileso e continuou seu trabalho, sem nunca recuar. Restaurou o antigo seminário cubano, deu apoio aos negros e índios, escravos Em 1855, junto com madre Antônia Paris, fundou outra congregação religiosa, a das Irmãs de Ensino Maria Imaculada, ou Irmãs Claretianas. 




Fez visitas pastorais a todas as dioceses, levando nova força e ânimo, para o chamado ao trabalho cada vez mais difícil e cada vez mais necessário. Quando voltou a Madri em 1857, deixou a Igreja de Cuba mais unida, mais forte e resistente. 

Voltou à Espanha porque a rainha Isabel II o chamou para ser seu confessor. Mesmo contrariado, aceitou. 
Nesse período, sua obra escrita cresceu muito, enriquecida com seus inúmeros sermões. Em 1868, solidário com a soberana, seguiu-a no exílio na França, onde permaneceu ao lado da família real. Contudo não parou seu trabalho de apostolado e de escritor por excelência. 

Encontrou, ainda, tempo e forças para fundar uma academia para os artistas, que colocou sob a proteção de são Miguel. 

Morreu com sessenta e três anos, no dia 24 de outubro de 1870, no Mosteiro de Fontfroide, França, deixando-nos uma importante e numerosa obra escrita. 



Beatificado pelo papa Pio XI, que o chamou de "precursor da Ação Católica do mundo moderno", foi canonizado em 1950 por Pio XII. Santo Antônio Maria Claret é festejando no dia de sua morte.

Carta a um devoto do Coração de Maria

Santo Antônio Maria Claret escreveu esta carta em 1864. Foi movido por um pedido de um devoto que desejava crescer cada dia mais na devoção ao Coração de Maria. O Santo lhe diz: ?Não podia pedir coisa melhor?. Assim manifestava, mais uma vez, seu profundo amor filial para com a Virgem Maria, que tinha crescido em seu coração desde sua infância.


Santo Antônio Maria Claret escreveu esta carta em 1864, ano em que se publicou o opúsculo ‘As tardes de Verão’, com o qual mantém alguns paralelismos ao expor a doutrina sobre a Virgem Maria. Foi movido por um pedido de um devoto que desejava crescer cada dia mais nesta devoção. O Santo lhe diz: “Não podia pedir coisa melhor”. Assim manifestava, mais uma vez, seu profundo amor filial para com a Virgem Maria, que tinha crescido em seu coração desde sua infância.

Neste opúsculo, que não foi publicado durante a vida do Santo, é oferecida uma base doutrinal da devoção cordimariana, que tão profundamente calou em sua alma de apóstolo. Para mostrar toda riqueza interior do Coração de Maria, o Padre Claret divide o escrito em três partes, indicando os três motivos que costumava dar para estimular uma devoção fervorosa para com a Virgem Maria. Expõe com brevidade o primeiro motivo: Deus o quer. Detém-se bastante no segundo: as excelências da Virgem Maria, apoiando sua doutrina em Santo Tomás e nos Santos Padres. O terceiro motivo: utilidade desta devoção, o desenvolve bastante, servindo-se de um dos seus autores preferidos, Santo Afonso Maria de Ligório.

Tanto o estilo, simples e persuasivo, como o conteúdo, que respira profundo fervor mariano, são tipicamente claretianos. O autor nos oferece nestas páginas uma síntese estupenda dos motivos da nossa devoção cordimariana, dos pilares em que se funda e do amor em que se inspira.

Advertimos que os títulos das três partes da carta não são do Padre Claret, mas nossos.


Texto de Claret (com notas)

Estimado senhor: acabo de receber sua estimadíssima carta, com que me pede que diga alguma coisa para crescer cada dia mais e mais na devoção do Imaculado Coração de Maria. Querido amigo, não podia pedir-me coisa melhor, do que mais gosto. Eu gostaria que todos os cristãos tivessem fome e sede desta devoção. Ame, amigo meu, ame e ame muitíssimo a Maria (1).

E para que possa aumentar em pontos a sua devoção e satisfazer seus desejos, lhe direi que devemos amar Maria Santíssima: primeiro, porque Deus o quer. Em segundo lugar, porque ela o merece. E em terceiro, porque nós precisamos, por ser ela um poderosíssimo meio para obter todas as graças corporais e espirituais e finalmente, a salvação eterna (2).


1. Deus o quer

Devemos amar Maria Santíssima porque Deus o quer. Amar é querer bem ao amado, é fazer-lhe bem, é fazer-lhe participante de seus bens (3), pois o mesmo Deus nos dá exemplo e nos excita a amar Maria. O eterno Pai a escolheu por Filha sua muito amada; o Filho eterno a tomou por Mãe e o Espírito Santo, por Esposa; toda a Santíssima Trindade a coroou como Rainha e Imperatriz dos céus e terra e a constituiu dispensadora de todas as graças (4).

Você deve saber, amigo meu, que Maria Santíssima é obra de Deus e é a mais perfeita que saiu de suas mãos depois da humanidade de Jesus Cristo; nela brilham de um modo particular (5) a onipotência, a sabedoria e a bondade do mesmo Deus.

É próprio de Deus dar as graças necessárias a cada criatura, segundo a finalidade a que a destina (6) e como Deus destinou Maria para ser a mãe, filha e esposa do mesmo Deus e mãe do homem, daqui se imagina que tipo de coração lhe daria e com que graças a adornaria (7).


2. Ela o merece

Devemos amar Maria Santíssima porque ela o merece. Maria Santíssima o merece pelo acúmulo de graças que recebeu sobre a terra, pela eminência da glória que possui no céu, pela dignidade quase infinita da Mãe de Deus a que tem sido sublimada e pelas prerrogativas próprias desta sublime dignidade.

