São Camilo de Léllis
1550-1614
Fundou a congregação dos Ministros Camilianos
JACAREÍ, 18 DE JULHO DE 2010
MENSAGEM DE SÃO CAMILO DE LÉLLIS
COMUNICADA AO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA
"- Amados irmãos! Eu, CAMILO DE LELLIS servo do Senhor, servo da Virgem Maria vos saúdo e vos dou hoje a paz. Paz ao vosso coração! Paz à vossa alma! Paz à vossa vida! Nada perturbe a vossa Paz! Que a vossa Paz seja Deus! Que a vossa Paz seja a Mãe de Deus!
Que a vossa Paz seja a continua prática, obediência e observância da Palavra de Deus, da Palavra do Senhor, que vos é dirigida neste tempo, nestas Aparições. Que a vossa paz seja a Verdade, seja o viver continuamente em Deus, em Sua graça, em Sua lei, em Sua Amizade. Nada, nem ninguém poderá destruir a vossa paz, se a vossa paz for Deus, for o amor incondicional, total, pleno a Ele e à Maria Santíssima, se a vossa paz for a obediência à palavra, às Mensagens Deles, nada, nem ninguém poderá jamais roubar esta paz dos vossos corações e das vossas almas.Vós sabeis que Eu sou o padroeiro dos médicos, dos enfermeiros, dos que cuidam dos que sofrem e dos doentes.
É a Minha missão ser o enfermeiro das vossas almas, ser o enfermeiro dos vossos corações, tantas vezes cansados e abatidos das batalhas contra o demônio, contra o pecado, contra a dureza, a rebeldia e a desobediência das almas que encontrais no vosso caminho e que não aceitam as Mensagens da Senhora, que não querem o que Ela quer, que não querem cumprir as ordens Dela, as ordens do Senhor.
É Minha missão curar sempre mais as vossas almas, que sofrem o choque do bem contra o mal, da verdade contra a mentira, da fé contra a incredulidade e apostasia, da obediência contra a desobediência que encontrais em tantas almas todos os dias e que ao chocarem ao vosso coração tantas vezes deixam em vossos corações marcas profundas de tristeza, perplexidade, desânimo e desalento.
É Minha missão curar essas feridas em vós, dar-lhes novo ânimo, novo alento, novo vigor no serviço do Senhor e de Maria Santíssima e levar-vos sempre mais adiante, sempre mais à frente, como apóstolos corajosos e destemidos que não se envergonham de levar a luz, que não se amedrontam diante da recusa do mundo em receber essa luz, que não se intimidam diante das ameaças do mundo, sempre mais rebelde a Deus e à Sua lei de amor.
É Minha missão curar os vossos corações também das feridas provocadas em vós pelo pecado que ainda trazeis dentro de vós. Estas misérias, estas chagas abertas em vós devido aos vossos defeitos sempre repetidos e cometidos, os vossos pecados sempre repetidos e cometidos, essas chagas Eu quero curar com o bálsamo do amor divino, com a doçura do Céu, com o amor da comunhão de todos os Santos que por vós rezam, por vós intercedem, por vós lutam, por vós também batalham a cada dia procurando sempre mais afastar de vós o mal, a violência, as ocasiões de pecado, as armadilhas do inimigo, de forma que, cada dia o vosso coração sempre mais forte, sempre mais vigoroso ame a Deus com todas as suas forças, ame a Virgem Santíssima com todas as suas forças e ame o próximo, trabalhe pela salvação das almas cada vez mais para maior alegria do Senhor, para maior contentamento do Coração Imaculado de Maria e júbilo de todo o Paraíso.
É Minha missão curar as vossas almas e os vossos corações das feridas provocadas pelo demônio. Ele golpeia-os cada dia mais com tentações, com sugestões, com idéias que vos levam ao pecado, pois ele conhece as vossas más inclinações, conhece as vossas fraquezas, estuda, analisa o vosso comportamento, o vosso jeito de ser, a vossa tendência natural ao mal e arma os planos mais inteligentes para um Anjo decaído como ele para levar-vos todos os dias a ofender o Senhor, a vos afastardes Dele e de Maria Santíssima pelo pecado, fazendo com que caiais continuamente em vossas fraquezas.
Quero curar os vossos corações destas chagas que o inimigo da vossa salvação abriu, levando-vos sempre mais a resistirdes ao mal, a opordes às tentações do demônio as virtudes, aos vossos defeitos opordes as virtudes, levando-vos cada dia mais também a viverem uma vida de profunda oração, intimidade e comunhão com Deus, com Maria Santíssima, conosco os Santos e com os Anjos. Levo-vos cada dia mais ao amor maior, mais abrasado e profundo à Palavra de Deus, à Palavra de Maria Santíssima, às Mensagens Celestes que já há 20 anos vos são dadas aqui e que em tantos lugares da Terra já há muitos mais anos.
