JACAREÍ, 13 DE MARÇO DE 2011
MENSAGENS DE NOSSA SENHORA E DE SÃO JOSÉ DE CUPERTINO COMUNICADAS AO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA
MENSAGENS DE NOSSA SENHORA E DE SÃO JOSÉ DE CUPERTINO COMUNICADAS AO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA
"-Meus filhos amadíssimos! O Meu Coração Imaculado hoje, novamente vos abençoa e dá a paz.
Hoje, que é dia Treze, dia a Mim dedicado, dia que pedi Eu nas Minhas Aparições de Montichiari e também Aqui, que os Meus filhos do mundo todo desagravassem o Meu Coração, consolassem o Meu Coração, cercassem o Meu Coracão de amor. Eu vos convido novamente a serdes ao redor do Coração da Mãe do Céu um círculo, uma constelação de estrelas de amor que fazem com que as chagas do Coração Doloroso da vossa Mãe Celeste sejam fechadas, sejam assim saradas e Eu seja consolada.
Sede uma constelação de estrelas de amor ao redor do Meu Coração Imaculado, consolando-Me com as vossas orações feitas com o coração, saídas do mais profundo de vossa alma, cheias de verdadeiro desejo de vos entregardes completamente a Mim, de serdes Meus, de cumprirdes a Minha vontade e de seguirdes pela estrada que há Vinte Anos vos tenho apontado aqui. Para que assim verdadeiramente Eu possa comunicar-vos sempre mais a Minha luz, para que com esta luz vós possais iluminar o mundo inteiro, com a luz da graça do Meu Coração Imaculado.
Sede uma constelação de estrelas de amor ao redor do Meu Coração Imaculado, pela perfeita penitência, pela perfeita mortificação diária de cada um de vós, onde renunciais sempre mais a vossa vontade para fazer a Minha, onde sempre mais colocais de lado aquilo que vós quereis e que quase sempre é contrário e ofensivo ao Senhor, para verdadeiramente aceitardes aquilo que Eu quero, que é sempre conforme aquilo que o Senhor quer, que é a própria vontade do Senhor mesma. Para que assim, verdadeiramente, o vosso amor, a vossa mortificação, a vossa pureza interior possa se transformar numa luz vivíssima, mística e potentíssima para iluminar, aclarar o mundo inteiro!
Sede uma constelação de amor ao redor do Meu Coração Imaculado, uma constelação de estrelas, pela vossa total consagração a Mim, ou seja, a renúncia a vós mesmos e a vossa entrega total nos Meus braços para serdes um só Comigo, para que Eu possa colocar o Meu Coração Imaculado no lugar do vosso coração. E assim seja Eu sempre a viver, a reinar, a amar, a agir por meio de vós e em vós, para a salvação do mundo e das almas dos Meus filhos especialmente os mais afastados. Se vós fizerdes isto Meus filhos, a Minha luz poderosíssima irromperá (1) em vós e por meio de vós como uma super nova. E então, toda a treva será banida, toda a escuridão será debelada e a luz da gloria, do amor do Senhor triunfará em todos os corações e em toda a Terra.
Sede constelações de estrela, sede uma constelação de estrelas de amor ao redor do Meu Coração Imaculado, vivendo sempre mais Comigo e por meio de Mim, sendo para Mim uma cidade santa, ou seja, que a vossa alma seja para Mim uma morada, uma cidade mística e espiritual: onde Eu posso viver, onde Eu posso reinar, onde o Meu amor seja a Lei, onde a verdade divina sejam Lei que rege esta cidade, que rege a vossa alma. Para que assim, verdadeiramente, esta cidade que é a vossa alma possa ser sempre mais: embelezada, perfumada, purificada, enriquecida por Mim com o ouro das virtudes, com o ouro do amor, com o ouro da santidade, para que quando o Rei do Universo voltar, para assentar-se no Trono, no Seu Trono, no Trono desta cidade que é a vossa alma, Ele possa encontrar a Sua cidade, a vossa alma enriquecida com paredes do ouro das virtudes, com muros do ouro da vossa mortificação e do vosso amor. E assim o Rei possa rejubilar-se, congratular-se convosco e dar-vos a Sua recompensa.
Eu estou convosco todos os dias! As Minhas Aparições Aqui por todos estes 20 Anos são a maior prova do amor que tenho a todos vós Meus filhos. Não decepcioneis Meu Coração! Não defraudeis o Meu Coração! Correspondei com todo o vosso amor a tudo aquilo que vos digo, para que no dia do Meu Triunfo Eu não derrame Lágrimas de Sangue por ver que estarão faltando alguns de vocês no meio dos Meus filhos, do Meu rebanho, do Meu redil, porque não quiseram ouvir as Minhas palavras e porque se amaram a si mesmos mais do que a Mim.
Eu lhes peço: Entregai-vos completamente a Mim e fazei os cenáculos que vos mandei fazer de casa em casa. Continuai a rezar Minhas orações e a divulgar as Minhas Mensagens a todos os Meus filhos do mundo inteiro, sem nunca parardes, porque ainda tenho que alcançar muitos filhos Meus que estão distantes do Meu Coração. Vós sois as Minhas Mãos, vós sois os Meus Pés, é através de vós que Eu quero fazer chegar as Minhas Mensagens a todos os Meus filhos. Ide, portanto e não pareis nunca, nem desanimeis porque
‘POR FIM TRIUNFARÁ O MEU CORAÇÃO IMACULADO...’
A todos neste dia, abençôo generosamente de FÁTIMA, de MONTICHIARI, de MEDJUGORJE e de JACAREÍ.
A Paz Meus filhos, a paz a ti também Marcos, Meu mais esforçado e dedicado filho e amigo Meu. A Paz...”