Maria foi como o centro de todas as graças e belezas que Deus tinha distribuído aos anjos, aos santos e a todas as criaturas (8). Maria tinha que ser Rainha e Senhora dos anjos e dos santos e, por isto mesmo, devia ter mais graças que todos eles, já no primeiro instante do seu ser. Maria tinha de ser a Mãe do mesmo Deus. É um princípio de filosofia que entre a forma e as disposições da matéria deve existir certa proporção (9); a dignidade de Mãe de Deus é aqui como a forma e o coração de Maria é a matéria que deve receber esta forma. Oh! Que acúmulo de graças, virtudes e outras disposições se agrupam naquele santíssimo e puríssimo coração!

Desde que Deus determinou fazer-se homem, fixou a vista em Maria Santíssima e desde então dispôs todos os preparativos necessários, a fez nascer dos patriarcas, profetas, sacerdotes e reis (10), e todas as graças destes reuniu em Maria e quis que Maria fosse a nata e a flor de todos eles. Ainda, a preparou com bênçãos de doçura e colocou sobre sua cabeça uma coroa de pedras preciosas (11), isto é, graças e belezas; mas muito mais enriqueceu seu coração.

No Coração de Maria devem ser consideradas duas coisas: o coração material e o coração formal, que é o amor e vontade (12).


O coração material de Maria é o órgão, sentido ou instrumento do amor e vontade (13); assim como pelos olhos vemos, pelos ouvidos ouvimos, pelo nariz cheiramos e pela boca falamos, assim pelo coração amamos e queremos (14).

Dizem os teólogos que as relíquias dos santos merecem veneração e culto: 1º porque foram membros vivos de Jesus Cristo. 2º porque foram templos do Espírito Santo. 3º porque foram órgãos da virtude. 4º porque serão instrumentos da graça e de milagres. 5º porque eles serão glorificados depois da ressurreição (15).

O coração de Maria reúne estas propriedades e muitas outras: 1º O coração de Maria não só foi membro vivo de Jesus Cristo pela fé e pela caridade, mas também origem, manancial de onde se tomou a humanidade (16). 2º O coração de Maria foi templo do Espírito Santo e mais que templo, pois do preciosíssimo sangue saído deste imaculado (17) coração o Espírito Santo formou a humanidade santíssima nas puríssimas e virginais entranhas de Maria no grande mistério da encarnação (18). 3º O coração de Maria foi o órgão de todas as virtudes em grau heróico e singularmente na caridade para com Deus e para com os homens (19). 4º O coração de Maria é um coração vivo, animado e sublimado no mais alto da glória. 5º O coração de Maria é o trono de onde se dispensam todas as graças e misericórdias.

Maria é verdadeiramente Mãe de Deus. Do mesmo modo como uma mulher, que deu à luz um homem, é chamada e é mãe daquele homem, assim também Maria Santíssima é e se chama, com toda propriedade, Mãe de Deus, porque o concebeu e o deu à luz; a mulher que deu à luz o homem se chama e é mãe daquele homem, que é um composto de alma e corpo e embora a alma venha somente de Deus, assim também Maria Santíssima é Mãe de Deus, porque este divino composto de pessoa divina, alma racional e corpo natural é o termo da geração nas puríssimas e virginais entranhas de Maria (20). Esta dignidade de Mãe de Deus é a que mais a enaltece, porque é uma dignidade quase infinita, porque é mãe de um ser infinito (21); é mais de quanto possui em graça e em glória. Os Doutores e Santos Padres dizem que pelos frutos se conhece a árvore, segundo consta no Evangelho; pois, que diremos de Maria, que deu à luz aquele bendito Fruto que tanto elogiou Isabel (22) quando disse: “Bendito o fruto do teu ventre! De onde me vem tanta honra, que a mãe do meu Senhor venha a mim?” (23).

Diz Santo Tomás que o fogo não pega na lenha até que esta tenha os mesmos graus de calor que aquele (24); pois bem, se para que do sangue do coração de Maria se formasse a humanidade à qual se devia juntar a divindade era preciso que tivesse uma disposição quase divina, que diremos agora de Maria se, além de ser considerada Mãe de Deus, juntamos as demais graças que depois recebeu de Jesus? (25). Jesus por onde passava fazei o bem a todos (26), mais ou menos segundo a disposição com que os encontrava; que pensaremos das graças e benefícios que dispensaria a Maria, em quem passou não rapidamente, mas que esteve em suas entranhas por nove meses e a seu lado por trinta e três anos, e achando-se sempre com as melhores disposições e preparação para receber os benefícios de Jesus? A estas graças devem juntar-se também as que recebeu do Espírito Santo no dia de Pentecostes e, além disso, devem ser acrescentadas as que ela conseguiu com o exercício de tantas e tão heróicas virtudes em todo o decurso da sua santíssima e longa vida, acompanhada daquela contínua e fervorosa meditação (27) em que, segundo o profeta, se acende a chama do divino amor (28). Ao considerar São Boaventura a graça de Maria, exclama dizendo: “A graça de Maria é uma graça imensa, múltipla”:Gratia Mariae, gratia est immensissima, gratia multiplicissima *29.