É minha missão levar-vos a uma vida de profundo sacrifício e penitência, de renúncia a vós mesmos e à vossa vontade corrompida, de renúncia ao mal e de perfeita mortificação de todos os vossos desejos desordenados para que assim, cada dia mais, vivendo uma vida perfeita na oração, no sacrifício, na penitência, na sobriedade, na temperança, no equilíbrio cristão dos Santos, na perfeita renúncia de vós mesmos e do mundo, possais seguir cada vez mais fortes e mais resistentes às tentações e à ação do inimigo infernal, do nosso inimigo que todos os dias trama a vossa condenação. Assim, escapareis sempre mais ilesos e cada vez mais fortes de suas tentações e ciladas e vós então, como verdadeiros campeões, guerreiros vitoriosos da santidade podereis um dia chegar junto de Nós no Céu e receber aquela coroa que Nós, os Santos, já recebemos por termos combatido o bom combate aguerridamente até o final.
É Minha missão curar-vos de todos os males também do vosso coração, do vosso íntimo, da vossa mente, da vossa natureza humana e até mesmo do vosso corpo porque o Senhor deseja que vós sejais guerreiros, soldados plenamente fortes, plenamente firmes, plenamente aguerridos na luta, na batalha pela salvação das almas e para fazer a Verdade, a santa Fé Católica, o Coração Imaculado de Maria triunfar no mundo. Pedi-me as graças, as curas para a alma, pois essas todas Deus quer vos conceder. Pedi-me as graças de cura para o corpo, mas sem vos apegar-vos a elas, porque muitas vezes Deus permite a vós também o sofrimento para que com ele vós possais salvar mais almas, mas pedi-me, porque muitas curas físicas o Senhor deseja realizar por meio de Mim, para que tenhais saúde, não para voltardes ao mundo e vos perderdes com o mundo, mas para que vos torneis apóstolos valorosos, na luta pela salvação das almas, pelo triunfo do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas, da verdade sobre a mentira, de Deus sobre Satanás, do Céu sobre o Inferno.
Eu prometo rogar por vós, incessantemente, como já tenho feito até agora a todo o instante no trono do Senhor e de Sua Mãe Santíssima. Vivei a verdadeira devoção a Nós, os Santos, pois essa verdadeira devoção vos levará ao Céu, ao Paraíso, a Deus, e Nós os Santos do Senhor vos conduziremos em segurança pela estrada certa, que Nós já descobrimos, trilhamos e com a qual chegamos vitoriosos ao Céu. Nós vos levaremos por esta estrada e não descansaremos enquanto não vos vermos Conosco na glória eterna.
Deixai-vos conduzir por Nós, deixai-vos guiar por Nós, formar por Nossas Mensagens, as Mensagens que vos damos aqui. Fazei a nossa Hora de oração às quartas-feiras com mais amor, porque através dessa ‘Hora Santa’ vos transformaremos naqueles maiores Santos que a Santíssima Virgem deseja produzir no final dos tempos para maior glorificação de Deus, da Santíssima Trindade, da Verdade e para maior humilhação, derrota e desgraça no Inferno e suas potências. Vós sois chamados a serdes estes Santos e os sereis de fato, se vos deixardes conduzir e formar por Nossas Mensagens.
A todos neste momento, Eu CAMILO DE LELLIS, abençôo generosamente com a Mãe de Deus e com todos os Santos e Anjos do Paraíso. A paz, Marcos, predileto dos Santos, amado dos Santos, eleito nosso. A paz, Meu povo bem amado.”
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São Camilo de Léllis
1550-1614
Fundou a congregação dos Ministros Camilianos
Camila Compelli e João de Lellis eram já idosos quando o filho foi anunciado. Ele, um militar de carreira, ficou feliz, embora passasse pouco tempo em casa. Ela também, mas um pouco constrangida, por causa dos quase sessenta anos de idade. Do parto difícil, nasceu Camilo, uma criança grande e saudável, apenas de tamanho acima da média. Ele nasceu no dia 25 de maio de 1550, na pequena Bucchianico, em Chieti, no sul da Itália.
