São Domingos de Gusmão:
O santo que recebeu das mãos de Nossa Senhora o Santo Rosário
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JACAREÍ, 07 DE AGOSTO DE 2016 - MENSAGEM DE NOSSA SENHORA E SÃO DOMINGOS DE GUSMÃO
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Jacareí, 07 de Outubro de 2007
Mensagens de Nossa Senhora e São Domingos de Gusmão
Festa de Nossa Senhora do Sacratíssimo Rosário
Mensagem de Maria Santíssima
“ -FILHOS CARÍSSIMOS, EU SOU A SENHORA DO SACRATÍSSIMO ROSÁRIO.
Hoje, quando comemorais a Minha vitória na batalha de Lepanto, novamente Eu vos digo:
SOU A SENHORA MAIS BRILHANTE DO QUE O SOL. SOU O GRANDE SINAL QUE SURGIU NO CÉU..., TERRÍVEL COMO UM EXERCITO EM ORDEM DE BATALHA E QUE EM BREVE TRAREI PARA O MUNDO TODO, A VITÓRIA DE CRISTO, O REINO DO AMOR, O REINO DE CRISTO COM O MAIOR TRIUNFO DO Meu CORAÇÃO IMACULADO.
O que Eu disse ontem aqui, torno a repetir: A alma que Rezar o Meu Rosário todos os dias com amor, Eu mesma, a levarei e a colocarei na primeira fila, mais próxima, junto do trono da Santíssima Trindade no Céu para aí receber uma maior fruição e uma maior participação da felicidade infinita que os bem-aventurados têm no Céu.
A alma que rezar e amar o Meu Rosário verdadeiramente, Eu a levarei e a colocarei no lugar que os anjos maus deixaram vazio ao se rebelarem contra Deus e caírem do Céu. Sim, os Meus filhos que mais amarem o Meu Rosário, Eu os colocarei no lugar dos anjos decaídos para preencherem aquelas moradas que aqueles anjos malvados deixaram ‘vazio’.
Esses Meus filhos que rezarem o Meu Rosário e o amarem ternamente, esses Meus filhos, Eu mesma, os colocarei o mais junto possível do Meu trono no Céu onde Eu lhes darei um trago singular do conhecimento dos Meus mistérios, dos mistérios divinos, e do Meu amor que não darei às outras almas que não forem tão devotas do Meu Rosário.
Eu vos digo Meus filhos, o desdém..., o desprezo pelo Santo Rosário, é um sinal certo de condenação eterna. Enquanto, que o amor..., a devoção ao Meu Sacratíssimo Rosário, é sinal certo de salvação eterna. A devoção ao Meu Rosário, o Senhor só a dá..., e só a conserva naqueles a quem Ele quer salvar e a quem Ele ama com um amor de predileção!!!
Por meio do Meu Rosário Eu triunfarei!!! Em breve, Eu vou acorrentar o grande dragão com o Meu Rosário e lançá-lo com os seus sequazes no lago de fogo e enxofre de onde nunca mais sairá para perder a terra, e com eles, também serão precipitados, todos aqueles que não estiverem em graça de Deus.
Rezai o rosário!!!, O Rosário é a oração mais poderosa para conseguirdes a graça Divina, para conservá-la e aumentá-la em vós. O Rosário é a Minha oração predileta. É por meio dele que Eu salvarei o mundo. O Meu Divino Filho deu ao Rosário todo o poder no Céu e na Terra e é por isso que é por meio dele que Ele deseja que as almas cheguem ao Seu Sagrado Coração no Céu. Ao Rosário, o Meu Divino Filho deu o poder de apressar os tempos e fazer chegar o mais rápido possível o Triunfo do Seu amor misericordioso.
Estais no advento da vinda do reino de cristo. Preparai-vos para recebê-lo com o santo Rosário na mão.
Propagai o Meu Rosário porque o mundo só sobrevive graças a oração do Rosário.
Propagai o Meu Rosário Meditado que o Meu Marcos faz e dá para vocês porque é por meio deste Rosário que as almas se converterão e o Meu Coração Imaculado triunfará no mundo e na sociedade. A Paz... Meu filho Marcos... Abençôo-te com todos os que vieram sinceramente rezar contigo na Minha festa...”
“-Marcos, Eu DOMINGOS de GUSMÃO, servo da Rainha do Sacratíssimo Rosário, vidente e mensageiro, e escravo da Sacratíssima Rainha do Rosário, te abençôo hoje com todos os que estão aqui rezando contigo há tantas horas!
Sede todos os dias fiéis ao Sacratíssimo Rosário da VIRGEM MARIA! Eu Me salvei pelo Rosário, por ele também vos salvareis!
Com o Rosário conseguireis a conversão de grandes pecadores, de muitos hereges!... Com a oração do Rosário conseguireis a Paz para as vossas vidas!... Com a oração do Rosário podeis influir e mesmo alterar os acontecimentos mundiais... Com o Rosário podeis afastar as guerras, podeis afastar as pestes, a fome...
Com o Rosário podeis afastar de vós o demônio, com suas tentações...
Com o Rosário podeis triunfar do pecado! Com o Rosário podeis alcançar a graça da Sabedoria Divina, para compreenderdes a vontade de DEUS, os planos de DEUS, o amor de DEUS sobre vós e mesmo chegareis a um alto grau de conhecimento dos Mistérios Divinos!
Com o Santo Rosário vós podeis assegurar para vós mesmos e para os outros, a salvação!...
Rezai! Fugi do pecado! Obedecei as Mensagens da Mãe de DEUS... Cumpri a palavra de DEUS e vos salvareis certamente!
Sede bons! Amai a MARIA SANTÍSSIMA, pois enquanto Eu vivi na terra, amei-A com todas as forças do Meu Coração! E se no Meu Coração houvesse uma fibra que não fosse de Maria, Eu certamente pediria ao SENHOR que a arrancasse, e se Ele não a tirasse Eu mesmo meteria a mão dentro do Meu peito para arrancá-la do Meu Coração!...
O meu coração foi todo dEla!
Ela foi o Meu grande e Santo Amor! E o Santo Rosário foi o grande tesouro, o legado que dEla recebi, dei e deixei ao mundo.
