sábado, 22 de novembro de 2025
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
21 de novembro - São Gelásio
São Gelásio I
Nascido em Roma, Gelásio era de origem africana, culto, inteligente e dotado de personalidade forte. Cristão fervoroso, era conselheiro do papa Félix III, que vinha tentando conciliar as igrejas do Ocidente e do Oriente. Em 492, com a morte do papa, ele foi eleito sucessor para dar continuidade a essa política, o que não conseguiu por causa da oposição do imperador Anastácio I.
Papa Gelásio I muito fez para a manutenção da doutrina recebida dos apóstolos, combatendo e tentando eliminar as heresias dos sacerdotes Mane e Pelágio. Foi o primeiro pontífice a expressar a máxima autoridade do bispo de Roma sobre toda a Igreja. Deixou isso claro em uma carta escrita por ele a Anastácio I, na qual se faz uma nítida distinção entre poder político e poder religioso.
Também desenvolveu um grande trabalho de renovação litúrgica. Organizou e presidiu o sínodo de 494, no qual saiu aprovada a grande renovação litúrgica da Igreja. Assim, ele instituiu o Sacramentário Gelasiano, para uniformizar as funções e ritos das várias igrejas. Trata-se do decreto que, levando o seu nome, contém cerca de cinqüenta prefácios litúrgicos, uma coletânea de orações para recitar durante a missa. Atualmente, esse e os outros decretos que assinou fazem parte do acervo do Museu Britânico.
Papa Gelásio I viveu em oração e insistia que seus clérigos fizessem o mesmo. Segundo Dionísio, o Pequeno, ele procurou mais servir do que dominar e morreu pobre, depois de enriquecer os necessitados. Por sua caridade, foi chamado "papa dos pobres". Morreu em 21 de novembro de 496, em Roma.
21 DE NOVEMBRO - A APRESENTAÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA NO TEMPLO - LIVRO MÍSTICA CIDADE DE DEUS
LIVRO MÍSTICA CIDADE DE DEUS
Segundo Livro - Capítulo 1
CAPÍTULO 1
A APRESENTAÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA NO TEMPLO AOS TRÊS ANOS DE IDADE
A arca da aliança, figura de Maria Santíssima
413. Entre as figuras que, na lei escrita, simbolizam Maria Santíssima, nenhuma foi mais expressiva que a Arca do Testamento.
A matéria de que era feita, o que continha, o fim para o qual servia, o que por ela e com ela operava o Senhor naquela antiga Sinagoga. Tudo era um esboço desta Senhora e do que por Ela e com Ela realizaria em a nova Igreja evangélica.
O cedro incorruptível (Êx 25,10) de que - não por acaso, mas por divina disposição - foi construída, representa expressamente nossa arca mística, livre da corrupção do pecado atual e da oculta carcoma do original, com seu inseparável fontes e paixões.
O finíssimo e puríssimo ouro (Idem, 11) de que era revestida, por dentro e por fora, indubitavelmente significava a mais perfeita elevação da graça e dons que em seus divinos pensamentos, ações e costumes resplandecia.
Interior e exteriormente, foi impossível divisar nesta arca, parte, tempo ou instante, em que não estivesse toda repleta e revestida de graça, e graça de subidíssimos quilates.
Maria, escrínio de Deus
414. As tábuas da lei, feitas de pedra, a urna do maná (Hb 9,4) e a vara dos prodígios, que aquela antiga Arca continha e guardava, não poderiam simbolizar com maior exatidão o Verbo humanado. Encerrado na arca viva de Maria Santíssima, foi seu Filho unigênito a pedra fundamental (ICor 3,11) e viva do edifício da Igreja evangélica; a pedra angular (Ef 2,20)que uniu dois povos tão opostos, como o judeu e o gentio.
Para isso foi cortada do monte (Dn 2,34) da eterna geração, gravada pelo dedo de Deus com a nova lei da graça, e depositada na arca virginal de Maria. Entenda-se, portanto, que esta grande Rainha se tornou a depositária de quanto Deus era e fazia com as criaturas. Guardava também consigo o maná da Divindade e da graça, o poder e a vara dos prodígios e maravilhas, para que somente nesta divina e mística Arca se encontrasse a fonte das graças, o mesmo Deus, para Dela transbordarem as maravilhas e prodígios do poder divino. Quanto este Senhor é, quer e faz, saiba-se que em Maria está encerrado e depositado.
Maria, propiciatório e trono da graça
415. A tudo isto, era consequente que a Arca da Aliança (Êx 26,34), não pelafigura e sombra, mas pela verdade que simbolizava, servisse de peanha ou sustentáculo ao propiciatório. Neste pusera o
Senhor seu trono e tribunal de misericórdia, para ouvir seu povo, responder-lhe e
conceder-lhe suas petições e favores.
Assim, em nenhuma outra criatura, fora de Maria Santíssima, colocou Deus seu trono de graça. Não podia deixar de fazê-la propiciatório, uma vez que havia construído esta mística e verdadeira Arca para nela se encerrar.
Deste modo, parece que o tribunal da divina justiça ficou reservado a Deus, enquanto o propiciatório e tribunal da misericórdia foram dados a Maria dulcíssima. A Ela, como ao trono da graça, deveríamos ir com segura confiança, apresentar nossos pedidos, suplicar benefícios, graças e misericórdias que, fora do propiciatório da grande rainha Maria, nem são ouvidas, nem despachadas para o gênero humano.
Maria, a arca do Novo Testamento, deveria ficar no Templo
416. Tão misteriosa e sagrada Arca, construída pela mão do mesmo Senhor para sua habitação, e propiciatório de seu povo, não estava bem fora do templo, onde se encontrava guardada a outra arca material, figura desta verdadeira e espiritual do Novo Testamento.
Por esta razão, ordenou o Autor desta maravilha, que Maria Santíssima fosse colocada em sua casa, o templo, terminados três anos após seu felicíssimo nascimento.
Verdade é que, com grande admiração, vejo muita diferença entre o que sucedeu com aquela primeira e figurativa Arca, e o que acontece com a segunda e verdadeira.
Quando o rei David trasladou a arca para diferentes lugares, e depois seu filho Salomão a colocou no templo, seu lugar apropriado - ainda que aquela arca não tinha outra grandeza senão a de representar Maria Puríssima e seus mistérios -foram suas trasladações e mudanças festivas e cheias de regozijo para aquele antigo povo. Testemunharam as solenes procissões que fez Davi da casa de Aminadab e à de Obededon (2Rs 6,10; 2Par 23; 3Rs 8,5; 2Par 5) e desta ao tabernáculo de Sião (2Rs 12), cidade de Davi. Finalmente, de Sião foi trasladada por Salomão ao novo templo que edificara por ordem do Senhor, para casa de Deus e oração.
As trasladações da antiga arca e a apresentação de Maria
417. Em todas estas trasladações, conduziu-se a antiga arca da aliança com pública veneração, e culto soleníssimo de música, danças, sacrifícios e júbilo daqueles reis e de todo o povo de Israel. Refere-o a história sagrada nos livros segundo e terceiro dos Reis, e primeiro e segundo dos Paralipômenos.
