terça-feira, 30 de abril de 2024

30 de Abril - São Pio V



São Pio V, Papa
Pontificado: 1565 a 1572

Antonio nasceu na cidade de Bosco (hoje Bosco Marengo, Província de Alessandria), no Ducado de Milão, em 17 de janeiro de 1504, de uma nobre família. Aos quatorze anos de idade, entrou para a Ordem dos Pregadores (Dominicanos), emVoghera, na qual tomou o nome de Michele1(Miguel). De Voghera passou a Vigevano (em 1519, onde professou os votos solenes), e desta para Bolonha (onde completou os estudos na Universidade de Bolonha). Nos anos de preparação para o sacerdócio, junto com uma sólida formação teológica, facilitada por uma vívida inteligência, manifestou aquela austeridade de vida que lhe mereceria no futuro tanta estima. Em 1528, foi ordenado presbítero em Gênova e, de lá, foi mandado para Pavia, onde ficaria por dezesseis anos. Depois foi para Parma, onde escreveu trinta teses em defesa da Cátedra de Pedro e contra as heresias de seu tempo. Como reitor de vários conventos dominicanos, caracterizou-se pela rígida disciplina e, a seu expresso pedido, recebeu a nomeação a inquisidor na cidade de Como.

Voltando a Roma, no ano de 1550, ainda como inquisidor, foi eleito comissário geral da Inquisição Romana. Sob Paulo IV, tornou-se (1556) Bispo de Sutri e Nepi2. No consistório de 15 de março de 1557, foi criado Cardeal padre, com o título de Santa Maria Sopra Minerva. Por fim, foi nomeado Inquisidor-mor em 1558. Muitas cidades e regiões inteiras lhe devem por terem ficado livres da peste de heresia. Em 1560, tornou-se Bispo de Mondovì, no Piemonte.

Com a morte de Pio IV, foi inesperadamente eleito o 225º Papa da Igreja Católica, no conclave ocorrido de 20 de dezembro de 1565 a 7 de Janeiro de 1566. Foi coroado dez dias depois, em seu aniversário de 62 anos. Seu pontificado durou seis anos e três meses. A sua eleição fez tremer a Cúria Romana: nada de comemorações e baquetes suntuosos para solenizar o evento, pois Pio V tinha um caráter rígido e intransigente. Continuo a usar o hábito dominicano, de cor branca, costume papal que perdura até os dias de hoje.

Como Papa, desenvolveu Pio V uma atividade admirável, para o bem da Igreja de Deus sobre a terra. Aplicou energicamente as decisões do Concílio de Trento (1545-1563), restabelecendo a moral e a ascese espiritual, e combateu fortemente a Reforma Protestante. Foi um pontificado dos mais abençoados. Exemplaríssimo na vida particular, ardente de zelo pela glória de Deus e a salvação das almas, possuía Pio V as qualidades necessárias de um grande reformador. É impossível resumir em poucas linhas o que este grande Papa fez pela defesa da verdadeira fé, pela exterminação das heresias e pela reforma dos bons costumes na Igreja toda.

Mostrou-se incansável em restabelecer a disciplina eclesiástica, em defender os direitos da Santa Sé, em remover escândalos, erros e heresias, e, em particular a causa dos oprimidos e necessitados. Não há virtude que este grande Papa não tenha exercitado. Todos os dias, celebrava a Santa Missa, com o maior recolhimento.

Cumpridor consciencioso do dever, não se fiava na palavra de outros, quando se tratava do governo de Igreja ou da disciplina. Ele mesmo, em pessoa, se informava, queria ver, ouvir para depois formar opinião própria e resolver os casos em questão.

Usava de máximo rigor contra a imoralidade pública. Fez leis severas contra o jogo e proibiu as touradas (bula De salutis gregis dominici) como contrárias à piedade cristã. Puniu a mendicância, proibiu o carnaval, expulsando de Roma as prostitutas - que ele determinou que devessem ser enterradas não no cemitério, mas no esterquilínio. Condenou os devassos e os profanadores dos dias santos. Para os blasfemadores estavam previstas penas pecuniárias e corporais. Defendeu estrenuamente o vínculo matrimonial, infligindo penas severas aos adúlteros.

Durante a carestia de 1566 (quando se distinguiu particularmente a associação dos Fatebenefratelli, que ele mesmo elevou a Ordem religiosa em 1572) e as epidemias que lhe seguiram, Pio V fez distribuir consideráveis quantias de dinheiro aos necessitados e organizou os serviços sanitários. Para conseguir o dinheiro necessário suprimiu toda despesa supérflua e levou o esquecimento de si próprio ao ponto de mandar adaptar a seu tamanho as vestes de seus predecessores.