Amai-A, obedecei-A, sede totalmente dEla, porque assim sereis totalmente de CRISTO. Entregai-vos totalmente a Ela e sereis totalmente de Cristo!
É por Ela não ser conhecida que CRISTO não é conhecido!...
É por Ela não ser amada, que CRISTO não é amado!...
É por Ela não ser servida, que CRISTO não é servido...
É porque o Rosário não é conhecido e rezado, que o mal tantas vezes triunfa neste mundo!
Rezai o Rosário! E estejais certos de que o bem sempre vencerá o mal!... E no fim o triunfo será do bem, será do SENHOR, será de MARIA SANTÍSSIMA e será de todos os fiéis devotos do Seu Rosário...
Lede as Mensagens dEla... Oh tempo venturoso em que vos viveis! Quando tendes tantas Aparições dEla diárias na Terra!
Este é o tempo mais mal da história da humanidade é verdade... Onde o pecado, a violência, a maldade graçam como lucro! Mas é também o tempo mais visitado na história da humanidade pela Sacratíssima Senhora do Rosário!
Que ventura vós tendes! Que benção mais rica vós tendes de tê-La todos os dias com os seus Anjos na terra comunicando Mensagens ao mundo!
Honrai-A! respeitai-A Valorizai-A! Entregai-vos totalmente à Ela e não vos arrependereis!...
Agora vós decidireis o vosso destino eterno:
Ou amais a Senhora e a obedeceis e vos salvais;
Ou a desobedeceis e vos condenais para sempre!
Estendei a mão para o que quiserdes o Céu e o inferno estão diante de vós, o bem e o mal; a obediência e a desobediência... Estendei a mão para o que quiserdes...
Aproveitai este tempo de graças infinitas, que vós tendes agora com as visitas diárias da Mãe de DEUS na Terra e até mesmo do próprio Senhor JESUS!
Amai estas Mensagens! Propagai-as para que mais pessoas as conheçam, convertam-se e salvem!
Eu estou convosco todos os dias! Vos protejo e vos ajudarei... No vosso Rosário chamai por Mim! Pedi a Minha proteção nos negócios de vossa vida e tereis o Meu socorro! Eu quero participar de vossa vida, ajudar-vos, ampara-vos!...
Chamai-Me e Eu DOMINGOS de GUSMÃO, DOMINGOS do ROSÁRIO vos ajudarei sempre! Contai Comigo! Eu conto Convosco para fazer a Oração do Rosário triunfar na Terra!
A Paz Marcos! Abençôo-te com todos os que sinceramente crêem nestas Aparições e vieram rezar contigo..."
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COMUNICADAS AO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA
(Marcos): “-Querida Senhora parabéns pelo vosso Aniversário. Parabéns em meu nome e em nome de todos que estão Aqui!” (Pausa) Muito obrigada Senhora.”
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA
"-Queridos filhos, hoje quando ainda comemorais o Meu Aniversário, Eu vos convido cada vez mais a vos abrirdes ao Meu Amor e a deixardes a luz do Meu Nascimento inundar os vossos corações com a Graça e o Amor de Deus.
Deixai a luz do Meu Nascimento inundar os vossos corações da beatitude celeste. De forma, que vós vivais sempre mais para as coisas celestes, preocupados em viver continuamente unidos com o Senhor, Comigo, com os Santos e Anjos do Céu já saboreando um pouco daquela vida, daquela felicidade, daquela alegria e daquela união celestial na qual vivemos lá no Paraíso junto de Deus, junto do Trono da Trindade.
Deixai a luz do Meu Nascimento encher as vossas almas de alegria nesses dias tristes e difíceis da grande tribulação, na qual vós já viveis. Que satanás não possa mergulhar-vos na tristeza, que o mundo não possa fazer-vos afogar-vos no mar da tristeza, no oceano da tristeza e da amargura.
Que a luz do Meu Nascimento encha as vossas almas de santa alegria, de júbilo celestial. E nessa alegria e nesse júbilo sigais a cada dia mais no amor, na oração e na esperança certos de que a vossa Mãe recém nascida já derrotou as forças infernais, já decretou o momento certo da ruína de satanás, de suas obras, de seu exército maligno e de suas hostes (exércitos) presentes no mundo. E que a vossa Mãe nascida para a vossa salvação é o sinal certo da vitória que vos espera em breve.
Deixai a luz do Meu Nascimento encher os vossos corações de santos amores por Deus, por Mim, por tudo o que é do Senhor, por tudo o que é santo, pela palavra Dele, pela Minha palavra.
Que o Meu Nascimento encha os vossos corações de santo amor pela vida virtuosa, pela meditação, pelo cumprimento contínuo dos Mandamentos de Deus, nestes tempos em que os Mandamentos do Senhor são tão violados e constantemente calcados aos pés dos homens. Desta forma, vivereis imersos na luz do Meu Coração Imaculado, que desde o primeiro instante do Meu Nascimento proclamou sem cessar: a Glória do Senhor, a vitória de Sua lei, a vitória do bem sobre o mal, o triunfo de Cristo sobre o inferno.
Deixai a luz do Meu Nascimento inundar as vossas vidas com a Minha Paz, com a Minha Graça Materna, que vos preserva de todo o mal, que vos livra de todo o engano de satanás e que vos faz caminhar sempre mais seguramente, firmemente e velozmente no caminho da salvação, da santidade, da inocência e da graça a exemplo da vossa Mãe recém nascida.
A vossa Mãe Celeste recém nascida para vós é o sinal certo do imenso Amor do Senhor por todos, pois, neste dia do Meu Nascimento Ele Me deu a vós como Aurora da Redenção, Aurora da Salvação e sinal certo de que a noite das trevas infernais, jamais... jamais vencerão a luz vivíssima e potentíssima do Senhor e de Sua Graça.
Neste momento com Amor, peço a todos quer perseverem na Oração do Rosário e em todas as Orações que Eu vos dei Aqui, que perseverem na obediência e na divulgação das Minhas Mensagens, pois o Meu Coração Imaculado ainda vai resgatar muitas e muitas almas que estão dominadas por satanás e pelo pecado por meio de vós.