Nossa mística e verdadeira Arca, Maria, entretanto, ainda que mais rica, estimável e digna da maior veneração entre todas as criaturas, não foi levada ao templo com tão solene aparato e ostentação pública. Não houve nesta misteriosa trasladação sacrifícios de animais, nem pompa real e majestade de Rainha. Foi conduzida da casa de seu pai Joaquim, nos humildes braços de sua mãe Ana que, embora não fosse pobre, nesta ocasião levou sua querida Filha para apresentá-la ao templo ao modo dos pobres, com humilde recolhimento, sozinha e sem ostentação popular.
Toda a glória e majestade desta procissão, quis o Altíssimo fosse divina e invisível. Os mistérios de Maria Santíssima foram tão elevados e ocultos, que muitos deles até hoje são desconhecidos, pelos inescrutáveis juízos do Senhor, que reserva tempo e hora oportunos para todas e cada uma das coisas.
Razão pela qual a apresentação da Virgem foi sem aparato
418. Admirando-me eu, na presença do Altíssimo, desta maravilha elouvando seus desígnios, dignou-se Sua Majestade responder-me desta maneira: -Se ordenei que a arca do velho testamento fosse venerada com tanta festividade e aparato, era por ser figura expressa de quem seria Mãe do Verbo humanado.
Aquela arca era irracional e material e com ela podia-se, sem inconveniente, usar de tal celebridade e ostentação. Com a Arca viva e verdadeira, porém, não permiti assim,enquanto viveu em carne mortal, para ensinar com este exemplo o que tu e asdemais almas deveis aprender, enquanto sois viadoras.
A meus escolhidos, gravados em minha mente e aceitação para eterna memória, não quero que a honra e exagerado e ostensivo aplauso dos homens lhes sirva, na vida mortal, como recompensa do que fizeram para minha honra e serviço. Tampouco lhes convém o risco de repartir o amor, entre Aquele que os justifica e faz santos, e aqueles que os celebram por tais.
Um é o Criador que os fez, sustenta, ilumina e defende; único há de ser o amor e atenção, e não o devem repartir, ainda que seja para remunerar e agradecer as honras tributadas, com zelo piedoso aos justos. O amor divino é delicado, a vontade humana fragilíssima e limitada; dividida, pouco e imperfeitamente pode fazer, e depressa tudo perde. Para deixar este ensinamento, Eu não quis que fosse conhecida e honrada durante a vida, nem levada ao templo com ostentação e honra visíveis, Aquela que era santíssima e porminha proteção não podia cometer imperfeição.
O exemplo de Cristo e Maria, devem abonar a virtude e condenar o vício
419. Além disto, enviei meu Unigênito do céu, e criei aquela que seria sua Mãe, para desiludir os mortais e tirar do mundo o erro, que se tornara iniqüíssima lei estabelecida pelo pecado: ser o pobre desprezado e o rico estimado; abatido o humilde e exaltado osoberbo; o virtuoso vituperado e o pecador acreditado: o modesto e recolhido julgado por insensato e o arrogante considerado corajoso, a pobreza humilhante e infeliz; as riquezas, fausto, ostentação, pompas, honras e deleites perecedores, procurados e apreciados pelos homens insipientes e carnais.
O Verbo e sua Mãe vieram reprovar e condenar tudo isto como ilusório eenganador, para que os mortais conhecessem o formidável perigo em que vivem, amando e entregando-se tão cegamente, à falsidade do sensível e deleitável.
Deste insano amor lhes nasce o afã com que fogem da humildade, mansidão e pobreza, afastando de si tudo o que tem cheiro de virtude verdadeira, penitência e abnegação de suas paixões. Entretanto, é isto que agrada à minha justiça, e é aceito a meus olhos, por ser o santo, o honesto, o justo que será recompensado com prêmio de eterna glória, enquanto o contrário receberá sempiterno castigo.
O espírito de Deus oposto ao do mundo
420. Os olhos terrenos dos mundanos e carnais não conseguem ver esta verdade, nem querem aceitar a luz que ela lhes mostraria. Tu, porém, ouve-a, grava-a em teu coração pelo exemplo do Verbo humanado e de sua Mãe, que em tudo o imitou. Ela era santa, e em minha estima, a primeira depois de Cristo. Toda veneração e honra dos homens eram-lhe devidas, pois nem poderiam lhe dar o quanto merecia.
Todavia dispus que, por então, não fosse conhecida nem honrada, para nela ostentar o mais santo, o mais perfeito, o mais apreciável e seguro que meus escolhidos deveriam imitar e aprender da mestra da verdade: a humildade, o escondimento, o retiro, o desprezo da enganadora vaidade do mundo, o amor aos trabalhos, às tribulação, desprezos, aflições e descrédito das criaturas.
Uma vez que tudo isto não se ajusta com os aplausos, honras e estima dos mundanos, determinei que Maria Puríssima não as tivesse, nem quero que meus amigos as recebam ou aceitem. Se, para minha glória, às vezes os torno conhecidos no mundo, não é porque eles o desejem, mas com humildade e sem dela se afastarem, se submetem à minha disposição e vontade. Quanto deles depende, para si só desejam e amam o que o mundo despreza e o que o Verbo humanado e sua Mãe Santíssima fizeram e ensinaram.
Esta foi a resposta do Senhor à minha admiração e reparo: com isto me deixou satisfeita e instruída de quanto desejo e devo executar.

São Joaquim e Sant'Ana levam Maria ao templo
421. Findo o prazo dos três anos determinado pelo Senhor, saíram de Nazaré,Joaquim e Ana, acompanhados de alguns parentes, levando consigo a verdadeira Arca da Aliança, Maria Santíssima, nos braços de sua mãe, para depositá-la no santo templo de Jerusalém.
Apressava-se a formosa Menina com fervorosos afetos, seguindo os perfumes de seu amado (Ct 1,3), para ir procurar no templo aquele mesmo que levava no coração. Esta humilde procissão seguia sem acompanhamento de criaturas terrenas nem visível aparato, mas com brilhante e numeroso séquito de espíritos angélicos.
Para celebrar esta festa haviam descido do céu, além dos que ordinariamente guardavam sua Rainha menina. Cantavam com música celestial novos cânticos de glória e louvor do Altíssimo, ouvindo-os a Princesa do céu, que caminhava com formosos passos à vista do supremo e verdadeiro Salomão.
Assim prosseguiram sua viagem de Nazaré até a cidade santa de Jerusalém,sentindo os ditosos pais da menina Maria grande júbilo e consolação espiritual.
Chegada ao templo
422. Chegaram ao templo, e nele entraram, a bem-aventurada Ana em companhia de São Joaquim, levando sua Filha e Senhora pela mão. Fizeram, os três, devota e fervorosa oração ao Senhor: os pais oferecendo a Filha, e esta oferecen-do-se a si mesma, com profunda humildade, adoração e reverência.
Somente Ela conheceu como o Altíssimo a aceitava e recebia. De um divino resplendor, que encheu o templo, saiu uma voz que lhe dizia:- Vem, esposa minha,escolhida, vem a meu templo onde quero que me louves e bendigas.
Terminada a oração, levantaram-se e dirigiram-se ao sacerdote que os abençoou. Todos juntos, levaram a Menina a um aposento onde se encontrava o colégio das jovens que ali se educavam, em internato e santos costumes, até chegarem à idade de tomar estado de matrimônio. Recolhiam-se ali, especialmente, as primogênitas da tribo real de Judá e da sacerdotal de Levi.