Em 1566, atendendo à decisão do Concílio de Trento, publicou o Catecismo Romano “ad parochos”, obra importantíssima da doutrina católica, compilada pelo Cardeal Carlos Borromeu e redigida em bom latim por Aldo Manuzio. Deve-lhe a Igreja também a organização oficial e definitiva do Breviário (1568) e do Missal Romanos (1570), através da bula Quo Primum Tempore, com a qual instituiu a Missa tridentina. A bula teve por finalidade unificar a Reapresentação do Sacrifício da Cruz e impedir abusos e deturpações no culto sagrado. Em 1571, para reforçar os instrumentos da Reforma Católica, crio a Congregação do Índice, para o exame dos livros contrários à Fé Católica, fortaleceu a Inquisição Romana – deu-lhe novo impulso, condenando a morte, por heresia, Pietro Carnesecchi3, e Aonio Paleario4 – e reorganizou a Penitenciária Apostólica.

Em Roma, mandou que Daniele da Volterra, discípulo de Michelangelo, recobrisse com roupas a nudez pintada no teto da Capela Sistina. Reduziu substancialmente os gastos da Sé de Roma e ordenou o ensino da Teologia tomista nas universidades. Ordenou a residência compulsória para os clérigos e regulou os hospícios (instituição católica) e defendeu a importância dos cerimoniais.

Intransigente também foi a sua política externa, fundada essencialmente na defesa do Catolicismo contra a heresia. Por isso, enviou à Alemanha o Legado Gian Francesco Commendone, para impedir que o Imperador Maximiliano II se subtraísse à jurisdição da Santa Sé; enviou milícias próprias à Francia para combater os Ugonotes, tolerador por Caterina de’ Medici em prejuízo da religião católica; exortou Filipe II, rei da Espanha, a reprimir o fanatismo dosanabatistas nos Países Baixos; encarregou São Pedro Canisio de confutar as Centúrias de Magdeburg: primeira história tendenciosa sobre a Igreja Católica escrita pelos protestantes. Para preservar os legítimos direitos de Maria Stuart de Escócia, excomungou5 e determinou a destronização da herética Isabel da Inglaterra - filha ilegítima de Henrique VIII e de sua amante Ana Bolena - a qual causou muitos sofrimentos e perseguições aos católicos ingleses. A Companhia de Jesus, cuja fundação é sua contemporânea, achou em Pio V um grande protetor.

Em 1566, promoveu a construção do convento dominicano de Santa Croce e Ognissanti, em sua cidade natal, que, em suas intenções, poderia constituir o centro de uma cidade de nova fundação, e também a sua sepultura.

Em 1567, fundou em Pavia uma instituição de caridade para estudantes merecedores, o Collegio Ghislieri, que até hoje acolhe, através de um concurso público, alguns entre os melhores estudantes da Universidade de Pavia.

Em abril de 1577, declarou Santo Tomás de Aquino Doutor da Igreja. Em 1568 concedeu o mesmo título a quatro padres da Igreja de Oriente: Santo Atanásio, São Basílio Magno, São João Crisóstomo e São Gregório Nazianzeno. Em 1570, havia mandado publicar uma edição completa das obras do Santo.

Favoreceu a música nomeando Giovanni Pierluigi da Palestrin, como Maestro da capela pontifícia. Favoreceu também as missões enviando religiosos às “Índias orientais e ocidentais”.

Entre as Bulas papais, a In coena Domini6 (1568) tem um papel fundamental, pois reafirma a legitimidade e supremacia da Igreja Católica e da Cabeça Visível do Corpo Místico, o Santo Padre. Entre as demais, aquelas que mais contribuem para definir a linha de conduta de seu pontificado – inspirado na férrea e intransigente defesa da Igreja Católica contra todos os inimigos – estão: a proibição de mendigar (fevereiro de 1567 e janeiro de 1570); a condenação de Michele Baio7 (1º de outubro de 1567); a denúncia do dirum nefas "o execrável vício libidinoso" (agosto de 1568); a confirmação dos privilégios à Sociedade dos Cruzados para a proteção da Inquisição (outubro de 1570); a proibição de discussão sobre o milagre da Imaculada Conceição (novembro de 1570); a supressão dosFratres Humiliati8, acusados de depravação9 (7 fevereiro de 1571); a aprovação do novo ofício da Virgem Maria (março de 1571).