Não só devem ser consideradas as graças que Maria obteve para ser e por ter sido Mãe de Deus e as graças que recebeu de Jesus Cristo, do Espírito Santo e ela conseguiu com sua cooperação, mas também é indispensável fixar a atenção na multidão de incomparáveis prerrogativas que tão grande dignidade lhe tem dirigido. Faremos referência a algumas:

1ª De ter sido preservada do pecado original, ao qual estaria sujeita se não tivesse sido destinada para ser Mãe do mesmo Deus; para isto, Deus a dotou de um coração imaculado, puríssimo, castíssimo, humilíssimo, mansíssimo, santíssimo, pois do sangue saído deste coração formou o corpo do Deus feito homem.

2ª De ter concebido e dado à luz no tempo aquele mesmo Filho de Deus que o eterno Pai havia gerado na eternidade (30). Não duvide, diz São Boaventura, o eterno Pai e a Virgem sagrada tiveram um mesmo e único filho (31).

3ª Assim como o eterno Pai teve este divino Filho sem perder nada da sua divindade, assim também a santíssima Virgem Maria concebeu e deu à luz este mesmíssimo Filho sem o menor detrimento da sua santíssima virgindade.

4ª De ter tido um legítimo poder para mandar no Senhor absoluto de todas as criaturas, pois este é um direito que a natureza dá a todas as mães; direito ao qual quis sujeitar-se com gosto, pois disse que tinha vindo não para derrogar a lei, mas para cumpri-la com mais perfeição que os demais homens (32); e o evangelista São Lucas nos dá testemunho de como obedecia a sua Mãe e a São José: Et erat subditus eis (33). Mas este direito é uma honra a Maria Santíssima, que São Bernardo diz que não sabe o que é mais digno de admiração, se Jesus obedecer a Maria ou Maria mandar em Jesus; porque, diz o Santo, que Deus obedeça a uma mulher é uma humildade única e que uma mulher mande em um Deus é uma elevação sem igual (34).

5ª Ter sido a esposa do Espírito Santo de uma maneira infinitamente mais nobre que outras virgens, pois, as outras somente merecem ser aliadas a este divino esposo quanto à alma, enquanto que Maria tem sido não só quanto à alma, mas também quanto ao corpo, embora da maneira mais casta. A aliança que existiu entre o Espírito Santo e as virgens castas só tem servido para a produção dos atos de virtudes, mas a aliança entre este divino Espírito e Maria Santíssima tem produzido de uma maneira inefável o Senhor das virtudes, Cristo Senhor Nosso.

6ª Tem sido como o termo, por assim dizer, e a coroação da Santíssima Trindade: Maria universum sanctae Trinitatis complementum (35), porque produziu o mais excelente fruto da sua fecundidade ad extra, como dizem os teólogos; quer dizer, produziu um Deus homem. Maria produziu um sujeito capaz de dar à Santíssima Trindade uma honra tal como a Santíssima Trindade merece; honra que todas as criaturas juntas, e mesmo estas se multiplicando muitíssimas vezes, não eram capazes de pagar como o faz o Filho de Maria, Deus e homem verdadeiro.

7ª Em ter sido feita Rainha e Senhora de todas as criaturas por ter concebido e dado à luz o Verbo divino, por quem foram feitas todas as coisas, como diz São João (36).


3. Eficácia desta devoção

Devemos amar Maria e ser seus verdadeiros devotos porque a devoção a Maria Santíssima é um meio poderosíssimo para alcançar a salvação. É a razão pela qual Maria pode salvar seus verdadeiros devotos, porque quer e porque o faz (37). Maria pode, porque é a porta do céu; Maria quer, porque é a mãe de misericórdia (38); Maria o faz, porque ela é a que obtém a graça justificante aos pecadores, o fervor aos justos e a perseverança aos fervorosos (39); por isto, os Santos Padres a chamam de resgatadora dos cativos, o canal da graça e a dispensadora das misericórdias (40). Por isto se disse que o ser devoto de Maria é um sinal de predestinação, assim como é uma marca de reprovação o não ser devoto ou adversário de Maria (41).

A razão é muito clara. Ninguém pode salvar-se sem o auxílio da graça que vem de Jesus, como cabeça que é da Igreja ou corpo, e Maria é (42) como o pescoço que junta, por assim dizer, o corpo com a cabeça; e assim como o influxo da cabeça no corpo deve passar pelo pescoço, assim, pois, as graças de Jesus passam por Maria e se comunicam com o corpo ou com os devotos, que são seus membros vivos: In Christo fuit plenitudo gratiae sicut in capite fluente; in Maria sicut in collo transfundente (43).

Maria pelos Santos Padres é chamada escada do céu, porque por meio de Maria Deus desceu do céu e por meio de Maria os homens sobem ao céu (44). E quando a Igreja diz que esta Rainha incomparável á a porta do céu e a janela do paraíso (45), nos ensina com estas palavras que todos os eleitos, justos ou pecadores, entram na mansão da glória por seu intermédio; com esta única diferença, que os justos entram por ela como pela porta diretamente, mas os pecadores pela janela (46), que é Maria; pela escada, que é Maria (47). Portanto, amigo meu, em Maria, depois de Jesus, devemos colocar toda nossa confiança e esperança da nossa eterna salvação. Haec peccatorum scala, haec mea maxima fiducia est, haec tota ratio spei meae (48). Unica peccatorum advocata, portus tutissimus, naufragantium omnium salus (49). Peccatorem quantumlibet foetidum non horret... donec horrendo Judici miserum reconciliet (50).

Oh! Feliz é aquele que invoca Maria com confiança, pois alcançará o perdão dos seus pecados, por muitos e por graves que sejam; alcançará a graça e, finalmente, a glória do céu, que tanto desejo a você e a todos.