Maria despede-se de seus pais
423. Subia-se a este colégio poruma escada de quinze degraus, onde vieram outros sacerdotes receber a bendita menina Maria; aquele que a levava colocou-a no primeiro degrau.
Ela lhe pediu licença e, voltando-se para seus pais Joaquim e Ana, pôs-se de joelhos, beijou-lhes as mãos, pediu-lhes a bênção e rogou-lhes que a encomendassem a Deus.
Os santos pais abençoaram-na com grande ternura e muitas lágrimas, e a menina subiu os quinze degraus com incomparável fervor e alegria, sem voltar-se para trás, sem chorar, sem tomar qualquer atitude pueril, nem demonstrar sentimento pela despedida de seus pais. A todos admirou vê-la com majestade e inteireza tão peregrina, em tão tenra idade. Os sacerdotes a receberam, levaram ao colégio das demais virgens, e o santo Simeão, sumo sacerdote, a entregou às mestras, uma das quais era Ana, a profetisa.
Esta santa matrona havia sido preparada com especial graça e luz do Altíssimo, para se encarregar da filha de Joaquim e Ana. Por divina disposição mereceu, por sua santidade e virtude, ter por discípula aquela que seria Mãe de Deus e mestra de todas as criaturas.
São Joaquim e Sant’Ana voltam a Nazaré.
A escada de Jacó
424. Voltaram Joaquim e Ana para Nazaré, desolados e empobrecidos, sem o rico tesouro de seu lar, mas o Altíssimo os confortou e consolou.
O santo sacerdote Simeão, ainda que no momento não conhecesse o mistério encerrado naquela Menina, teve, porém, grande luz de que era santa e escolhida do Senhor. Os outros sacerdotes sentiram também por ela grande admiração e reverência.
Naquela escada, que a menina subiu, realizou-se com toda a exatidão o que Jacó viu na sua (Gn 28,12): anjos que subiam e desciam; uns acompanhavam, outros vinham receber sua Rainha; no alto esperava-a Deus para aceitá-la por Filha e Esposa: e, em seus afetos amorosos, ela sentiu que verdadeiramente aquela era a casa de Deus e a porta do céu.
Maria confia-se à Mestra e cumprimenta as companheiras
425. Confiada à mestra, a menina Maria com profunda humildade, de joelhos lhe pediu a bênção e lhe suplicou que a recebesse sob sua obediência, ensino e direção, tendo paciência pelo muito que com ela trabalharia e padeceria. Ana profetisa, a mestra, recebeu-a com agrado e lhe disse: - Minha Filha, em mim achareis mãe e amparo e eucuidarei de vós e de vossa criação com todo o desvelo possível.
Em seguida, com a mesma humildade, Maria dirigiu-se a todas as meninas que ali se encontravam, cumprimentando-as e abraçando-as. Ofereceu-se para serva de todas, e pediu-lhes que, sendo mais velhas e mais instruídas no que deviam fazer, a ensinassem e mandassem. Finalmente, lhes agradeceu por a terem aceitado em sua companhia, apesar de não a merecer.
DOUTRINA DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA
Graça da vocação à vida religiosa
426. Minha filha, a maior felicidade que, nesta vida mortal, uma alma pode receber é ser chamada pelo - Altíssimo à sua casa, para se consagrar ao seu serviço. Por este favor, a resgata de perigosa escravidão, e a liberta da vil servidão do mundo, onde, sem liberdade, deve comer o pão com o suor de seu rosto (Gn 3,10).'"
Quem há, tão insipiente e obscurecido, que não conheça o perigo da vida mundana, com tantas leis e costumes abomináveis, tais como a astúcia diabólica e a perversidade dos homens nela introduziram?
A melhor parte é a vida religiosa e o retiro. Aqui se encontra porto seguro. O resto é tormenta, ondas encapeladas, cheias de dor e desgostos. Não reconhecerem os homens esta verdade, nem agradecerem este singular benefício, é repreensível dureza de coração e esquecimento de si mesmos.
Tu, porém, minha filha, não te faças surda à voz do Altíssimo. Atende, trabalha e corresponde a ela. Advirto-te que um dos maiores empenhos do demônio é impedir a vocação religiosa, quando o Senhor chama e dispõe as almas para se dedicarem ao seu serviço.
Aversão do demônio pela vida religiosa
427. Somente o ato público e sagrado de receber o hábito e entrar em religião, ainda que não se faça sempre com fervor e pureza de intenção devidas, revolta e enfurece o dragão infernal e seus demônios. Não toleram a glória do Senhor, o gozo que sentem os santos anjos, além de saber aquele mortal inimigo, que a vida religiosa santifica e aperfeiçoa.
1- Comer o pão com o suor do rosto, está aqui empregado por "viver espiritualmente oprimido por ocupações frívolas" como se depreende da continuação do texto. Não significa, como de início pode parecer, que na vida religiosa coma-se o pão ociosamente, em contraposição comê-lo no mundo com o suor do rosto.
A vida religiosa é serviço, compreendendo portanto trabalho e sacrifício um alguns pontos mais do que no século. (N. da T.)
Acontece, muitas vezes, que ha vendo nela entrado por motivos humanos e terrenos, depois a ação da graça melhora e corrige tudo. Se isto sucede quando no princípio não houve intenção tão reta como convinha, muito mais poderosa e eficaz será a luz e virtude do Senhor e disciplina da religião, para a alma que a abraça movida pelo divino amor, e com íntimo e verdadeiro desejo de procurar, servir e amar a Deus.
Ser fiel sem olhar para trás
428. Para o Altíssimo reformar e aperfeiçoar quem entra no estado religioso, qualquer que seja o motivo que o trouxe, convém que, tendo voltado as costas ao mundo, não torne a olhá-lo, apague suas imagens da memória e esqueça o que com tanta dignidade deixou.
Os que não seguem este ensinamento e são ingratos e desleais a Deus, sem dúvida são atingidos pelo castigo da mulher de Jó (Gn 19,26). Embora pela divina piedade, não seja visível ao olhar exterior, interiormente é muito real, tomando a alma seca, gelada, sem fervor nem virtude.
Sem o amparo da graça, não realizam o ideal de sua vocação, nem aproveitam o benefício da vida religiosa. Nela não encontram consolo espiritual, nem merecem que o Senhor os olhe e visite como a filhos; mas são repudiados como escravos infiéis e fugitivos.
Lembra, Maria, que para ti o mundo há de estar morto e crucificado e tu para ele, sem guardares afeto e recordação de qualquer coisa terrena. Se, às vezes, for necessário exercitar a caridade com o próximo, ordena-a tão bem que, em primeiro lugar, ponhas o bem de tua alma, sua segurança, quietude, paz e tranqüilidade interior. Evitando os excessos viciosos, deves ser muito atenta a estas advertências, se quiseres permanecer em minha escola.
quinta-feira, 20 de novembro de 2025
20 de novembro - Dia de Santo Edmundo mártir
+ 870
Edmundo é um santo mais vivo na memória do povo da Inglaterra do que nos documentos históricos. Mesmo porque os registros trazem dados sobre o seu reinado e sua morte, enquanto sobre sua origem poucas são as informações.
Sabemos apenas que Edmundo era cristão, filho do rei Alkmund, da Saxônia, que, posteriormente, teria sido adotado pelo rei das regiões da Inglaterra oriental, a Estanglia.
