JACAREÍ, 15.02.2009 - MENSAGEM DE SANTA DONATA - COMUNICADA AO VIDENTE MARCOS TADEU - SANTUÁRIO DAS APARIÇÕES DE JACAREÍ - SP - BRASIL.
A alma preguiçosa passará fome, ou seja, a alma que não luta e não trabalha pelo seu próprio aperfeiçoamento espiritual, cortando em si mesma os laços do apego às coisas deste mundo, às criaturas e a si mesma, esta alma padecerá fome espiritual, porque não terá o alimento da graça, que só é dado aos filhos que trabalham juntamente com o Pai Celeste.
As pérolas não podem ser jogadas aos cães e a graça Divina, não poderá ser dada àqueles que não se esforçam por colaborar com a Graça do Senhor e assim crescer no caminho da santidade.
Por isso, procurai sempre mais, esforçar-vos por extirpar de vós o fermento azedo do amor próprio, para que possais finalmente ter em vós o bom pão do verdadeiro amor para o Senhor, para que este pão sacie não somente a vossa fome, mas também a fome espiritual de tantas almas que precisam conhecer o verdadeiro amor do Senhor, amá-Lo verdadeiramente para que assim finalmente, possam salvar-se e santificar-se.


A Vida de Santa Donata Mártir
Testemunha Silenciosa da Fé
No coração do século II, quando o Império Romano ainda dominava mares e desertos, havia uma região fértil e poderosa no Norte da África chamada África Proconsular. Nela se erguiam cidades de comércio ativo, como Cartago, abastecendo Roma com trigo, azeite e vinho. Em meio a essa prosperidade terrena, florescia silenciosamente algo muito mais precioso: pequenas comunidades cristãs, que celebravam secretamente a fé em Jesus Cristo, o Deus desconhecido para os romanos, mas amado por aqueles que ousavam segui-Lo.
Entre essas comunidades havia uma pequena localidade chamada Scillium, escondida entre estradas poeirentas e campos de oliveiras. Ali viviam homens e mulheres simples, que haviam escutado o Evangelho e o abraçaram com todo o coração. Uma dessas pessoas era uma jovem cristã de nome sereno e profundo: Donata, palavra latina que significa “Dada por Deus”. Nada sabemos sobre sua família, sua idade ou seu ofício, mas a própria história preservou o essencial: Donata pertencia a Cristo, e Cristo a preservou, não pela vida, mas pela eternidade.
A fé cristã era considerada uma ameaça ao Império, não pela violência, mas por sua firmeza. Os seguidores de Cristo afirmavam que só Deus poderia ser adorado, e isso era intolerável para o culto imperial. Assim, no ano 180, sob o governo do imperador Cômodo, o procônsul da África, Publius Vigellius Saturninus, recebeu a ordem de interrogar e punir os cristãos que se recusassem a sacrificar aos deuses romanos. Doze cristãos da comunidade de Scillium foram então levados diante dele, em Cartago. Entre esses doze estava Donata.
Esse momento decisivo permaneceu registrado para sempre em um dos mais antigos documentos cristãos escritos em latim: as Atas dos Mártires de Scillium. Elas não trazem longas descrições, milagres ou discursos dramáticos. Não há biografias individuais, nem relatos sentimentais. Há algo ainda mais poderoso: um simples diálogo entre o poder humano e a fé inabalável.
O procônsul ofereceu aos cristãos a vida, sob uma única condição: que sacrificassem ao imperador e renegassem o Deus que adoravam. Eles não responderam com raiva, nem com ataques, nem com justificativas. A resposta que deram atravessou os séculos com uma força maior do que qualquer espada: “Somos cristãos.” Eles não argumentaram sobre política, não pediram piedade, não tentaram escapar. Apenas declararam quem eram. Para eles, isso bastava.
Diante dessa convicção inabalável, o procônsul pronunciou a sentença: morte por decapitação. Ninguém pediu reconsideração. Ninguém negociou. Donata permaneceu entre os fiéis, unida a Cristo com a única coisa que possuía: sua fidelidade. Assim, naquele mesmo dia, nas proximidades de Cartago, os doze cristãos foram executados, oferecendo com serenidade o sacrifício de seus corpos àquele que havia oferecido seu próprio corpo por amor.
A Igreja daquele tempo não esqueceu seus mártires. Eles eram lembrados nas celebrações, nome por nome, como se fossem familiares. Entre esses nomes, sempre ressoou o de Donata. Nada mais se acrescentou sobre ela. Nenhum feito extraordinário foi registrado. Nenhuma visão, nenhum milagre, nenhuma frase profunda. Seu testemunho era o silêncio da fidelidade. E, justamente por isso, tornou-se luminoso.
Séculos se passaram, impérios caíram, cidades mudaram de nome. Mas o nome de Donata permaneceu na memória da Igreja. Durante o século VII, escavações nas catacumbas revelaram corpos venerados como de virgens mártires. Entre eles, relíquias associadas ao nome de Donata foram preservadas. Seu culto foi confirmado oficialmente pelo Papa Adriano I no século VIII, consolidando sua memória litúrgica também em Roma. Assim como o vento que espalha sementes no deserto, a vida simples da jovem africana atravessou mares e chegou a novos povos.
Muitos séculos depois, quando a cidade de São Paulo, no Brasil, foi elevada à dignidade de arquidiocese, seu primeiro arcebispo recebeu em Roma um presente do Papa São Pio X: uma relíquia de Santa Donata. Dentro de uma urna revestida de cera, repousavam parte de seu crânio e um tufo de seus cabelos, preservados com reverência sagrada. Hoje, essa relíquia permanece na Igreja de Santa Cecília, onde fiéis se ajoelham diante de uma mártir que nunca conheceu a terra onde agora é venerada.
É assim que Donata continua a falar: não por palavras, mas pelo testemunho de uma vida oferecida sem negociação. Sua história permanece sem adornos, sem lendas, sem excessos. Uma jovem africana, cristã, humilde, que em momento decisivo respondeu apenas com a verdade que carregava em sua alma: “Somos cristãos.”
Sua fidelidade silenciosa é o maior ensinamento que deixou. Donata não ensinou como falar de Cristo; ela ensinou como viver para Ele. E quem vive para Cristo, jamais morre. Sua vida não foi guardada pela memória de homens, mas pelo próprio Senhor, que acolhe como preciosa oferta a vida daqueles que se deixam doar como ela: totalmente, simplesmente, silenciosamente.
✨ Santa Donata Mártir, Dada por Deus e oferecida a Deus, rogai por nós.



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