Espero em todos vós, Meus filhos, coloco a Minha esperança que vós não traireis o Meu Amor Aqui, que não decepcionareis, que não defraudareis a Minha tão grande esperança!
Ide em frente, caminhai! Andai! Falai! Levai os Meus Tesouros, as Minhas Graças, as Minhas Mensagens deste Lugar a todo o vosso país e ao mundo todo!
Perseverai na Cruzada do Rosário, na Oração das Mil Ave Marias, porque muitas Nações serão salvas por estas Orações, inclusive a vossa Nação tão iníqua e dominada pelo pecado e por satanás.
A todos neste momento abençôo de Lourdes, de La Salette e de Jacareí.
A Paz Marcos! Que a Paz fique com todos os Meus filhos.”
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(Marcos): “Como eu Me alegro por revê-Lo hoje de novo, depois de tantos anos!”
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“-Amados irmãos Meus! Eu, DOMINGOS DE GUSMÃO, servo do Rosário, apóstolo do Rosário de Maria Santíssima, pregador da santa Palavra do Senhor, alegro-Me por poder voltar a falar-vos Aqui, depois de tanto tempo da Minha primeira Mensagem.
Amai o Rosário de Maria Santíssima, pois por meio desta Oração chegareis seguramente ao Céu, vencereis todas as tentações, alcançareis todas as virtudes, curareis todas as vossas misérias espirituais e até as temporais e vossa vida será repleta da graça e da mercê do Senhor.
Amai o Rosário de Maria Santíssima, pois através dele vos serão revelados os divinos Mistérios, aquilo que o Senhor escondeu durante tantos milênios dos sábios e entendidos deste mundo, segredos estes que Ele revela somente aos puros e aos humildes de coração. Compreendereis a beleza do Senhor, a vontade Dele ao vosso respeito, o modo mais perfeito de cumprir a Sua vontade e de realizar o desejo e o desígnio do Senhor sobre vós. Por meio do Rosário vos será manifestada a magnificência, a glória do Senhor e os vossos corações conhecerão coisas, conhecerão verdades eternas que mesmo que vós tivésseis estudado a doutrina Católica mil anos, ainda assim, não conseguiríeis compreender tais verdades, tais tesouros, tais coisas maravilhosas!
Amai o Rosário da Bem-Aventurada Virgem Maria e a vossa alma conhecerá como nunca quanto Deus vos amou, quanto Deus fez por vós, quanto Ele vos favoreceu com a força de Seu Braço e de Sua Misericórdia, quanto Ele foi generoso e bondoso convosco mandando-vos Aqui: a Mãe de Deus, São José, Nós os Santos e os Anjos e Ele próprio vindo Aqui para vos dar estas Mensagens por esse Vinte Anos já.
Amai o Rosário, rezai-O com o Coração, meditando bem o que ele vos ensina, o que ele vos transmite, o que ele vos proporciona e oferece e vós, verdadeiramente, então chegareis à grande sabedoria e à grande ciência do alto. Eu aprendi mais pelo Rosário que a Santíssima Virgem Me deu na Aparição que Ela Me fez em Toulouse, do que pelos muitos anos de estudo que Eu passei antes de sair pregando ao mundo as verdades eternas de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pelo Rosário compreendereis a fealdade do pecado, pelo Rosário compreendereis o quanto o pecado é um mal horripilante aos olhos do Senhor e de Maria Santíssima, o quanto ele provoca em vossas almas a morte a morte espiritual e o quanto é feia, o quanto é terrível, má e eterna esta morte. Por meio do Rosário, compreendereis o quanto deveis fugir do pecado e o quanto deveis procurar a Graça Divina, a Graça do Senhor, para viverdes sempre mais: no Seu Amor, na Sua Amizade, no convívio com os Santos e os Anjos do Céu, no convívio com o Espírito Santo que habita em vossas almas e que vos tornou templos Dele, onde Ele quer coabitar convosco dia e noite, enchendo-vos da sua Graça santificante e conduzindo-vos sempre mais a uma maior sabedoria, a um maior entendimento e a um maior amor pelas coisas celestes por Deus mesmo.
Eu prometo ajudar-vos com as Minhas Orações, com a Minha proteção, com a Minha ação poderosa junto de vós. Protejo, guardo, sigo, acompanho, defendo todos os devotos do Rosário, todos aqueles que amam o Rosário da Santíssima Virgem como Eu amei, como o Marcos ama, como os Videntes da Senhora amam. E todos estes também terão parte na Minha proteção como o Marcos tem, como os Videntes da Senhora tem.
Se amardes o Rosário, se vos deixardes formar, conduzir, guiar pela Mãe de Deus por meio do Rosário vós chegareis a uma iminente santidade, semelhante àquela à qual Eu cheguei pela virtude do Rosário da Mãe de Deus.
Não há... não há problema, não há mal do inferno, não há injustiça ou pecado do mundo, não há dificuldade ou sofrimento que seja mais forte que o Rosário da Mãe de Deus, onde está contida a Ave Maria, fundamento do Novo Testamento e início da Encarnação, onde está o Pai Nosso, Oração que brotou do Coração de Jesus e o Glória ao Pai, oração com a qual a virgem Maria concluiu o mais lindo, o mais belo louvor que uma criatura santa poderia elevar ao Seu Deus Criador. Nos 15 Mistérios do Rosário estão contidos os méritos de Cristo e da Virgem Maria, estão contidos a virtude da Cruz, do Sangue de Cristo, das Lágrimas e das Dores de Maria Santíssima e São José e os Seus merecimentos. Nos Mistérios do Rosário está a graça santificante do Espírito Santo e o Rosário é a realização de todos os Mistérios, de todas as Promessas que Deus revelou desde a origem do mundo aos Seus Santos e Profetas e ali naqueles Mistérios do Rosário tudo se cumpriu, tudo se cumpre, tudo se realiza, tudo foi realizaado e se realiza. E ainda hoje a partir dali, Deus segue realizando as maiores Obras de Graça e Misericórdia em favor dos Seus filhos no mundo inteiro!