Aos quatorze anos de idade, tornou-se o último rei daquele território. Era um tempo duríssimo para toda a Inglaterra, agredida, constantemente, pelos sanguinários bárbaros dinamarqueses que invadiam a saqueavam seus vilarejos. Esses bárbaros eram comandados por três irmãos: Halfdene, Ivarr e Ubba. Em suas investidas, além de saquear os povoados, exigiam um resgate para não destruírem as vilas.
No ano de 869, os dinamarqueses irromperam uma grande invasão nos domínios do rei Edmundo. Para defender seu povo e o reino, ele reuniu seu pequeno exército e combateu os invasores, mais equipados e em maior número. Desse modo, ele acabou como prisioneiro de seus opositores.
Os dinamarqueses ofereceram ao rei Edmundo a possibilidade de manter sua vida e a coroa caso renegasse a fé e se proclamasse vassalo.
O rei rejeitou a proposta por duas vezes. Dessa maneira, selou seu destino.
Durante o século IX, os nórdicos ou dinamarqueses, cada vez com maior frequência, assolavam as costas da Inglaterra, até que, lá pela metade do século, “os pagãos começaram a hibernar em nosso país”. Nessa época, no dia de Natal de 855, a nobreza e o clero de Norfolk, reunidos em Attleborough, proclamaram Edmundo o seu rei, um jovem de catorze anos, o qual, no ano seguinte, foi reconhecido também pelos habitantes de Suffolk. Segundo consta, ele era talentoso e foi bem-sucedido, tanto como governante e ao mesmo tempo como homem virtuoso, aprendeu de cor todo o saltério, a fim de poder acompanhar o culto na igreja e imitar as boas ações do Rei Davi. Conforme escreveu o beneditino Lydgate, no século XV, ele, “em seu reino, era muito religioso e bondoso, cheio de alegria celestial, previdente no aconselhar, e mostrava muitos sinais de graça e de bem-aventurança … “.
Em seguida, houve a maior invasão dinamarquesa, como acontecera. Conforme atesta a Anglo-Saxon Chronicle: “no ano de 866, um grande exército (de dinamarqueses) invadiu o país dos anglos e estabeleceu o seu acampamento de inverno entre os anglos orientais, e lá eles arranjaram para si muitos cavalos. E os anglos orientais fizeram com eles um pacto de paz”. Em seguida, os invasores atravessaram o rio Humber e conquistaram York, e marchando para o sul, invadiram a Mércia e chegaram até Nottingham, pilhando e incendiando tudo em sua passagem e escravizando os seus habitantes. Em 870, as hostes inimigas atravessaram a Mércía e invadiram a Ânglia Oriental, e estabeleceram o seu acampamento de inverno em Thetford. “E naquele inverno, Edmundo lutou contra eles, e os dinamarqueses alcançaram a vitória e assassinaram o rei, subjugando todo o país e destruindo todos os mosteiros que encontravam à sua frente”.
Morreu traspassado pelas flechas dos bárbaros pagãos no dia 20 de novembro de 870.
O corpo do rei foi enterrado em Hoxne, e pelo ano de 903, foi trasladado para Beodricsworth, cidade atualmente conhecida como Bury St. Edmund’s (isto é, aldeia de S. Edmundo). Em 1010, durante as invasões dos dinamarqueses ele foi trasladado para a igreja do S. Gregório, perto da catedral de S. Paulo, em Londres, e três anos mais tarde, foi trazido de volta a Bury. Durante o reinado de Canuto, foi fundada a célebre abadia beneditina de S. Edmundsbury, e o corpo de S. Edmundo passou a ser a principal relíquia da igreja abacial.
A devoção a S. Edmundo o Mártir a princípio estava muito difundida e era muito popular na Inglaterra, inúmeras igrejas eram dedicadas em sua honra, e no século XIII e em período mais recente ainda, sua festa era dia santo de guarda. Atualmente, celebra-se a sua festa nas dioceses de Westminster e de Northampton, bem como entre os beneditinos ingleses.
A Igreja celebra também neste dia os santos: Ambrósio de Camaldoli e Otávio.
O desaparecimento do rei Edmundo levou ao fim o reino da Estanglia. Mas a Inglaterra se fortaleceu sob seu nome, e o jovem rei morto tornou-se uma bandeira.
Antes do final do século IX, as moedas cunhadas durante o seu reinado já eram chamadas "penny of Edmund". A sua veneração tornou-se o culto de maior devoção do povo inglês.
Foi canonizado e proclamado padroeiro da Inglaterra, recebendo as homenagens dos devotos no dia de sua morte.
As relíquias mortais de santo Edmundo foram sepultadas em Beadoricesworth, que hoje se chama Bury St. Edmund, na região de Cambridge.
Atualmente, existe uma congregação de sacerdotes ingleses chamados Padres de Santo Edmundo.
20 de novembro - Dia de São Félix de Valois
1127-1212
Fundou a Ordem da Santíssima Trindade
Nascido em Paris em 1127, Félix era um príncipe da casa real de Valois da França. Tinha à sua disposição todas as regalias da Corte, mas possuía alma caridosa e despojada de vaidades. Desde a infância demonstrou sua vocação para o sacerdócio, pela precoce preocupação e cuidado que dispensava aos pobres e necessitados.
Possuidor de grande fortuna pessoal, dava aos pobres tudo o que podia e com freqüência se privava, também, do próprio alimento para socorrê-los. Na juventude, tomou a decisão de seguir o chamado de Cristo. Completou os estudos, recebeu a ordenação sacerdotal e renunciou a todos os direitos dos títulos de nobreza e às riquezas terrenas. Escolheu ser um monge eremita, pois ansiava a vida solitária e humilde, dedicado somente à religião.
Contudo, não conseguiu ficar sozinho por muito tempo. Deus tinha outros planos para ele.
Foi procurado pelo amigo João da Mata, doutor e sacerdote, que queria seguir o seu modo de viver a espiritualidade. Félix, que lhe conhecia a cultura e inteligência, aceitou-o como companheiro e não como discípulo.
Saint Félix de Valois et saint Jean de Matha aux pieds de
Notre Dame et de son divin Fils. Anonyme. XVIe.
Foram três anos de aprendizado recíproco, onde se uniram a santidade de Félix e a inteligência e praticidade de João da Mata.
Aqueles eram os tempos das incursões dos piratas que aterrorizavam o mar Mediterrâneo, assaltando navios e a Europa, atacando e invadindo as cidades portuárias. Eram turcos muçulmanos, que se consideravam verdadeiros inimigos do cristianismo, por isso matavam, saqueavam e também prendiam os cristãos sobreviventes para que servissem como escravos.
Certo dia, Félix e João estavam caçando nos bosques de Cerfroi, onde estavam retirados, quando tiveram a mesma visão divina. Nela, Deus os chamava para lutar pela libertação dos cristãos que sofriam como escravos nas mãos dos muçulmanos através da fundação de uma Ordem religiosa com tal finalidade. Sem temer o perigo que a missão acarretaria, Félix e João iniciaram a Obra imediatamente. Foram para Roma exclusivamente para narrar ao papa Inocêncio III a visão e pedir autorização para criar a Ordem.