Os tormentos do Inferno: Extraído dos escritos de Santo Antônio Maria Claret

A sensação dos tormentos do inferno é essencialmente terrível.
Ele se parece, ó alma minha, como uma noite escura sobre o cume de uma montanha alta. Lá embaixo há um vale profundo, e a terra se abre de maneira que, com o teu olhar, podes ver o inferno e sua profundidade. Ele se parece como uma prisão situada no centro da terra, muitos quilômetros abaixo, todo cheio de fogo, preso num recinto de forma tão impenetrável que, por toda a eternidade, nem se quer a fumaça pode escapar. Nesta prisão os condenados estão próximos um do outro como tijolos num forno... Imagine o calor do fogo em que são queimados.
Primeiramente, o fogo se alastra por todas as partes e tortura inteiramente o corpo e a alma. Uma pessoa condenada permanece no inferno para sempre no mesmo lugar que foi destinado pela justiça divina, sem ser capaz de mover-se, como um prisioneiro num tronco.
O fogo que o envolve totalmente, como um peixe na água, o queima em volta, à sua esquerda, à sua direita, encima e embaixo. Sua cabeça, seu peito, seus ombros, seus braços, suas mãos e seus pés estão totalmente invadidos pelo fogo, de maneira que ele, por inteiro, se assemelha a um peça de ferro incandescente e cintilante, que acaba de ser retirado do forno. O teto do recinto em que moram as pessoas condenadas é de fogo; a comida que se come é fogo; a bebida que se toma é fogo, o ar que se respira é fogo, tudo quanto se vê e se toca é fogo...

Mas este fogo não está simplesmente fora dele; além do mais ele transpassa pela pessoa condenada. Invade o seu cérebro, seus dentes, sua língua, sua garganta, seu fígado, seus pulmões, seus intestinos, seu ventre, seu coração, sua veias, seus nervos, seus ossos, inclusive a medula, bem como o sangue.

“No inferno – segundo São Gregório Magno – haverá um fogo que não pode se apagar, um verme que não morre, um cheiro insuportável, uma escuridão que pode se sentir, castigo por açoite de mãos selvagens, com todos os presentes desesperados por qualquer coisa boa.”
Um dos fatos mais terríveis é que, pelo poder divino, este fogo vai tão longe como para atuar sobre as faculdades (aptidões) da alma, queimando-as e atormentando-as. Suponhamos que eu me achasse colocado no forno de um ferreiro, de modo que todo o meu corpo estivesse em pleno ar, exceto um braço que está posto no fogo, e que Deus fosse preservar a minha vida por mil anos nesta posição. Não seria isto uma tortura insuportável? Como seria então estar completamente invadido e rodeado de fogo, o qual não atinge apenas um braço, mas inclusive todas as faculdades (aptidões) da alma? (1)

(1) Para quem já teve a graça de ver, e de sentir, em sonhos o que seja este tormento infinito, este fogo que queima o espírito sem consumir, esta consciência que acusa sem cessar, que atormenta mais que mil fogos, que faz compreender a eternidade do suplício, que entende a impossibilidade de fugir dali, contra a qual não adianta lutar, esbravejar, sequer odiar, é possível afirmar que o fogo exterior, que queima o corpo é apenas uma pálida centelha daquele que inflama o espírito. De fato, a alma daria tudo para poder esquecer, fugir dos pensamentos, escapar deste tormento mental, esmagar seu cérebro, pois para ela isso significaria um alívio assombroso em seu tormento.
É mais espantoso do que o homem pode imaginar.

Em segundo lugar, este fogo é muito mais espantoso do que o homem pode imaginar. O fogo natural que vemos durante esta vida tem um grande poder para queimar e atormentar. Não obstante, este não é nem sequer uma sombra do fogo do inferno. Há duas razões pelas quais o fogo do inferno é muito mais atroz, que vai além de toda comparação, do que o fogo deste mundo.

A primeira razão é a justiça de Deus, da qual o fogo do inferno e um instrumento dirigido para castigar o mal infinito causado contra a sua suprema majestade, que fora menosprezada por uma criatura. Para tanto a justiça supre este elemento com um poder tão grande que quase alcança o infinito.

A segunda razão é a malícia (perversidade) do pecado. Como Deus sabe que o fogo deste mundo não é suficiente para castigar o pecado como este merece, Ele tem dado ao fogo do inferno um poder tão grande que nunca poderá ser compreendido pela inteligência humana. Entendem agora, o quão eficazmente queima este fogo?

O fogo queima tão eficazmente, - ó minha alma! – que, de acordo com os grandes mestres da escola ascética, se uma simples faísca caísse numa pedra de moinho, esta se reduziria num instante em pó. Se caísse numa bola de bronze, esta se derreteria instantaneamente como se fosse de cera. Se caísse sobre um lago congelado, este haveria de ferver no mesmo instante.

Façamos uma breve pausa, ó alma minha, para que tu respondas a algumas perguntas que te farei. Primeiro, te pergunto: Se um forno especial fosse acesso, como usualmente se faz para atormentar os mártires, e, então, alguns homens colocassem diante de ti todo tipo de bens que o coração humano possa desejar, e garantissem a oferta de um reino próspero – se tudo isso te fosse prometido em troca de que entrasses, só por meia hora, no forno ardente, o que escolherias fazer?

Nem por cem reinos!

“Ah! – dirias – “se me oferecesses cem reinos, eu nunca seria tão idiota em aceitar tais extremos tão brutais, não importa quantas coisas importantes me oferecessem, mesmo que estivesse segura de que Deus iria preservar a minha vida durante esses momentos de sofrimento.”