Por isso, amai o Rosário, vivei Nele, com Ele e por Ele e vos digo: No Céu ao Meu lado chegareis certamente...
A todos neste momento, abençôo generosamente e especialmente a ti Marcos, que continuas a Obra que Eu comecei. Tu, que ao longo destes vinte anos lutaste ao máximo para incutir nos corações o amor ao Rosário da Santíssima Virgem Maria, mesmo antes de compreenderes toda a grandeza Dele, já o amaste. É grande portanto o Seu merecimento. Por isso, neste momento, ponho no teu pescoço um Rosário Místico e assim ficamos ligados Eu e tu, por toda a eternidade. A Paz!
(Grande Pausa)
A todos abençôo generosamente neste momento. Ide em Paz. Ficai em Paz.”
(Marcos): “Até breve.”
Domingos nasceu na Espanha, em Calaruega, perto de Burgos e da abadia de Silos, em 1170. Era filho de Félix de Guzman e de Joana de Aza, mulher que se distinguiu pela grande piedade.
A Domingos, o que o fez santo, foi a educação cristã que recebeu. Instruído primeiramente na piedade, pela bem-aventurada Joana, e depois pelo preceptor, deu-se ao estudo, com afinco, à oração, com calor, às leituras piedosas, com carinho, e às obras de caridade, com afã.
Por espírito de penitência privava-se dos divertimentos permitidos à idade. Assim, enquanto os jovens da cidade, em bandos ruidosos, buscavam o espairecimento, Domingos, recolhido, procurava a Deus.
Estudando nas escolas públicas, vigiavam, com a maior atenção, o coração e os sentidos. Sempre ocupado com as coisas de Deus, falava pouco e, quando a isto era levado, fazia-o com moderação. Conversar, conversava somente com pessoas virtuosas. Era, então, circunspecto e doce ao mesmo tempo.
Os exemplos da mãe inspiraram-lhe grande devoção a Nossa Senhora e um amor pelos pobres fora do comum. Pelos desprotegidos privava-se de tudo o que possuía. Desfazia-se de dinheiro, de livros, de roupas, para ajudar os infelizes. Destarte, aos vinte anos, já despertava, na cidade em que nasceu, a caridade dos condiscípulos e de todos os habitantes daquela Calaruega de 1190.
A todos os filhos, Joana propiciou sólida educação cristã, imprimindo-lhes o selo de Deus, tanto assim que os três filhos que teve se tornaram religiosos: Domingos seria aquele decantado Domingos que atravessaria os séculos; o mais velho professaria na ordem de São Tiago; e o caçula na ordem dos Irmãos Pregadores, fundada pelo grande irmão.
Joana de Aza, quando o trazia ainda em gestação, sonhou, certa feita, que carregava, no ventre, um cão em cuja boca se prendia, e bem preso entre os dentes, um archote de vivo fogo, fogo esse que se destinava a abrasar o mundo.
Que significava tão estranho sonho? Era um símbolo: na Idade Média, o cão designava os pregadores.
Também a madrinha de Domingos teve um presságio quanto à futura posição do afilhado: viu, uma vez, sobre a cabeça do menino, uma estrela, que dava a entender "que um dia o pequeno seria a luz das nações, e que havia de esclarecer os que jaziam nas trevas e à sombra da morte."
É a estrela que aparece nos quadros do Angélico.
Educado, pois, primeiramente pela mãe, Domingos, depois aos cuidados dum tio, que era arcipreste na vizinhança de Calaruega, aos catorze anos, foi enviado a Palência. Ali estudou com ardor, principalmente teologia, distinguindo-se pela vivacidade, amor ao trabalho e virtudes. A caridade, sobretudo, pairava acima das demais qualidades que o adornavam.
O rumor daquele mérito não tardou a chegar aos ouvidos do bispo de Osma. Assim apenas conheceu o jovem Domingos, agregou-o, sem hesitar, ao seu capítulo.
Depois do ano de 1194, terminados com sucesso os estudos, o predestinado jovem de Calaruega foi residir em Osma, onde se tornou um dos suportes da reforma introduzida pelo bispo.
Por nove anos, o Pai dos pregadores levou vida de claustro. Desta fase da vida de São Domingos nada sabemos, senão que foi para todos os que com ele privavam modelo de piedade e regularidade. Giordano da Saxônia, autor de Libellus de pincipiis ord. Praed., conta-nos que o Santo "vivia confinado ao mosteiro", donde saiu para, com Diego de Acebes, então bispo de Osma, cumprir uma nova missão delicada: pedir para o filho de Afonso IX de Castela, a mão duma princesa das Marcas.
Tudo correu maravilhosamente, e ambos tornaram à Espanha a dar conta do sucesso. O rei, satisfeito, fez com que os dois se incumbissem de trazer a princesa, de modo que o bispo e Domingos, de novo, demandaram as Marcas, para, muito tristemente, constatarem que a jovem que iria desposar o príncipe falecera repentinamente. Ao invés de buscar Castela, Diego enviou mensageiro a Afonso IX, para pô-lo ao par do acontecido, e, com Domingos, rumou para Roma.
O objetivo de Diego de Acebes, em Roma, era tratar com o Papa uma questão que, de há muito vinha acalentando: ver-se livre do bispado, porque queria dar-se todo inteiro à evangelização das tribos nômades e idólatras dos Cumanos, na região do Don e do Volga, desejo que o bom bispo não viu satisfeito, em vista das heresias que então devastavam a cristandade: Inocêncio III, simplesmente, recusara-se tratar do caso de Diego de Acebes, já que outros campos de ação se ofereciam ao zelo do bispo e do companheiro.
Em Languedoc, por exemplo, uma nova heresia surgira que devia ser combatida - a albigense.
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Apenas estabeleceu-se a religião cristã, surgiram-lhe no seio diversas heresias.
Os primeiros séculos da Igreja foram os que produziram maior número de sectários, a cuja frente se encontravam, quase sempre, bispos e arcebispos.
Naqueles tempos apareceram sucessivamente os gnósticos, que ensinavam que bastava a fé sem as boas obras, e cujos adeptos se arrogavam um conhecimento sublime da natureza e dos atributos divinos; os nicolaítas, que defendiam que as mulheres deviam ser comuns; os arianos, que negavam a consubstancialidade, ou seja, a igualdade de substância do Filho e do Pai na Trindade... (...)