A luta foi árdua e dura, mas em pouco tempo recuperaram a liberdade e a condição social de muitos cristãos escravizados. Os padres chegavam a entregar-se como escravos para realizar plenamente o trabalho de resgate. Desse modo, cumpria-se a profecia de outra visão de Félix: a de que os padres da Ordem passariam por vexames, perseguições e maus-tratos para obtenção da liberdade e dignidade de cada um dos cristãos então escravizados.
Morreu no ano 1212, na Casa-mãe da Ordem, o primeiro convento fundado por ele, em Cerfroi. Beatificado em 1666, teve seu culto confirmado para toda a Igreja no final do século XVII. A celebração da memória de são Félix de Valois ocorre no dia 20 de novembro, data que seria a da sua morte.
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
19 de novembro - Dia de São Rafael de São José "José Kalinowski"
"José Kalinowski"
1835-1907
São Rafael de São José, Kalinowski, nasceu em Vilna, na Polônia, no dia 1o. de setembro de 1835 e foi batizado com o nome de José, na igreja paroquial de São João, fundada pelos Padres Jesuítas, hoje transformada em museu da Universidade. Filho do casal André Kalinowski e Josefina Polonska, ambos nascidos em famílias nobres. Fez em casa seus primeiros estudos. Aos oito anos começou a estudar no Instituto para os Nobres, em Vilna, onde seu pai era professor e diretor.
O jovem Kalinowski pensava em cursar estudos superiores. Nesta época a Polônia estava dividida entre três potências militares: Áustria católica, Prússia protestante e Rússia Ortodoxa. A cidade de Vilna e arredores estavam sob o domínio russo. As universidades polacas e lituanas tinham sido fechadas. Os jovens polacos e lituanos só podiam estudar nas universidades russas de Petersburgo, Moscou e Kiev. O pai propõe a José e a um irmão que freqüentassem a Academia de
Agronomia de Hory-Horki, uma cidade situada próxima a Orsza, na região de Mohylev, na Bielorússia.
José não se sentia nem um pouco atraído para a agricultura. Ao final de dois anos, em 1852, foi para Petersburgo para estudar na Escola Superior de Pontes e Estradas, mas não encontrou vaga. Então, por necessidade, matriculou-se na Escola Militar de Engenharia.
Tendo terminado com êxito os cursos básicos, em 1855, foi admitido à Academia Militar Superior. Seus dotes morais e sua inteligência atraíram a atenção dos professores. Assim, Kalinowski recebeu a função de Assistente de matemática e de mecânica.
A vida militar não o agradava, mas a Providência Divina o conduzia por este caminho. No futuro, a arte militar lhe seria útil para ajudar a pátria. Mas não queria permanecer muito tempo naquele ambiente no qual, segundo escreve em uma de suas cartas, "ao buscar o espírito, encontrava a matéria".
Em 1859 deixou a Academia e foi transferido para o Comando de Engenheiros de Petersburgo. Porém, aí também não ficou satisfeito. Por sua própria conta iniciou o trabalho de projeção da ferrovia estratégica de Kursk-Kiev-Odesa.
Em 1860 foram suspensos os trabalhos da ferrovia, e Kalinowski, em outubro deste mesmo ano, foi designado, a seu próprio pedido, para a fortaleza de Brest Litowski, com a função de engenheiro superintendente da manutenção e fortificação.
Brest Litowski é célebre por alguns importantes eventos históricos. Aí se ratificou, em 1596, a União da Igreja Oriental de Kiev com a Igreja Romana. Em 1918 foi assinado o tratado de paz entre os Bolcheviques de Lênin, Alemanha e Áustria, mais tarde anulado.
Além dos trabalhos na fortaleza, dos deslocamentos ao Estado Maior de Petersburgo, Kalinowski abriu em 1861, na cidade de Brest, uma casa para abrigar jovens abandonados e fundou uma escola gratuita para eles. Em abril de 1862 foi promovido a Capitão do Estado Maior do exército russo. Eram tempos difíceis, dado que a juventude polaca de Varsóvia estava preparando a insurreição armada contra a Rússia.
Kalinowski, que conhecia perfeitamente o poder militar russo, desaconselhava a insurreição; mas, ao ver que os jovens compatriotas não queriam aceitar raciocínios prudentes, pediu baixa do exército russo para não se ver obrigado a lutar contra seu próprio povo. Em janeiro de 1863 explodiu a revolta. Kalinowski, tendo recebido a aceitação de sua renúncia, deixou Brest Litowski e retornou a sua casa em Vilna. Dirigiu-se a Varsóvia para receber o último soldo, quando se encontrou casualmente com o coronel José Galezowski, que lhe pediu para assumir o cargo de Ministro da Guerra na Lituânia. Kalinowski aconselhou-se com seu diretor espiritual e com pessoas de sua confiança e aceitou o posto que lhe fora oferecido.
Assim ele justifica os motivos de sua decisão: "O que ouvira não me entusiasmava a participar na insurreição: mas deveria fechar os olhos aos que haviam provocado o incêndio, e voltá-los, antes de mais nada, para os que se atiravam a esse fogo trepidante, e isto foi decisivo".
Nos primeiros dias de junho de 1863, Kalinowski regressava a Vilna. Sem que seus familiares o soubessem, estabeleceu o quartel general em sua própria casa. Contudo, era perseguido sempre mais intensamente por uma necessidade de vida espiritual num tempo tão perigoso. Em cumprimento de seu dever como Ministro da Guerra, ajudava às famílias dos combatentes, fazendo o possível para lhes poupar do pior.
Kalinowski retornou às praticas da vida sacramental, graças à uma de suas irmãs, Maria, que, ao lhe oferecer uma cruzinha de ouro destinada a um primo, Jaime Gieysztor, condenado à deportação na Sibéria, suplicou a José que se confessasse. José não pôde resistir a um convite tão amável e se confessou. Era o dia 15 de agosto de 1863. A partir deste dia começou a viver uma vida de intensa espiritualidade.
Enquanto isso, os chefes da insurreição na Polônia e Lituânia caíam nas mãos dos russo e eram condenados à morte ou deportados para a Sibéria. Em Vilna, durante os meses de fevereiro e março, Kalinowski ficou só. Mas também foi levado na madrugada de 24 para 25 de março de 1864. Foi processado e condenado ao fuzilamento. A intervenção da família e outros motivos, entre os quais se encontrava a grande estima moral de que ainda gozava entre os russos, induziram o governador de Vilna, Murawiew, a comutar-lhe a pena de morte. Foi mandado para o exílio e trabalhos forçados na Sibéria por dez anos.
Ao final de nove meses de caminhada num percurso de 8.000 km, os sobreviventes, entre os quais se encontrava Kalinowski, chegaram a Usolé, perto do lago de Bajkal. Usolé era uma aldeia construída às margens do rio Angara; os sobreviventes foram amontoados num único salão do quartel local. É impossível se ter uma mínima idéia dos sofrimentos enfrentados pelos deportados, expostos durante o inverno ao frio siberiano, que oscilava entre 30 e 45 graus abaixo de zero, às tempestades de neve e às enfermidades. Kalinowski a tudo suportou resignadamente, fortalecido pela oração e uma profunda vida interior. Também pôde consolar, ajudar e animar a seus desventurados companheiros. Por isso era muito querido. Tinham-no por santo. O padre Nowakowski, capuchinho e companheiro de exílio, testemunha que os prisioneiros chegavam a acrescentar às suas orações a seguinte invocação: "Pelas orações de José Kalinowski, liberta-nos, Senhor!"
