terça-feira, 14 de maio de 2024

14 de Maio - São Miguel Garicoits





São Miguel Garicoits
1797-1863
Fundador da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus


O sonho de sua vida era dar à Igreja um esquadrão de sacerdotes bem
preparados e dispostos a aceitar qualquer missão, sobretudo as
mais difíceis, as que fossem recusadas pelos outros.

Os anos da Revolução Francesa foram de acirrada perseguição à Igreja. Os padres "refratários" - aqueles que, por fidelidade ao Papa, se recusaram a aceitar a Constituição Civil do Clero - viram-se reduzidos à condição de criminosos, obrigados a fugir ou a exercer na clandestinidade seu ministério sacerdotal. Milhares deram a vida por Cristo, decapitados na guilhotina, mortos por afogamento ou vítimas 

da fome e das doenças, encarcerados em infectas prisões.

Nessa situação, os sacerdotes fiéis contaram com o auxílio de católicos leigos que não hesitavam em expor a própria vida para acolher em seus lares os ministros de Deus que permaneceram na França para desempenhar sua missão de salvar almas, ou guiar pelas trilhas das montanhas aqueles que fugiam para algum país vizinho.


Os pais de São Miguel Garicoïts - Arnaldo e Graciana - estavam entre esses anônimos heróis da Fé. Esse jovem casal de camponeses de Ibarre, vilarejo francês situado a poucos quilômetros da fronteira espanhola, não temia esconder em sua humilde granja os sacerdotes perseguidos e dar-lhes todo tipo de ajuda. E Deus recompensou sua generosidade, dandolhe por filho um grande Santo.

Semente de Santo ou... de bandido
Nascido a 15 de abril de 1797, Miguel só pôde ser batizado seis meses depois, devido às dificuldades causadas pela perseguição religiosa. Seu temperamento fogoso fez-se sentir já nessa ocasião, pois quando o padre lhe derramou na cabeça a água batismal, agarrou com suas mãozinhas a folha do ritual e a rasgou! Alguns pequenos episódios bastam para revelar seu caráter determinado e impetuoso. Aos quatro anos, atirou uma pedra numa vizinha, em vingança porque ela ofendera sua mãe. Aos cinco, furtou as brilhantes agulhas de um mascate. Em certa ocasião, viu seu irmão menor comendo uma maçã e arrebatou- a de suas mãos; e quando o pequeno lhe perguntou se gostaria que alguém lhe fizesse o mesmo... encheu-se de remorso e jogou fora a fruta. Ação bem mais grave: aos onze anos, capitaneou uma revolta para vingar-se do mestre-escola, que castigava com excessivo rigor seus infantis alunos; mas, no momento decisivo, os demais revoltosos fugiram, deixando-o sozinho diante do "inimigo" que o interpelava, e ao qual respondeu com franqueza: - Sim, professor, nossa intenção era surrá-lo. Mas... peço-lhe perdão.
Assim era ele: alegre, ardente, resoluto, franco, teimoso e disposto a assumir a responsabilidade por seus atos. Tinha estofo para tornar-se um grande Santo ou... um grande bandido.
Mamãe Garicoïts percebia isso e, não querendo ter um filho criminoso, corrigia-o com firmeza. Mostravalhe às vezes o intenso fogo da lareira, perguntando: - Está vendo este fogo? Fique sabendo que o do inferno é muito mais terrível... e para lá vão os meninos que cometem pecado mortal! Para incutir-lhe o espírito de obediência e submissão à vontade de Deus, incitava-o a dizer sempre ao Senhor: "Huna ni!" ("Eis-me aqui", no dialeto basco), a resposta dada pelo jovem Samuel, ao ser chamado por Deus (I Sm 3, 4). Reconhecerá ele mais tarde, cheio de gratidão: "Sem minha mãe, acho que teria me tornado um bandido. Depois de Deus, devo a ela o que sou".1


Vou comungar e serei sacerdote!
A graça suscitava na grande alma sacerdotal e não eucarística de Miguel o desejo de receber o quanto antes a Sagrada Comunhão. Nas Missas dominicais, ele observava atentamente os gestos e atitudes do padre, e depois brincava de celebrar Missa. Certo dia, queimou a mesa de madeira de sua casa, ao deixar derreter até o fim os tocos de vela de parafina que usava como círios do seu improvisado altar...



A família Garicoïts era pobre, e Miguel - o mais velho dos cinco filhos - precisava dar sua colaboração para o sustento da casa. Inicialmente, pastoreava o pequeno rebanho familiar. Depois seu pai arranjou-lhe um emprego de pastor na granja de uma família abastada de Oneix, cidade vizinha de Ibarre.

Ali trabalhou dos onze aos quatorze anos e frequentava com muito proveito as aulas de gramática e de Catecismo, a ponto de ser cognominado de "Doutorzinho". Apesar disso, o pároco não o admitia à Primeira Comunhão. Mas Deus decidiu abrir as portas fechadas pelos homens.
Numa tarde, voltava ele do campo, com seu rebanho, e um só pensamento lhe ocupava a mente: receber a Hóstia Consagrada. De repente, como São Paulo no caminho de Damasco, viu-se cercado por uma luz intensa, e recebeu uma revelação que encheu sua alma de paz e alegria: vou comungar e serei sacerdote! Essa, ele a denominou de "êxtase de Oneix". Sem demora, vai à procura do pároco e lhe conta em detalhes a graça que acabara de receber. Este reconhece no fato uma clara manifestação da vontade de Deus, e diz ao jovempastor.
Miguel, vou inscrever já seu nome para a próxima Primeira Eucaristia! Prepare-se bem e tome todo cuidado para não ofender o Deus que você vai receber. Foi assim que, por fim, aos 14 anos, fez sua Primeira Comunhão, na festa da Santíssima Trindade.
Rumo ao sacerdócio
O primeiro obstáculo a enfrentar em sua trajetória rumo ao sacerdócio foi o seu pai, que o queria ocupando- se da pequena granja familiar e, ademais, não podia custear-lhe os estudos. Porém, sua avó materna, com determinação basca, soube convencer o genro e levou Miguel para Oneix, onde pediu ajuda a um padre que se escondera inúmeras vezes na casa dos Garicoïts, durante a perseguiçãorevolucionária. Este deu-lhe moradia e arranjou-lhe uma vaga no colégio de Saint Palais.
Começou a escalada dos estudos.O jovem camponês trabalhava de dia, para compensar a falta de recursos, e estudava à noite. Como sabia apenas o idioma basco, teve dura luta para aprender francês e latim. Em três anos, porém, já estava preparado para os estudos superiores. Assim, transferiu- se para Bayonne em 1814. Prestava serviços no Palácio Episcopal, onde se hospedava, e em pouco tempo conquistou a simpatia de todos, à força de mansidão, dignidade e dedicação.
Aluno brilhante, estudou Filosofia no seminário de Aire-sur-Adour e Teologia no de Dax. O reitor deste logo notou o valor do jovem, entre centenas de estudantes, e comentou: "Se não me engano, ainda ouviremos falar muito deste rapaz".2 O testemunho de seus companheiros deixa claro que já entreviam nele a santidade: "Miguel não é um santo para ser feito: é um santo feito e acabado"- dizia um. "Para todos nós, Miguel era nosso São Luís Gonzaga!" - exclamava outro.3 O Bispo de Bayonne, futuro Cardeal d'Astros, conferiu-lhe a tão ansiada ordenação presbiteral em 20 de dezembro de 1823. São Miguel Garicoïts iniciava aos 26 anos de idade sua providencial missão.
Um homem providencial
Um mês após sua ordenação, o Bispo o nomeou vigário cooperador de Cambo, cidade de certa importância, próxima a Bayonne. Era uma situação muito delicada, pois o pároco, já idoso e paralítico, perdera o contato com seus paroquianos, deixando-os entregues às ideias da época.
Como homem providencial, padre Miguel levou adiante uma pastoral muito parecida com a do Santo Cura d'Ars, seu contemporâneo: leão no púlpito, manso e compreensivo no confessionário. Instituiu uma Cruzada Eucarística para contrabalançar a fria influência do

jansenismo, deu um caráter solene aos atos litúrgicos, esmerava-se nas aulas de Catecismo, visitava os doentes, era incansável apóstolo da devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

Os resultados não se fizeram esperar: em dezoito meses a paróquia estava totalmente transformada. O próprio prefeito da cidade, que se destacava por suas ideias voltairianas e atitudes anticlericais, converteu-se em bom cristão. Fruto mais precioso ainda, os jovens se entusiasmaram e começaram a surgir vocações sacerdotais e religiosas.
No seminário de Bétharram
A voz da obediência mudou os rumos da vida do jovem sacerdote: o Bispo o enviou para o seminário de Bétharram, como professor de Filosofia.
Essa nomeação interrompia uma atividade evangelizadora que estava produzindo excelentes resultados... A perplexidade não impediu padre Miguel de responder com seu inalterável espírito de obediência: "Eis-me aqui!".
O próprio Bispo explicou-lhe depois o motivo dessa transferência inesperada. Ele havia observado, e apreciado, o zelo empreendedor aliado à delicadeza de alma com a qual o jovem vigário soube agir sem ferir em nada a autoridade do pároco ancião e inativo. Ora, ele o queria em Bétharram para uma missão idêntica.
O reitor do seminário, sacerdote venerável e carregado de méritos, estava entretanto em idade muito avançada e não tinha mais condição alguma de dirigir essa fundamental instituição diocesana.
- Padre Miguel - disse o Prelado -, o senhor reergueu a paróquia de Cambo sem arranhar o prestígio do respeitável pároco. Faça o mesmo em Bétharram. O velho Padre Superior continuará no cargo, mas de fato é ao senhor que confio o seminário, com a incumbência de pôr ordem na casa e formar santos presbíteros. Assim, em 1825 o Santo assumiu suas novas funções, certo de estar cumprindo a vontade de Deus.
Um homem inatacável
Até então, Bétharram era para ele apenas como uma terra abençoada, onde existia um santuário famoso, no qual a Santíssima Virgem distribuía suas graças e maternais favores. Nesse local, segundo narra uma antiga tradição, uma moça caiu no Rio Gave e estava se afogando. Recorreu então a Nossa Senhora e logo viu ao alcance de sua mão um galho ao qual se agarrou, salvando a vida. Como testemunho de sua gratidão, ela colocou nas mãos da imagem de sua Protetora um ramo de ouro, chamando-o de "bétharram" - "belo ramo", no dialeto local.
Ali, esperava-o um novo desafio. O seminário estava entregue a todo tipo de desordens e relaxamento. Sua fama era de ser refúgio para "qualquer batina"... Os seminaristas levavam a vida como queriam, e até abusavam do vinho que o empregado da casa lhes vendia.
Foi necessário ao padre Miguel muito tato e firmeza para restaurar a disciplina e implantar um regime de vida adequado à formação dos futuros sacerdotes. Uma vez mais, sua "pastoral dos Sacramentos" produziu os frutos esperados: a Confissão e a Eucaristia reconduziram ao bom caminho quase todos os transviados. Os que não quiseram se emendar, deixaram o seminário. Mas não sem testemunhar que "o padre Garicoïts não era atacado, porque era inatacável".4 Faleceu o velho reitor, e o padre Miguel foi nomeado para o cargo.



Mas, algum tempo depois, o Bispo decidiu transferir o seminário para Bayonne, pois o perigo das perseguições já havia amainado. Nova perplexidade: uma vez mais, sua ação apostólica era interrompida quando estava produzindo bons frutos... Segundo ele próprio disse, ficou em Bétharram como "superior das quatro paredes de um vasto edifício".5 Sua resposta, porém, foi a mesma de sempre: "Eis que venho, ó Deus, fazer a Vossa vontade" (Hb 10, 7). Aceitando sem entender, ele dava mais glória a Deus!

Nasce uma nova Congregação
E Ele tem os seus caminhos. Por essas vias, Ele o preparava para a sua grande missão. Em sua aparente inutilidade, o fogoso sacerdote meditou mais profundamente sobre a triste situação daquilo que sobrara do clero francês, após a onda devastadora da Revolução: reduzido em número e, pior ainda, desorientado e sem o devido preparo.
Nasceu assim em seu coração o desejo de fundar uma instituição eclesiástica nova, que congregasse sacerdotes desapegados de tudo, com "uma dedicação de obediência absoluta, simplicidade perfeita, mansidão inalterável! Esses sacerdotes seriam uma verdadeira patrulhamóvel de soldados de elite, prontos a correr ao primeiro sinal dos chefes, para onde fossem chamados, até, e sobretudo, para os ministérios mais difíceis, recusados por outros".6 E que sempre tivessem presente que é "maldito aquele que faz com negligência a obra do Senhor!" (Jr 48, 10).



Com a certeza de ser essa a vontade de Deus, reuniu em torno de si de zessete sacerdotes que responderam a seu apelo missionário e comeles fundou, na pobreza absoluta, a Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus de Bétharram. Em 1835, todos fizeram em suas mãos os votos de pobreza e obediência, além de renovar o de castidade, e o escolheram para Superior do novo Instituto.

São Miguel visava compor uns estatutos que dessem à sua Congregação - com o selo da aprovação romana - a solidez e estabilidade

das regras canônicas, bem como a liberdade de movimentos indispensável às atividades apostólicas. Mas estes foram redigidos pelo novoBispo diocesano e não eram o que pretendia o santo fundador...

Foi essa a maior prova de obediência de sua vida! Aceitando esta aparente contradição permitida pela Providência, não enfrentou a autoridade legítima, não recorreu a Roma e adotou as constituições de seu Bispo, completamente insuficientes para seu desejo de perfeição. Mas confiante que "a letra mata e o Espírito vivifica" (II Cor, 3, 6), soube incutir em seus filhos esse espírito de prontidão, fazendo- os religiosos de corpo inteiro, dispostos a qualquer desafio apostólico.
Seus ansiados estatutos só foram aprovados depois de sua morte, numa vitória da obediência.
Até o fim dizendo: "Eis-me aqui, Senhor!"
Durante trinta anos, dirigiu com sabedoria a nova Congregação. Percorria vilas e aldeias, evangelizando a juventude, os operários e os trabalhadores agrícolas. Enquanto os Bétharramistas se espalhavam pelas dioceses francesas, formava-se em torno de seu Fundador um halo de santidade e de estima. Seu confessionário estava sempre assediado por pessoas vindas de todas as partes. A todos acolhia com bondade, paciência e firmeza, procurando incutir-lhes o amor à Cruz e à Santíssima Virgem.
Bispos e outras personalidades importantes acorriam a Bétharram para consultá-lo. Por expressa solicitação do Bispo de Tarbes, ele teve dois encontros com Santa Bernadette Soubirous, a fim de verificar a autenticidade dos fatos ocorridos em Lourdes. Essas duas entrevistas com a jovem vidente reforçaram sua convicção pessoal de que indubitavelmente a Virgem Maria aparecera na Gruta de Massabielle.
Nos últimos dez anos de sua existência, dolorosas enfermidades vieram aumentar os seus sofrimentos. E quando, por fim, sentiu que Deus o chamava para junto de Si, deu-Lhe a resposta que caracterizou toda a sua vida: "Eis-me aqui, Senhor".
Na madrugada da festa da Ascensão de 1863, dia 14 de maio, após receber todos os sacramentos, entregou sua alma a Deus, pronunciando o primeiro versículo do Salmo 50: "Miserere mei, Deus, secundum magnam misericordiam tuam" - Tende piedade de mim, ó Deus, segundo Vossa grande misericórdia.
Os padres de Bétharram eram, nessa ocasião, cerca de cem, atuando nas dioceses francesas. Atualmente, exercem suas atividades evangelizaras, sobretudo no sul da América Latina: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Pio XII canonizou-o em 6 de julho de 1947. (Revista Arautos do Evangelho, Maio/2009, n. 89, p. 30 à 33)

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DEFESA DAS APARIÇÕES DE JACAREI

DEFESA ÀS APARIÇÕES DE JACAREÍ


(FEITA POR UM PEREGRINO, AO CONTEMPLAR UM VÍDEO FALANDO MAL DAS MESMAS CITADAS ACIMA, E SOBRE A CARTINHA DO BISPO DA ÉPOCA, ALEGANDO QUE AS APARIÇÕES NÃO ERAM VERDADEIRAS)


NÃO SEI QUEM FEZ MAS PRA MIM ESSA PESSOA MERECIA UMA MEDALHA DE HONRA DE NOSSA SENHORA POR ESTA BELA DEFESA

"Quando você diz que devemos dar ouvidos ao que os padres dizem a respeito das aparições de Jacareí, corre em um ledo engano, pois, a “opinião pessoal” deles é que não pode ser elevado ao nível de “dogma de fé”. As cartas de Dom Nelson são muito citadas pelos que latem que estas Sagradas Aparições são falsas. Portanto, mister se faz alguns esclarecimentos. Há duas cartas oficiais onde este indigitado bispo trata da matéria “aparições”. Uma primeira, publicada em 1996, enquanto o mesmo ainda era bispo de São José dos Campos (diocese a qual pertence Jacareí). Nesta, não há menção alguma ao nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, muito menos, excomunhão, há somente algumas orientações pastorais. A segunda, publicada em 2007 e republicada em 2011, realmente traz explicitamente o nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, porém, nesta, a palavra “excomunhão” é sequer mencionada.

Ainda há um probleminha com esta segunda carta. O dito bispo (certamente pela providência de Nossa Senhora) foi transferido para a diocese de Santo André/SP em 2003, e, observem, a segunda carta publicada por ele ocorreu no ano de 2007, quando já havia deixado de ter jurisdição eclesiástica sobre a cidade de Jacareí. Portanto, o mesmo, ao editar esta carta, violou a jurisdição eclesiástica conferida a ele pela Igreja, e, ainda, violentou gravemente a autoridade de Dom Moacir, então, bispo da Diocese de São José dos Campos, que, se quisesse, poderia ter criado o maior caso com isso, pois Dom Nelson desrespeitou frontalmente e atropelou sua autoridade eclesiástica, uma verdadeira afronta. Então eu lhes pergunto, vocês ainda vão dar credibilidade a um documento irregular e eivado de vícios como esse?

Vale lembrar, que não é obrigatório seguir estas cartas circulares dos bispos. Não há heresia nem cisma nisso. Um católico somente pode ser acusado de cismático ou herege se atentar contra os Dogmas de Fé. Que eu saiba, carta circular de bispo não é Dogma de Fé. Como a primeira carta de Dom Nelson não condena as Aparições de Jacareí, e a segunda está irregular, pode-se dizer que não pesa condenação oficial e regular da Igreja sobre estas Santas Aparições. Além do mais, até o presente momento, Dom José Valmor, que atualmente tem jurisdição eclesiástica sobre Jacareí, não fez pronunciamento oficial sobre as mesmas. Documento oficial onde o Profeta Marcos foi excomungado, também é inexistente, portanto, qualquer informação que diga o contrário é fruto de pura “fofoca”.

Ressalto que em Jacareí, realmente, não damos tanta importância aos documentos do Vaticano. O que nós realmente valorizamos é a doutrina que nos foi transmitida pelos santos, como Santo Afonso, São Luiz, Santa Teresa, São João da Cruz, etc... Outro adendo que gostaria de acrescentar, diz respeito ao fato da obrigatoriedade ou não das Sagradas Mensagens Celestiais. A orientação predominante entre os teólogos católicos, de que não é obrigatório seguir as Aparições de Nossa Senhora, se funda em meras opiniões pessoais de alguns clérigos a respeito do assunto. Esta orientação não tem o caráter da infalibilidade papal e muito menos é um Dogma de Fé. Realmente, o catecismo atual traz algo nesse sentido, mas vale lembrar que o mesmo não recebeu o caráter da infalibilidade pelo Concílio Vaticano II. Bem ao contrário do Santo Catecismo do Concílio de Trento. Este sim, recebeu o caráter de infalível. Ocorre que nossa amada Igreja há muito se transviou de uma tradição bíblica milenar, através da qual o “Deus dos Exércitos” sempre manifestou sua vontade ao povo de Israel por meio de suas aparições aos profetas (mesmo fenômeno que ocorre com o, também, profeta Marcos Tadeu, pois os fenômenos miraculosos e de aparições que ocorrem naquele Santuário, são da mesma espécie dos verificados na Sagrada Bíblia).