Através da bula Hebraeorum gens (26 de fevereiro de 1569), fechou guetos hebraicos no Estado Pontifício (menos em Roma e em Ancona) e nos domínios eclesiásticos transalpinos (menos em Avinhão), para subtrair os Cristãos da usura dos hebreus. Para este fim, também favoreceu os Montepios.

Em sua época, os turcos ameaçavam não só a Igreja, como à Europa toda, pois o soberano deles jurara exterminar a religião cristã. Pio V envidou todos os esforços, fez valer toda sua influência junto aos príncipes Cristãos para conjurar essa desgraça iminente, criando a Santa Liga10. Para obter de Deus que abençoasse as armas cristãs, ordenou que se fizessem, em toda a parte da Cristandade, preces públicas, particularmente o terço, procissões, penitência. Paralelamente, em 1570, os otomanos, de notável poderio militar, apoderaram-se do Santo Sepulcro, em Jerusalém, e não permitiam a visita dos Cristãos. O próprio Papa tomou parte nesses exercícios extraordinários, impostos pela extrema necessidade. Organizou uma Cruzada, cujo comando entregou a Dom João da Áustria, que era irmão de Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano. Na batalha naval no Golfo de Lepanto(1571), a armada turca, com poderio militar que ultrapassava o dobro dos navios dos cruzados, avançou ferozmente para vencer os Cristãos. Os chefes cruzados, então, ajoelharam-se e suplicaram a intercessão de Nossa Senhora, e foram inspirados pelo Espírito Santo a rezar o Terço como única forma de enfrentar e vencer o inimigo, e assim o fizeram. O êxito foi glorioso. A vitória dos Cristãos em Lepanto foi completa. As festas de Nossa Senhora da Vitória e do SS. Rosário perpetuam até hoje a memória daquele célebre fato. No momento em que a batalha se decidia a favor dos Cristãos, teve o Papa, por revelação divina, conhecimento da vitória e imediatamente convidou as pessoas presentes a dar graças a Deus. Era seu plano organizar uma nova campanha contra os turcos, mas uma doença dolorosa não lhe permitiu executá-la.


A doença era o prenúncio da morte, para a qual Pio se preparou com o maior cuidado. Quando as dores (causadas por cálculos renais) chegavam ao auge, exclamava o doente: “Senhor, aumentai a dor e dai-me paciência!”. Mandou que lessem para ele trechos da Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor, e continuamente se confortava com a citação de versos bíblicos e jaculatórias, até que a morte lhe pôs termo à vida, tão rica em trabalhos, sofrimentos e glórias. Antes, porém, havia instituído, como agradecimento pela vitória em Lepanto, a festa de Nossa Senhora das Vitórias11.


Tinha uma terníssima devoção a Jesus Crucificado e costumava fazer suas orações diante de uma imagem cujos pés beijava inúmeras vezes. Certa vez que se ia beijá-los, conforme o costume, a imagem retirou-se, salvando-o de morte certa, pois uma pessoa má tinha cobertos os pés de um pó levíssimo e venenoso.

Numa quinta-feira Santa, quando realizava a cerimônia do “Mandatum”, entre os doze pobres havia um cujos pés apresentavam uma úlcera asquerosa. Pio, reprimindo uma natural repugnância, beijou a ferida com muita ternura. Um fidalgo inglês, que viu este ato, ficou tão comovido, que, no mesmo instante, se converteu à Fé Católica.

São Pio era tão amigo da oração que os muçulmanos afirmaram ter mais medo da oração do Papa do que dos exércitos de todos os príncipes unidos. À oração unia rigor contra si mesmo: a vida era-lhe de penitência contínua; comia carne apenas três vezes por semana, ainda assim em quantidade diminutíssima.

Mostrava grande amor aos pobres e doentes. Entre os pobres, gozavam de preferência os neófitos, pouco se lembrando de seus parentes, pois era uma ferrenho opositor do nepotismo12. Quando, em certa ocasião, alguém lhe lembrou de ajudar mais a seus parentes, Pio respondeu: “Deus fez-me Papa para cuidar da Igreja e não de meus parentes”13.

Seguindo o exemplo do divino Mestre, perdoava de boa vontade aos inimigos e ofensores. Nunca se lhe ouviu da boca uma palavra áspera.