Em agosto de 1868, o governo russo trocou a pena de trabalhos forçados para um simples desterro em Irkutsk, onde permaneceu até 1872, ano em que recebeu licença para estabelecer-se em Perm, próximo aos Montes Urais, de onde podia ir abraçar seus familiares durante as férias.
A repatriação definitiva ocorreu em 1874. Mas o decreto de anistia lhe proibia estabelecer-se na Lituânia. Foi então para a casa de seu irmão Gabriel, em Varsóvia, localizada à rua Krakowskie Przedmiescie, próxima à igreja dos Carmelitas Descalços.
Na Sibéria, Kalinowski adquirira fama de excelente educador. Por influência de Alexandre Oskierka, um de seus amigos durante o exílio, ofereceram-lhe o cargo de preceptor e educador do príncipe Augusto Czartoryski, que residia em Paris, no "Hotel Lambert". O príncipe Ladislau Czartoryski queria para seu filho não apenas um mestre, mas um guia, um amigo, alguém que representasse toda a cultura histórica e religiosa da Polônia e que estivesse em condições de formar o jovem, ligado, da parte de sua mãe Maria do Amparo, à família real espanhola, então no exílio.
Hotel LambertO "Hotel Lambert" era uma residência para príncipes, localizada no centro de Paris, na ilha de Saint Louis. A mãe de Augusto morrera muito jovem e o príncipe Ladislau se casara com uma sobrinha do rei Luís Felipe, a princesa Margarida de Orleans, que era a "dona da casa" quando chegou Kalinowski.
Na residência parisiense do Hotel Lambert, Kalinowski logo descobriu a riqueza interior de Augusto, sua vocação sacerdotal. Durante três anos se dedicou a ele integralmente, com um carinho sempre crescente. Nas contínuas viagens que Augusto precisava fazer, à procura de locais de clima mais suave, devido à sua frágil saúde, Kalinowski sempre o acompanhava. Transformou-se assim em verdadeiro pai, amigo, mestre, companheiro, diretor espiritual e enfermeiro.
Kalinowski entendeu que Augusto precisava de um educador sacerdote, enquanto ia, ele mesmo, descobrindo sua vocação ao Carmelo. Augusto, efetivamente, tornou-se sacerdote salesiano e morreu em odor de santidade. Atualmente é Venerável Servo de Deus e só lhe falta um milagre para sua beatificação. No dia 5 de julho de 1877, Kalinowski deixou a família Czartoryski e se mudou para a Áustria.
Os Carmelitas Descalços fundaram o primeiro convento em Cracóvia no ano de 1605. Antes da divisão da Polônia contavam com 17 conventos e 291 religiosos, 7 mosteiros e 116 monjas. Depois da divisão, no transcurso de um século foram-se suprimindo todos os conventos de padres, exceto o de Czerna, e todos os mosteiros, entre os quais apenas um se salvou, o de Cracóvia, à rua Kopernika. Neste mosteiro, em 1875, viviam 26 monjas, provindas dos vários mosteiros supressos. Neste mesmo ano a Madre Xaviera de Jesus Czartoryska fundou em Cracóvia o segundo mosteiro, à rua Lobzowska, e com suas religiosas, tudo fez para restaurar o ramo masculino da Província. No entanto, o problema mais agudo de seu projeto era a falta de homens candidatos a tal empresa.

Eis que aparece no horizonte a figura de José Kalinowski. Madre Czartoryska viu nele o homem providencial e apto para uma obra grandiosa. Conhecia-o bem, pois sabia muito a seu respeito através de sua família em Paris, já que ela era tia de Augusto. Kalinowski não se sentia apto para empreender a restauração do Carmelo na Polônia, mas decidiu ingressar na Ordem para fazer penitência e orar por sua pátria e pela Igreja. A Providência Divina, sem dúvida, atuou de tal forma em sua vida religiosa e sacerdotal, que Kalinowski se tornou o verdadeiro restaurador da província polaca.
No dia 26 de novembro de 1877, Kalinowski ingressou no noviciado da Ordem dos Carmelitas Descalços, em Graz, na Áustria, recebendo o hábito carmelitano e adotando o nome de Frei Rafael de São José. O Mestre de noviços foi muito exigente, mas Kalinowski, acostumado à vida dura da Sibéria, suportou todo o rigor da vida religiosa.
Concluído um noviciado exemplar, emitiu seus votos temporários e foi enviado a Raab (Gyor), na Hungria, para iniciar seus estudos de filosofia e teologia. Aí emitiu seus votos solenes no dia 27 de novembro de 1881. Foi mandado para Czerna, onde foi ordenado
sacerdote no dia 1882, pelo bispo Dom Albino Dunajewski, futuro cardeal e amigo do Frei Rafael. Após sua ordenação, foi nomeado Vice Mestre dos noviços, e já em 1883, era Prior.
Em 1892 foi com alguns padres para Wadowice como superior da nova fundação. Rapidamente construíram uma bela igreja e um grande convento sob a proteção de São José. As vocações começaram a surgir.
Em Wadowice, Frei Rafael "viveu os anos mais belos de sua vida, dedicado à direção dos trabalhos, sobretudo à educação dos jovens candidatos à vida religiosa, à direção espiritual de numerosíssimas almas que procuravam sua direção espiritual (seu confessionário em Wadowice, como em Czerna, era assediado até as primeiras horas da madrugada". Organizou a Ordem Terceira Secular e a Irmandade do Escapulário. Em meio a esta intensa atividade apostólica encontrou tempo para investigações históricas e teológicas com as quais pudesse reforçar as bases históricas e teológicas da restauração da Ordem e a renovação espiritual do Povo de Deus.
Morreu em Wadowice, no dia 15 de novembro de 1907, exatamente no dia da comemoração de todos os fiéis falecidos do Carmelo. Todos estavam convencidos de que morrera um santo. Esta fama de santidade se espalhou imediatamente, conforme afirmou uma testemunha ocular, o Frei Bronislau da Santíssima Trindade, Carmelita Descalço:
"Os habitantes da cidadezinha de Wadowice e das aldeias circunvizinhas visitaram espontaneamente e em grande número os despojos mortais; rezavam, tocavam o corpo do Servo de Deus com pequenas imagens, devocionários e rosários. [...]
Os religiosos, de sua parte, pegavam às escondidas da cela do Servo de Deus pequenos objetos, como relíquias de quem morrera em odor de santidade. Eu mesmo peguei uma espécie de venda, que havia usado durante sua enfermidade. Dela emanava um estranho aroma balsâmico. Não querendo acreditar neste aroma, pensei que ele talvez usasse alguma pomada perfumada quando o vendavam.
Fui ao coro monástico, onde o Servo de Deus celebrava a Missa, depois de sua primeira enfermidade; ali encontrei o amito, o corporal e o sangüíneo que ele usava para celebrar a Santa Missa, e percebi uma coisa estranha. O mesmo idêntico aroma balsâmico emanava dos panos sagrados, do cálice e do amito, como eu percebera na venda. Muito respeitosamente, fiz um pacote com estes objetos e o entreguei às Monjas Carmelitas da rua Wesola, em Cracóvia, para que o conservassem".