(1) Irromper: brotar, surgir, aparecer de repente
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MENSAGEM DE SÃO JOSÉ DE CUPERTINO
"-Amados irmãos Meus! Eu, JOSÉ, JOSÉ DE CUPERTINO, vos abençoo hoje e vos chamo todos a serdes ao redor dos Corações de Jesus, Maria e José a mais perfeita, a melhor, a maior fonte de amor por Deus, pela Senhora Santíssima e pela salvação das almas. De modo que assim do vosso interior, um rio de água viva possa jorrar e correr para dessedentar a sede de salvação que tantas almas tem e para transformar os desertos áridos deste mundo em jardins floridos e perfumados para a maior alegria do Senhor e da Mãe de Deus.
Sede fontes puras e cristalinas de oração, de uma vida contínua, de constante oração e diálogo com Deus, de união e intimidade com Ele no recolhimento, no silêncio, na paz, na leitura da vida dos santos, das Mensagens, das palavras e meditações dos Santos de Deus, para que sempre mais a vossa alma seja regada continuamente com a sabedoria do alto, com a graça do Espírito Santo. E assim, vossas almas nunca corram o risco de se tornarem um deserto ressequido, uma terra rachada onde nenhuma planta boa, onde nenhuma semente boa pode crescer. Se vós fordes verdadeiramente essas fontes claras e cristalinas de oração, de meditação e recolhimento, de amor, as vossas almas serão sempre jardins verdejantes e então muitas ovelhas do Senhor e da virgem Santíssima que vagaram desgarradas, perdidas pela Terra, poderão encontrar em vós finalmente, o bom pasto, o alimento da graça, da virtude, da santidade, da verdade, do bem, do amor e da oração. E elas comerão esta boa erva, que nasce, que cresce, que vive em vós e recuperarão suas forças e então poderão voltar a correr velozes, vigorosas atrás do Bom Pastor e da Divina Pastora, que a todos chama a segui-Los pelo caminho do amor e da santidade.
Sede fontes cristalinas e puras, de bondade, de generosidade, de doação ilimitada a Deus e a Maria Santíssima e também a salvação das almas, trabalhando e rezando noite e dia, para a vossa própria santificação, salvação e edificação e para a edificação, salvação e santificação de todos os vossos irmãos. Tendes um grande campo à vossa frente que é o mundo, e as ovelhas estão perdidas, desgarradas, estão tão enfraquecidas e já comeram tanta erva envenenada, tanta planta de veneno de erros, de pecados, de falsas doutrinas que não tem mais forças para voltarem. Foram enganadas pelo mundo, foram enganadas pelo diabo, pelas falsas filosofias e teologias que existem hoje em dia que negam o valor dos Santos, o valor da Mãe de Deus, da devoção a Ela, do Rosário, dos Milagres de Nosso Senhor, da própria verdade católica. E estas ovelhas só poderão recuperar a força, só poderão recuperar o vigor se elas encontrarem em vós o bom pasto: da verdade, da santidade, do amor e da oração. E então sim, elas se fortalecerão e encontrarão forças para voltarem ao redil, ao rebanho dos Sagrados Corações de Jesus, Maria e José. Dêem vós mesmos a eles esta boa erva para comer, vivendo em grande santidade, obedecendo todas as Mensagens que os Sagrados Corações vos deram Aqui para que muitas almas possam comer esta erva em vós e fortalecer-se.
Eu vos chamo também a serdes cidades, cidades vivas para o Senhor e para a Mãe de Deus. Eu vos chamo a serdes estas cidades cujas paredes, muralhas, ruas e casas não são feitas de pedras, mas sim de virtudes, são feitas de amor, são feitas de verdadeiro desejo de seguir o Senhor, são feitas de verdadeira doação da vossa alma a Nosso Senhor.
Sede uma cidade bela para o Senhor, procurando todos os dias eliminar os vossos defeitos, lutando contra eles, combatendo-os, negando-vos a vós mesmos e resistindo à fácil tentação que o mundo oferece de afirmar-vos diante dos outros, ou seja, de quererdes ser algo para poder granjear o amor das criaturas. Oh, não! Procurais só o amor de Deus, procurai só o amor de Maria Santíssima para que verdadeiramente vós sejais livres, interiormente livres e a vossa alma então possa gozar de uma profunda e inalterável paz, onde todas as almas que se aproximarem de vós também sentirão esta paz, conhecerão esta paz, desejarão esta paz e vos pedirão o modo de encontrar e possuir esta paz.
Sede cidades belas para o Senhor, cidades sem mácula, sem mancha, sem defeito, sem buraco, nem fenda alguma nas ruas. Que as ruas de vossa alma sejam completamente direitas, corretas, retas, bem pavimentadas, firmes, que dêem segurança a todos aqueles que vierem atrás de vós imitando os vossos bons exemplos, seguindo pelo mesmo caminho pelo qual seguis a Mãe de Deus. Para que assim os vossos irmãos encontrem sempre uma estrada segura, suave e reta para chegarem a Deus e à Mãe de Deus no Céu!
Sede cidades belas para o Senhor, com vastos e belos jardins no centro e no âmago das casas, no ângulo das casas. Para que assim verdadeiramente, os passarinhos possam repousar nos galhos dessas árvores desses jardins e assim ali encontrar abrigo, descanso e alimento, ou seja, que as vossas almas sejam jardins belos, de virtudes, de amor, de oração e santidade. De modo que os passarinhos, as almas dos vossos irmãos possam encontrar em vós, abrigo, acolhida, compreensão, ajuda, apoio, amizade, companhia, e, sobretudo, intensa oração e amor místico. Para que elas possam seguir em frente no caminho da oração, da santidade, da perfeição cristã e todos possam chegar à casa do Pai onde Ele espera todos os Seus filhos com o Seu Coração aberto.
Por fim, prossegui, obedecendo todas as Mensagens que a Mãe de Deus vos deu aqui e não pareis por nada. Não temais nada! Não tende nenhum temor porque Eu estou convosco, Eu velo por vós, Eu vos acompanho, estou convosco e tomo as vossas mãos para conduzir-vos todos os dias, seguramente pelo caminho da santidade!