Em segundo lugar, eu te pergunto: Se tu já estivesses na posse de um grande reino, e estivesses nadando num mar de riqueza, de maneira que não precisarias de nada, e fosses atacada por um inimigo, feita prisioneira e acorrentada, se fosses obrigada a escolher entre perder o teu reino ou passar meia hora dentro de um forno incandescente, o que escolherias? “Ah! – dirias – prefiro passar toda a minha vida na pobreza extrema e submeter-me a qualquer injúria e infelicidade do que sofrer tão grande tormento!”


Uma prisão de fogo eterno

Neste instante, dirige os teus pensamentos daquilo que é temporal para o que é eterno. Para fugir do tormento de um forno ardente, que duraria somente meia hora, tu sacrificarias qualquer propriedade, principalmente as coisas que mais te satisfazem, e estarias disposto a sofrer qualquer outro dano temporal, não importando quão trabalhoso pudesse ser. Então, por que não pensas da mesma maneira quando discutes sobre os tormentos eternos?

Deus não te ameaça com meia hora de suplício dentro do forno ardente, mas, pelo contrário, com uma prisão de fogo eterno. Para escapar dela, não deverias renunciar a tudo o que está proibido por Ele, não importando quão prazeroso possa ser, e abraçar alegremente tudo quanto Ele ordena, mesmo que fosse extremamente desagradável?

O mais espantoso do inferno é a sua duração. A pessoa condenada perde a Deus e o perde por toda a eternidade. Aliás, o que é a eternidade? Ó alma minha, até agora nenhum anjo pode compreender o que é a eternidade! Como então poderás tu compreende-la? Ainda assim, para formarmos alguma idéia sobre ela, consideremos as seguintes verdades:
A eternidade nunca termina. Esta é a verdade que tem feito tremer até os maiores santos. O juízo final virá o mundo será destruído, a terra engolirá todos os condenados, e estes serão lançados no inferno. Então, com sua mão todo-poderosa, Deus os encerrará para sempre em tão amaldiçoada prisão.

Desde então, tantos milênios se passaram como há folhas nas árvores e nas plantas de toda a terra, tantos milhares de anos, como existem gotas de água em todos os mares e rios da terra, tantos anos com existem átomos no ar, como existem grãos de areia em todas as praias de todos os mares. Logo, depois de passarem todos estes incontáveis anos, o que será a eternidade?

No entanto ela não será sequer uma centésima parte dela, ou uma milésima – nada. Então começará novamente e durará tanto como antes, novamente, assim por diante, até que haja se repetido mil vezes, e um bilhão de vezes, novamente. E logo depois de um período de tempo tão longo, nem sequer terá passado a metade, nem sequer uma centésima parte ou uma milésima parte, nem sequer uma parte da eternidade. Em todo este tempo não haverá interrupção na queima dos condenados, começando tudo novamente.

Oh! que mistério profundo! Um terror sobre todos os terrores! Oh! eternidade! Quem pode comprender-te?

Suponhamos que, no caso de maldito Caim, chorando no inferno somente derramasse a cada mil anos uma única lágrima. Agora, alma minha, guarde os teus pensamentos e leve em consideração este fato: por seis mil anos, no mínimo, Caim tem estado no inferno e tem derramado apenas seis lágrimas, que Deus milagrosamente lhe preservara.

Quantos anos levariam para que as suas lágrimas cobrissem todos os vales da terra e inundassem todas as cidades, povos e vilas e todas as montanhas até que inundasse toda a terra? Sabemos que a distância entre a terra e o sol é de trinta e quatro milhões de léguas. Quantos anos faltariam para que as lágrimas de Caim enchessem este imenso espaço? Da terra ao céu estimamos que haja uma distância de cento e sessenta milhões de léguas.

As lágrimas de Caim

Oh! Deus! Que quantidade de anos teríamos que imaginar que seria necessário para encher de lágrimas este imenso espaço? E ainda assim – Oh! Verdade incompreensível! – estejam seguros disto, porque Deus não pode mentir – chegaria o tempo em que as lágrimas de Caim seriam suficientes para inundar o mundo, para alcançar inclusive o sol, para tocar o céu, e encher todo o espaço entre a terra e o mais alto do céu. Isso, porém, não é tudo.

Se Deus secasse todas estas lágrimas desde a última gota, e Caim começasse chorar outra vez, ele voltaria outra vez a encher o espaço inteiro e o inundaria mil vezes e um milhão de vezes em sucessão, ao longo de todos esses incontáveis anos, nem sequer haveria passado a metade de eternidade, nem sequer uma fração. Depois de todo esse tempo, ardendo no inferno, os sofrimentos de Caim estariam tão somente começando (2).

A eternidade, neste caso, não tem alívio. Seria de fato uma pequena consolação, de muito pouco benefício, para as pessoas condenadas, se fossem capazes de receber um breve alento a cada mil anos.

(2) Felizmente aqui, no caso de Caím, o Santo está errado, porque Caím está salvo. Dirão vocês que fiquei maluco, mas não, aos que duvidam a eternidade depois comprovará. Em verdade, Deus foi bom com Caím, porque ao marcá-lo para que ninguém o matasse, permitiu que ele passasse todo seu Purgatório de sofrimento aqui, e certamente foi um dos mais longos e dolorosos, porque naquele tempo as pessoas viviam séculos. Quem sabe, se alguém o tivesse morto antes de expiar sua falta, ele tivesse se perdido. Sim, porque o crime dele foi gravíssimo, devido ao fato de que desde menino ele via Deus e se sentava no colo Dele. Sua maior revolta contra Deus era a existência da noite, pois queria que sempre fosse dia. Por outro lado, se todos os assassinos se perdessem, o inferno estaria povoado deles. Eis porque Jesus diz: não julgueis para não serdes condenados. (Aarão)

Não existe alívio

Imaginemos um lugar do inferno onde haja três malvados. O primeiro está submergido num lago de fogo sulfúrico; o segundo está preso numa grande pedra e está sendo atormentado por dois demônios, um dos quais constantemente lhe lança chumbo derretido na sua garganta, enquanto o outro lhe derrama sobre todo o seu corpo, cobrindo-lhe desde a cabeça até os pés. O terceiro réprobo está sendo torturado por duas cobras, uma das quais o envolve com seu corpo e o morde cruelmente, enquanto que outra entra no seu corpo e ataca o seu coração. Suponhamos que Deus se apiede dele e lhe conceda um curto respiro.