O AMOR A SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA
A oração, alimentada e sustentada pela austeridade, pelo silêncio e pelo recolhimento, foram o cimento de toda sua vida espiritual. Procurava viver em profunda intimidade com a Virgem Maria e isto recomendava a seus frades e monjas.
Venerava-a e a amava como "Mãe e Fundadora" da Ordem, empenhando-se em tê-la sempre presente no espírito e se esforçava para trabalhar por sua glória. Dizia: "
Para os religiosos e monjas carmelitas, o ato de honrar a Virgem Santíssima é de capital importância. Nós a amamos verdadeiramente quando nos esforçamos em imitar suas virtudes, especialmente sua humildade e seu recolhimento na oração...
Para os religiosos e monjas carmelitas, o ato de honrar a Virgem Santíssima é de capital importância. Nós a amamos verdadeiramente quando nos esforçamos em imitar suas virtudes, especialmente sua humildade e seu recolhimento na oração...
Nosso olhar deve estar constantemente fixado nela, e a ela devem se orientar todos os nossos afetos, conservando sempre a lembrança de seus benefícios e esforçando-nos em lhe ser sempre fiéis".
Escreveu vários livros sobre a Santíssima Virgem Maria e outros temas carmelitanos. Foi confessor famoso. Para este apostolado escolheu o lema de São Paulo: "Caridade, alegria e paz" (Gl 5,22).
O papa João Paulo II o beatificou na Polônia, no dia 22.6.1983. Foi canonizado no dia 17 de novembro de 1991 pelo mesmo papa.
Vale lembrar que em Wadowice, cidade onde faleceu São Rafael de São José, nasceu, em 1920, o papa João Paulo II que, pelo afeto que nutria pelos Carmelitas e por sua veneração aos restos de São Rafael Kalinowski, por duas vezes tentou ser religioso carmelita.
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https://lojamariel.com.br/ https://www.apparitionstv.com/ FILME: SEDE SANTOS 09 - SANTA FILOMENA EDIÇÃO E NARRAÇÃO MARCOS TADEU TEIXEI...
Quem sou eu
SÃO JOÃO BOSCO E DOMINGOS SÁVIO - FILME SEDE SANTOS 7
SÃO GABRIEL DE NOSSA SENHORA DAS DORES
SANTA MARIA BERTILLA BOSCARDIN
DEFESA DAS APARIÇÕES DE JACAREI
DEFESA ÀS APARIÇÕES DE JACAREÍ
(FEITA POR UM PEREGRINO, AO CONTEMPLAR UM VÍDEO FALANDO MAL DAS MESMAS CITADAS ACIMA, E SOBRE A CARTINHA DO BISPO DA ÉPOCA, ALEGANDO QUE AS APARIÇÕES NÃO ERAM VERDADEIRAS)
NÃO SEI QUEM FEZ MAS PRA MIM ESSA PESSOA MERECIA UMA MEDALHA DE HONRA DE NOSSA SENHORA POR ESTA BELA DEFESA
"Quando você diz que devemos dar ouvidos ao que os padres dizem a respeito das aparições de Jacareí, corre em um ledo engano, pois, a “opinião pessoal” deles é que não pode ser elevado ao nível de “dogma de fé”. As cartas de Dom Nelson são muito citadas pelos que latem que estas Sagradas Aparições são falsas. Portanto, mister se faz alguns esclarecimentos. Há duas cartas oficiais onde este indigitado bispo trata da matéria “aparições”. Uma primeira, publicada em 1996, enquanto o mesmo ainda era bispo de São José dos Campos (diocese a qual pertence Jacareí). Nesta, não há menção alguma ao nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, muito menos, excomunhão, há somente algumas orientações pastorais. A segunda, publicada em 2007 e republicada em 2011, realmente traz explicitamente o nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, porém, nesta, a palavra “excomunhão” é sequer mencionada.
Ainda há um probleminha com esta segunda carta. O dito bispo (certamente pela providência de Nossa Senhora) foi transferido para a diocese de Santo André/SP em 2003, e, observem, a segunda carta publicada por ele ocorreu no ano de 2007, quando já havia deixado de ter jurisdição eclesiástica sobre a cidade de Jacareí. Portanto, o mesmo, ao editar esta carta, violou a jurisdição eclesiástica conferida a ele pela Igreja, e, ainda, violentou gravemente a autoridade de Dom Moacir, então, bispo da Diocese de São José dos Campos, que, se quisesse, poderia ter criado o maior caso com isso, pois Dom Nelson desrespeitou frontalmente e atropelou sua autoridade eclesiástica, uma verdadeira afronta. Então eu lhes pergunto, vocês ainda vão dar credibilidade a um documento irregular e eivado de vícios como esse?
Vale lembrar, que não é obrigatório seguir estas cartas circulares dos bispos. Não há heresia nem cisma nisso. Um católico somente pode ser acusado de cismático ou herege se atentar contra os Dogmas de Fé. Que eu saiba, carta circular de bispo não é Dogma de Fé. Como a primeira carta de Dom Nelson não condena as Aparições de Jacareí, e a segunda está irregular, pode-se dizer que não pesa condenação oficial e regular da Igreja sobre estas Santas Aparições. Além do mais, até o presente momento, Dom José Valmor, que atualmente tem jurisdição eclesiástica sobre Jacareí, não fez pronunciamento oficial sobre as mesmas. Documento oficial onde o Profeta Marcos foi excomungado, também é inexistente, portanto, qualquer informação que diga o contrário é fruto de pura “fofoca”.
Ressalto que em Jacareí, realmente, não damos tanta importância aos documentos do Vaticano. O que nós realmente valorizamos é a doutrina que nos foi transmitida pelos santos, como Santo Afonso, São Luiz, Santa Teresa, São João da Cruz, etc... Outro adendo que gostaria de acrescentar, diz respeito ao fato da obrigatoriedade ou não das Sagradas Mensagens Celestiais. A orientação predominante entre os teólogos católicos, de que não é obrigatório seguir as Aparições de Nossa Senhora, se funda em meras opiniões pessoais de alguns clérigos a respeito do assunto. Esta orientação não tem o caráter da infalibilidade papal e muito menos é um Dogma de Fé. Realmente, o catecismo atual traz algo nesse sentido, mas vale lembrar que o mesmo não recebeu o caráter da infalibilidade pelo Concílio Vaticano II. Bem ao contrário do Santo Catecismo do Concílio de Trento. Este sim, recebeu o caráter de infalível. Ocorre que nossa amada Igreja há muito se transviou de uma tradição bíblica milenar, através da qual o “Deus dos Exércitos” sempre manifestou sua vontade ao povo de Israel por meio de suas aparições aos profetas (mesmo fenômeno que ocorre com o, também, profeta Marcos Tadeu, pois os fenômenos miraculosos e de aparições que ocorrem naquele Santuário, são da mesma espécie dos verificados na Sagrada Bíblia).
Ora, nos tempos bíblicos não era através dos fariseus, saduceus, príncipes e doutores da lei (a Igreja oficial da época) que Deus dava as suas diretrizes ao povo eleito, mas sim, através dos profetas, em outras palavras, dos videntes. Nos primórdios do cristianismo, também ocorria assim, pois, a própria origem da nossa amada Igreja se funda nas “aparições” de Jesus aos apóstolos e discípulos. Então, por que esta tradição bíblica foi quebra? Será que é porque as aparições aos profetas cessaram? Errado, pois nos últimos 100 anos ocorreram mais de 1000 aparições de Nossa Senhora, dos santos e anjos, e até de Deus.