Eu Sou o vosso irmão bem amado, cheguei ao Céu com enormes sacrifícios, porque sempre fui desacreditado, tido como um tolo e incapaz de aprender. E embora eu fosse muito pequenino, muito humilde e insignificante Deus e a Mãe Santíssima fizeram em Mim grandes coisas, porque em Mim encontraram um grandíssimo e um puríssimo amor sem interesse próprio, sem mancha nenhuma de apego ao Meu próprio ‘eu’. Por isso em Mim, Eles derramaram a Sua graça de forma avassaladora e Eu fui um sinal para os homens do Meu tempo e continuo sendo hoje para todos aqueles que querem chegar até os Corações Deles no Céu.
Deixai-vos guiar pela Minha luz! Segui a Minha luz brilhante de santidade e Eu prometo que Eu vos conduzirei seguramente ao porto da salvação.
Eu abençôo este Lugar, que para Nós do Céu é mais caro e querido do que o mundo inteiro!
Eu te abençôo Marcos, Meu irmão amado, o mais esforçado, o mais dedicado de Meus irmãos e Eu abençôo a todos vós hoje com todo o Meu amor juntamente com a Minha Senhora, a Mãe de Deus, Minha vida, Minha alegria e Minha recompensa. A paz!”
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DIA 18 DE SETEMBRO É DIA DE SÃO JOSÉ DE CUPERTINO, O SANTO QUE “VOAVA” UM HOMEM MUITO SOFRIDO E HUMILHADO, MAS UM SANTO MUITO QUERIDO… O SANTO DOS ESTUDANTES E DE TODOS NÓS…
São José Copertino
1603-1663
São José de Cupertino nasceu em 17 de junho de 1603 como José Desa, em Cupertino, Diocese de Nardo, perto de Nápoles, Itália .
Após varias tentativas de entrar na vida religiosa (ele era considerado ignorante e sem cultura), o "irmão burro", como as vezes era chamado, foi aceito no Convento Franciscano em Grotela onde ele foi ordenado em 1628.
Sua vida tonou-se uma serie de visões e extasies, as quais aconteciam em qualquer local e a qualquer hora pelo som do sino de uma igreja ou pelo som de uma musica sacra ou simples menção do nome de Deus ou da Virgem Maria ou ainda a menção de eventos da vida de Cristo como a Sagrada Paixão ou a visão de uma pintura sacra.
Gritos, beliscões, queimaduras, agulhadas, nada o trazia de volta de seus transes; mas ele voltada na hora com a ordem do seu superior.
Ele por várias vezes levitava e flutuava como um pássaro ( daí ele ser o padroeiro dos aviadores e passageiros de aviões).
Mesmo no século 17 já havia interesse no incomum e os extasies de José, em público, provocaram admiração em uns e constrangimento em outros.
Por 35 anos não foi permitido a ele atender o coro, o refeitório comum, e dizer missa na igreja, para prevenir que ele fizesse um espetáculo em público, ele recebeu ordens de ficar em seu quarto com uma capela privativa.
O Papa Urbano VIII encontrou-se com ele em Grotela e ele ao ver a imagem de Nossa Senhora entrou em extasie.
O papa que falava aramaico fez perguntas complicadas e o mesmo respondeu na mesma língua, com grande sabedoria e naturalidade.
Depois deste episódio, ele passou a ser muito respeitado e por várias vezes foi consultado pelos exegetas da Igreja sobre questões muito controvertidas e o " irmão burro" respondia a todas como se fosse um luminar na matéria.
Dizia com simplicidade que em algumas de suas visões as vezes ficava conversando com alguns apóstolos e as vezes com Jesus e a Virgem Maria.
Quadro " as visões de José de Cupertino".
De alguns êxtases ele não se lembrava de nada, mas de outras visões ele tinha perfeita lembrança e as descrevia com detalhes que deixava a todos boquiabertos.
Para evitar constrangimento para ele e para a Igreja, José foi enviado a uma casa Capuchina e depois para uma casa Franciscana e a outra Capuchina e assim por diante.
Mas, José permaneceu fiel ao seu espirito alegre e brincalhão sempre se submetendo Divina Providencia.
Fazia os 40 dias de jejum a cada ano na quaresma sempre com uma fé inabalável.
Faleceu em18 de setembro de 1663 de uma severa febre e foi enterrado na igreja de Ossimo.
Relicário com o corpo de José de Cupertino
Foi beatificado em 17 de junho de 1703 pelo Papa Benedito XIV e canonizado em 16 de julho de 1767 pelo Papa Clemente XIII.
É o padroeiro dos tripulantes e passageiros de aeronaves, astronautas e pilotos aviadores, pilotos de asa delta, ultra leves, etc.
Sua festa é celebrada no dia 18 de setembro.
Ele era carente de capacidade intelectual a ponto de chamar-se a si mesmo de "Frei Burro". Mas, cheio de luzes sobrenaturais, discorria em profundidade sobre temas teológicos e resolvia intrincadas questões que lhe eram apresentadas.
Deus criador chama todos e cada um dos homens à santidade, porém, em sua sabedoria infinita, o faz pelas mais diversas vias.
A uns pede que se isolem como eremitas nos desertos, a outros manda pregar às multidões.
Conserva por toda a vida a inocência imaculada de uns, enquanto a outros faz emergir de uma situação de terríveis pecados para, arrependidos, atingirem a perfeição.
Há, porém, um contraste que desperta especialmente a atenção: quando a excelência das virtudes floresce numa alma pouco favorecida pelas capacidades intelectuais.
Deus suscitou inteligências luminares, como São Tomás de Aquino ou Santo Agostinho, mas, para demonstrar sua onipotência, elevou a alto grau de santidade também homens os mais desprovidos de capacidades naturais. Um destes últimos é São José de Cupertino.