O primeiro homem, depois de haver passado mil anos, é removido do lago e ele recebe o conforto de tomar água fria, e, depois de passar uma hora, ele é novamente jogado no lago. O segundo, depois de mil anos de tormento, é removido de seu lugar e lhe é permitido descansar, mas logo depois de uma hora é jogando novamente no mesmo tormento. O terceiro, depois de mil anos se vê livre das cobras; porém, após uma hora de alívio, novamente é estuprado e atormentado por elas. Ah! quão limitada seria esta consolação – sofrer por mil anos para descansar somente por uma hora!(3)

Aliás, o inferno nem sequer tem esta consolação. Todos se queimam sempre nessas chamas assustadoras e nunca recebem nenhum alívio em toda a eternidade. O condenado é corroído e ferido pelo remorso, e nunca terá um descanso em toda a eternidade. Sempre sofrerá uma sede muito abrasadora e nunca receberá o frescor de um pouco de água em toda a eternidade. Sempre se contemplará detestado por Deus e nunca poderá receber a alegria de uma simples olhada de ternura de Deus por toda a eternidade. O condenado se sentirá sempre maldito pelo céu e pelo inferno, e nunca receberá um simples gesto de amizade.
É uma das desgraças essenciais do inferno que todo o tormento será sem consolo, sem remédio, sem interrupção, sem final, eterno.

(3) Vejam, se Deus depois daquele castigo de mil anos, concedesse a cada um dos condenados, almas ou demônios, esta hora de descanso, onde eles pudessem meditar e se arrepender, acreditem, nenhum dos condenados voltaria plenamente arrependido. É isso que prova a imensa perfeição da Justiça Divina (Aarão).

A bondade de sua misericórdia

Agora eu compreendo em parte, ó meu Deus, o que é o inferno. É um lugar de tormentos excessivos, de desesperança extrema. É o lugar onde mereço estar por causa dos meus pecados, onde eu estaria desterrado por alguns anos, se a tua imensa misericórdia não me tivesse libertado. Repetirei mil vezes: O Coração de Jesus me tem amado, ou, do contrário, agora eu estaria no inferno! O Sangue de Jesus me tem reconciliando com o Pai Celestial, ou minha morada seria o inferno. Este é o cântico que eu quisera cantar a Ti, meu Deus, por toda a eternidade. Sim, de agora em diante, minha intenção é repetir estas palavras tantas vezes como os momentos se sucedem desde aquela maldita hora em que te ofendi pela primeira vez.

Qual tem sido a minha gratidão para com Deus pela bondosa misericórdia que Ele me tem mostrado? Ele me livrou do inferno. Oh! Imenso amor! Oh! Infinita bondade! Depois de um benefício tão grande, não deveria eu lhe dar todo o meu coração e amá-lo com o amor do mais inflamante serafim? Não deveria eu dirigir todas as minhas ações até Ele e, em cada coisa, buscar somente contentar a vontade divina, aceitando todas as contradições com alegria, de maneira que possa lhe devolver o meu amor?

Poderia fazer alguma coisa menor do que isso depois de uma bondade tão grande! Oh! Ingratidão, merecedora de outro inferno! Deixar-te-ei de lado, Deus meu! Resistirei à tua misericórdia, cometendo novos pecados e ofensas. Sei que tenho feito o mal, ó meu Deus, e me arrependo de todo o meu coração. Ah! se pudesse derramar um mar de lágrimas por tão ofensiva ingratidão! Ó Jesus, tem misericórdia de mim, visto que agora decidi melhor: sofrer mil mortes do que ofender-te novamente. (Fim)
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DEFESA DAS APARIÇÕES DE JACAREI

DEFESA ÀS APARIÇÕES DE JACAREÍ


(FEITA POR UM PEREGRINO, AO CONTEMPLAR UM VÍDEO FALANDO MAL DAS MESMAS CITADAS ACIMA, E SOBRE A CARTINHA DO BISPO DA ÉPOCA, ALEGANDO QUE AS APARIÇÕES NÃO ERAM VERDADEIRAS)


NÃO SEI QUEM FEZ MAS PRA MIM ESSA PESSOA MERECIA UMA MEDALHA DE HONRA DE NOSSA SENHORA POR ESTA BELA DEFESA

"Quando você diz que devemos dar ouvidos ao que os padres dizem a respeito das aparições de Jacareí, corre em um ledo engano, pois, a “opinião pessoal” deles é que não pode ser elevado ao nível de “dogma de fé”. As cartas de Dom Nelson são muito citadas pelos que latem que estas Sagradas Aparições são falsas. Portanto, mister se faz alguns esclarecimentos. Há duas cartas oficiais onde este indigitado bispo trata da matéria “aparições”. Uma primeira, publicada em 1996, enquanto o mesmo ainda era bispo de São José dos Campos (diocese a qual pertence Jacareí). Nesta, não há menção alguma ao nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, muito menos, excomunhão, há somente algumas orientações pastorais. A segunda, publicada em 2007 e republicada em 2011, realmente traz explicitamente o nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, porém, nesta, a palavra “excomunhão” é sequer mencionada.