A pergunta correta é, por que o clero tenta abafar isso, pois grande parte, senão todas, destas aparições também foram acompanhadas de sinais miraculosos, como, curas inexplicáveis pela ciência, sinais na natureza, etc... Se Deus usava deste expediente nos tempos bíblicos, certamente deveria continuar a usá-lo nos tempos do catolicismo, pois uma grande verdade que a Teologia professa é que Deus é imutável. Não citarei as passagens bíblicas onde Deus manifesta sua vontade através dos videntes/profetas, pois se assim fizesse, teria que citar a Bíblia inteira, pois a própria formação e ensinamentos nela transmitidos se dão por este meio. Gostaria apenas de citar um pequeno exemplo de qual atitude deveremos tomar frente às Aparições de Jacareí, tomando por base a Bíblia. Saulo, quando se dirigia à cidade de Damasco e Jesus lhe “aparece” exclama: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 9, 6). Naquela ocasião, Jesus disse a ele para procurar os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! O ordenou que entrasse na cidade de Damasco e ali lhe seria dito o que deveria fazer. Beleza. E quem Deus enviou para Saulo? Os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! Mas Ananias, um vidente. Como eu sei que Ananias era um vidente? As Sagradas Escrituras nos contam que foi uma aparição de Jesus que disse para ele ir procurar Saulo. É só conferir At 9, 10-16ss.
Outro exemplo foi Judas Iscariotes; este preferiu errar com a Igreja oficial da época (lembra né, fariseus e saduceus) que acertar sem ela. Bom... Errou mesmo! E segundo alguns santos místicos, como Maria de Ágreda, sua alma se encontra no inferno. Assim, a posição teológica defendida pela maioria dos teólogos atuais, de que as aparições não são obrigatórias, falando em termos de estudo teológico da atualidade, é perfeitamente passível de questionamento, e, inclusive, daria uma boa tese de doutoramento. É um posicionamento que pode ser mudado. Não é Dogma de Fé. Gostaria de finalizar este ponto dizendo o seguinte. Jesus tolerou para sempre aquela Igreja oficial da época (o judaísmo) que rejeitou o projeto que suas aparições aos Apóstolos (que também eram videntes) propunha? Claro que não!!! Por causa disso, Deus se retirou do meio daquela Igreja e passou a habitar no meio dos seus videntes, os apóstolos e discípulos, e, assim, surgiu a nossa amada Igreja Católica (Mt 21, 39-45).
Não é objetivo do Profeta Marcos Tadeu, nem de sua Ordem e muito menos de nós, a Milícia da Paz (formada por todos os fiéis seguidores daquele Santuário) provocar um cisma na Igreja. Nós apenas denunciamos os erros (prerrogativa esta, conferida aos leigos pelo próprio Concílio Vaticano II), lutamos para que a devoção a Nossa Senhora, aos santos e anjos seja colocada em seu devido lugar, e que as suas mensagens, e as dos demais santos, e até as de Deus, seja acolhida como nos tempos Bíblicos, pois acreditamos que se isto não for feito, irá se abater gigantescos cataclismos sobre a Terra, de uma tal magnitude que nunca houve, nem jamais haverá. Acreditamos que esta “palavra de Deus” transmitida nas aparições é o caminho e a única forma de salvar o mundo, e qualquer obra, ou pessoa, que ensine ou faça diferente do que elas dizem, é desprezada por nós. O motivo para isto é muito simples. Desde tempos remotos, as Aparições de Nossa Senhora (inclusive as não aprovadas pela Igreja) vêm dizendo o que aconteceria ao mundo se esta “palavra de Deus” não fosse obedecida. Resultado, tudo o que elas disseram, em um passado remoto, está se cumprindo na atualidade. Então, não há outra conclusão a se fazer, a não ser admitir que elas eram verdadeiras, e que o clero errou. Aliás, o histórico de erro do clero é algo realmente interessante. Basta citar a condenação que pesou durante 20 anos sobre as Santas Aparições de Jesus Misericordioso à Santa Faustina, e não foi por um “bispozinho” qualquer. Foi pelo próprio papa da época. Se não fosse a atuação do então Cardeal Karol Józef Wojtyła, futuro Papa João Paulo II, estas aparições estariam condenadas até os tempos atuais, e, certamente, você seria um grande opositor delas, não é? Infelizmente, como atualmente o número de Cardeais, e clérigos em geral, com este nível de espiritualidade é praticamente nulo... tadinha das aparições... snif. Praticamente nenhum deles entende de Teologia Mística, o estudo apropriado para se avaliar as aparições e estudá-las.
Além do mais, as aparições de La Salette, Lourdes e Fátima, para quem conhece mais a fundo sua história, verá que elas na verdade não foram aceitas pelo clero. Muito pelo contrário, este as combateu com todas as suas forças. Na realidade, o que ocorreu, é que os fiéis praticamente as fizeram descer goela abaixo na garganta do clero, de tal modo, que eles não tiveram outra opção a não ser aprová-las. E, mesmo nestas que foram aprovadas, o estrago que o clero fez é algo incomensurável. Não as divulgou como deveria; se o corpo incorrupto de Santa Bernadete estivesse no Santuário de Lourdes iria converter milhões de fiéis, no entanto está praticamente escondido no convento de Nevers; o corpo incorrupto de Santa Jacinta foi escondido dos fiéis; a esmagadora maioria dos vaticanistas da Itália é de acordo que, até hoje, o terceiro segredo de Fátima não foi revelado em sua integralidade; a consagração da Rússia não foi feita como Nossa Senhora pediu até os dias atuais, etc... E isso, só para citar os danos que me vem à mente neste momento.
No Santuário das Aparições de Jacareí, o Profeta Marcos está resgatando tudo aquilo que a Igreja e a sociedade tanto se esforçaram para extinguir, os escapulários, medalhas, mensagens, enfim, a salvação do mundo que Nossa Senhora nos revelou e ofereceu com tanto amor ao longo de suas aparições na história. Sem dúvida, lá está se cumprido a passagem da Escritura na qual se diz: “Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas...” Mt 13,52 É uma nova aparição que resgata todas, até as mais antigas. Portanto, se ainda quiserem seguir a doutrina da cabeça deste cara de que não precisamos de aparições, o problema é de vocês. Aliás, se formos pensar bem, porquê Deus, Nossa Senhora os anjos e os santos apareceriam, né? Afinal de contas, nosso mundo está uma verdadeira maravilha, não é? Não temos problemas de droga, prostituição, corrupção, degradação moral, depressão, decadência da Igreja, violência, roubos, assassinatos, guerras, miséria..., todos os sacerdotes são verdadeiros Serafins de santidade, enfim, o Vaticano está dando conta do recado... Só não está apresentando um desempenho melhor devido a um “pequeno” probleminha de tráfico de influência entre os altos clérigos, desvio de verbas do banco do Vaticano, looby gay entre os padres, pedofilia generalizada, um papa progressista e comunista..., mas, afinal de contas, são probleminhas fáceis de serem solucionados, né? É... Em um mundo maravilhoso e em ótimo funcionamento como esse, realmente não entendo o motivo de tantas aparições..."







