São Francisco de Paula
Aos 13 anos ele entrou para a Ordem dos Franciscanos em San Marco. Ali ele aprendeu a ler e a ter uma vida austera .Com 14 ele acompanhou seu pai a uma peregrinação a Roma e a Assis, e quando retornaram ele se tornou um eremita em uma caverna perto de Paola. Ele e dois seguidores construíram uma capela. Em 1450 os seguidores eram tantos que ele estabeleceu uma regra para
eles e procurou a aprovação da Igreja. Assim ele foi o fundador da Ordem dos Eremitas de São Francisco de Assis, que foram aprovados pela Santa Sé em 1474. Em 1492 a Ordem foi rebatizada como a Ordem dos Franciscanos Menores o que significa que eles se consideram os menos importantes dos servos de Deus. O povo da cidade ajudou a construírem uma igreja e um monastério.
Primeiros discípulos, fundações
Surgindo jovens discípulos, esse eremita de 19 anos obteve do Bispo local licença para construir um mosteiro no alto de um monte próximo a Paula.
Essa foi a origem da Ordem dos Mínimos, fundada pelo Santo em 1435.
Essa construção, como outras posteriores, constituiu um contínuo milagre. Dela participavam os habitantes da cidade, ricos e pobres, nobres e plebeus.
E foram testemunhas de inúmeros milagres. Enormes pedras saíam do lugar à sua simples voz, pesadas árvores e pedras tornavam-se leves para serem removidas ou transportadas, alimentos que mal davam para um trabalhador alimentavam muitos... Com isso, mesmo pessoas doentes iam participar das construções e se viam curadas.
“Não há espécie de doenças que ele não tenha curado, de sentidos e membros do corpo humano sobre os quais não tenha exercido a graça e o poder que Deus lhe havia dado. Ele restituiu a vista a cegos, a audição a surdos, a palavra aos mudos, o uso dos pés e mãos a estropiados, a vida a agonizantes e mortos; e, o que é mais considerável, a razão a insensatos e frenéticos”.
“Não houve jamais mal, por maior e mais incurável que parecesse, que pudesse resistir à sua voz ou ao seu toque. Acorria-se a ele de todas as partes, não só um a um, mas em grandes grupos e às centenas, como se ele fosse o Anjo Rafael e um médico descido do Céu; e, segundo o testemunho daqueles que o acompanhavam ordinariamente, ninguém jamais retornou descontente, mas cada um bendizia a Deus de ter recebido o cumprimento do que desejava” .
Dentre os muitos mortos que ele ressuscitou, destaca-se seu sobrinho Nicolas.
Desejava ele ardentemente fazer-se monge na Ordem que seu tio acabava de fundar. Mas sua mãe, por apego humano, a isso se opôs tenazmente.
O rapaz adoeceu e morreu. O corpo foi levado à igreja do convento, e Francisco pediu que o conduzissem à sua cela.
Passou a noite em lágrimas e orações, obtendo assim a ressurreição do rapaz.
No dia seguinte, de manhã, quando sua irmã foi assistir ao sepultamento do filho, Francisco perguntou-lhe se ela ainda se opunha a que ele se fizesse religioso. “Ah!” – disse ela em lágrimas – “se eu não me tivesse oposto, talvez ele ainda vivesse”. – “Quer dizer que você está arrependida?” – insistiu o Santo. – “Ah, sim!”.
Francisco trouxe-lhe então o filho são e salvo, que a mãe abraçou em prantos, concedendo a licença que antes recusara.
Outro caso famoso foi o da ressurreição de um homem que havia sido enforcado três dias antes pela justiça.
Restituiu-lhe não só a vida do corpo, como também a da alma.
Mas o fato mais extraordinário, e que segundo se sabe só ocorreu com Francisco, foi o de ter ele ressuscitado duas vezes uma mesma pessoa.
Um certo Tomás de Yvre, habitante de Paterne, trabalhando na construção do convento dessa cidade, foi esmagado por uma árvore. Levado ao Santo, este restituiu-lhe a vida.
Tempos depois, caiu ele do alto do campanário, espatifando-se em baixo. O Santo restituiu-lhe novamente a vida.
Foi durante esse tempo que lhe apareceu o Arcanjo São Miguel, seu protetor e da nascente Ordem, trazendo-lhe uma espécie de ostensório em que aparecia o sol num fundo azul e a palavra Caridade, que o Arcanjo recomendou que o Santo tomasse como emblema de sua Ordem.
Francisco passava as noites em prece, mal dormindo sobre umas pranchas.
Observava uma quaresma perpétua, às vezes comendo a cada oito dias, tendo mesmo passado uma quaresma toda sem alimento, à imitação de Nosso Senhor.
Seu hábito era de um tecido grosseiro, que ele portava de dia e de noite, mas que nem por isso deixava de exalar agradável odor.
Seu rosto, sempre tranqüilo e ameno, parecia não se ressentir das austeridades que praticava nem dos efeitos da idade, pois era cheio, sereno e rosado.
O coroamento de todas as suas virtudes consistia numa admirável simplicidade.
Ele era bom, franco, cândido, serviçal, sempre disposto a fazer o bem a qualquer um. Foi esse espírito que ele comunicou a seus filhos espirituais.
Ele era dotado do dom da profecia. Segundo um de seus biógrafos, dele se pode dizer, como do Profeta Samuel, que nenhuma de suas predições deixou de se cumprir.
Assim, profetizou que os turcos invadiriam a Itália, como já havia predito que tomariam Constantinopla.
Os demônios não podiam resistir-lhe, e foram inúmeros os casos de possessos que ele livrou do jugo diabólico.