Cresceu e viveu ao lado da mãe, uma boa cristã, que o educou dentro da religião e dos bons costumes. Ela morreu quando ele tinha treze anos de idade. Camilo não gostava de estudar e era rebelde. Foi então residir com o pai, que vivia de quartel em quartel, porque, viciado em jogo, ganhava e perdia tudo o que possuía. Apesar do péssimo exemplo, era um bom cristão e amava o filho. Percebendo que Camilo, aos quatorze anos, não sabia nem ler direito, colocou-o para trabalhar como soldado. O jovem, devido à sua grande estatura e físico atlético, era requisitado para os trabalhos braçais e nunca passou de soldado, por falta de instrução.
Tinha dezenove anos de idade quando o pai morreu e deixou-lhe como herança apenas o punhal e a espada. Na ocasião, Camilo já ganhara sua própria fama, de jogador fanático, briguento e violento, era um rapaz bizarro. Em 1570, após uma conversa com um frade franciscano, sentiu-se atraído a ingressar na Ordem, mas foi recusado, porque apresentava uma úlcera no pé. Ele então foi enviado para o hospital de São Tiago, em Roma, que diagnosticou o tumor incurável.
Sem dinheiro para o tratamento, conseguiu ser internado em troca do trabalho como servente. Mesmo assim, afundou-se no jogo e foi posto na rua. Sabendo que o mosteiro dos capuchinhos estava sendo construído, ofereceu-se como ajudante de pedreiro e foi aceito.
O contato com os franciscanos foi fundamental para sua conversão.
Um dia, a caminho do trabalho, teve uma visão celestial, nunca revelada a ninguém. Estava com vinte e cinco anos de idade, largou o jogo e pediu para ingressar na Ordem dos Franciscanos. Não conseguiu, por causa de sua ferida no pé.
Mas os franciscanos o ajudaram a ser novamente internado no hospital de São Tiago, que, passados quatro anos, estava sob a sua direção. Camilo, já tocado pela graça, dessa vez, além de tratar a eterna ferida passou a cuidar dos outros enfermos, como voluntário. Mas preferia assistir aos doentes mais repugnantes e terminais, pois percebeu que os funcionários, apesar de bem remunerados, abandonavam-nos à própria sorte, deixando-os passar privações e vexames.
Neles, Camilo viu o próprio Cristo e por eles passou a viver. Em 1584, sob orientação do amigo e contemporâneo, também fundador e santo, padre Filipe Néri, constituiu uma irmandade de voluntários para cuidar dos doentes pobres e miseráveis, depois intitulada Congregação dos Ministros Camilianos. Ainda com a ajuda de Filipe Néri, estudou e vestiu o hábito negro com a cruz vermelha de sua própria Ordem, pois sua congregação, em 1591, recebeu a aprovação do Vaticano, sendo elevada à categoria de ordem religiosa.
Eleito para superior, dirigiu por vinte anos sua Ordem dos padres enfermeiros, dizem que com "mão de ferro" e a determinação militar recebida na infância e juventude. Depois, os últimos sete anos de vida preferiu ficar ensinado como os doentes deviam ser tratados e conviver entre eles. Mesmo sofrendo terríveis dores nos pés, Camilo ia visitar os doentes em casa e, quando necessário, chegava a carregá-los nas costas para o hospital. Nessa hora, agradecia a Deus a estatura física que lhe dera.
Recebeu o dom da cura pelas palavras e orações, logo a sua fama de padre milagreiro correu entre os fiéis, que, ricos e pobres, procuravam sua ajuda. Era um homem muito querido em toda a Itália, quando morreu em 14 de julho de 1614. Foi canonizado em 1746. São Camilo de Lellis, em1886, foi declarado Padroeiro dos Enfermos, dos Doentes e dos Hospitais.
SÃO CAMILO DE LELIS
Camilo nasceu no ano 1550 em Bucchianico, nos Abruzzos, no antigo Reino de Nápoles.
Como aconteceu com São João Batista, sua mãe já era avançada em idade quando o concebeu.
O pai, a serviço das armas, vivia mais nos acampamentos e campos de batalha do que no lar.
Como poderia uma mãe idosa educar um menino que se tornou muito crescido para sua idade, e de um temperamento belicoso como o sangue que lhe corria nas veias?
Apesar disso, conseguiu ensinar-lhe os rudimentos da Religião.
Mas, sem que ela o soubesse, a par disso o menino aprendia também o segredo dos naipes e dos dados, e aos 12 anos já era um viciado jogador.
Entre o jogo e as armas
Entrou então para o exército, onde aprendeu as virtudes e os vícios dos soldados.
Como o pai, foi alistar-se no exército que a República de Veneza meritoriamente recrutava para combater os turcos muçulmanos.
Mas no caminho seu pai, João de Lelis, faleceu e foi enterrado perto de Loreto.