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Do século XII para o século XIII, vivia tranquila e pacificamente entre o Garona e a margem esquerda do Ródano uma população composta de homens simples, sensatos e valorosos, que a história, mais tarde, designaria com o nome de albigenses, homens que, contaminando por pregações apaixonadas que ameaçavam a Igreja, tornaram-se heréticos, rejeitando a autoridade papal e não admitindo a maior parte dos sacramentos. Pelo ano de 1200, estes hereges de Albi, achavam-se espalhados por quase toda a Europa, mas em maior número e, pois, mais perigosamente, ao longo do curso inferior do Danúbio, no norte da Itália e ao sul da França.
A doutrina filosófica da seita calcava-se num velho princípio pagão: a existência de duas divindades, uma boa, que criara as almas, e outra má, que criara o mundo dos corpos. E, ensinando que os homens deviam resguardar-se de tudo aquilo que fosse corpóreo, acabavam os seus adeptos, a rejeitar o matrimônio, a vida de família, tudo aquilo, enfim, que julgavam fosse de encontro com a pura espiritualidade.
Destarte, os mais ardorosos, os mais zelosos, passavam, muitas vezes, a desejar a morte.
Tanto pela filosofia como pelo modus vivendi, tais hereges eram, pois, naturais inimigos da Igreja Católica.
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O Papa Lúcio III, alarmado com a consistência que tomavam os albigenses, os valdenses, restauradores do donatismo, e outras heresias, reuniu, em 1184, um grande concílio em Verona, do qual participou, espontaneamente, o imperador Frederico I.
Aquele concílio de Verona tomou as mais severas disposições contra os hereges: decretou que os condes, barões e outros senhores jurassem ajudar, e de mão armada, a Igreja, para descobrir e castigar os hereges, sob pena de serem excomungados e perder bens e direitos.
Os demais, que prometessem, também debaixo de juramento, denunciar ao bispo ou aos delegados, todas as pessoas que se suspeitasse viviam, na heresia ou formavam sociedade secretas.
A disciplina canônica, decretada pelo concílio de Verona daquele ano de 1184, faz crer que o estabelecimento da Inquisição datava daquela época.
O advento de Inocêncio III ao pontificado, em 1198, marcou a fase memorável da história da Inquisição. Este Papa, ao ver que a heresia dos albigenses triunfava das bulas apostólicas, insatisfeito com a maneira com que os bispos e delegados executavam as medidas decretadas pelo concílio de Verona, acabou por optar pela adoção de comissários que seriam encarregados de reparar o mal que os prelados não haviam extirpado. E, se não se atreveu, prontamente, a privá-lo da intervenção nos assuntos relativos aos hereges, achou meios de fazer com que a autoridade episcopal se tornasse quase nula.
Em 1203, Inocêncio III encarregou Pedro de Castelnau e a um Raul, ambos monges de Cister, de pregar contra os albigenses. Tais pregações tiveram êxito. Assim, pareceu ao Papa ser favorável o momento para introduzir na Igreja inquisidores dependentes dos bispos, que tivessem o direito de perseguir os hereges.
Diego de Acebes e Domingos de Gusmão, tornaram-se famosos perseguindo hereges com calorosíssimas pregações.
Em 1208, na França, sob o reinado de Filipe II e sob o pontificado de Inocêncio III, teve lugar o definitivo estabelecimento da Inquisição.
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Alguns meses antes da morte de Inocêncio III, São Domingos, cujo zelo em agir contra os hereges tornara-o estimadíssimo do Santo Padre, apresentou-se à corte romana com o fito de obter a autorização para fundar uma ordem destinada a pregar contra as heresias.
O Papa acolheu a ideia com grande satisfação, não escondendo a alegria que lhe ia na alma.
Dada a autorização, Domingos, imediatamente, pôs mão à obra: organizou o instituto e impôs-lhe a regra de Santo Agostinho, porque o concílio Lateranense de 1215 proibia novas Regras para ordens religiosas.
Em vista das novas Ordens, diz Joergensen que, numerosas haviam surgido em torno do ano de 1200, e para por fim à confusão que daí derivava, o concílio formalmente decretara que, no futuro, nenhuma ordem nova seria aprovada pela Igreja, e que nem quer que quisesse fundar uma nova orem, ou construir um novo convento, seria obrigado a aceitar uma das antigas Regras, já aprovadas.
E continua, falando de São Domingos:
Entre os primeiros fundadores atingidos por este decreto estava São Domingos. E, em nota ao seu Livro III, diz Joergensen:
Este fato bastaria para destruir a asserção do escritor dinamarquês Bierfreund, segundo o qual Domingos, ao contrário de Francisco, teria sido sempre o favorito do Papa e da corte romana, e dele teria sempre obtido os privilégios pedidos. E continua o texto:
Segundo Giordano da Saxônia, o Concílio de Latrão reconheceu tanto os frades dominicanos como os frades menores: mas nem uns nem outros puderam obter a aprovação pontifícia de sua Regra. O próprio Domingos, foi expressamente convidado a voltar para casa, e a deliberar com os seus frades sobre a escolha de uma regra a ase impor, entre as de ordens já existentes.
Como é sabido, os dominicanos escolheram a regra de Santo Agostinho; e Honório aprovou a escolha deles, declarando, de modo bastante explícito, que os dominicanos eram "uma ordem de cônegos segundo a Regra de Santo Agostinho".
Morto Inocêncio III, Honório III subiu ao trono imperecível de São Pedro.
Satisfeito com a conduta de Domingos e dos companheiros, o novo pontífice autorizou a propagação da ordem em toda a Cristandade, de modo que, em pouco tempo, a Espanha e a Itália sentiam os seus efeitos.
Os dominicanos, pois, associados com a Inquisição, foram apóstolos da cruzada contra os albigenses, que o conde de Tolosa, senhor deudal, protegia, conde que chegou ao extremo de, em 1208, assassinar o delegado da Santa Sé, Pedro de Castelnau.