Uma vocação difícil de realizar-se
O pequeno José veio ao mundo em 17 de junho de 1603, na aldeia de Cupertino, não longe de Otranto, Itália. Seu pai, umpobre carpinteiro, morreu antes que o bebê nascesse, deixando a infeliz viúva com seis filhos e carregada de dívidas. Insensíveis à sua dor, os credores a despejaram da casa, pois ela não tinha condições de pagar o aluguel.
A triste senhora ficou reduzida à situação de dar à luz em um estábulo. Assim, já em seu nascimento, a vida de José se assemelhava à do Salvador, cujos passos viria resolutamente a seguir.
Igreja construída sobre a casa paterna de José de Cupertino
Apesar de sua pobreza, a mãe conseguiu colocá-lo em uma escola, e foi nela que, aos oito anos, ele teve o primeiro de seus numerosos êxtases. Seus colegas, não compreendendo a razão de vê-lo parado e com o olhar perdido, deram-lhe o jocoso apelido de "Boccaperta" (boca aberta).
Quando estava um pouco mais crescido, começou a trabalhar como aprendiz de sapateiro.
No entanto, já sentia a vocação religiosa, e ao completar 17 anos tentou ser admitido num convento dos capuchinhos. Para sua tristeza, foi recusado por conta de sua ignorância.
Não se deixou esmorecer e, à custa de grande insistência, conseguiu ser recebido como irmão leigo, em 1620, pelos capuchinhos de Martino, que o experimentaram em diversos ofícios, mas os seus êxtases contínuos sujeitavam a louça e outros objetos do convento a uma prova não pouco custosa!
Dizem que chegaram a colar em seu hábito os cacos da louça que quebrara. Foi preciso mandá-lo embora. Na terrível provação de ter que despir-se do hábito franciscano, comentou que era como se lhe arrancassem a própria pele.
José procurou abrigo na casa de um tio que tinha certas posses, mas, após algum tempo, este o declarou "completamente inútil" e o pôs na rua.
Após tantas desventuras, voltou para a casa materna. Sua mãe recorreu a um parente que era franciscano, por cujo intermédio o jovem acabou sendo aceito no convento de La Grotella, como ajudante leigo, nos trabalhos do estábulo.
Embora sempre distraído e desastrado, sua humildade e espírito de oração e penitência o tornaram estimado por todos, e em 1625, por votação unânime dos frades, ele foi por fim admitido como religioso franciscano.
Os frades conventuais concordaram em aceitá-lo para cuidar da mula do convento de Grottella.
Depois, sua piedade, austeridade, obediência e dons sobrenaturais levaram os frades a admitirem-no no convento.
Relíquia do hábito de José de Cupertino
Pregação feita por meio do bom exemplo
Entretanto, seu amor a Deus levava-o a almejar o sacerdócio. Embora alguns duvidassem que ele fosse capaz de tanto, os superiores permitiram- lhe começar os estudos. Atravessou os anos de filosofia a duras penas. Nas horas de exame, ficava tão inseguro que, muitas vezes, era incapaz de responder. Mas a Providência não o desamparava.
Quando seu mestre começava a impacientar-se, o nosso santo lhe dizia: "Tenha paciência, assim será mais meritório".
Em uma das provas mais importantes, o examinador lhe disse: "Vou abrir a esmo o Evangelho, e a primeira frase que me cair sob os olhos, essa terás de me explicar".
Em seguida, abriu o livro santo na página da visita a Santa Isabel, e mandou Frei José dissertar sobre a frase: "Bendito é o fruto de teu ventre". Era justamente este o único ponto que ele sabia explanar.
Chegou, por fim, o dia do exame definitivo, no qual se decidiria quem seria ordenado.
José recomendou-se à sua Santa Mãe, Nossa Senhora de Grottella.
Imagem de Nossa Senhora venerada por José de Cupertino
Apresentou-se o grupo de seminaristas diante do bispo, e este logo começou o exame oral. Os dez primeiros a serem interrogados saíram-se tão bem que o prelado, muito satisfeito com o nível de preparação daquele conjunto, dispensou da prova os demais. Frei José era o 11º da lista...
Assim, com razão, Frei José de Cupertino viria a ser declarado padroeiro dos estudantes, especialmente daqueles que se encontram no período de exames.
Foi ordenado sacerdote em março de 1628. Sempre teve muita dificuldade de pregar e ensinar.
No entanto, supria essa deficiência e ganhava as almas por meio da oração, da penitência e do poderoso meio do bom exemplo.
"Frei Burro"... e hábil teólogo
Na verdade, era pouco versado nos conhecimentos humanos, tanto que se chamava a si mesmo de "Frei Burro". Contudo, a graça divina lhe concedia muita sabedoria e luzes sobrenaturais, e desse modo ele não somente ultrapassava o comum dos homens no aprendizado das doutrinas, como se mostrava hábil em resolver as mais intrincadas questões que lhe eram apresentadas.
Em certa ocasião, um professor da Universidade Franciscana de São Boaventura disse: "Escutei-o discorrer tão profundamente sobre os mistérios da teologia, como não o poderiam fazer os melhores teólogos do mundo".
Além disso, nunca deixou de ser místico e grande contemplativo.
Tudo aquilo que, de algum modo, tinha relação com Deus ou com as coisas santas - o som do sino, o canto litúrgico, a menção dos nomes de Jesus ou de Maria, alguma passagem dos Evangelhos -facilmente o transportava ao êxtase. E nada o tirava desse estado.
Em vão seus irmãos de hábito tentavam empurrá-lo ou arrastá-lo, depois passaram a golpeá-lo, espetá-lo com pregos e, por fim, alguns mais impacientes chegaram a tocar sua pele com brasas. Nada produzia efeito. Por milagre da santa obediência, somente a voz do superior o trazia de volta à vida comum.
Êxtases freqüentes, fonte de transtornos e provações
O êxtase às vezes o surpreendia durante a Missa. Voltando a si, São José retomava o santo sacrifício no ponto preciso em que o havia deixado, sem se equivocar no cerimonial.