Ainda há um probleminha com esta segunda carta. O dito bispo (certamente pela providência de Nossa Senhora) foi transferido para a diocese de Santo André/SP em 2003, e, observem, a segunda carta publicada por ele ocorreu no ano de 2007, quando já havia deixado de ter jurisdição eclesiástica sobre a cidade de Jacareí. Portanto, o mesmo, ao editar esta carta, violou a jurisdição eclesiástica conferida a ele pela Igreja, e, ainda, violentou gravemente a autoridade de Dom Moacir, então, bispo da Diocese de São José dos Campos, que, se quisesse, poderia ter criado o maior caso com isso, pois Dom Nelson desrespeitou frontalmente e atropelou sua autoridade eclesiástica, uma verdadeira afronta. Então eu lhes pergunto, vocês ainda vão dar credibilidade a um documento irregular e eivado de vícios como esse?

Vale lembrar, que não é obrigatório seguir estas cartas circulares dos bispos. Não há heresia nem cisma nisso. Um católico somente pode ser acusado de cismático ou herege se atentar contra os Dogmas de Fé. Que eu saiba, carta circular de bispo não é Dogma de Fé. Como a primeira carta de Dom Nelson não condena as Aparições de Jacareí, e a segunda está irregular, pode-se dizer que não pesa condenação oficial e regular da Igreja sobre estas Santas Aparições. Além do mais, até o presente momento, Dom José Valmor, que atualmente tem jurisdição eclesiástica sobre Jacareí, não fez pronunciamento oficial sobre as mesmas. Documento oficial onde o Profeta Marcos foi excomungado, também é inexistente, portanto, qualquer informação que diga o contrário é fruto de pura “fofoca”.

Ressalto que em Jacareí, realmente, não damos tanta importância aos documentos do Vaticano. O que nós realmente valorizamos é a doutrina que nos foi transmitida pelos santos, como Santo Afonso, São Luiz, Santa Teresa, São João da Cruz, etc... Outro adendo que gostaria de acrescentar, diz respeito ao fato da obrigatoriedade ou não das Sagradas Mensagens Celestiais. A orientação predominante entre os teólogos católicos, de que não é obrigatório seguir as Aparições de Nossa Senhora, se funda em meras opiniões pessoais de alguns clérigos a respeito do assunto. Esta orientação não tem o caráter da infalibilidade papal e muito menos é um Dogma de Fé. Realmente, o catecismo atual traz algo nesse sentido, mas vale lembrar que o mesmo não recebeu o caráter da infalibilidade pelo Concílio Vaticano II. Bem ao contrário do Santo Catecismo do Concílio de Trento. Este sim, recebeu o caráter de infalível. Ocorre que nossa amada Igreja há muito se transviou de uma tradição bíblica milenar, através da qual o “Deus dos Exércitos” sempre manifestou sua vontade ao povo de Israel por meio de suas aparições aos profetas (mesmo fenômeno que ocorre com o, também, profeta Marcos Tadeu, pois os fenômenos miraculosos e de aparições que ocorrem naquele Santuário, são da mesma espécie dos verificados na Sagrada Bíblia).

Ora, nos tempos bíblicos não era através dos fariseus, saduceus, príncipes e doutores da lei (a Igreja oficial da época) que Deus dava as suas diretrizes ao povo eleito, mas sim, através dos profetas, em outras palavras, dos videntes. Nos primórdios do cristianismo, também ocorria assim, pois, a própria origem da nossa amada Igreja se funda nas “aparições” de Jesus aos apóstolos e discípulos. Então, por que esta tradição bíblica foi quebra? Será que é porque as aparições aos profetas cessaram? Errado, pois nos últimos 100 anos ocorreram mais de 1000 aparições de Nossa Senhora, dos santos e anjos, e até de Deus.
A pergunta correta é, por que o clero tenta abafar isso, pois grande parte, senão todas, destas aparições também foram acompanhadas de sinais miraculosos, como, curas inexplicáveis pela ciência, sinais na natureza, etc... Se Deus usava deste expediente nos tempos bíblicos, certamente deveria continuar a usá-lo nos tempos do catolicismo, pois uma grande verdade que a Teologia professa é que Deus é imutável. Não citarei as passagens bíblicas onde Deus manifesta sua vontade através dos videntes/profetas, pois se assim fizesse, teria que citar a Bíblia inteira, pois a própria formação e ensinamentos nela transmitidos se dão por este meio. Gostaria apenas de citar um pequeno exemplo de qual atitude deveremos tomar frente às Aparições de Jacareí, tomando por base a Bíblia. Saulo, quando se dirigia à cidade de Damasco e Jesus lhe “aparece” exclama: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 9, 6). Naquela ocasião, Jesus disse a ele para procurar os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! O ordenou que entrasse na cidade de Damasco e ali lhe seria dito o que deveria fazer. Beleza. E quem Deus enviou para Saulo? Os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! Mas Ananias, um vidente. Como eu sei que Ananias era um vidente? As Sagradas Escrituras nos contam que foi uma aparição de Jesus que disse para ele ir procurar Saulo. É só conferir At 9, 10-16ss.