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Um dos meios mais eficazes que São Domingos empregou para obter de Deus a conversão dos hereges, ao mesmo tempo, instruir os fiéis, foi a prática e a instituição do Santo Rosário, prática que consiste em se recitar quinze Pai-Nossos, e depois de cada Pai-Nosso, uma dezena de Ave-Marias, para honrar os quinze principais mistérios da vida de Jesus e de sua Santa Mãe. O terço é a sua terça parte. Rezá-lo bem é unir a oração do coração à oração vocal.
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Sixto V aprovou o antigo costume de recitar o Rosário. Gregório XIII instituiu a festa do Rosário. Clemente VIII introduziu-a no Martirológio. Clemente XI estendeu-a a toda a Igreja. Benedito XIII inseriu-a depois no Breviário Romano.
Leão XIII, na Encíclica Diuturni temporis, de 1891, falando sobre a festa do Rosário, diz:
Nós, em perene testemunho de nosso apreço por esta forma de piedade, além de havermos decretados que dita festa eu seu Ofício sejam celebrados em toda a Igreja, co rito duplo de segunda classe, também quisemos que o mês de outubro inteiro fosse consagrado a esta devoção. Enfim, prescrevemos que nas Ladainhas Lauretanas, se acrescentasse a invocação: "Rainha do sacratíssimo Rosário, como augúrio de vitória na presente luta".
O Papa Leão XIII, sobre o Rosário de Nossa Senhora, deixou-nos várias Encíclicas. Na sua Octobri Mense, entre outras coisas, sobre a excelência do Rosário, origem e glórias, escreve:
Ora, como quer que, entre as diversas formas e maneiras de honrar a divina Mãe, são de preferir aquelas que por si mesmas são julgadas mais excelentes e a ela mais agradáveis, apraz-nos expressamente apontar e vivamente recomendar o santo Rosário.
A este modo de orar doi dado, na linguagem comum, o nome de coroa, porque ela também recorda, num feliz enredo, os grandes mistérios de Jesus e de Maria: as suas alegrias, as suas dores e os seus triunfos.
Se os fiéis meditarem e contemplarem devotamente, na ordem devida, estes augustos mistérios, haurirão deles um admirável auxílio, quer em alimentar a sua fé e em preservá-la da ignorância e do contágio dos erros, quer em elevar e fortalecer o vigor do seu espírito. Com efeito, por esse modo o pensamento e a memória de quem reza são, à luz da fé, atraídos com suavíssimo ardor para esses mistérios. Neles concentrados e imersos, nunca se cansarão de admirar a obra inenarrável da Redenção humana, levada a efeito a tão caro preço e com uma sucessão de tão grandes acontecimentos. E, diante destas provas da divina caridade, a alma se inflamará de amor e de ingratidão, consolidará e aumentará a sua esperança, e avidamente visará à recompensa celeste, preparada por Cristo para aqueles que se Lhe houverem unido pela imitação dos seus exemplos e pela participação das suas dores.
E enquanto isso, com os lábios se pronunciam as orações ensinadas pelo próprio Cristo, pelo Arcanjo Gabriel e pela Igreja. Orações tão cheias de louvores e de salutares aspirações não poderão ser repetidas, sem produzirem sempre novos e suaves frutos de piedade.
Que, pois, a própria Rainha do Céu haja ligado a esta oração uma grande eficácia, demonstra-o o fato de haver ela sido instituída e propagada pelo ínclito São Domingos, por impulso e inspiração dela, em tempos especialmente tristes para a causa católica, e bem diferentes dos nossos, e instituída como um instrumento de guerra eficacíssimo para combater os inimigos da fé.
Com efeito, a seita herética dos albigenses, ora sorrateira, ora abertamente, invadira numerosas regiões, espantosa descendência dos maniqueus, repetia ela os monstruosos erros destes, e renovada as suas hostilidades, as suas violências e o seu ódio profundo contra a Igreja.
Contra essa turba tão perniciosa e arrogante, já agora pouco ou nada se podia contar com os auxílios humanos, quando o socorro manifestamente de Deus, por meio do Rosário de Maria.
Assim, graças à Virgem, gloriosa e debeladora de todas as heresias, as forças dos ímpios foram abatidas e quebradas, e a fé de muitíssimos ficou salva e intacta. E pode dizer-se que semelhantes fatos se verificaram no seio de todos os povos. Quantos perigos conjurados! Quantos benefícios alcançados! A história antiga e moderna aí está para o demonstrar com os mais luminosos testemunhos."
(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XIV, p. 94 à 114)
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São Domingos de Gusmão
1170-1221
Fundou a Ordem dos frades
Predicadores ou Dominicanos
"Irmãos Pregadores"
Domingos nasceu em 24 de junho de 1170, na pequena vila de Caleruega, na Velha Castela, atual Espanha. Pertencia a uma ilustre e nobre família, muito católica e rica: seus pais eram Félix de Gusmão e Joana d'Aza e seus irmãos, Antonio e Manes. O primeiro tornou-se sacerdote e morreu com odor de santidade. O segundo, junto com a mãe, foi beatificado pela Igreja.
Nesse berço exemplar, o pequeno Domingos trilhou o mesmo caminho de servir a Deus. Até mesmo o seu nome foi escolhido para homenagear são Domingos de Silos, porque sua mãe, antes de Domingos nascer, fez uma novena no santuário do santo abade. E, como conta a tradição, no sétimo dia ele lhe teria aparecido para anunciar que seu futuro filho seria um santo para a Igreja Católica.
Domingos dedicou-se aos estudos, tornando-se uma pessoa muito culta. Mas nunca deixou a caridade de lado. Em Calência, cidade onde se diplomou, surpreendeu a todos ao vender os objetos de seu quarto, inclusive os pergaminhos caros usados nos estudos, para ter um pequeno "fundo" e com ele alimentar os pobres e doentes.
Aos vinte e quatro anos, sentindo o chamado, recebeu a ordenação sacerdotal. Foi enviado para a diocese de Osma, onde se distinguiu pela competência e inteligência. Logo foi convidado para auxiliar o rei Afonso VII nos trabalhos diplomáticos do seu governo e também para representar a Santa Sé, em algumas de suas difíceis missões.