Tais eram seus êxtases que certo dia, durante uma levitação, suas mãos ficaram por cima das chamas de dois tocheiros.
Atônitos, os espectadores ficaram mudos de temor, mas, passado o êxtase, não havia qualquer sinal de queimadura.
Sua Missa durava habitualmente duas horas. Por vezes, Nosso Senhor lhe recomendava que a abreviasse para ir desempenhar seu ofício de esmoler. Aconteceu- lhe mesmo de elevar-se e permanecer suspenso no ar.
Como essas ocorrências causavam não pouco espanto e admiração, além de grande distúrbio na comunidade, os superiores acharam por bem decidir que Frei José não mais celebrasse Missa em público nem participasse dos atos em comum, como cânticos no coro, refeições e procissões.
A partir de então, ele devia permanecer em seu quarto, onde uma capela privada foi preparada para seu uso. Tudo o bom frade aceitou, com humilde e obediente resignação.
Quarto de São José de Cupertino, transformado em capela.
Quarto de José de Cupertino
Mas as provas a que Deus submetia este seu servo estavam longe de terminar. Tantas manifestações sobrenaturais chamaram a atenção da Inquisição, perante a qual o bom frade foi acusado de abuso da credulidade popular.
Durante um interrogatório no mosteiro napolitano de São Gregório Armeno, ele teve um êxtase diante dos juízes.
O longo e complexo processo ocasionou-lhe o transtorno de ser várias vezes transferido de uma casa dos capuchinhos para outra.
Mas Frei José de Cupertino sempre manteve sua paciência e espírito alegre, submetendo- se com confiança aos desígnios da Providência. Longe de afligir-se, progredia na via da santificação. Praticava a mortificação e o jejum a tal ponto que fazia sete longos períodos de abstinência por ano, e durante boa parte desse tempo não experimentava nenhuma comida, exceto às terças-feiras e domingos.
Simplicidade e inocência
Comumente via as pessoas em forma de um animal que representava o estado de sua alma. Se encontrava alguém cuja alma não estivesse limpa, sentia o mau odor do pecado e advertia: "Estás cheirando mal, vai te lavar". E, após uma boa confissão, sentia um aroma agradável de perfume.
Vivia de tal forma em contemplação que, mesmo durante árduos trabalhos, não conseguia distrair-se dela. Não poucas vezes, pensando nas realidades eternas, José se elevava do chão.
Realmente, o "Irmão Burro" passou boa parte de sua vida no ar, entre o céu e a terra... Devido talvez à sua simplicidade e inocência, José de Cupertino tinha grande amizade e familiaridade com as mais simples criaturas de Deus.
Certa vez mandou um passarinho ir ensinar às freiras de um mosteiro cantar o Ofício. E todos os dias, à hora das Matinas e da Noa, eis que o pássaro aparecia à janela do coro, animando o cântico das religiosas.
Em outra ocasião, encontrou duas lebres junto ao bosque de Grottella e as preveniu: "Não vos afasteis de Grottella, porque muitos caçadores vos perseguirão".
Tendo desobedecido a essa recomendação, uma delas foi surpreendida e perseguida por cães. Encontrando aberta a porta da capela, o animalzinho atravessou a nave e atirou-se nos braços de José. "Eu não tinha te avisado?", disse-lhe o santo. Em seguida, chegaram os caçadores, reclamando sua presa. "Esta lebre está sob a proteção de Nossa Senhora, portanto não a tereis", respondeu ele. E, depois de abençoá-la, a pôs em liberdade.
Apenas ao pronunciar os santíssimos nomes de Jesus e de Maria, José entrava em levitação.
Passeando um dia com outro frade nos jardins do convento, este lhe disse: "Irmão José, como criou Deus um tão belo céu!" Ao ouvir estas palavras, José deu um grito, voou e colocou-se de joelhos sobre uma oliveira.
Os galhos balançavam como se estivessem sob o peso de um pássaro.
A santidade atrai
Sua fama de santidade espalhou-se rapidamente por toda a Itália e mesmo por outros países da Europa. Príncipes, reis, cardeais e até o Papa o procuravam.
Todo este movimento em torno do humilde religioso e os fenômenos sobrenaturais pouco comuns inquietaram a Inquisição.
Em 1653, por ordem do Santo Ofício, foi transferido de Assis para o convento capuchinho de Petra Rúbia, e depois, para o isolar mais, a Fossombrone. Devia ele viver isolado, inclusive, da comunidade.
Os frades conventuais recorreram ao Papa Alexandre VII. Queriam reconduzir São José a Assis, mas o Papa respondeu: "Não, basta-lhes um São Francisco em Assis". Que maior elogio para um franciscano?!
Foi enviado a Ósio, perto de Loreto em 1657. Ao chegar, exclamou: "Este é o lugar de meu descanso". E de fato foi em Ósio que entregou sua virtuosa alma a Deus, em 17 de setembro de 1663.
Relicário com seu corpo
Foi canonizado por Clemente XIII em 1767.
(Revista Arautos do Evangelho, Jan/2004 e Set/2006, n. 25 e 57)
ORAÇÃO PARA PROVAS:
Esta poderosa oração é muito eficaz em exames (provas). Ela deve ser rezada antes de se comparecer a um exame (ou antes de fazer uma prova). Há duas versões. Ambas são igualmente eficazes. Você pode escolher qualquer uma delas.
Primeira Oração
Oh, grande São José Cupertino que, enquanto estáveis na terra, obtivestes de Deus a graça de ser arguido em vosso exame justamente sobre a única questão que sabíeis, obtende-me igual favor no exame para o qual eu estou me preparando. Como gratidão, eu prometo fazer-vos conhecido e invocado.
Segunda Oração
Oh São José Cupertino que por vossa prece obtivestes de Deus ser arguido em vosso exame apenas sobre a materia que sabíeis. Concedei-me obter o mesmo êxito que vós na prova de... (mencionar o nome ou tipo do exame ao qual se há de submeter, por exemplo, prova de história, etc.).