Pio empregava bem o tempo. Era amigo do trabalho e todo o tempo que sobrava da oração, pertencia às ocupações do alto cargo. Alguém lhe aconselhara que poupasse mais a saúde e descansasse mais. Pio respondeu-lhe: “Deus deu-me este cargo, não para que vivesse segundo a minha comodidade, mas para que trabalhasse para o bem dos meus súditos. Quem é governador da Igreja, deve atender mais às exigências da consciência que às do corpo”.

Pio V morreu na noite de 1º de maio de 1572, com 68 anos de idade, depois de dizer aos cardeais que o rodeavam em seu leito de morte: “Vos recomendo a Santa Igreja que tanto amei! Procurai de eleger um sucessor zeloso, que busque apenas a glória do Senhor, que não tenha outros interesses aqui na terra que a honra da Sé Apostólica e o bem da Cristandade”. 


Beatificado a 27 de Abril de 1672, foi proclamado santo a 22 de Maio de 1712, pelo Papa Clemente XI. Seus restos descansam na Igreja de Santa Maria Maggiore. A sua festa litúrgica é hoje.

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DEFESA DAS APARIÇÕES DE JACAREI

DEFESA ÀS APARIÇÕES DE JACAREÍ


(FEITA POR UM PEREGRINO, AO CONTEMPLAR UM VÍDEO FALANDO MAL DAS MESMAS CITADAS ACIMA, E SOBRE A CARTINHA DO BISPO DA ÉPOCA, ALEGANDO QUE AS APARIÇÕES NÃO ERAM VERDADEIRAS)


NÃO SEI QUEM FEZ MAS PRA MIM ESSA PESSOA MERECIA UMA MEDALHA DE HONRA DE NOSSA SENHORA POR ESTA BELA DEFESA

"Quando você diz que devemos dar ouvidos ao que os padres dizem a respeito das aparições de Jacareí, corre em um ledo engano, pois, a “opinião pessoal” deles é que não pode ser elevado ao nível de “dogma de fé”. As cartas de Dom Nelson são muito citadas pelos que latem que estas Sagradas Aparições são falsas. Portanto, mister se faz alguns esclarecimentos. Há duas cartas oficiais onde este indigitado bispo trata da matéria “aparições”. Uma primeira, publicada em 1996, enquanto o mesmo ainda era bispo de São José dos Campos (diocese a qual pertence Jacareí). Nesta, não há menção alguma ao nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, muito menos, excomunhão, há somente algumas orientações pastorais. A segunda, publicada em 2007 e republicada em 2011, realmente traz explicitamente o nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, porém, nesta, a palavra “excomunhão” é sequer mencionada.

Ainda há um probleminha com esta segunda carta. O dito bispo (certamente pela providência de Nossa Senhora) foi transferido para a diocese de Santo André/SP em 2003, e, observem, a segunda carta publicada por ele ocorreu no ano de 2007, quando já havia deixado de ter jurisdição eclesiástica sobre a cidade de Jacareí. Portanto, o mesmo, ao editar esta carta, violou a jurisdição eclesiástica conferida a ele pela Igreja, e, ainda, violentou gravemente a autoridade de Dom Moacir, então, bispo da Diocese de São José dos Campos, que, se quisesse, poderia ter criado o maior caso com isso, pois Dom Nelson desrespeitou frontalmente e atropelou sua autoridade eclesiástica, uma verdadeira afronta. Então eu lhes pergunto, vocês ainda vão dar credibilidade a um documento irregular e eivado de vícios como esse?

Vale lembrar, que não é obrigatório seguir estas cartas circulares dos bispos. Não há heresia nem cisma nisso. Um católico somente pode ser acusado de cismático ou herege se atentar contra os Dogmas de Fé. Que eu saiba, carta circular de bispo não é Dogma de Fé. Como a primeira carta de Dom Nelson não condena as Aparições de Jacareí, e a segunda está irregular, pode-se dizer que não pesa condenação oficial e regular da Igreja sobre estas Santas Aparições. Além do mais, até o presente momento, Dom José Valmor, que atualmente tem jurisdição eclesiástica sobre Jacareí, não fez pronunciamento oficial sobre as mesmas. Documento oficial onde o Profeta Marcos foi excomungado, também é inexistente, portanto, qualquer informação que diga o contrário é fruto de pura “fofoca”.

