sábado, 18 de maio de 2024

Carta a um devoto do Coração de Maria por Santo Antonio Maria Claret



Carta a um devoto do Coração de Maria
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Santo Antônio Maria Claret escreveu esta carta em 1864. Foi movido por um pedido de um devoto que desejava crescer cada dia mais na devoção ao Coração de Maria. O Santo lhe diz: ?Não podia pedir coisa melhor?. Assim manifestava, mais uma vez, seu profundo amor filial para com a Virgem Maria, que tinha crescido em seu coração desde sua infância.

Santo Antônio Maria Claret escreveu esta carta em 1864, ano em que se publicou o opúsculo ‘As tardes de Verão’, com o qual mantém alguns paralelismos ao expor a doutrina sobre a Virgem Maria. Foi movido por um pedido de um devoto que desejava crescer cada dia mais nesta devoção. O Santo lhe diz: “Não podia pedir coisa melhor”. Assim manifestava, mais uma vez, seu profundo amor filial para com a Virgem Maria, que tinha crescido em seu coração desde sua infância.

Neste opúsculo, que não foi publicado durante a vida do Santo, é oferecida uma base doutrinal da devoção cordimariana, que tão profundamente calou em sua alma de apóstolo. Para mostrar toda riqueza interior do Coração de Maria, o Padre Claret divide o escrito em três partes, indicando os três motivos que costumava dar para estimular uma devoção fervorosa para com a Virgem Maria. Expõe com brevidade o primeiro motivo: Deus o quer. Detém-se bastante no segundo: as excelências da Virgem Maria, apoiando sua doutrina em Santo Tomás e nos Santos Padres. O terceiro motivo: utilidade desta devoção, o desenvolve bastante, servindo-se de um dos seus autores preferidos, Santo Afonso Maria de Ligório.

Tanto o estilo, simples e persuasivo, como o conteúdo, que respira profundo fervor mariano, são tipicamente claretianos. O autor nos oferece nestas páginas uma síntese estupenda dos motivos da nossa devoção cordimariana, dos pilares em que se funda e do amor em que se inspira.


A carta original autografada se encontra em Mss. Claret, VIII, 521‑535. Deste original se fizeram as seguintes edições: Carta inédita do Beato Claret sobre o Coração de Maria: Boletim Secretariado Claretiano, janeiro-março 1940, n. 67‑69 pp. 2‑4; Carta inédita do Beato Pe. Claret sobre o Coração de Maria: Iris de Paz 56 (1942) 1157‑1158 49‑50 (assim a numeração do tomo); Carta a um devoto do imaculado Coração de Maria: Boletim interno da Prov. da Catalunha CMF, número extra, 67‑69, julho‑setembro 1949, pp. 47‑52; Carta a um devoto do puríssimo e imaculado Coração de Maria em Santo Antônio Maria Claret, Escritos autobiográficos e espirituais (BAC, Madrid 1959) pp. 766‑772; Lozano, J. M.,O Coração de Maria em Santo Antônio Maria Claret (Ed. Coculsa, Madrid 1963) pp. 223‑239; Gil, J. M., Epistolário de Santo Antônio Maria Claret (Ed. Coculsa, Madrid 1970) vol. 2 pp. 1497‑1506 (edição crítica); No centenário de Santo Antônio Maria Claret, apóstolo da devoção ao imaculado Coração de Maria; texto íntegro de uma carta de Santo Antônio Maria Claret sobre o amor que devemos a Maria Santíssima: Cruzado Espanhol 13 (1970) 167‑168.

Segue abaixo a carta.


Estimado senhor: acabo de receber sua estimadíssima carta, com que me pede que diga alguma coisa para crescer cada dia mais e mais na devoção do Imaculado Coração de Maria. Querido amigo, não podia pedir-me coisa melhor, do que mais gosto. Eu gostaria que todos os cristãos tivessem fome e sede desta devoção. Ame, amigo meu, ame e ame muitíssimo a Maria (1).

E para que possa aumentar em pontos a sua devoção e satisfazer seus desejos, lhe direi que devemos amar Maria Santíssima: primeiro, porque Deus o quer. Em segundo lugar, porque ela o merece. E em terceiro, porque nós precisamos, por ser ela um poderosíssimo meio para obter todas as graças corporais e espirituais e finalmente, a salvação eterna (2).