São José Cupertino, rogai por mim.
Espírito Santo, iluminai-me.
Nossa Senhora, Imaculada Esposa do Espírito Santo, rogai por mim.
Sagrado Coração de Jesus, sede da Divina Sabedoria, iluminai-me.
Lembre-se de que quando você for bem sucedido nas provas, deverá agradecer a São José Cupertino.
Basílica de São José de Cupertino
Teto da Basílica
Imagem de São Miguel feita por José de Cupertino
ALGUNS TESTEMUNHOS SOBRE A LEVITAÇÃO DE JOSÉ DE CUPERTINO:
Esses prodígios superabundam na vida do bem-aventurado José de Cupertino.
Viam-no voar até às abóbadas da igreja, sobre as bordas do púlpito,ao longo das paredes donde pendia o crucifixo ou alguma imagem piedosa, em direção à estátua da Santa Virgem e dos Santos, pairar sobre o altar e por cima do tabernáculo, arremessar-se ao alto dos ares, agarrar-se e balançar-se nos menores ramos com a ligeireza de um pássaro, enfim, transpor de um pulo grandes distâncias.
Uma palavra, um olhar, o menor incidente que tivesse ligação com a piedade, produziam-lhe esses transportes.
Quiséramos descrever algumas dessas cenas que o mundo tacharia de estranhas e ridículas, e que achamos admiráveis, visto atestarem o maravilhoso poder das almas santas sobre o corpo e a Natureza e, melhor ainda, sobre o coração de Deus, que as liberta a seu gosto das servidões vulgares;
Se conhece de mais de 200 santos que experimentaram a levitação. Este dom extraordinário consiste na elevação do corpo humano sem a participação de nenhuma força física.
É um presente, um dom de Deus para determinadas almas muito elevadas espiritualmente.
São José de Copertino teve numerosas levitações.
Um domingo, festa do Bom Pastor, São José de Cupertino apresentou-se com um cordeirinho nos ombros e ao pensar em Jesus Bom Pastor, foi-se levantando pelos ares.
Caía em êxtases com muita freqüência, durante a Missa, ou quando rezava os Salmos.
Durante os 17 anos que esteve no Convento de Grotella, seus companheiros de Comunidade observaram 70 êxtases.
Levitou carregando uma cruz pesada até a montanha
O mais famoso dos êxtases aconteceu quando dez obreiros do Convento desejavam levar uma pesada cruz a uma alta montanha, mas não conseguiam pelo peso e a distancia a percorrer.
Frei José, tomou a Cruz sozinho, pôs sobre os ombros e foi se elevando, como que voando até o alto da montanha, e lá depositou a Cruz, sob os olhos atônitos de seus irmãos.
Desculpa-se por levitar - A virtude da obediência:
Quanto estava em êxtases, como não retornava, seus irmãos o cutucavam com agulhas, lhe davam pauladas e até colocavam velas acessas para queimar seus dedos, mas mesmo assim José não retornava, a não ser quando ouvia a voz de seu Superior pedindo-lhe que regressasse.
Quando regressava dos êxtases, constantemente se desculpava dizendo a seus companheiros:
“Desculpem-me por estes ataques de vertigens que me ocorrem”.
Levitando por amor a Santíssima Virgem:
Um dia chegaram ao Convento o Embaixador da Espanha com a esposa e mandaram chamar ao Frei José para que os atendessem em uma consulta espiritual.
Este chegou correndo, porém quando chegou correndo para falar com eles, viu um quadro da Virgem Maria, que estava no alto da parede, e dando seu típico pequeno grito, se foi elevando pelo ar até o alto e ficar de frente com o quadro da Sagrada Imagem.
O Embaixador e sua esposa contemplaram com emoção esta ação divina, coisa que jamais tinham visto.
O Santo rezou uns momentos e em seguida desceu suavemente ao solo e extremamente constrangido, subiu correndo a sua habitação, e não saiu do quarto mais nesse dia.
São José de Cupertino levitando por devoção a Virgem Maria
Em Ósimo, onde o Santo passou seus últimos seis anos, um dia os demais religiosos o viram elevar-se até uma Imagem da Santíssima Virgem Maria que estava a três metros e meio de altura e dar um beijo no Menino Jesus, e ali junto a Mãe e o Filho ficou um bom tempo rezando com intensa emoção, suspenso no ar.
São José de Cupertino levitando na Missa
O Dia da Assunção da Virgem no ano de 1663, um mês antes de sua morte, celebrou sua última missa, e estando celebrando, ficou suspenso no ar como se estivesse no céu, diante de Deus. Muitos testemunharam este fato.
Levitando diante do Papa e perseguido pela Inquisição
Numa época em que a heresia de Lutero tentava fortemente penetrar nos países católicos, o Sagrado Tribunal da Inquisição vigiava sobre qualquer anormalidade.
Vendo as grandes multidões que atraía Frei José de Copertino, julgou prudente, de acordo com o Papa, retirá-lo para um convento menos conhecido, onde ele deveria viver praticamente recluso.
Foi-lhe proibido falar com qualquer pessoa além dos religiosos do convento, e mesmo de escrever cartas a quem quer que fosse.
Muitos inimigos, começaram a dizer que todas estas manifestações eram meras invenções e os acusavam de enganador, causando-lhe inúmeros transtornos.
Foi enviado ao Superior Geral dos Franciscanos em Roma e este ao dar-se conta que era tão piedoso e tão humilde, reconheceu que o Frade era um homem santo.
Foi então enviado ao Papa Urbano VII, que desejava saber se era certo ou não os comentários que se faziam a respeito dos êxtases do Frei José.
E estando a falar com o Papa, José se sentiu tão emocionado que de imediato entrou em êxtases e foi se elevando pelo ar.
VOA REZANDO
Num dia da Imaculada Conceição, ele convidou o padre guardião à repetir com ele:
Pulchra Maria! (Maria é bela!)
E logo que repetiu estas palavras, o santo, entrando em êxtase, passa o braço em volta da cintura do seu superior e leva-o consigo para os ares, repetindo juntos:
Pulchra Maria! Pulchra Maria!
A CURA DE UM DOENTE NUM VÔO
Outra vez, trazem-lhe um cavalheiro, em estado de demência, para que obtenha de Deus a sua cura.
O santo manda-o ajoelhar e, pondo-lhe a mão na cabeça, diz-lhe:
Sr. Baltazar, não tenha receio. Recomendo-o a Deus e à sua santíssima Mãe. . .
No mesmo instante, dá o grito que habitualmente anuncia o êxtase: Ah. Agarra o homem pelos cabelos, eleva-se com ele ao espaço, onde o conserva suspenso por algum tempo, e, quando os seus pés de novo pousaram no chão, o doente estava curado.
Texto enviado por Danilo Santana
Assim narra um autor a infância desse santo:
“A natureza foi com ele uma madrasta: não lhe deu nem riqueza, nem saúde, nem talento, nem ouro, nem prestígio, nem nobreza… Não teve sequer um berço no momento de vir ao mundo. Seus companheiros o desprezavam e todo o mundo se ria dele. Susteve-se largo tempo entre a vida e a morte, até que um ermitão o esfregou com azeite e o curou. No entanto, continuou a ser olhado como o homem mais desgraçado do mundo, por essa confusão estranha de nossa linguagem, pois se em algo superabundava aquele menino, era precisamente na graça que o ia tirar da obscuridade e desprezo, para aureolar sua fronte com as luzes [até ali] inverossímeis da glória” (1).
O inútil “boca-aberta”
Cupertino era uma pequena cidade no Reino de Nápoles, na Itália, entre Brindisi e Otranto, cerca do Golfo de Tarento. Nela vivia um piedoso carpinteiro, tão pouco capaz que seu nome não foi retido pelos biógrafos do filho. No momento em que sua esposa estava para dar à luz, o casal teve que fugir dos agentes da Justiça que procuravam o carpinteiro por dívidas não pagas. Foi assim que José teve a dita de, à semelhança do Deus Menino, nascer no estábulo que lhes serviu de refúgio, em 17 de junho de 1603.
Crescendo, viu-se que o menino, sempre distraído, era incapaz de manter um diálogo, de segurar algo sem deixar cair; enfim, na aula ficava pensando em outra coisa, numa atitude que mereceu-lhe o apelido de “boca-aberta”. Ninguém podia acreditar que, por detrás daquele exterior ridículo e quase idiota, escondiam-se pepitas de ouro que só têm valor no Reino celeste.
Função: zelador da mula conventual
Mal sabendo ler e, pior, escrever, aos 17 anos José pediu admissão no convento dos Franciscanos Conventuais, onde tinha dois tios. Mas foi recusado por sua aparência tão desfavorável. Os Capuchinhos aceitaram-no para experiência, passando ele por todas as funções. Mas José mostrava-se tão estabanado, que quebrava tudo o que lhe davam. Quando ia pôr a mesa, bastava olhar para o Crucifixo, soltava um grito, largava os pratos – que se espatifavam no chão – enquanto ele entrava em êxtase. Com o pensamento “nas nuvens”, servia o pão preto em vez do branco, porque “não sabia distingui-los”. Foi mandado embora descalço e só com a roupa do corpo.
Mal tinha saído do convento, cães o atacaram, deixando seu hábito em tiras. Andando pelos campos, pastores tomaram-no por um ladrão, e caíram sobre ele a pauladas. Na estrada, foi perseguido por um cavaleiro que o julgava um espia.
Chegando em lastimável estado a Cupertino, nenhum parente quis recebê-lo, considerando-o vagabundo; a própria mãe (o pai tinha falecido) lançou-lhe em face: “Se te mandaram embora de uma casa santa, algo fizeste. Agora só te resta o cárcere, o desterro, ou morrer de fome”.
Mas finalmente a genitora intercedeu por ele junto aos Conventuais, convencendo seus irmãos a receberem o sobrinho pelo menos para cuidar da mula do convento, revestido do hábito da Ordem Terceira de São Francisco.
Ordenação sacerdotal, após sucessivos fatos miraculosos
Aos poucos, entretanto, os religiosos foram observando aquele silencioso jovem, e descobrindo brasas que fumegavam sob a áspera cinza. Sempre alegre, sorridente e aceitando as humilhações com desapego angélico, sua linguagem revelava tocante simplicidade de coração e pureza de alma. Obedecia incontinenti, e levava uma vida de mortificação extraordinária. Viram que José tinha verdadeira piedade e vocação sacerdotal. Foi admitido aos estudos como postulante.
O estudo foi-lhe uma cruz bem pesada, pois sua memória era fraca e, sempre absorvido nas coisas divinas, não conseguia reter no dia seguinte uma palavra aprendida no anterior.
A Providência queria dele amor, e não erudição. O Bispo de Nardo, que apreciava sua virtude, foi lhe conferindo, sem dificuldade, as ordens menores e o subdiaconato.
Mas não tinha jeito! — para o diaconato era necessário exame. Acontece que José, por causa de sua devoção à Mãe de Deus, só conseguira reter na memória uma passagem do Evangelho: a que diz “bendito o seio que te portou”, na qual meditava constantemente.
E foi exatamente a que lhe tocou comentar! E ele o fez tão magnificamente, como o faria o melhor dos teólogos!
Para a ordenação, outra intervenção miraculosa: o examinador, vendo que os 10 primeiros candidatos saíram-se magnificamente bem, julgou inútil examinar os demais!
Lutas e visões
A partir de sua ordenação sacerdotal, José passou a “considerar-se como exilado do paraíso, e como condenado a habitar uma terra de inimigos. Por isso ele se propôs a combater, e, pela luta, chegar ao Céu” (2).
Para isso jejuava e flagelava-se, passando vários dias sem alimento, só com a Sagrada Eucaristia.
O demônio agredia-o ora fisicamente, ora insinuava-lhe pensamentos de avareza ou de apego a algum objeto, tentando vencer sua virtude. O combate era tão acirrado que mais tarde o Santo comentou: “Não suspeitava que a trama das redes do diabo fossem tão sutis. Agora compreendo perfeitamente que o mérito da pobreza não está precisamente em não possuir nada, senão em não ter afeto às coisas da Terra” (3). José gozava entretanto da companhia dos anjos, vendo-os muitas vezes pessoalmente e com eles conversando como de amigo a amigo. Sua devoção ao mistério da natividade de Nosso Senhor era profunda. Muitas vezes o Menino Jesus aparecia-lhe. Ele, tomando-O nos braços, acariciava-O e dizia as palavras mais ternas que podia conceber.
Começou para São José de Cupertino, depois de dois anos de terríveis provações, a série de êxtases tão extraordinários, como dificilmente se ouvira narrar antes e depois dele na Hagiografia. Bastava ouvir o nome de Jesus ou de Maria, que ele dava um grito e, literalmente, voava rumo ao objeto amado. Se estava na igreja, voava para junto do altar da Virgem ou do Santíssimo. Se no jardim, para o cimo de uma árvore, permanecendo ajoelhado na ponta de um de seus galhos como se fosse o mais leve passarinho.
Em Roma, quando ele se viu diante do Vigário de Cristo na Terra, entrou em êxtase, ficando suspenso no ar durante a audiência, até que o Superior lhe ordenasse em nome da obediência que voltasse a si.
Ovelhas acompanham a Ladainha…
Verdadeiramente imbuído do espírito de São Francisco, ocorreram com ele inúmeros fatos dignos de constarem nos Fioretti do Poverello de Assis. Certa vez, por exemplo, não estando os agricultores numa capela rural para a Ladainha, por causa da colheita, viu ao longe rebanhos que pastavam. Dirigindo-se aos animais, o Santo exclamou: “Ovelhinhas de Deus, vinde aqui honrar a Mãe de meu Deus, que é também a vossa”. Deixando atrás pasto, filhotes, tudo, elas acorreram em tumulto ao apelo de José, sendo que naturalmente não podiam tê-lo ouvido devido à distância. Entrando na capela, todas caíram de joelhos e, com um longo balido, respondiam às invocações da Ladainha dirigida pelo Santo.
Outra vez, tendo uma peste dizimado os rebanhos, dirigiu-se, a pedido dos camponeses, de ovelha em ovelha morta, ordenando-lhes que se levantassem em nome de Jesus. E todas voltaram à vida.
Às freiras clarissas de sua cidade, mandou que um passarinho lhes cantasse durante o Ofício para incitá-las a fazê-lo bem.
Conselheiro dos grandes deste mundo
O Duque de Brunswick e de Hanover, o protestante João Frederico, então com 25 anos, curioso, obteve do superior de Assis o favor de assistir a uma Missa do “santo que voava”. José não foi avisado de nada. Na hora de partir a Hóstia, estranhamente não conseguia fazê-lo, pois esta oferecia resistência. Aflito, os olhos em lágrimas, o Santo levitou alguns palmos acima do solo, e nessa posição retrocedeu alguns passos, dirigindo a Deus fervorosa prece. Pôde depois partir a Hóstia com a costumeira facilidade.
O Duque quis saber o motivo do sucedido. José respondeu ao Superior: “Vós trouxestes gente que tem o coração muito duro e que se obstina em não crer no que ensina a Santa Madre Igreja. Esta é a causa pela qual o Cordeiro sem mancha endureceu-Se em minhas mãos, de modo que não conseguia dividi-Lo”.
Obtendo licença para manter conversas e receber conselhos do Santo, o Duque foi testemunha de novo milagre. Durante outra Missa do Santo, viu na Hóstia sagrada, durante a Elevação, uma cruz negra. Frei José soltou um grito, e permaneceu suspenso no ar enquanto dizia olhando a cruz: “Senhor, esta é vossa; não quero senão a vossa glória. Tocai e abrandai, Senhor, esse coração. Fazei com que seja aceito por vossa Divina Majestade”. Sua oração foi aceita, pois o Duque de Brunswick converteu-se (4).
Frei José chegou a um tal grau de discernimento dos espíritos, que parecia ler os corações. Ele via as pessoas freqüentemente sob a forma do animal que representava o estado de sua alma. Ele sentia também os odores do pecado ou da virtude, de maneira que, chegando-se a um pecador, dizia: “Cheiras mal. Vai te confessar”.
Santidade atrai multidões apesar dos obstáculos
Numa época em que a heresia de Lutero tentava fortemente penetrar nos países católicos, o Sagrado Tribunal da Inquisição vigiava sobre qualquer anormalidade. Vendo as grandes multidões que atraía Frei José de Cupertino, julgou prudente, de acordo com o Papa, retirá-lo para um convento menos conhecido, onde ele deveria viver praticamente recluso. Foi-lhe proibido falar com qualquer pessoa além dos religiosos do convento, e mesmo de escrever cartas a quem quer que fosse.
Foi inútil. Embora o convento fosse construído na parte mais escarpada de uma montanha, isso não impediu que uma multidão crescente para lá se dirigisse “para ver o santo”, de tal modo que nas cercanias começaram a surgir hospedagens e comércio para atender os peregrinos. Frei José foi então transferido para outro convento, e assim sucessivamente, até chegar ao de Ósimo, onde predisse que terminaria seus dias, o que ocorreu poucos anos depois, a 18 de setembro de 1663. A multidão que passou a acorrer a seu túmulo indicava sua fama de santidade.
São Miguel Arcanjo feito por São José de Cupertino
Corpo de São José de Cupertino