Santo Hospício, Confessor
(+ França, séc. VI)
Santo Hospício foi eremita no século VI. O seu nome é célebre, ainda hoje, na região de Nice, onde viveu.
Contou-nos a sua vida São Gregório de Tours, na História dos Francos. Hospício tinha-se recolhido numa velha torre situada perto de Villefumche, a uma légua da cidade de Nice, numa peninsulazinha. Aí se entregava ele aos exercícios da penitência mais rigorosa.
Tinha o corpo preso com grilhões de ferro, usando um tecido de cilício por cima. Só comia pão seco e algumas tâmaras.
Nos dias feriais da Quaresma, alimentava-se das mesmas ervas que as utilizadas pelos solitários do Egito. Deus recompensava-lhe o zelo com o dom dos milagres e o espírito de profecia. Assim, predisse aos habitantes do país a próxima invasão dos Lombardos:
«Os Lombardos, disse ele, chegarão às Gálias e devastarão sete províncias, porque a malícia deste país aumentou diante dos olhos do Senhor: pois não há ninguém que entenda, ninguém que procure a Deus; ninguém que pratique o bem, para a ira de Deus se apaziguar. Toda a gente está sem fé, entregue aos perjúrios, acostumada a roubar e pronta para matar; nenhum fruto de justiça amadurece neles. Não se pagam os dízimos, não se dá de comer aos pobres, não se vestem os nus, não se recebem os peregrinos, não se lhes dá uma alimentação suficiente. Por tudo isto é que o flagelo vai chegar. Digo-vos portanto, agora: recolhei por trás das muralhas tudo o que tendes, para que os Lombardos não vo-lo tirem, e entrincheirai-vos por trás das muralhas mais fortificadas».
Preveniu igualmente os monges a que depressa se pusessem em seguro com o que lhes fosse possível tomar consigo, porque se aproximavam os Bárbaros. A mesma tradição pretende que Santo Hospício era abade dum mosteiro estabelecido na mesma península, o qual ele governava estando no alto duma torre. E como, diante do perigo lombardo, os religiosos protestavam, cada um mais, que não o queriam deixar, ele replicou:
«Nada temais quanto a mim, talvez me façam suportar alguns ultrajes, mas não irão me matar.” Mais monges se tinham afastado quando chegaram os Lombardos devastando tudo. Chegaram à torre onde o Santo vivia enclausurado e se lhes mostrava da janela. Não encontrando porta, subiram ao teto e, tirando as telhas, aproximaram-se dele. Vendo-o carregado de cadeias e assim isolado, julgaram-no grande facínora e perguntaram-lhe qual o seu crime. Hospício declarou-se homicida (!) e que tinha caído nas maiores culpas. Querendo um bárbaro ferí-Io com a espada, teve o braço paralisado. Os outros gritaram e pediram ao Santo que lhes dissesse o que deviam fazer: Hospício fez o sinal da cruz no braço enrijecido e logo este recuperou a agilidade. O homem converteu-se imediatamente. Mais tarde, abraçou o estado monástico e deu exemplo de grande fervor; vivia ainda quando Gregório de Tours escreveu a sua crônica. Muitos outros bárbaros seguiram os conselhos do Santo e puderam regressar sãos e salvos ao seu país; mas os que o desprezaram, vieram a morrer miseravelmente na terra estrangeira. Entre os numerosos milagres atribuídos ao Santo, conta-se a cura de um cego de nascença e libertou muitos possessos. Depois de mandar aviso ao bispo de Nice anunciando-lhe a sua morte muito próxima, um visitante viu pela janela o solitário carregado de cadeias e perguntou-lhe como podia suportar um tormento assim. Respondeu-lhe o Santo:
«Aquele por cujo nome eu suporto isto, dá-me toda a necessária força. Mas em breve me vou libertar destas cadeias, vou para o meu descanso».
Três dias depois, 14 de setembro de 1510, tirou as cadeias, entregou-se a longa oração, sentou-se depois num banco, levantou as mãos e entregou a alma. O seu túmulo depressa se tomou lugar de peregrinações e vários milagres foram creditados à sua intercessão.
Contou-nos a sua vida São Gregório de Tours, na História dos Francos. Hospício tinha-se recolhido numa velha torre situada perto de Villefumche, a uma légua da cidade de Nice, numa peninsulazinha. Aí se entregava ele aos exercícios da penitência mais rigorosa.
Tinha o corpo preso com grilhões de ferro, usando um tecido de cilício por cima. Só comia pão seco e algumas tâmaras.
Nos dias feriais da Quaresma, alimentava-se das mesmas ervas que as utilizadas pelos solitários do Egito. Deus recompensava-lhe o zelo com o dom dos milagres e o espírito de profecia. Assim, predisse aos habitantes do país a próxima invasão dos Lombardos:
«Os Lombardos, disse ele, chegarão às Gálias e devastarão sete províncias, porque a malícia deste país aumentou diante dos olhos do Senhor: pois não há ninguém que entenda, ninguém que procure a Deus; ninguém que pratique o bem, para a ira de Deus se apaziguar. Toda a gente está sem fé, entregue aos perjúrios, acostumada a roubar e pronta para matar; nenhum fruto de justiça amadurece neles. Não se pagam os dízimos, não se dá de comer aos pobres, não se vestem os nus, não se recebem os peregrinos, não se lhes dá uma alimentação suficiente. Por tudo isto é que o flagelo vai chegar. Digo-vos portanto, agora: recolhei por trás das muralhas tudo o que tendes, para que os Lombardos não vo-lo tirem, e entrincheirai-vos por trás das muralhas mais fortificadas».