Ressalto que em Jacareí, realmente, não damos tanta importância aos documentos do Vaticano. O que nós realmente valorizamos é a doutrina que nos foi transmitida pelos santos, como Santo Afonso, São Luiz, Santa Teresa, São João da Cruz, etc... Outro adendo que gostaria de acrescentar, diz respeito ao fato da obrigatoriedade ou não das Sagradas Mensagens Celestiais. A orientação predominante entre os teólogos católicos, de que não é obrigatório seguir as Aparições de Nossa Senhora, se funda em meras opiniões pessoais de alguns clérigos a respeito do assunto. Esta orientação não tem o caráter da infalibilidade papal e muito menos é um Dogma de Fé. Realmente, o catecismo atual traz algo nesse sentido, mas vale lembrar que o mesmo não recebeu o caráter da infalibilidade pelo Concílio Vaticano II. Bem ao contrário do Santo Catecismo do Concílio de Trento. Este sim, recebeu o caráter de infalível. Ocorre que nossa amada Igreja há muito se transviou de uma tradição bíblica milenar, através da qual o “Deus dos Exércitos” sempre manifestou sua vontade ao povo de Israel por meio de suas aparições aos profetas (mesmo fenômeno que ocorre com o, também, profeta Marcos Tadeu, pois os fenômenos miraculosos e de aparições que ocorrem naquele Santuário, são da mesma espécie dos verificados na Sagrada Bíblia).

Ora, nos tempos bíblicos não era através dos fariseus, saduceus, príncipes e doutores da lei (a Igreja oficial da época) que Deus dava as suas diretrizes ao povo eleito, mas sim, através dos profetas, em outras palavras, dos videntes. Nos primórdios do cristianismo, também ocorria assim, pois, a própria origem da nossa amada Igreja se funda nas “aparições” de Jesus aos apóstolos e discípulos. Então, por que esta tradição bíblica foi quebra? Será que é porque as aparições aos profetas cessaram? Errado, pois nos últimos 100 anos ocorreram mais de 1000 aparições de Nossa Senhora, dos santos e anjos, e até de Deus.
A pergunta correta é, por que o clero tenta abafar isso, pois grande parte, senão todas, destas aparições também foram acompanhadas de sinais miraculosos, como, curas inexplicáveis pela ciência, sinais na natureza, etc... Se Deus usava deste expediente nos tempos bíblicos, certamente deveria continuar a usá-lo nos tempos do catolicismo, pois uma grande verdade que a Teologia professa é que Deus é imutável. Não citarei as passagens bíblicas onde Deus manifesta sua vontade através dos videntes/profetas, pois se assim fizesse, teria que citar a Bíblia inteira, pois a própria formação e ensinamentos nela transmitidos se dão por este meio. Gostaria apenas de citar um pequeno exemplo de qual atitude deveremos tomar frente às Aparições de Jacareí, tomando por base a Bíblia. Saulo, quando se dirigia à cidade de Damasco e Jesus lhe “aparece” exclama: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 9, 6). Naquela ocasião, Jesus disse a ele para procurar os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! O ordenou que entrasse na cidade de Damasco e ali lhe seria dito o que deveria fazer. Beleza. E quem Deus enviou para Saulo? Os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! Mas Ananias, um vidente. Como eu sei que Ananias era um vidente? As Sagradas Escrituras nos contam que foi uma aparição de Jesus que disse para ele ir procurar Saulo. É só conferir At 9, 10-16ss.

Outro exemplo foi Judas Iscariotes; este preferiu errar com a Igreja oficial da época (lembra né, fariseus e saduceus) que acertar sem ela. Bom... Errou mesmo! E segundo alguns santos místicos, como Maria de Ágreda, sua alma se encontra no inferno. Assim, a posição teológica defendida pela maioria dos teólogos atuais, de que as aparições não são obrigatórias, falando em termos de estudo teológico da atualidade, é perfeitamente passível de questionamento, e, inclusive, daria uma boa tese de doutoramento. É um posicionamento que pode ser mudado. Não é Dogma de Fé. Gostaria de finalizar este ponto dizendo o seguinte. Jesus tolerou para sempre aquela Igreja oficial da época (o judaísmo) que rejeitou o projeto que suas aparições aos Apóstolos (que também eram videntes) propunha? Claro que não!!! Por causa disso, Deus se retirou do meio daquela Igreja e passou a habitar no meio dos seus videntes, os apóstolos e discípulos, e, assim, surgiu a nossa amada Igreja Católica (Mt 21, 39-45).

Não é objetivo do Profeta Marcos Tadeu, nem de sua Ordem e muito menos de nós, a Milícia da Paz (formada por todos os fiéis seguidores daquele Santuário) provocar um cisma na Igreja. Nós apenas denunciamos os erros (prerrogativa esta, conferida aos leigos pelo próprio Concílio Vaticano II), lutamos para que a devoção a Nossa Senhora, aos santos e anjos seja colocada em seu devido lugar, e que as suas mensagens, e as dos demais santos, e até as de Deus, seja acolhida como nos tempos Bíblicos, pois acreditamos que se isto não for feito, irá se abater gigantescos cataclismos sobre a Terra, de uma tal magnitude que nunca houve, nem jamais haverá. Acreditamos que esta “palavra de Deus” transmitida nas aparições é o caminho e a única forma de salvar o mundo, e qualquer obra, ou pessoa, que ensine ou faça diferente do que elas dizem, é desprezada por nós. O motivo para isto é muito simples. Desde tempos remotos, as Aparições de Nossa Senhora (inclusive as não aprovadas pela Igreja) vêm dizendo o que aconteceria ao mundo se esta “palavra de Deus” não fosse obedecida. Resultado, tudo o que elas disseram, em um passado remoto, está se cumprindo na atualidade. Então, não há outra conclusão a se fazer, a não ser admitir que elas eram verdadeiras, e que o clero errou. Aliás, o histórico de erro do clero é algo realmente interessante. Basta citar a condenação que pesou durante 20 anos sobre as Santas Aparições de Jesus Misericordioso à Santa Faustina, e não foi por um “bispozinho” qualquer. Foi pelo próprio papa da época. Se não fosse a atuação do então Cardeal Karol Józef Wojtyła, futuro Papa João Paulo II, estas aparições estariam condenadas até os tempos atuais, e, certamente, você seria um grande opositor delas, não é? Infelizmente, como atualmente o número de Cardeais, e clérigos em geral, com este nível de espiritualidade é praticamente nulo... tadinha das aparições... snif. Praticamente nenhum deles entende de Teologia Mística, o estudo apropriado para se avaliar as aparições e estudá-las.

Além do mais, as aparições de La Salette, Lourdes e Fátima, para quem conhece mais a fundo sua história, verá que elas na verdade não foram aceitas pelo clero. Muito pelo contrário, este as combateu com todas as suas forças. Na realidade, o que ocorreu, é que os fiéis praticamente as fizeram descer goela abaixo na garganta do clero, de tal modo, que eles não tiveram outra opção a não ser aprová-las. E, mesmo nestas que foram aprovadas, o estrago que o clero fez é algo incomensurável. Não as divulgou como deveria; se o corpo incorrupto de Santa Bernadete estivesse no Santuário de Lourdes iria converter milhões de fiéis, no entanto está praticamente escondido no convento de Nevers; o corpo incorrupto de Santa Jacinta foi escondido dos fiéis; a esmagadora maioria dos vaticanistas da Itália é de acordo que, até hoje, o terceiro segredo de Fátima não foi revelado em sua integralidade; a consagração da Rússia não foi feita como Nossa Senhora pediu até os dias atuais, etc... E isso, só para citar os danos que me vem à mente neste momento.

No Santuário das Aparições de Jacareí, o Profeta Marcos está resgatando tudo aquilo que a Igreja e a sociedade tanto se esforçaram para extinguir, os escapulários, medalhas, mensagens, enfim, a salvação do mundo que Nossa Senhora nos revelou e ofereceu com tanto amor ao longo de suas aparições na história. Sem dúvida, lá está se cumprido a passagem da Escritura na qual se diz: “Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas...” Mt 13,52 É uma nova aparição que resgata todas, até as mais antigas. Portanto, se ainda quiserem seguir a doutrina da cabeça deste cara de que não precisamos de aparições, o problema é de vocês. Aliás, se formos pensar bem, porquê Deus, Nossa Senhora os anjos e os santos apareceriam, né? Afinal de contas, nosso mundo está uma verdadeira maravilha, não é? Não temos problemas de droga, prostituição, corrupção, degradação moral, depressão, decadência da Igreja, violência, roubos, assassinatos, guerras, miséria..., todos os sacerdotes são verdadeiros Serafins de santidade, enfim, o Vaticano está dando conta do recado... Só não está apresentando um desempenho melhor devido a um “pequeno” probleminha de tráfico de influência entre os altos clérigos, desvio de verbas do banco do Vaticano, looby gay entre os padres, pedofilia generalizada, um papa progressista e comunista..., mas, afinal de contas, são probleminhas fáceis de serem solucionados, né? É... Em um mundo maravilhoso e em ótimo funcionamento como esse, realmente não entendo o motivo de tantas aparições..."