Durante a Idade Média, período em que viveu, havia a heresia dos albigenses, ou cátaros, surgida no sul da França. O papa Inocêncio III enviou-o para lá, junto com Diego de Aceber, seu companheiro, a fim de combater os católicos reencarnacionistas. Mas, devido à morte repentina desse caro amigo, Domingos teve de enfrentar a missão francesa sozinho. E o fez com muita eficiência, usando apenas o seu exemplo de vida e a pregação da verdadeira Palavra de Deus.
Em 1207, em Santa Maria de Prouille, Domingos fundou o primeiro mosteiro da Ordem Segunda, das monjas, destinado às jovens que, devido à carestia, estavam condenadas à vida do pecado. Os biógrafos narram que foi na igreja desse convento que Nossa Senhora apareceu para Domingos e disse-lhe para difundir a devoção do rosário, como princípio da conversão dos hereges e para a salvação dos fiéis. Por isso os dominicanos são tidos como os guardiões do rosário, cujo culto difundem no mundo cristão através dos tempos.
A santidade de Domingos ganhava cada vez mais fama, atraindo as pessoas que desejavam seguir o seu modelo de apostolado. Foi assim que surgiu o pequeno grupo chamado "Irmãos Pregadores", do qual fazia parte o seu irmão de sangue, o bem-aventurado Manes.
Em 1215, a partir dessa irmandade, Domingos decidiu fundar uma Ordem, oferecendo uma nova proposta de evangelização cristã e vida apostólica. Ela foi apresentada ao papa Inocêncio III, que, no mesmo ano, durante o IV Concílio de Latrão, concedeu a primeira aprovação. No ano seguinte, seu sucessor, o papa Honório III, emitiu a aprovação definitiva, dando-lhe o nome de Ordem dos Frades Predicadores, ou Dominicanos. Eles passaram a ser conhecidos como homens sábios, pobres e austeros, tendo como características essenciais a ciência, a piedade e a pregação.
Em 1217, para atrair a juventude acadêmica para dentro do clero, o fundador determinou que as Casas da Ordem fossem criadas nas principais cidades universitárias da Europa, que na época eram Bolonha e Paris. Ele se fixou na de Bolonha, na Itália, onde se dedicou ao esplêndido desenvolvimento da sua obra, presidindo, entre 1220 e 1221 os dois primeiros capítulos gerais, destinados à redação final da "carta magna" da Ordem.
No dia 8 de agosto de 1221, com apenas cinqüenta e um anos de idade, ele morreu. Foi canonizado pelo papa Gregório IX, que lhe dedicava especial estima e amizade, em 1234. São Domingos de Gusmão foi sepultado na catedral de Bolonha e é venerado, no dia de sua morte, como Padroeiro Perpétuo e Defensor dessa cidade.
São Domingos de Gusmão nasceu em Caleruega, em Castela, a Velha (Espanha), em 24 de junho de 1170. Seus pais, de ilustre nascimento, foram Félix de Gusmão e Joana de Aza, que deram origem a uma família de santos. Além de Domingos, os dois outros filhos do casal morreram em odor de santidade. O primeiro foi Antônio de Gusmão, sacerdote que, distribuindo todos seus bens aos pobres, retirou-se a um hospital para servir Nosso Senhor Jesus Cristo em seus membros sofredores. Manes, o segundo, entrou depois para a Ordem dominicana, tornando-se grande pregador e exemplar religioso. Foi beatificado, juntamente com sua mãe, por Gregório XVI. Não admira que, numa tal família, o menino Domingos se sentisse atraído para a virtude desde o berço. Conta a tradição que, antes de ele nascer, sua mãe fez uma novena no santuário de São Domingos de Silos, e que no sétimo dia, o santo abade apareceu-lhe rodeado de glória, para anunciar-lhe que o filho que trazia no ventre seria a luz do mundo e a consolação de toda a Igreja. Pouco depois ela viu em sonhos que dava à luz um pequeno que tinha uma tocha na boca e com ela começou a incendiar o mundo.
Diz-se que o pequeno Domingos, tão sério e maduro, era já dotado da sabedoria dos anciãos. Ele foi sempre modesto, recolhido, humilde, devoto, temperante e obediente. Aos sete anos foi aprender as primeiras letras com seu tio, arcipreste em Gumiel d’Yzan, e aos catorze ingressou na universidade de Castela, em Palência. Durante 10 anos brilhou nos bancos escolares e deu exemplo de virtude.
“As verdades que compreendia graças à facilidade de seu espírito — diz seu primeiro biógrafo — regava-as com o orvalho dos afetos piedosos, a fim de que germinassem os frutos da salvação. Sua memória se enchia, como um silo, da abundância das riquezas divinas, e suas ações exprimiam no exterior o tesouro sagrado que enchia seu peito”.(1) Os pobres, órfãos e viúvas encontravam nele um amparo e auxílio. Os sacerdotes que tinham dificuldades sobre a teologia, casos de consciência ou dúvida sobre pontos da Escritura acorriam às suas luzes. Nessa época ele dava lições públicas de Sagrada Escritura na Universidade de Palência.
O bispo de Osma, tendo conseguido reformar sua diocese, induziu os cônegos da catedral a viverem em comunidade, observando a regra de Santo Agostinho. Obteve que Domingos fosse para aquela cidade e vestisse o hábito de cônego regular. Pouco depois ele foi nomeado vice-prior dos cônegos, que era o mais alto posto, visto que o de prior o bispo acumulava com seu cargo episcopal. Domingos passou nove anos numa vida de contemplação e de união com Deus como cônego regular, dificilmente ultrapassando os limites da casa canonical. Entretanto, ele estremecia ao saber que tantos se perdiam por falta de pregadores e implorava a Nosso Senhor Jesus Cristo que lhe proporcionasse um meio de consagrar-se por inteiro à salvação das almas. Eis que ele é ouvido inopinadamente. “Tinha já trinta e três anos. Sua formação física, intelectual e moral estava terminada. Sem dar-se conta, Deus tinha ido temperando sua natureza heróica com um caráter essencialmente combativo. Tem uma ampla educação eclesiástica e universitária; a cátedra deu solidez a seus conhecimentos; a vida regular do cabido o iniciou nas vias da perfeição religiosa, e seu cargo à frente dos cônegos abriu-lhe as perspectivas da administração temporal e do regime das almas”.(2) Estava ele pronto para a grande odisséia espiritual de sua vida.