Da herança de seu progenitor, Camilo recebeu um arcabuz e uma espada; e da herança divina, uma chaga misteriosa na perna, que aparecerá sempre que necessário, para conduzi-lo ao caminho de sua futura vocação.
A fome e a miséria, e sobretudo a supuração de sua chaga, fizeram-no desistir da carreira militar.
Tocado pelo exemplo de dois franciscanos, com sua modéstia e doçura, Camilo fez voto de ser um deles. Mas por causa da chaga, não foi recebido.
Acabou indo para Roma, sendo recebido no Hospital dos Incuráveis como enfermeiro, para curar a perna e ganhar algum dinheiro.
Mas a paixão do jogo o perseguia, e ele fugia do hospital para ir atrás das cartas. Como incorrigível, foi expulso do hospital.
Combatia como herói, jogava como um demônio
Pensou novamente na carreira das armas e entrou, a serviço delas, em um navio veneziano que partia para o Oriente.
Participou de várias batalhas, e por estar gravemente enfermo não pôde combater em Lepanto, a famosa batalha em que Nossa Senhora apareceu e deu a vitória aos católicos contra os muçulmanos.
Enquanto lutava como um herói, jogava como um demônio. Uma violenta tempestade no mar fez com que ele, assustado, se lembrasse do voto de tornar-se franciscano.
Passada a tormenta, esqueceu-se novamente do voto, continuando na carreira das armas e subjugado pelo vício do jogo.
Retornou a Roma para cuidar da chaga, que lhe reaparecera na perna. Mas perdeu no jogo até a camisa do corpo.
Saiu da cidade, e em Manfredônia foi recebido pelos capuchinhos. O superior do convento, notando-lhe algo de especial, falou-lhe de Deus e da vocação religiosa.
Camilo, tocado pela graça, converteu-se, sendo recebido como postulante. Quando passava pela vila, conduzindo duas mulas do convento, a criançada corria atrás dele gritando:
“Aí vem o São Cristóvão, aí vem o São Cristóvão!”, devido à sua elevada estatura.
Na escola, humildemente entre os meninos
Quis continuar seus estudos, para ordenar-se sacerdote. Como Santo Inácio de Loyola, assentou-se nos bancos escolares com os meninos, o que o tornava sobremodo notório pela sua estatura, tão mais elevada que a de seus condiscípulos.
Entretanto, não era desígnio de Deus que ele permanecesse entre os franciscanos. A úlcera reapareceu em sua perna e eles, pesarosos, o despediram.
Voltou para a Cidade Eterna, onde permaneceu durante quatro anos até a úlcera ser curada.
Julgou então seu dever voltar para os franciscanos, apesar de seu confessor, São Felipe Néri, o ter desaconselhado, predizendo que a chaga se reabriria. Foi o que aconteceu, tendo Camilo que voltar ao hospital.
Ali, dedicou-se a cuidar dos enfermos, chegando a ser nomeado administrador geral do hospital.
Certo dia, olhando para o Crucifixo enquanto cuidava dos doentes, exclamou:
“Ah! Seria necessário aqui homens que não fossem conduzidos pelo amor ao dinheiro, mas pelo amor de Nosso Senhor; que fossem verdadeiras mães para esses pobres doentes, e não mercenários. Mas, onde encontrar tais homens?”
Começou então a ruminar o pensamento da fundação de uma Ordem religiosa para essa finalidade.
O Papa Gregório XIV erigiu a nova congregação em Ordem Religiosa, em 1591
Nasce a Ordem dos Camilianos
Logo se lhe juntaram mais quatro discípulos, com os quais ele se reunia para rezarem e meditarem juntos, e depois cuidarem dos enfermos. Era o núcleo de sua futura congregação.
Nas mil e uma dificuldades que surgiram para a consecução desse fim, ele sempre encontrava consolo em Nosso Senhor crucificado, que lhe dizia: “Não temas nada, eu estarei contigo”.
Camilo terminou seus estudos e foi ordenado sacerdote, rezando sua primeira Missa em 10 de junho de 1584.
Ele foi encarregado da capela de Nossa Senhora dos Milagres, fundando ali sua Congregação. Esse pequeno núcleo inicial dividia o tempo entre a prece e o cuidado dos doentes.
Iam seus membros cada dia ao grande hospital do Espírito Santo, onde consolavam os enfermos, arrumavam seus leitos, varriam as salas, faziam curativos em suas chagas e preparavam os remédios que lhes eram prescritos.
Mas cuidavam especialmente de suas almas, preparando os doentes para receber os últimos sacramentos, ajudando-os com suas preces e não se separando deles senão depois de suas mortes.