1. Deus o quer

Devemos amar Maria Santíssima porque Deus o quer. Amar é querer bem ao amado, é fazer-lhe bem, é fazer-lhe participante de seus bens (3), pois o mesmo Deus nos dá exemplo e nos excita a amar Maria. O eterno Pai a escolheu por Filha sua muito amada; o Filho eterno a tomou por Mãe e o Espírito Santo, por Esposa; toda a Santíssima Trindade a coroou como Rainha e Imperatriz dos céus e terra e a constituiu dispensadora de todas as graças (4).

Você deve saber, amigo meu, que Maria Santíssima é obra de Deus e é a mais perfeita que saiu de suas mãos depois da humanidade de Jesus Cristo; nela brilham de um modo particular (5) a onipotência, a sabedoria e a bondade do mesmo Deus.

É próprio de Deus dar as graças necessárias a cada criatura, segundo a finalidade a que a destina (6) e como Deus destinou Maria para ser a mãe, filha e esposa do mesmo Deus e mãe do homem, daqui se imagina que tipo de coração lhe daria e com que graças a adornaria (7).



2. Ela o merece

Devemos amar Maria Santíssima porque ela o merece. Maria Santíssima o merece pelo acúmulo de graças que recebeu sobre a terra, pela eminência da glória que possui no céu, pela dignidade quase infinita da Mãe de Deus a que tem sido sublimada e pelas prerrogativas próprias desta sublime dignidade.

Maria foi como o centro de todas as graças e belezas que Deus tinha distribuído aos anjos, aos santos e a todas as criaturas (8). Maria tinha que ser Rainha e Senhora dos anjos e dos santos e, por isto mesmo, devia ter mais graças que todos eles, já no primeiro instante do seu ser. Maria tinha de ser a Mãe do mesmo Deus. É um princípio de filosofia que entre a forma e as disposições da matéria deve existir certa proporção (9); a dignidade de Mãe de Deus é aqui como a forma e o coração de Maria é a matéria que deve receber esta forma. Oh! Que acúmulo de graças, virtudes e outras disposições se agrupam naquele santíssimo e puríssimo coração!

Desde que Deus determinou fazer-se homem, fixou a vista em Maria Santíssima e desde então dispôs todos os preparativos necessários, a fez nascer dos patriarcas, profetas, sacerdotes e reis (10), e todas as graças destes reuniu em Maria e quis que Maria fosse a nata e a flor de todos eles. Ainda, a preparou com bênçãos de doçura e colocou sobre sua cabeça uma coroa de pedras preciosas (11), isto é, graças e belezas; mas muito mais enriqueceu seu coração.

No Coração de Maria devem ser consideradas duas coisas: o coração material e o coração formal, que é o amor e vontade (12).

O coração material de Maria é o órgão, sentido ou instrumento do amor e vontade (13); assim como pelos olhos vemos, pelos ouvidos ouvimos, pelo nariz cheiramos e pela boca falamos, assim pelo coração amamos e queremos (14).

Dizem os teólogos que as relíquias dos santos merecem veneração e culto: 1º porque foram membros vivos de Jesus Cristo. 2º porque foram templos do Espírito Santo. 3º porque foram órgãos da virtude. 4º porque serão instrumentos da graça e de milagres. 5º porque eles serão glorificados depois da ressurreição (15).

O coração de Maria reúne estas propriedades e muitas outras: 1º O coração de Maria não só foi membro vivo de Jesus Cristo pela fé e pela caridade, mas também origem, manancial de onde se tomou a humanidade (16). 2º O coração de Maria foi templo do Espírito Santo e mais que templo, pois do preciosíssimo sangue saído deste imaculado (17) coração o Espírito Santo formou a humanidade santíssima nas puríssimas e virginais entranhas de Maria no grande mistério da encarnação (18). 3º O coração de Maria foi o órgão de todas as virtudes em grau heróico e singularmente na caridade para com Deus e para com os homens (19). 4º O coração de Maria é um coração vivo, animado e sublimado no mais alto da glória. 5º O coração de Maria é o trono de onde se dispensam todas as graças e misericórdias.

Maria é verdadeiramente Mãe de Deus. Do mesmo modo como uma mulher, que deu à luz um homem, é chamada e é mãe daquele homem, assim também Maria Santíssima é e se chama, com toda propriedade, Mãe de Deus, porque o concebeu e o deu à luz; a mulher que deu à luz o homem se chama e é mãe daquele homem, que é um composto de alma e corpo e embora a alma venha somente de Deus, assim também Maria Santíssima é Mãe de Deus, porque este divino composto de pessoa divina, alma racional e corpo natural é o termo da geração nas puríssimas e virginais entranhas de Maria (20). Esta dignidade de Mãe de Deus é a que mais a enaltece, porque é uma dignidade quase infinita, porque é mãe de um ser infinito (21); é mais de quanto possui em graça e em glória. Os Doutores e Santos Padres dizem que pelos frutos se conhece a árvore, segundo consta no Evangelho; pois, que diremos de Maria, que deu à luz aquele bendito Fruto que tanto elogiou Isabel (22) quando disse: “Bendito o fruto do teu ventre! De onde me vem tanta honra, que a mãe do meu Senhor venha a mim?” (23).

Diz Santo Tomás que o fogo não pega na lenha até que esta tenha os mesmos graus de calor que aquele (24); pois bem, se para que do sangue do coração de Maria se formasse a humanidade à qual se devia juntar a divindade era preciso que tivesse uma disposição quase divina, que diremos agora de Maria se, além de ser considerada Mãe de Deus, juntamos as demais graças que depois recebeu de Jesus? (25). Jesus por onde passava fazei o bem a todos (26), mais ou menos segundo a disposição com que os encontrava; que pensaremos das graças e benefícios que dispensaria a Maria, em quem passou não rapidamente, mas que esteve em suas entranhas por nove meses e a seu lado por trinta e três anos, e achando-se sempre com as melhores disposições e preparação para receber os benefícios de Jesus? A estas graças devem juntar-se também as que recebeu do Espírito Santo no dia de Pentecostes e, além disso, devem ser acrescentadas as que ela conseguiu com o exercício de tantas e tão heróicas virtudes em todo o decurso da sua santíssima e longa vida, acompanhada daquela contínua e fervorosa meditação (27) em que, segundo o profeta, se acende a chama do divino amor (28). Ao considerar São Boaventura a graça de Maria, exclama dizendo: “A graça de Maria é uma graça imensa, múltipla”: Gratia Mariae, gratia est immensissima, gratia multiplicissima *29.

Não só devem ser consideradas as graças que Maria obteve para ser e por ter sido Mãe de Deus e as graças que recebeu de Jesus Cristo, do Espírito Santo e ela conseguiu com sua cooperação, mas também é indispensável fixar a atenção na multidão de incomparáveis prerrogativas que tão grande dignidade lhe tem dirigido. Faremos referência a algumas:

1ª De ter sido preservada do pecado original, ao qual estaria sujeita se não tivesse sido destinada para ser Mãe do mesmo Deus; para isto, Deus a dotou de um coração imaculado, puríssimo, castíssimo, humilíssimo, mansíssimo, santíssimo, pois do sangue saído deste coração formou o corpo do Deus feito homem.

2ª De ter concebido e dado à luz no tempo aquele mesmo Filho de Deus que o eterno Pai havia gerado na eternidade (30). Não duvide, diz São Boaventura, o eterno Pai e a Virgem sagrada tiveram um mesmo e único filho (31).

3ª Assim como o eterno Pai teve este divino Filho sem perder nada da sua divindade, assim também a santíssima Virgem Maria concebeu e deu à luz este mesmíssimo Filho sem o menor detrimento da sua santíssima virgindade.

4ª De ter tido um legítimo poder para mandar no Senhor absoluto de todas as criaturas, pois este é um direito que a natureza dá a todas as mães; direito ao qual quis sujeitar-se com gosto, pois disse que tinha vindo não para derrogar a lei, mas para cumpri-la com mais perfeição que os demais homens (32); e o evangelista São Lucas nos dá testemunho de como obedecia a sua Mãe e a São José: Et erat subditus eis (33). Mas este direito é uma honra a Maria Santíssima, que São Bernardo diz que não sabe o que é mais digno de admiração, se Jesus obedecer a Maria ou Maria mandar em Jesus; porque, diz o Santo, que Deus obedeça a uma mulher é uma humildade única e que uma mulher mande em um Deus é uma elevação sem igual (34).

5ª Ter sido a esposa do Espírito Santo de uma maneira infinitamente mais nobre que outras virgens, pois, as outras somente merecem ser aliadas a este divino esposo quanto à alma, enquanto que Maria tem sido não só quanto à alma, mas também quanto ao corpo, embora da maneira mais casta. A aliança que existiu entre o Espírito Santo e as virgens castas só tem servido para a produção dos atos de virtudes, mas a aliança entre este divino Espírito e Maria Santíssima tem produzido de uma maneira inefável o Senhor das virtudes, Cristo Senhor Nosso.

6ª Tem sido como o termo, por assim dizer, e a coroação da Santíssima Trindade: Maria universum sanctae Trinitatis complementum (35), porque produziu o mais excelente fruto da sua fecundidade ad extra, como dizem os teólogos; quer dizer, produziu um Deus homem. Maria produziu um sujeito capaz de dar à Santíssima Trindade uma honra tal como a Santíssima Trindade merece; honra que todas as criaturas juntas, e mesmo estas se multiplicando muitíssimas vezes, não eram capazes de pagar como o faz o Filho de Maria, Deus e homem verdadeiro.

7ª Em ter sido feita Rainha e Senhora de todas as criaturas por ter concebido e dado à luz o Verbo divino, por quem foram feitas todas as coisas, como diz São João (36).



3. Eficácia desta devoção

Devemos amar Maria e ser seus verdadeiros devotos porque a devoção a Maria Santíssima é um meio poderosíssimo para alcançar a salvação. É a razão pela qual Maria pode salvar seus verdadeiros devotos, porque quer e porque o faz (37). Maria pode, porque é a porta do céu; Maria quer, porque é a mãe de misericórdia (38); Maria o faz, porque ela é a que obtém a graça justificante aos pecadores, o fervor aos justos e a perseverança aos fervorosos (39); por isto, os Santos Padres a chamam de resgatadora dos cativos, o canal da graça e a dispensadora das misericórdias (40). Por isto se disse que o ser devoto de Maria é um sinal de predestinação, assim como é uma marca de reprovação o não ser devoto ou adversário de Maria (41).

A razão é muito clara. Ninguém pode salvar-se sem o auxílio da graça que vem de Jesus, como cabeça que é da Igreja ou corpo, e Maria é (42) como o pescoço que junta, por assim dizer, o corpo com a cabeça; e assim como o influxo da cabeça no corpo deve passar pelo pescoço, assim, pois, as graças de Jesus passam por Maria e se comunicam com o corpo ou com os devotos, que são seus membros vivos: In Christo fuit plenitudo gratiae sicut in capite fluente; in Maria sicut in collo transfundente (43).

Maria pelos Santos Padres é chamada escada do céu, porque por meio de Maria Deus desceu do céu e por meio de Maria os homens sobem ao céu (44). E quando a Igreja diz que esta Rainha incomparável á a porta do céu e a janela do paraíso (45), nos ensina com estas palavras que todos os eleitos, justos ou pecadores, entram na mansão da glória por seu intermédio; com esta única diferença, que os justos entram por ela como pela porta diretamente, mas os pecadores pela janela (46), que é Maria; pela escada, que é Maria (47). Portanto, amigo meu, em Maria, depois de Jesus, devemos colocar toda nossa confiança e esperança da nossa eterna salvação. Haec peccatorum scala, haec mea maxima fiducia est, haec tota ratio spei meae (48). Unica peccatorum advocata, portus tutissimus, naufragantium omnium salus (49). Peccatorem quantumlibet foetidum non horret... donec horrendo Judici miserum reconciliet (50).

Oh! Feliz é aquele que invoca Maria com confiança, pois alcançará o perdão dos seus pecados, por muitos e por graves que sejam; alcançará a graça e, finalmente, a glória do céu, que tanto desejo a você e a todos.

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DEFESA DAS APARIÇÕES DE JACAREI

DEFESA ÀS APARIÇÕES DE JACAREÍ


(FEITA POR UM PEREGRINO, AO CONTEMPLAR UM VÍDEO FALANDO MAL DAS MESMAS CITADAS ACIMA, E SOBRE A CARTINHA DO BISPO DA ÉPOCA, ALEGANDO QUE AS APARIÇÕES NÃO ERAM VERDADEIRAS)


NÃO SEI QUEM FEZ MAS PRA MIM ESSA PESSOA MERECIA UMA MEDALHA DE HONRA DE NOSSA SENHORA POR ESTA BELA DEFESA

"Quando você diz que devemos dar ouvidos ao que os padres dizem a respeito das aparições de Jacareí, corre em um ledo engano, pois, a “opinião pessoal” deles é que não pode ser elevado ao nível de “dogma de fé”. As cartas de Dom Nelson são muito citadas pelos que latem que estas Sagradas Aparições são falsas. Portanto, mister se faz alguns esclarecimentos. Há duas cartas oficiais onde este indigitado bispo trata da matéria “aparições”. Uma primeira, publicada em 1996, enquanto o mesmo ainda era bispo de São José dos Campos (diocese a qual pertence Jacareí). Nesta, não há menção alguma ao nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, muito menos, excomunhão, há somente algumas orientações pastorais. A segunda, publicada em 2007 e republicada em 2011, realmente traz explicitamente o nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, porém, nesta, a palavra “excomunhão” é sequer mencionada.

Ainda há um probleminha com esta segunda carta. O dito bispo (certamente pela providência de Nossa Senhora) foi transferido para a diocese de Santo André/SP em 2003, e, observem, a segunda carta publicada por ele ocorreu no ano de 2007, quando já havia deixado de ter jurisdição eclesiástica sobre a cidade de Jacareí. Portanto, o mesmo, ao editar esta carta, violou a jurisdição eclesiástica conferida a ele pela Igreja, e, ainda, violentou gravemente a autoridade de Dom Moacir, então, bispo da Diocese de São José dos Campos, que, se quisesse, poderia ter criado o maior caso com isso, pois Dom Nelson desrespeitou frontalmente e atropelou sua autoridade eclesiástica, uma verdadeira afronta. Então eu lhes pergunto, vocês ainda vão dar credibilidade a um documento irregular e eivado de vícios como esse?

Vale lembrar, que não é obrigatório seguir estas cartas circulares dos bispos. Não há heresia nem cisma nisso. Um católico somente pode ser acusado de cismático ou herege se atentar contra os Dogmas de Fé. Que eu saiba, carta circular de bispo não é Dogma de Fé. Como a primeira carta de Dom Nelson não condena as Aparições de Jacareí, e a segunda está irregular, pode-se dizer que não pesa condenação oficial e regular da Igreja sobre estas Santas Aparições. Além do mais, até o presente momento, Dom José Valmor, que atualmente tem jurisdição eclesiástica sobre Jacareí, não fez pronunciamento oficial sobre as mesmas. Documento oficial onde o Profeta Marcos foi excomungado, também é inexistente, portanto, qualquer informação que diga o contrário é fruto de pura “fofoca”.

Ressalto que em Jacareí, realmente, não damos tanta importância aos documentos do Vaticano. O que nós realmente valorizamos é a doutrina que nos foi transmitida pelos santos, como Santo Afonso, São Luiz, Santa Teresa, São João da Cruz, etc... Outro adendo que gostaria de acrescentar, diz respeito ao fato da obrigatoriedade ou não das Sagradas Mensagens Celestiais. A orientação predominante entre os teólogos católicos, de que não é obrigatório seguir as Aparições de Nossa Senhora, se funda em meras opiniões pessoais de alguns clérigos a respeito do assunto. Esta orientação não tem o caráter da infalibilidade papal e muito menos é um Dogma de Fé. Realmente, o catecismo atual traz algo nesse sentido, mas vale lembrar que o mesmo não recebeu o caráter da infalibilidade pelo Concílio Vaticano II. Bem ao contrário do Santo Catecismo do Concílio de Trento. Este sim, recebeu o caráter de infalível. Ocorre que nossa amada Igreja há muito se transviou de uma tradição bíblica milenar, através da qual o “Deus dos Exércitos” sempre manifestou sua vontade ao povo de Israel por meio de suas aparições aos profetas (mesmo fenômeno que ocorre com o, também, profeta Marcos Tadeu, pois os fenômenos miraculosos e de aparições que ocorrem naquele Santuário, são da mesma espécie dos verificados na Sagrada Bíblia).

Ora, nos tempos bíblicos não era através dos fariseus, saduceus, príncipes e doutores da lei (a Igreja oficial da época) que Deus dava as suas diretrizes ao povo eleito, mas sim, através dos profetas, em outras palavras, dos videntes. Nos primórdios do cristianismo, também ocorria assim, pois, a própria origem da nossa amada Igreja se funda nas “aparições” de Jesus aos apóstolos e discípulos. Então, por que esta tradição bíblica foi quebra? Será que é porque as aparições aos profetas cessaram? Errado, pois nos últimos 100 anos ocorreram mais de 1000 aparições de Nossa Senhora, dos santos e anjos, e até de Deus.
A pergunta correta é, por que o clero tenta abafar isso, pois grande parte, senão todas, destas aparições também foram acompanhadas de sinais miraculosos, como, curas inexplicáveis pela ciência, sinais na natureza, etc... Se Deus usava deste expediente nos tempos bíblicos, certamente deveria continuar a usá-lo nos tempos do catolicismo, pois uma grande verdade que a Teologia professa é que Deus é imutável. Não citarei as passagens bíblicas onde Deus manifesta sua vontade através dos videntes/profetas, pois se assim fizesse, teria que citar a Bíblia inteira, pois a própria formação e ensinamentos nela transmitidos se dão por este meio. Gostaria apenas de citar um pequeno exemplo de qual atitude deveremos tomar frente às Aparições de Jacareí, tomando por base a Bíblia. Saulo, quando se dirigia à cidade de Damasco e Jesus lhe “aparece” exclama: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 9, 6). Naquela ocasião, Jesus disse a ele para procurar os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! O ordenou que entrasse na cidade de Damasco e ali lhe seria dito o que deveria fazer. Beleza. E quem Deus enviou para Saulo? Os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! Mas Ananias, um vidente. Como eu sei que Ananias era um vidente? As Sagradas Escrituras nos contam que foi uma aparição de Jesus que disse para ele ir procurar Saulo. É só conferir At 9, 10-16ss.

Outro exemplo foi Judas Iscariotes; este preferiu errar com a Igreja oficial da época (lembra né, fariseus e saduceus) que acertar sem ela. Bom... Errou mesmo! E segundo alguns santos místicos, como Maria de Ágreda, sua alma se encontra no inferno. Assim, a posição teológica defendida pela maioria dos teólogos atuais, de que as aparições não são obrigatórias, falando em termos de estudo teológico da atualidade, é perfeitamente passível de questionamento, e, inclusive, daria uma boa tese de doutoramento. É um posicionamento que pode ser mudado. Não é Dogma de Fé. Gostaria de finalizar este ponto dizendo o seguinte. Jesus tolerou para sempre aquela Igreja oficial da época (o judaísmo) que rejeitou o projeto que suas aparições aos Apóstolos (que também eram videntes) propunha? Claro que não!!! Por causa disso, Deus se retirou do meio daquela Igreja e passou a habitar no meio dos seus videntes, os apóstolos e discípulos, e, assim, surgiu a nossa amada Igreja Católica (Mt 21, 39-45).

Não é objetivo do Profeta Marcos Tadeu, nem de sua Ordem e muito menos de nós, a Milícia da Paz (formada por todos os fiéis seguidores daquele Santuário) provocar um cisma na Igreja. Nós apenas denunciamos os erros (prerrogativa esta, conferida aos leigos pelo próprio Concílio Vaticano II), lutamos para que a devoção a Nossa Senhora, aos santos e anjos seja colocada em seu devido lugar, e que as suas mensagens, e as dos demais santos, e até as de Deus, seja acolhida como nos tempos Bíblicos, pois acreditamos que se isto não for feito, irá se abater gigantescos cataclismos sobre a Terra, de uma tal magnitude que nunca houve, nem jamais haverá. Acreditamos que esta “palavra de Deus” transmitida nas aparições é o caminho e a única forma de salvar o mundo, e qualquer obra, ou pessoa, que ensine ou faça diferente do que elas dizem, é desprezada por nós. O motivo para isto é muito simples. Desde tempos remotos, as Aparições de Nossa Senhora (inclusive as não aprovadas pela Igreja) vêm dizendo o que aconteceria ao mundo se esta “palavra de Deus” não fosse obedecida. Resultado, tudo o que elas disseram, em um passado remoto, está se cumprindo na atualidade. Então, não há outra conclusão a se fazer, a não ser admitir que elas eram verdadeiras, e que o clero errou. Aliás, o histórico de erro do clero é algo realmente interessante. Basta citar a condenação que pesou durante 20 anos sobre as Santas Aparições de Jesus Misericordioso à Santa Faustina, e não foi por um “bispozinho” qualquer. Foi pelo próprio papa da época. Se não fosse a atuação do então Cardeal Karol Józef Wojtyła, futuro Papa João Paulo II, estas aparições estariam condenadas até os tempos atuais, e, certamente, você seria um grande opositor delas, não é? Infelizmente, como atualmente o número de Cardeais, e clérigos em geral, com este nível de espiritualidade é praticamente nulo... tadinha das aparições... snif. Praticamente nenhum deles entende de Teologia Mística, o estudo apropriado para se avaliar as aparições e estudá-las.

Além do mais, as aparições de La Salette, Lourdes e Fátima, para quem conhece mais a fundo sua história, verá que elas na verdade não foram aceitas pelo clero. Muito pelo contrário, este as combateu com todas as suas forças. Na realidade, o que ocorreu, é que os fiéis praticamente as fizeram descer goela abaixo na garganta do clero, de tal modo, que eles não tiveram outra opção a não ser aprová-las. E, mesmo nestas que foram aprovadas, o estrago que o clero fez é algo incomensurável. Não as divulgou como deveria; se o corpo incorrupto de Santa Bernadete estivesse no Santuário de Lourdes iria converter milhões de fiéis, no entanto está praticamente escondido no convento de Nevers; o corpo incorrupto de Santa Jacinta foi escondido dos fiéis; a esmagadora maioria dos vaticanistas da Itália é de acordo que, até hoje, o terceiro segredo de Fátima não foi revelado em sua integralidade; a consagração da Rússia não foi feita como Nossa Senhora pediu até os dias atuais, etc... E isso, só para citar os danos que me vem à mente neste momento.

No Santuário das Aparições de Jacareí, o Profeta Marcos está resgatando tudo aquilo que a Igreja e a sociedade tanto se esforçaram para extinguir, os escapulários, medalhas, mensagens, enfim, a salvação do mundo que Nossa Senhora nos revelou e ofereceu com tanto amor ao longo de suas aparições na história. Sem dúvida, lá está se cumprido a passagem da Escritura na qual se diz: “Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas...” Mt 13,52 É uma nova aparição que resgata todas, até as mais antigas. Portanto, se ainda quiserem seguir a doutrina da cabeça deste cara de que não precisamos de aparições, o problema é de vocês. Aliás, se formos pensar bem, porquê Deus, Nossa Senhora os anjos e os santos apareceriam, né? Afinal de contas, nosso mundo está uma verdadeira maravilha, não é? Não temos problemas de droga, prostituição, corrupção, degradação moral, depressão, decadência da Igreja, violência, roubos, assassinatos, guerras, miséria..., todos os sacerdotes são verdadeiros Serafins de santidade, enfim, o Vaticano está dando conta do recado... Só não está apresentando um desempenho melhor devido a um “pequeno” probleminha de tráfico de influência entre os altos clérigos, desvio de verbas do banco do Vaticano, looby gay entre os padres, pedofilia generalizada, um papa progressista e comunista..., mas, afinal de contas, são probleminhas fáceis de serem solucionados, né? É... Em um mundo maravilhoso e em ótimo funcionamento como esse, realmente não entendo o motivo de tantas aparições..."