Heresia albigense incentivou seu zelo apostólico Nossa Senhora guia São Domingos à vitória contra os albigenses . No ano 1203 o Rei de Castela, Afonso VIII, pediu ao novo bispo de Osma, D. Diego de Acevedo, que fosse à corte da Dinamarca para negociar o casamento de um dos filhos do rei com uma princesa daquela terra, cuja formosura tinha sido celebrada na corte pelos trovadores. Com ele iria Domingos de Gusmão. Era um longo caminho. Tinham que atravessar os Pireneus e entrar no sul da França. Passaram por Toulouse, que era a capital dos hereges cátaros, uma seita maniqueísta que estava fazendo muitos prosélitos, inclusive atraindo os condes de Toulouse. A vista dessa região devastada pela heresia impressionou sensivelmente os dois viajantes. Como diz um dos biógrafos de Domingos, ele sentia o cheiro dos inimigos da Fé, como Santa Catarina de Siena sentia o dos pecadores. Foi aí que Domingos deu-se conta da necessidade de uma congregação de pregadores apostólicos para se opor às heresias.
Continuaram sua viagem, mas foi esta do ponto de vista humano infrutífera, pois a princesa de quem iam pedir a mão falecera pouco antes. Os dois apóstolos ouviram falar então de umas tribos selvagens na Alemanha, que até então ninguém tinha conseguido evangelizar. Tomaram a resolução de ir a Roma pedir ao Sumo Pontífice permissão para ir evangelizar aqueles povos, o que incluía a resignação de D. Acevedo ao episcopado. Mas Inocêncio III, que conhecia os méritos do bispo, e que julgava muito mais importante para a Igreja, no momento, combater a seita dos cátaros, não aceitou a resignação e apenas permitiu ao bispo que dedicasse dois anos à conversão dos cátaros antes de voltar à sua diocese.
Juntaram-se eles a alguns monges de Cister, que já estavam pregando entre os hereges, e se entregaram à difícil tarefa de reconduzir a Deus almas extraviadas pela perniciosa heresia.
Durante a pregação, estupendos milagres
Muitos milagres marcaram a evangelização de São Domingos de Gusmão entre os cátaros. Um dos mais famosos ocorreu em Fangeux, na diocese de Carcassona. Os líderes cátaros apareceram em grande número, trazendo o livro que continha todas suas heresias. São Domingos levava um caderno no qual havia refutado a maioria desses erros. Como não chegavam a nenhum acordo, decidiram apelar para a prova do fogo. O escrito que permanecesse incólume numa fogueira seria o verdadeiro. Fizeram uma grande fogueira e nela jogaram o livro dos cátaros. Pouco depois estava este reduzido a cinzas. Lançaram então ao fogo o escrito de Domingos. Este voou ao ar sem se queimar e foi pousar numa viga do teto, onde deixou uma marca de fogo. Por três vezes os hereges repetiram o ato, com o mesmo resultado. Mas nem mesmo esse milagre converteu aqueles corações empedernidos.
Santo Rosário: antídoto eficaz contra a heresia
várias donzelas que seus pais não podiam sustentar, por causa da carestia que assolava a região, e reuniu-as no primeiro mosteiro dominicano da Ordem Segunda, a das monjas. Narram alguns dos biógrafos do Santo que foi na capela desse convento que Nossa Senhora apareceu a São Domingos e lhe disse que, “como a saudação angélica tinha sido o princípio da redenção do mundo, era necessário também que essa saudação fosse o princípio da conversão dos hereges; que assim, pregando o Rosário que contém cento e cinqüenta Ave Marias, ele veria um sucesso maravilhoso em seus trabalhos e os mais empedernidos sectários se converterem aos milhares”.(3)
A santidade de Domingos, seu rigoroso ascetismo, seu zelo inflamado, sua inalterável doçura, sua convincente eloqüência, começaram a produzir frutos esplêndidos. Muitas conversões se operaram, e em torno dele foi se juntando um grupo de jovens para receber sua direção e imitar seu exemplo. Esse foi o núcleo inicial do que seria depois a Ordem dos Predicadores ou Dominicanos.
São Domingos tinha 45 anos, em 1215, quando reuniu os seis primeiros discípulos em uma casa de Toulouse e lhes deu o hábito branco com a capa e capuz de lã negra dos cônegos regulares de Osma, que ele continuava vestindo. Entre estes seis primeiros estava seu irmão, o Beato Manes. Deviam formar eles um corpo de homens sábios, pobres e austeros, sendo que a ciência e a piedade deveriam ser os traços essenciais desses cavaleiros de Cristo. O trabalho manual ficava suprimido, o estudo prolongado, a oração litúrgica diminuída e os exercícios de penitência subordinados às exigências da pregação. São Domingos queria que seus discípulos fundassem casas nas principais cidades universitárias da Europa, a fim de atrair a juventude acadêmica para suas fileiras.
Inocêncio III concedeu sua primeira aprovação à Ordem nascente em 1215 e propôs no Concílio de Latrão, a todas as igrejas, aquele programa de renovação cristã e vida apostólica. Seu sucessor, Honório III, foi um protetor e amigo de Domingos e seus discípulos.
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Numa das viagens de Domingos a Roma, encontrou-se por acaso com Francisco de Assis, que para lá tinha ido a fim de obter a aprovação de sua obra. Sem se conhecerem anteriormente, eles dirigiram-se um ao outro e abraçaram-se, enquanto dizia Domingos: “Somos companheiros e criados de um mesmo Senhor; os mesmos negócios tratamos; os mesmos são nossos intentos; caminhemos como se fôssemos um só, e não haverá força infernal que nos desbarate”.
São Domingos de Gusmão faleceu aos 51 anos de idade, em 1221, e foi canonizado por Gregório IX em 1234. Notas: