Ana Maria Taigi
Bem-aventurada
Bem-aventurada
1769-1837
Ana Maria Antonia Gesualda nasceu na bela cidade toscana de Siena, em 29 de maio de 1769, na Itália. Era filha única de um conceituado farmacêutico de Siena. A família foi obrigada a emigrar para Roma em busca de melhores condições de vida, quando os negócios pioraram. Ali, viveram na pobreza, com Ana Maria abandonando seus estudos para trabalhar e ajudar no sustento da casa.
Mas a vida mundana de luxo fácil que a cidade eterna proporcionava chegou a tentar esta jovem que sonhou com tudo isto. Conseguiu passar ilesa porque se casou, aos vinte e um anos, com Domingos Taigi, servidor do palácio Chigi. Ele era um homem piedoso, mas de caráter difícil e grosseiro, que nunca compreendeu exatamente os dons especiais da esposa. Vivendo no ambiente da corte, o casal acabou buscando a felicidade fútil das festas, vaidades, diversões e fortuna. Depois de três anos ela viu o vazio de sua vida familiar e o quanto estava necessitada de Jesus.
Foi à uma igreja e fez uma confissão profunda com um sacerdote que se tornou seu orientador espiritual. Foi nesse instante que ocorreu sua conversão. A partir de então iniciou uma nova vida, dedicada aos deveres cristãos, e a procura da santificação. Ana Maria quis entregar-se a duras penitências, mas o padre a fez compreender que seu sacrifício consistia no amor e fidelidade ao sacramento do casamento e no papel de mãe.
A sua família foi crescendo com a chegada dos sete filhos, três dos quais morreram ainda pequenos, e dos seus velhos pais. Mas encontrava tempo para ajudar nas despesas da casa costurando sob encomenda. O pouco que tinha era sempre dividido com os pobres e doentes, que nunca deixou de ajudar. Mais tarde, quando a filha Sofia ficou viúva com seis filhos, foi Ana Maria que os acolheu e criou, dando-lhes a formação reta no seguimento de Jesus e na devoção a Maria.
Em 1808, recebeu autorização e ingressou na Ordem Terceira secular da Santíssima Trindade. Favorecida com dons especiais da profecia, tornou-se conhecida por seus conselhos no meio do clero. Ana Maria tornou-se muito respeitada durante todos os quarenta e sete anos em que "um sol luminoso aparecia diante dos olhos, onde via os acontecimentos do mundo, os pensamentos e as almas das pessoas", como ela mesma descrevia. Foi conselheira espiritual de vários sacerdotes, hoje todos santos, como Vincente Pallotti, Gaspar Del Búfalo, Vicente Maria Strambi, de nobres e outras personalidades eclesiásticas ilustres.
Ela faleceu em 9 de junho de 1837. O papa Bento XV beatificou-a em 1920, designou sua celebração para o dia de sua morte e declarou-a padroeira das mães de família. O corpo da bem-aventurada Ana Maria Taigi, que prodigiosamente se conservou incorrupto, está guardado na igreja de São Crisógono, em Roma, numa capela a ela dedicada.
REVELAÇÃO DOS TRES DIAS DE TREVAS
Jesus a Santa Ana Maria Taiji (século XIX) :
“Trevas extremamente espessas espalhar-se-ão pelo mundo inteiro, envolvendo a terra por três dias e três noites. Durante as trevas será impossível distinguir-se qualquer coisa. O ar ficará empestado pelos demônios, que aparecerão sob todas as formas, as mais asquerosas. Nesses dias será impossível a luz natural. Aquele que abrir a janela, olhar para fora ou sair pela porta morrerá. Durante esses dias devem ficar em casa rezando o terço e invocando a misericórdia de Deus. As velas bentas protegerão da morte, assim como a invocação de Maria e dos anjos.”
A Bem-aventurada Ana Maria Taigi e o Purgatório.
Deus lhe revelou muitas vezes a sorte das almas do Purgatório. Ela pedia continuamente pelas pobres almas, num misterioso sol que sempre lhe aparecia, foi uma grande mística do século XIX. Ela faleceu em 09 de junho de 1837. Em 30 de maio de 1920, O Papa bento XV declarava Bem-aventurada a humilde e pobre mãe de família, que durante tanto tempo chamou a admiração de Roma e do mundo com tantos prodígios sobrenaturais. O corpo da Bem-aventurada Ana Maria Taigi, que prodigiosamente se conservou incorrupto, está guardado na igreja de São Crisógono em Roma numa capela a ela dedicada. A Beata Ana Taigi, romana de nascimento, via todos os acontecimentos futuros e a sorte dos mortos.
Um homem, conhecido de Ana, morreu, e ela o viu nas chamas do Purgatório, salvo do inferno pela Divina Misericórdia, porque socorreu um pobre que o importunava muito pedindo esmola. Viu um conde cuja vida se passou em delícias e divertimentos, mas que na hora da morte teve um grande arrependimento e se salvou, mas deveria sofrer no Purgatório tormentos incríveis tanto tempo quanto passou neste mundo sem se preocupar com a penitência e com a salvação eterna. Viu homens de grande virtude sofrendo porque se deixaram levar pela vaidade e amor próprio, muito apegados aos elogios e à amizades dos grandes da terra.
Um dia Nosso Senhor lhe disse: levanta-te e reza, meu vigário na terra está na hora de vir me prestar contas. Ana sufragou a alma do Papa e depois o viu como um rubi ainda não de todo brilhante, pois lhe faltava se purificar mais.
Faleceu em roma o Cardeal Dória, que deixou grande fortuna, e naturalmente celebraram-se por sua alma centenas de Missas. Foi revelado à Beata Ana Taigi que as Missas celebradas por alma do Cardeal eram aproveitadas para as almas dos pobrezinhos abandonados e que não tinham quem mandasse celebrar por eles.
Via-se assim a divina Justiça que não olha a riqueza, nem as possibilidade dos ricos em arranjar sufrágios, com descuido às vezes neste mundo da verdadeira penitência. Viu Ana no Purgatório um sacerdote muito estimado por suas virtudes e sobretudo pelas brilhantes pregações que fazia e o tornavam admirados de todos. Sofria muito este pobre padre. Foi revelado à Beata que expiava a falta de procurar com muito empenho a fama de bom pregador e um pouco de vaidade ao pregar a palavra de Deus, sobretudo nas complacências com os elogios. Viu dois religiosos muitos santos no Purgatório, em sofrimentos duros. Um deles expiava o seu apego ao próprio juízo e pouca submissão ao modo de ver de outros, e outro a dissipação, a falta de recolhimento e piedade no exercício do ministério sacerdotal. Enfim, a Beata Ana trouxe com sua bela e impressionante mensagem do sobrenatural no século XIX, muitas luzes sobre o Purgatório e impressionantes lições da Justiça de Deus, e também não há dúvida, da Infinita Misericórdia que salva tantas almas pelas chamas de expiação do Purgatório.
Nasceu em Sena no dia 29 de maio de 1769. Com seis anos de idade seguiu os seus pais que se transladaram para Roma por dificuldades econômicas. Na nova residência frequentou a escola das religiosas Filipinas durante dois anos.
Ao deixar a escola, começou a trabalhar em diversos ofícios para ajudar economicamente os seus pais.
Ainda muito jovem se casou com Domingos Taigi, bom cristão, mas de caráter violento. Durante os quarenta e nove anos que durou sua convivência matrimonial com Domingos, a Bem-aventurada teve ocasião de exercitar as virtudes da caridade, da paciência e da piedade para com seu marido e seus filhos.
Seguiu sempre os princípios cristãos. Em seu lar Deus estava sempre em primeiro lugar. Apesar de possuir poucos recursos econômicos, não deixava de praticar, quando podia, as obras de misericórdia.
Teve sete filhos, sendo que três morreram ainda pequenos, dois filhos e duas filhas chegaram à idade madura, e foram por ela educados na fé cristã.
Pessoalmente, levava uma vida de altíssima espiritualidade. Suas devoções preferidas eram a Santíssima Trindade, Jesus Sacramentado e a Virgem Maria.
Ingressou na Terceira Ordem Trinitária na igreja de São Carlos às Quatro Fontes, em Roma, no dia 26 de dezembro de 1808.
Deus a favoreceu com muitos dons sobrenaturais. O mais conhecido deles é o do globo luminoso onde ela via os acontecimentos presentes e futuros. Muita gente, de todas as classes sociais, acudia a ela em busca de conselho. Por sua casa passavam bispos, cardeais, e até o Santo Padre solicitava seu conselho e oração.
Faleceu no dia 09 de junho de 1837. Foi beatificada no dia 30 de maio de 1920. Suas veneráveis relíquias estão expostas, para veneração dos fiéis, na Basílica trinitária de São Crisógono, em Roma.
Tríduo a Bem-Aventurada Ana Maria Taigi
Ó Bem-aventurada Ana Maria Taigi, que no humilde estado de esposa e de mãe, confiado a vós pela Providência, respondestes generosamente às inspirações da graça com a qual Deus vos convidava a adquirir a perfeição evangélica, e, na fidelidade constante ao esposo e na educação cristã dos filhos, soubestes entrelaçar a coroa da vossa santidade: nós admiramos aquele espírito de fé com o qual transformastes a vossa casa num santuário onde rezáveis e ensináveis a rezar aos vossos filhos; aquele amor ao recolhimento que vos manteve sempre unida a Deus; aquela heróica mortificação cristã através da qual vos imolastes pela conversão dos pecadores, pela exaltação da Santa Igreja e do Papa, pela humilhação de seus inimigos e pela salvação de Roma; e, enfim, aquele ardente desejo de honrar a Santíssima Trindade que vos impulsionou a abraçar a Terceira Ordem Trinitária e, como Terciária, na fervorosa e fiel observância dos votos de castidade e de obediência segundo o vosso estado, oferecer ao trono do Deus Uno e Trino um sacrifício vivo de louvor e de glória.
OU:
Ó Bem-aventurada Ana Maria, enquanto louvamos e bendizemos a Deus por todas as graças, os dons extraordinários e os carismas celestiais com os quais quis enriquecer-vos, suplicamos confiantemente a vossa intercessão pelas nossas necessidades espirituais e temporais. Suplicai para nós ao Senhor, sobretudo, a graça de santificar-nos no próprio estado e trabalharcom zelo para a glória de Deus e a salvação das almas, a fim de que, depois de ter vivido a serviço do Senhor, possamos contemplá-lo eternamente no paraíso. Amém.
Pai nosso... Ave Maria... Glória ao Pai...
V. Rogai por nós Bem-aventurada Ana Maria Taigi.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos:
Ó Deus, grandeza dos humildes, que na Bem-aventurada Ana Maria Taigi deixastes às mães de família um sublime exemplo de caridade e paciência, fazei que, pelos seus méritos e sua intercessão levemos com alegria nossa cruz e, seguindo os seus exemplos e as suas virtudes, possamos sempre amar-vos de todo coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
***
V. Ora pro nobis, beata Anna Maria Taigi.
R. Ut digni efficiámur promissiónibus Christi.
Após apontar para a decadência moral e o progresso da Revolução anti-crista, no mundo em geral e do clero em particular, Nossa Senhora fez anunciou em La Salette grandes castigos purificadores da terra.
Esses anúncios não são exclusivos de La Salette.
No mesmo século XIX, poucas décadas antes do acontecimento de La Salette, Deus revelou à Beata Ana Maria Taigi esses mesmos castigos.
A comparação é especialmente sugestiva porque não houve contato de nenhuma espécie entre a Beata e os videntes de La Salette.
Uma das provas documentais mais sérias sobre as visões da Beata Ana Maria Taigi é o testemunho juramentado e entregue ao Vaticano pelo seu confessor e confidente. O documento faz parte do processo de beatificação da vidente romana.
Mons. Natali introduz a narração dizendo:
“Quase todas as almas heróicas que resplandeceram em Roma na primeira metade do século XIX, desde o Venerável Pallotti, até o Beato Del Bufalo, desde o Venerável Clausi até a Venerável Canori-Mora, profetizaram que depois da tempestade que no seu tempo se formava sobre a Igreja, depois das perseguições, que afligiam então ao Papado, teria chegado o triunfo do Catolicismo, triunfo luminoso, solene e completo.
Mas, quando haveria de se verificar esse triunfo? A qual época histórica está reservado saudar esse grandioso acontecimento que tantos fiéis da humanidade toda há muito tempo aguardam? Eis o misterioso enigma, sobre o qual a Beata Taigi veio deitar, se não me engano, um raio de luz que conforta e tranqüiliza.”
Eis quanto Mons. refere textualmente a respeito dessa profecia:
E conclui Mons. Natali:
“Diante deste vaticínio a primeira vista fica-se perturbado: nele há sem dúvida pontos obscuros que só poderão ser esclarecidos pelos eventos futuros.
“Mas, nele discernem-se predições que, feitas desde o ano 1818, acabaram se realizando na história, fato que induz a prestar fé ao vaticínio na sua totalidade. Aqui se fala de dois castigos e flagelos, um vindo por parte da terra e um outro por parte do céu; mas, acrescenta-se logo que as orações das almas boas podem mitigá-lo”.
Visões da Beata Ana Maria Taigi confirmam La Salette
Beata Ana Maria Taigi |
Esses anúncios não são exclusivos de La Salette.
No mesmo século XIX, poucas décadas antes do acontecimento de La Salette, Deus revelou à Beata Ana Maria Taigi esses mesmos castigos.
A comparação é especialmente sugestiva porque não houve contato de nenhuma espécie entre a Beata e os videntes de La Salette.
Uma das provas documentais mais sérias sobre as visões da Beata Ana Maria Taigi é o testemunho juramentado e entregue ao Vaticano pelo seu confessor e confidente. O documento faz parte do processo de beatificação da vidente romana.
Mons. Natali introduz a narração dizendo:
“Quase todas as almas heróicas que resplandeceram em Roma na primeira metade do século XIX, desde o Venerável Pallotti, até o Beato Del Bufalo, desde o Venerável Clausi até a Venerável Canori-Mora, profetizaram que depois da tempestade que no seu tempo se formava sobre a Igreja, depois das perseguições, que afligiam então ao Papado, teria chegado o triunfo do Catolicismo, triunfo luminoso, solene e completo.
Mons. Natali anotou as visões em milhares de folhas |
Eis quanto Mons. refere textualmente a respeito dessa profecia:
“Desde os tempos de S.S. o Papa Pio VII, quer dizer no ano 1818, a Serva de Deus descreveu para mim a revolução de Roma e tudo o que aconteceu, e a seguir falou-me muitas vezes, aliás, de um modo muito mais espantoso, dizendo que tinha sido mitigada pelas orações de muitas almas caras a Deus, que se ofereceram a Ele em satisfação da Justiça Divina.
“Porém, ela disse-me que a iniqüidade haveria de avançar triunfante e muitos que se acreditava serem bons teriam tirado a máscara, e que o Senhor queria descobrir a cizânia e que depois Ele teria sabido o que fazer dela.
“Que as coisas estariam de tal maneira convulsionadas que o homem já não seria capaz de as pôr em ordem, mas que Seu braço onipotente haveria de remediar tudo.
“Ela me disse que o flagelo da terra tinha sido mitigado, mas não o do céu que era horrível espantoso e universal.
“Que o Senhor não o tinha dado a conhecer nem às almas por Ele mais amadas nesta terra.
“Que teria chegado inesperadamente e que os ímpios teriam sido destruídos.
“Que antes desse flagelo todas as almas que na sua época tinham fama de santidade deveriam estar todas sepultadas.
“Que numerosos milhões de homens deveriam morrer por obra do ferro, uma parte nas guerras, outra parte em conflitos, e outros milhões de morte imprevista ‒ entenda-se que por todo o mundo.
“Que, em conseqüência, nações inteiras haveriam de voltar à unidade da Igreja Católica, muitos turcos, gentios e hebreus hão de se converter de um modo que surpreenderá aos cristãos que ficarão admirados pelo fervor e observância que mostrarão com sua vida.
“Numa palavra, ela disse-me que o Senhor queria purgar o mundo e Sua Igreja, e para isso ele preparava uma nova safra de almas que, desconhecidas, apareceriam para realizar obras grandes e milagres surpreendentes.
“Ela me disse que depois de que o Senhor tivesse varrido a terra com guerras, revoluções e outras calamidades, haveria de começar o céu e então teria lugar o fim de dito flagelo com uma convulsão geral de fenômenos meteorológicos os mais espantosos e com grande mortalidade.
“A Serva de Deus me disse várias vezes que o Senhor lhe fez ver no misterioso Sol o triunfo universal da nova Igreja de tal maneira grande e surpreendente que ela não podia descrevê-lo.”
Corpo admiravelmente conservado da Beata, igreja de S. Crisógono, Roma
E conclui Mons. Natali:
“Diante deste vaticínio a primeira vista fica-se perturbado: nele há sem dúvida pontos obscuros que só poderão ser esclarecidos pelos eventos futuros.
“Mas, nele discernem-se predições que, feitas desde o ano 1818, acabaram se realizando na história, fato que induz a prestar fé ao vaticínio na sua totalidade. Aqui se fala de dois castigos e flagelos, um vindo por parte da terra e um outro por parte do céu; mas, acrescenta-se logo que as orações das almas boas podem mitigá-lo”.
(Fonte: Testemunho de Mons. Raffaele Natali no processo de beatificação (Proc. Ord. fol. 695-696), apud Mons. Carlo Salotti, “La Beata Anna Maria Taigi secondo la storia e la critica”, Libreria Editrice Religiosa, Roma, 1922, 423 ps., pp. 340-342).