Embora analfabeto, pregava com tanta sabedoria que pasmava a quem o ouvia. E como tinha em grau heróico a virtude da sabedoria e as virtudes cardeais – prudência, justiça, temperança e fortaleza –, brilhavam elas em seu modo de ser e agir, como também em suas palavras.
Por isso, sem o menor constrangimento podia conversar e dar conselhos a Papas, reis e grandes deste mundo.
Na França
A fama de suas virtudes chegara até a França, onde Luís XI fora atacado por doença mortal. Por isso, pediu ao Santo que o fosse curar. Mas foi só com ordem formal do Papa que Francisco partiu para aquele país.
Isso seria providencial para a expansão de sua Ordem não só na França, mas também em outros países da Europa, como Alemanha e Espanha.
São Francisco de Paula, assim que esteve com o rei, discerniu que a vontade de Deus não era a de curá-lo, mas levá-lo desta vida. E o disse claramente ao soberano, preparando-o para a morte.
O monarca confiou-lhe seus filhos, principalmente o delfim, então com 14 anos.
Francisco foi o confessor da Princesa Joana, que depois de repudiada por seu marido, o futuro Luís XII, fez-se religiosa e mereceu a honra dos altares.
Foi por conselho de Francisco que o Rei Carlos VIII casou-se com Ana de Bretanha, herdeira única daquele ducado, que veio assim unir-se ao Reino da França.
São Francisco, entre outros grandes carismas, era dotado de uma graça especial para obter de Deus o favor da maternidade para mulheres estéreis.
Muitos milagres desse gênero, alguns em casas reais ou principescas, foram relatados no processo de canonização do Santo em Tours.
Suas devoções particulares consistiam em cultuar o mistério da Santíssima Trindade, da Anunciação da Virgem, da Paixão de Nosso Senhor, bem como os santíssimos nomes de Jesus e Maria.
A “segunda morte” de São Francisco de Paula
O Santo faleceu na Sexta-feira Santa do ano de 1507, aos 91 anos de idade.
RELÍQUIAS EM SEU MOSTEIRO EM PAULA
Seu corpo permaneceu incorrupto até 1562.
Nesse ano, durante as Guerras de Religião, os protestantes calvinistas – como o Santo havia predito – invadiram o convento de Plessis, onde estava enterrado, tiraram seu corpo do sepulcro e, sem se comover de vê-lo em tão bom estado, queimaram-no com a madeira de um grande crucifixo da igreja.
Assim, foi o Santo praticamente martirizado depois de sua morte. Entretanto, apesar do ódio dos inimigos da fé, sua glória permanece para sempre.
Ele era profeta, tinha a capacidade de ler as mentes e fez vários milagres. Diz a tradição que certa vez ele levitou sobre a multidão com um cartaz dizendo: "caridade".
Em 1464 Francisco queria cruzar o estreito de Messina para alcançar a Sicília mas o barqueiro não quis leva-lo. Francisco retirou sua túnica colocou na água como se fosse uma prancha, retirou sua faixa e amarrou como se fosse uma vela e velejou com os seus companheiros para o outro lado. O grande compositor e músico Frans Liszt escreveu uma partitura musical inspirado no incidente.
Defensor dos pobre e oprimidos. Dava conselhos e chamava a atenção do Rei Ferdinando de Nápoles. Viajou a Paris a pedido do Papa Sixtus IV para preparar o Rei Luiz XI para enfrentar a morte. Em vez disto São Francisco o curou da doença e com sabedoria usou desta posição para influenciar o curso da política nacional restaurando a paz entre a França e a Bretanha e recomendou uma união entre as famílias dos governantes e entre a França e a Espanha persuadindo Luiz XI a devolver algumas das terras sob disputa.
Mais tarde o filho do rei Luiz ,Charles construiu um monastério para ele no parque de Plessis e outro em Amboise, perto de Paris. Em Roma construiu um monastério em Santa Trinitá del Monte na Colina de Pincian, onde somente os franciscanos franceses eram admitidos.
Da côrte da França a fama do santo se espalhou para a Alemanha e Espanha .Os imperadores Maximiliano e Ferdinando fundaram novos monastérios para São Francisco em seus domínios. Francisco era tão amado pelo Rei que ele não deixava ele retornar a sua terra, assim Francisco passou os últimos 25 anos de sua vida na França.
Ele profetizou sua morte e passou seus últimos 3 meses em retiro e solidão preparando-se para a morte. Francisco faleceu em 2 de abril de 1507 em Plessis, França em uma Sexta Feira da Paixão.
O rei ordenou ao pintor Jean Bourdichon que fizesse uma máscara da face do santo, o que foi feito com ele morto, porem antes de ser enterrado. Entretanto como o local do seu túmulo as vezes era inundado pelas água do rio, o rei mandou que fosse desenterrado( havia sido colocado diretamente na terra) e enterrado, dentro de um sarcófago, em outro local. Ao desenterrarem seu corpo 12 dias após sua morte, Jean Bourdichon testemunhou que encontrou seu corpo perfeito sem nenhum mau cheiro ou decomposição, e sua face tão perfeita e o semblante tão suave que ele fez outra mascara mais exata para sua pintura.
Não obstante, em 1562 os Huguenotes quebraram seus túmulo e encontraram seu corpo incorrupto e o queimaram. Os católicos salvaram os ossos e eles foram distribuídos como relíquias em varias partes da Igreja.
Foi canonizado em 1512 pelo Papa Julius II
É padroeiro do barqueiros, de Calábria, Itália (indicado pelo Papa João XXIII em 1963), dos marinheiros e dos oficiais navais.
É padroeiro dos jornaleiros.
Na arte litúrgica da Igreja é mostrado como: 1) um homem com a palavra "caridade" levitando sobre a multidão; ou 2) como um homem com uma caveira e um açoite, e 3) com um homem velejando no seu casaco.
Sua festa é celebrada no dia 2 de abril