Outro exemplo foi Judas Iscariotes; este preferiu errar com a Igreja oficial da época (lembra né, fariseus e saduceus) que acertar sem ela. Bom... Errou mesmo! E segundo alguns santos místicos, como Maria de Ágreda, sua alma se encontra no inferno. Assim, a posição teológica defendida pela maioria dos teólogos atuais, de que as aparições não são obrigatórias, falando em termos de estudo teológico da atualidade, é perfeitamente passível de questionamento, e, inclusive, daria uma boa tese de doutoramento. É um posicionamento que pode ser mudado. Não é Dogma de Fé. Gostaria de finalizar este ponto dizendo o seguinte. Jesus tolerou para sempre aquela Igreja oficial da época (o judaísmo) que rejeitou o projeto que suas aparições aos Apóstolos (que também eram videntes) propunha? Claro que não!!! Por causa disso, Deus se retirou do meio daquela Igreja e passou a habitar no meio dos seus videntes, os apóstolos e discípulos, e, assim, surgiu a nossa amada Igreja Católica (Mt 21, 39-45).

Não é objetivo do Profeta Marcos Tadeu, nem de sua Ordem e muito menos de nós, a Milícia da Paz (formada por todos os fiéis seguidores daquele Santuário) provocar um cisma na Igreja. Nós apenas denunciamos os erros (prerrogativa esta, conferida aos leigos pelo próprio Concílio Vaticano II), lutamos para que a devoção a Nossa Senhora, aos santos e anjos seja colocada em seu devido lugar, e que as suas mensagens, e as dos demais santos, e até as de Deus, seja acolhida como nos tempos Bíblicos, pois acreditamos que se isto não for feito, irá se abater gigantescos cataclismos sobre a Terra, de uma tal magnitude que nunca houve, nem jamais haverá. Acreditamos que esta “palavra de Deus” transmitida nas aparições é o caminho e a única forma de salvar o mundo, e qualquer obra, ou pessoa, que ensine ou faça diferente do que elas dizem, é desprezada por nós. O motivo para isto é muito simples. Desde tempos remotos, as Aparições de Nossa Senhora (inclusive as não aprovadas pela Igreja) vêm dizendo o que aconteceria ao mundo se esta “palavra de Deus” não fosse obedecida. Resultado, tudo o que elas disseram, em um passado remoto, está se cumprindo na atualidade. Então, não há outra conclusão a se fazer, a não ser admitir que elas eram verdadeiras, e que o clero errou. Aliás, o histórico de erro do clero é algo realmente interessante. Basta citar a condenação que pesou durante 20 anos sobre as Santas Aparições de Jesus Misericordioso à Santa Faustina, e não foi por um “bispozinho” qualquer. Foi pelo próprio papa da época. Se não fosse a atuação do então Cardeal Karol Józef Wojtyła, futuro Papa João Paulo II, estas aparições estariam condenadas até os tempos atuais, e, certamente, você seria um grande opositor delas, não é? Infelizmente, como atualmente o número de Cardeais, e clérigos em geral, com este nível de espiritualidade é praticamente nulo... tadinha das aparições... snif. Praticamente nenhum deles entende de Teologia Mística, o estudo apropriado para se avaliar as aparições e estudá-las.

Além do mais, as aparições de La Salette, Lourdes e Fátima, para quem conhece mais a fundo sua história, verá que elas na verdade não foram aceitas pelo clero. Muito pelo contrário, este as combateu com todas as suas forças. Na realidade, o que ocorreu, é que os fiéis praticamente as fizeram descer goela abaixo na garganta do clero, de tal modo, que eles não tiveram outra opção a não ser aprová-las. E, mesmo nestas que foram aprovadas, o estrago que o clero fez é algo incomensurável. Não as divulgou como deveria; se o corpo incorrupto de Santa Bernadete estivesse no Santuário de Lourdes iria converter milhões de fiéis, no entanto está praticamente escondido no convento de Nevers; o corpo incorrupto de Santa Jacinta foi escondido dos fiéis; a esmagadora maioria dos vaticanistas da Itália é de acordo que, até hoje, o terceiro segredo de Fátima não foi revelado em sua integralidade; a consagração da Rússia não foi feita como Nossa Senhora pediu até os dias atuais, etc... E isso, só para citar os danos que me vem à mente neste momento.

No Santuário das Aparições de Jacareí, o Profeta Marcos está resgatando tudo aquilo que a Igreja e a sociedade tanto se esforçaram para extinguir, os escapulários, medalhas, mensagens, enfim, a salvação do mundo que Nossa Senhora nos revelou e ofereceu com tanto amor ao longo de suas aparições na história. Sem dúvida, lá está se cumprido a passagem da Escritura na qual se diz: “Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas...” Mt 13,52 É uma nova aparição que resgata todas, até as mais antigas. Portanto, se ainda quiserem seguir a doutrina da cabeça deste cara de que não precisamos de aparições, o problema é de vocês. Aliás, se formos pensar bem, porquê Deus, Nossa Senhora os anjos e os santos apareceriam, né? Afinal de contas, nosso mundo está uma verdadeira maravilha, não é? Não temos problemas de droga, prostituição, corrupção, degradação moral, depressão, decadência da Igreja, violência, roubos, assassinatos, guerras, miséria..., todos os sacerdotes são verdadeiros Serafins de santidade, enfim, o Vaticano está dando conta do recado... Só não está apresentando um desempenho melhor devido a um “pequeno” probleminha de tráfico de influência entre os altos clérigos, desvio de verbas do banco do Vaticano, looby gay entre os padres, pedofilia generalizada, um papa progressista e comunista..., mas, afinal de contas, são probleminhas fáceis de serem solucionados, né? É... Em um mundo maravilhoso e em ótimo funcionamento como esse, realmente não entendo o motivo de tantas aparições..."