Confiança absoluta na Divina Providência
Certo dia em que os sacerdotes estavam muito tentados por essa razão, Camilo disse-lhes que era preciso confiar na Providência, como Nosso Senhor tinha dito a Santa Catarina de Siena: “Pensa em mim, que eu pensarei em ti”.
E profetizou: “Antes de um mês estaremos com todas as dívidas pagas”. E realmente, antes de 30 dias um benfeitor faleceu, deixando-lhes considerável soma.
Os Ministros dos Enfermos, como eram chamados seus filhos espirituais, aos poucos foram abrangendo outras obras de caridade.
Camilo quis que eles servissem também aos doentes atacados pela peste, aos prisioneiros, aos feridos em campos de batalha e aos que estivessem morrendo em suas próprias casas.
Sixto V confirmou a Congregação em 1586 e ordenou que ela fosse governada por triênio. São Camilo naturalmente foi eleito seu primeiro superior.
Os primeiros dois mártires da caridade
Aos poucos a obra foi se alastrando pela Itália. Primeiro foi o Reino de Nápoles que convidou os camilianos a fundar uma casa.
Lá eles chegaram praticamente com a peste, e entregaram-se imediatamente ao atendimento dos empestados das galeras, que ninguém desejava socorrer.
Dois dos discípulos de Camilo foram vítimas de sua heróica abnegação e morreram em conseqüência de sua caridade.
Em 1590 houve uma grande carestia em toda a Itália. Os pobres foram obrigados a se alimentar de animais mortos e de ervas.
São Camilo passava pelas ruas de Roma, levando pão e vestes para os necessitados. Além da fome sobreveio o frio, que foi muito rigoroso naquele ano.
Conta-se que o número de mortos em Roma e arredores foi de 60 mil. Muitas vezes, Camilo entregava seu próprio manto a pobres que estavam morrendo de frio.
Chegou a dar o último saco de farinha que havia no convento.
Seus religiosos fizeram-lhe ver que eles próprios arriscavam-se a morrer de fome. O Santo respondeu-lhes então que os pássaros do céu não semeavam nem colhiam, e que entretanto Deus os alimentava; quanto mais a eles, que eram seus filhos.
Nesse mesmo dia, um padeiro da cidade trouxe-lhes o pão necessário, prometendo que lhes traria aquele alimento diariamente, até o fim da crise.
Presença imponente, energia contra blasfemadores
Em 1591, o Papa Gregório XIV erigiu a nova congregação em Ordem religiosa com o privilégio das mendicantes, sob obrigação de fazerem os três votos: pobreza, obediência e castidade.
Seus membros eram proibidos de passar para outra comunidade religiosa, exceto a dos Cartuxos.
São Camilo era de uma imponente presença. Com mais de um metro e noventa de altura, corpo bem proporcionado, cabeça ereta, olhos escuros, um véu de tristeza parecia recordar-lhe a todo momento o pesar pela vida passada.
Sua voz tinha matizes graves e severos, mas ficava inteiramente transformada quando falava da caridade.
Uma testemunha diz que muitas vezes viram seu rosto coberto de chamas.
Não tinha muito estudo, mas possuía uma sabedoria toda divina para o governo de sua Ordem e o cuidado dos enfermos.
Certa vez, passando pelo porto, ouviu alguns marujos blasfemarem. Saltou na coberta da nave, com um Crucifixo na mão, e lhes disse irado: “Miseráveis! Não sei como Deus tem paciência com vocês e o mar não os traga, ou um raio não os carboniza”.
Após a realização do quinto capítulo da Ordem em Roma, em 1613, ele foi visitar suas outras casas com o novo superior geral.
De volta à Cidade Eterna, esgotado já pelas fadigas e sofrimentos, soube que brevemente chegaria a hora de comparecer perante o tribunal divino.
A úlcera na perna acompanhou São Camilo por mais de 40 anos, até o fim de sua vida. Foi ele também atacado por outras moléstias, levando uma vida de sofrimentos.
Em sua última doença, quis ficar no hospital, e levantava-se de gatinhas do leito para ir cuidar dos enfermos.
Enfim, no dia 14 de julho de 1614, como havia predito, entregou sua alma a Deus. Tinha 64 anos de idade.
TÚMULO DE SÃO CAMILO
Muitos milagres se operaram em seu túmulo.
Em 1742 foi ele beatificado por Bento XIV, que também o canonizou quatro anos depois.
RELICÁRIO COM O CORAÇÃO DE SÃO CAMILO
Figura St. Camilo as relíquias
Santuário São Camila em Bucchianico, Abruzzo
Figura St. Camilo as relíquias
Santuário São Camila em Bucchianico, Abruzzo