Preveniu igualmente os monges a que depressa se pusessem em seguro com o que lhes fosse possível tomar consigo, porque se aproximavam os Bárbaros. A mesma tradição pretende que Santo Hospício era abade dum mosteiro estabelecido na mesma península, o qual ele governava estando no alto duma torre. E como, diante do perigo lombardo, os religiosos protestavam, cada um mais, que não o queriam deixar, ele replicou:
«Nada temais quanto a mim, talvez me façam suportar alguns ultrajes, mas não irão me matar.” Mais monges se tinham afastado quando chegaram os Lombardos devastando tudo. Chegaram à torre onde o Santo vivia enclausurado e se lhes mostrava da janela. Não encontrando porta, subiram ao teto e, tirando as telhas, aproximaram-se dele. Vendo-o carregado de cadeias e assim isolado, julgaram-no grande facínora e perguntaram-lhe qual o seu crime. Hospício declarou-se homicida (!) e que tinha caído nas maiores culpas. Querendo um bárbaro ferí-Io com a espada, teve o braço paralisado. Os outros gritaram e pediram ao Santo que lhes dissesse o que deviam fazer: Hospício fez o sinal da cruz no braço enrijecido e logo este recuperou a agilidade. O homem converteu-se imediatamente. Mais tarde, abraçou o estado monástico e deu exemplo de grande fervor; vivia ainda quando Gregório de Tours escreveu a sua crônica. Muitos outros bárbaros seguiram os conselhos do Santo e puderam regressar sãos e salvos ao seu país; mas os que o desprezaram, vieram a morrer miseravelmente na terra estrangeira. Entre os numerosos milagres atribuídos ao Santo, conta-se a cura de um cego de nascença e libertou muitos possessos. Depois de mandar aviso ao bispo de Nice anunciando-lhe a sua morte muito próxima, um visitante viu pela janela o solitário carregado de cadeias e perguntou-lhe como podia suportar um tormento assim. Respondeu-lhe o Santo:
«Aquele por cujo nome eu suporto isto, dá-me toda a necessária força. Mas em breve me vou libertar destas cadeias, vou para o meu descanso».
Três dias depois, 14 de setembro de 1510, tirou as cadeias, entregou-se a longa oração, sentou-se depois num banco, levantou as mãos e entregou a alma. O seu túmulo depressa se tomou lugar de peregrinações e vários milagres foram creditados à sua intercessão.
Viveu na região de Nice, no sul da França, numa velha torre, praticando jejuns e penitências. Recebeu de Deus o dom dos milagres e o de profetizar. Segundo o Martirológio Romano, predisse a invasão dos lombardos e, depois de esta se ter realizado, esforçou-se para converter os invasores.
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Santo Eugênio de Mazemod
1782-1861
Fundou a congregação dos Oblatos de Maria Imaculada
Carlos José Eugênio de Mazemod, esse era seu nome de batismo. Ele nasceu na bela cidade Aix-en-Provance, sul da França, em dia 1º de agosto de 1782. Seu pai era um nobre e presidia a Corte dos Condes da Provença. Sua mãe pertencia a uma família burguesa muito rica. Teve duas irmãs: Antonieta e Elisabete, que morreu aos cinco anos de idade.
Sua infância foi tranqüila até 1790, quando a família teve de fugir da Revolução Francesa, deixando todos os bens e indo para a Itália, onde permaneceram durante onze anos, vivendo de cidade em cidade.
Nesse período, seus pais também se separam. A mãe deixou Eugênio com o pai na Itália e foi para a França, tentar reaver os bens confiscados.
Tudo isso influenciou a personalidade do menino, de maneira tanto positiva como negativa, cujo reflexo foi uma séria crise de identidade na adolescência.
Embora Eugênio, antes do exílio, tivesse dado mostras de sua vocação religiosa, ela foi sufocada por esses problemas e pela lacuna existente na sua formação intelectual, devido à falta de uma moradia fixa. Mas seu caráter forte permaneceu por toda a vida, sendo sua marca pessoal.
Foi por meio do padre Bartolo Zinelli, durante o período que morou em Veneza, entre 1794 e 1797, que Eugênio teve contato concreto com a vida de fé.
Retornando para a França, em 1802, então com vinte anos de idade, amadureceu a idéia de ingressar na vida religiosa, seguindo sua vocação primeira. Em 1808, entrou no Seminário de São Sulpício, em Paris, recebendo a ordenação em Amiens três anos depois.
Retornou para sua cidade natal, dedicando seu apostolado à pregação. Levou a Palavra de Cristo aos camponeses pobres, aos prisioneiros e aos doentes abandonados, a todos dando os sacramentos como único meio de recompor os valores cristãos, num momento novo para o país tão desgastado e sem rumo. Outros padres se juntaram a ele nessa missão, por isso decidiu, em 1816, fundar a Sociedade dos Missionários da Provença, que depois mudou o nome para Oblatos de Maria Imaculada, recebendo todas as aprovações da Igreja.
Eugênio foi, então, nomeado vigário-geral da diocese de Marselha, da qual, depois, foi nomeado bispo, cargo que exerceu durante trinta e sete anos. Foram muitos os problemas com as autoridades que governaram Paris, com a elite social e até com alguns membros eclesiásticos que não concordavam com as regras de vida em comum estabelecidas por ele.
Mas o povo pobre o queria, amava e respeitava. Assim, continuou governando a diocese e os oblatos, que se desenvolveram e foram pregar a Palavra de Cristo fora dos domínios da Europa, nos Estados Unidos, Canadá e México, depois também na África e na Ásia, levando o carisma missionário da congregação.
Eugênio de Mazemod morreu no dia 21 de maio de 1861, na sua querida Marselha. Muitas foram as graças atribuídas à sua intercessão.
O papa João Paulo II declarou-o santo em 1995.
A solenidade contou com a presença de representantes dos sessenta e oito paises onde os oblatos já estavam fixados.