Ora, nos tempos bíblicos não era através dos fariseus, saduceus, príncipes e doutores da lei (a Igreja oficial da época) que Deus dava as suas diretrizes ao povo eleito, mas sim, através dos profetas, em outras palavras, dos videntes. Nos primórdios do cristianismo, também ocorria assim, pois, a própria origem da nossa amada Igreja se funda nas “aparições” de Jesus aos apóstolos e discípulos. Então, por que esta tradição bíblica foi quebra? Será que é porque as aparições aos profetas cessaram? Errado, pois nos últimos 100 anos ocorreram mais de 1000 aparições de Nossa Senhora, dos santos e anjos, e até de Deus.
A pergunta correta é, por que o clero tenta abafar isso, pois grande parte, senão todas, destas aparições também foram acompanhadas de sinais miraculosos, como, curas inexplicáveis pela ciência, sinais na natureza, etc... Se Deus usava deste expediente nos tempos bíblicos, certamente deveria continuar a usá-lo nos tempos do catolicismo, pois uma grande verdade que a Teologia professa é que Deus é imutável. Não citarei as passagens bíblicas onde Deus manifesta sua vontade através dos videntes/profetas, pois se assim fizesse, teria que citar a Bíblia inteira, pois a própria formação e ensinamentos nela transmitidos se dão por este meio. Gostaria apenas de citar um pequeno exemplo de qual atitude deveremos tomar frente às Aparições de Jacareí, tomando por base a Bíblia. Saulo, quando se dirigia à cidade de Damasco e Jesus lhe “aparece” exclama: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 9, 6). Naquela ocasião, Jesus disse a ele para procurar os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! O ordenou que entrasse na cidade de Damasco e ali lhe seria dito o que deveria fazer. Beleza. E quem Deus enviou para Saulo? Os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! Mas Ananias, um vidente. Como eu sei que Ananias era um vidente? As Sagradas Escrituras nos contam que foi uma aparição de Jesus que disse para ele ir procurar Saulo. É só conferir At 9, 10-16ss.

Outro exemplo foi Judas Iscariotes; este preferiu errar com a Igreja oficial da época (lembra né, fariseus e saduceus) que acertar sem ela. Bom... Errou mesmo! E segundo alguns santos místicos, como Maria de Ágreda, sua alma se encontra no inferno. Assim, a posição teológica defendida pela maioria dos teólogos atuais, de que as aparições não são obrigatórias, falando em termos de estudo teológico da atualidade, é perfeitamente passível de questionamento, e, inclusive, daria uma boa tese de doutoramento. É um posicionamento que pode ser mudado. Não é Dogma de Fé. Gostaria de finalizar este ponto dizendo o seguinte. Jesus tolerou para sempre aquela Igreja oficial da época (o judaísmo) que rejeitou o projeto que suas aparições aos Apóstolos (que também eram videntes) propunha? Claro que não!!! Por causa disso, Deus se retirou do meio daquela Igreja e passou a habitar no meio dos seus videntes, os apóstolos e discípulos, e, assim, surgiu a nossa amada Igreja Católica (Mt 21, 39-45).

Não é objetivo do Profeta Marcos Tadeu, nem de sua Ordem e muito menos de nós, a Milícia da Paz (formada por todos os fiéis seguidores daquele Santuário) provocar um cisma na Igreja. Nós apenas denunciamos os erros (prerrogativa esta, conferida aos leigos pelo próprio Concílio Vaticano II), lutamos para que a devoção a Nossa Senhora, aos santos e anjos seja colocada em seu devido lugar, e que as suas mensagens, e as dos demais santos, e até as de Deus, seja acolhida como nos tempos Bíblicos, pois acreditamos que se isto não for feito, irá se abater gigantescos cataclismos sobre a Terra, de uma tal magnitude que nunca houve, nem jamais haverá. Acreditamos que esta “palavra de Deus” transmitida nas aparições é o caminho e a única forma de salvar o mundo, e qualquer obra, ou pessoa, que ensine ou faça diferente do que elas dizem, é desprezada por nós. O motivo para isto é muito simples. Desde tempos remotos, as Aparições de Nossa Senhora (inclusive as não aprovadas pela Igreja) vêm dizendo o que aconteceria ao mundo se esta “palavra de Deus” não fosse obedecida. Resultado, tudo o que elas disseram, em um passado remoto, está se cumprindo na atualidade. Então, não há outra conclusão a se fazer, a não ser admitir que elas eram verdadeiras, e que o clero errou. Aliás, o histórico de erro do clero é algo realmente interessante. Basta citar a condenação que pesou durante 20 anos sobre as Santas Aparições de Jesus Misericordioso à Santa Faustina, e não foi por um “bispozinho” qualquer. Foi pelo próprio papa da época. Se não fosse a atuação do então Cardeal Karol Józef Wojtyła, futuro Papa João Paulo II, estas aparições estariam condenadas até os tempos atuais, e, certamente, você seria um grande opositor delas, não é? Infelizmente, como atualmente o número de Cardeais, e clérigos em geral, com este nível de espiritualidade é praticamente nulo... tadinha das aparições... snif. Praticamente nenhum deles entende de Teologia Mística, o estudo apropriado para se avaliar as aparições e estudá-las.

Além do mais, as aparições de La Salette, Lourdes e Fátima, para quem conhece mais a fundo sua história, verá que elas na verdade não foram aceitas pelo clero. Muito pelo contrário, este as combateu com todas as suas forças. Na realidade, o que ocorreu, é que os fiéis praticamente as fizeram descer goela abaixo na garganta do clero, de tal modo, que eles não tiveram outra opção a não ser aprová-las. E, mesmo nestas que foram aprovadas, o estrago que o clero fez é algo incomensurável. Não as divulgou como deveria; se o corpo incorrupto de Santa Bernadete estivesse no Santuário de Lourdes iria converter milhões de fiéis, no entanto está praticamente escondido no convento de Nevers; o corpo incorrupto de Santa Jacinta foi escondido dos fiéis; a esmagadora maioria dos vaticanistas da Itália é de acordo que, até hoje, o terceiro segredo de Fátima não foi revelado em sua integralidade; a consagração da Rússia não foi feita como Nossa Senhora pediu até os dias atuais, etc... E isso, só para citar os danos que me vem à mente neste momento.

No Santuário das Aparições de Jacareí, o Profeta Marcos está resgatando tudo aquilo que a Igreja e a sociedade tanto se esforçaram para extinguir, os escapulários, medalhas, mensagens, enfim, a salvação do mundo que Nossa Senhora nos revelou e ofereceu com tanto amor ao longo de suas aparições na história. Sem dúvida, lá está se cumprido a passagem da Escritura na qual se diz: “Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas...” Mt 13,52 É uma nova aparição que resgata todas, até as mais antigas. Portanto, se ainda quiserem seguir a doutrina da cabeça deste cara de que não precisamos de aparições, o problema é de vocês. Aliás, se formos pensar bem, porquê Deus, Nossa Senhora os anjos e os santos apareceriam, né? Afinal de contas, nosso mundo está uma verdadeira maravilha, não é? Não temos problemas de droga, prostituição, corrupção, degradação moral, depressão, decadência da Igreja, violência, roubos, assassinatos, guerras, miséria..., todos os sacerdotes são verdadeiros Serafins de santidade, enfim, o Vaticano está dando conta do recado... Só não está apresentando um desempenho melhor devido a um “pequeno” probleminha de tráfico de influência entre os altos clérigos, desvio de verbas do banco do Vaticano, looby gay entre os padres, pedofilia generalizada, um papa progressista e comunista..., mas, afinal de contas, são probleminhas fáceis de serem solucionados, né? É... Em um mundo maravilhoso e em ótimo funcionamento como esse, realmente não entendo o motivo de tantas aparições..."