São Tomás More
1478- 1535
"Ó Deus, Pai de Misericórdia, fazei que eu confirme, com meu testemunho, minha fé em Vós. Que eu dê um testemunho alegre, bem-humorado, simples e firme. Que eu mostre, com meus atos, aquilo que eu professo com minhas palavras. Amém!" ~São Thomas More
Tomás More nasceu em Chelsea, Londres, na Inglaterra, no ano de 1478. Seus pais eram cristãos e educaram os filhos no seguimento de Cristo. Aos treze anos de idade, ele foi trabalhar como mensageiro do arcebispo de Canterbury, que, percebendo a sua brilhante inteligência, o enviou para a Universidade de Oxford. Seu pai, que era um juiz, mandava apenas o dinheiro indispensável para seus gastos.
Aos vinte e dois anos, já era doutor em direto e um brilhante professor. Como não tinha dinheiro, sua diversão era escrever e ler bons livros. Além de intelectual brilhante, tinha uma personalidade muito simpática, um excelente bom humor e uma devoção cristã arrebatadora. Chegou a pensar em ser um religioso, vivendo por quatro anos num mosteiro, mas desistiu. Tentou tornar-se um franciscano, mas sentiu que não era o seu caminho. Então, decidiu pela vocação do matrimônio. Casou-se, teve quatro filhos, foi um excelente esposo e pai, carinhoso e presente. Mas sua vocação ia além, estava na política e literatura.
Contudo Tomás nunca se afastou dos pobres e necessitados, os quais visitava para melhor atender suas reais necessidades. Sua casa sempre estava repleta de intelectuais e pessoas humildes, preferindo a estes mais que aos ricos, evitando a vida sofisticada e mundana da corte. Sua esposa e seus filhos o amavam e admiravam, pelo caráter e pelo bom humor, que era constante em qualquer situação. A sua contribuição para a literatura universal foi importante e relevante. Escreveu obras famosas, como: "O diálogo do conforto contra as tribulações", um dos mais tradicionais e respeitados livros da literatura britânica. Outros livros famosos são "Utopia" e "Oração para o bom humor".
Em 1529, Tomás More era o chanceler do Parlamento da Inglaterra e o rei, Henrique VIII.
No ano seguinte, o rei tentou desfazer seu legítimo matrimônio com a rainha Catarina de Aragão, para unir-se em novo enlace com a cortesã Ana Bolena. Houve uma longa controvérsia a respeito, envolvendo a Igreja, a Inglaterra e boa parte do mundo, que acabou numa grande tragédia. Henrique VIII casou com Ana, contrariando todas as leis da Igreja que se baseiam no Evangelho, que reconhece a indissolubilidade do matrimônio. Para isso usou o Parlamento inglês, que se curvou e publicou o Ato de Supremacia, que proclamava o rei e seus sucessores como chefes temporais da Igreja da Inglaterra.
A seguir, o rei mandou prender e matar seus opositores. Entre eles estavam o chanceler Tomás More e o bispo católico João Fisher, as figuras mais influentes da corte. Os dois foram decapitados: o primeiro foi João, em 22 de junho de 1535, e duas semanas depois foi a vez de Tomás, que não aceitou o pedido de sua família para renegar a religião católica, sua fé e, ainda, fugir da Inglaterra.
Ambos foram mártires na Inglaterra, os quais, com o testemunho cristão, combateram a favor da unidade da Igreja Católica Apostólica Romana, num tempo de violência e paixão. Suas lembranças continuam vivas em verso e prosa, nos teatros e nos cinemas. Seus exemplos são reverenciados pela Igreja, pois eles foram canonizados na mesma cerimônia pelo papa Pio XI, em 1935, que indicou o dia 22 de junho para a festa de ambos.
São Tomás More deixou registrada a sua irreverência àquela farsa real por meio da declaração pública que pronunciou antes de morrer: "Sedes minhas testemunhas de que eu morro na fé e pela fé da Igreja de Roma e morro fiel servidor de Deus e do rei, mas primeiro de Deus. Rogai a Deus a fim de que ilumine o rei e o aconselhe". O papa João Paulo II, no ano 2000, declarou são Tomás More Padroeiro dos Políticos.
"Esta harmonia do natural com o sobrenatural é talvez o elemento que melhor define a personalidade do grande estadista inglês: viveu a sua intensa vida pública com humildade simples, caracterizada pelo proverbial bom humor que sempre manteve, mesmo na iminência da morte.
Esta foi a meta a que o levou a sua paixão pela verdade. O homem não pode separar-se de Deus, nem a política da moral: eis a luz que iluminou a sua consciência. Como disse uma vez: "O homem é criatura de Deus, e por isso os direitos humanos têm a sua origem n'Ele, baseiam-se no desígnio da criação e entram no plano da Redenção. Poder-se-ia dizer, com uma expressão audaz, que os direitos do homem são também direitos de Deus" (Discurso, 7 de abril de 1998).
Esta foi a meta a que o levou a sua paixão pela verdade. O homem não pode separar-se de Deus, nem a política da moral: eis a luz que iluminou a sua consciência. Como disse uma vez: "O homem é criatura de Deus, e por isso os direitos humanos têm a sua origem n'Ele, baseiam-se no desígnio da criação e entram no plano da Redenção. Poder-se-ia dizer, com uma expressão audaz, que os direitos do homem são também direitos de Deus" (Discurso, 7 de abril de 1998).
É precisamente na defesa dos direitos da consciência que brilha com luz mais intensa o exemplo de Tomás Moro. Pode-se dizer que viveu de modo singular o valor de uma consciência moral que é "testemunho do próprio Deus, cuja voz e juízo penetram no íntimo do homem até às raízes da sua alma" (Carta enc. Veritatis splendor, 58), embora, no âmbito da acção contra os hereges, tenha sofrido dos limites da cultura de então."
A iniciativa partiu de vários Chefes de Estado e contou também com o apoio do então Primeiro-Ministro português, António Guterres.
Lord Alton, um ilustre parlamentar britânico, declarou na época que: "com o passar do tempo os apelos de Thomas More tornam-se mais oportunos e significativos. Ele é particularmente forte como o símbolo do que Sua Santidade, João Paulo II, chamou "Unidade de Vida" e, noutra frase, o Santo Padre diz-nos para sermos sinais de contradição".
Na opinião do parlamentar inglês, Thomas More "não quebrou a ligação entre o público e o privado. Mas, no nosso tempo, a vida política é com frequência marcada pelo proveito pessoal e vantagens. Os que nela participam defendem a sua carreira em vez de causas. A política para Thomas More nunca foi um assunto para tirar vantagens pessoais ou para acumular poder pessoal. Pelo contrário, foi enraizada no seu profundo desejo de servir".
Reflexão/Oração escrita pelo santo quando prisioneiro na Torre de Londres*:
Dá-me a tua graça, Senhor.
Que eu não dê valor nenhum às coisas do mundo
E fixe apenas em Ti meu pensamento,
Sem dar ouvidos às vozes mutáveis dos homens.
Que eu me satisfaça com minha solidão
E não deseje companhias terrenas.
Que pouco a pouco me desapegue completamente do mundo
E desate dos cuidados do mundo todo e qualquer pensamento.
Que nem as fantasias do mundo possam dar-me prazer.
Que pense em Deus com alegria,
E com dor peça a sua ajuda.
Que em Deus eu procure meu conforto e meu apoio,
E que todos os meus esforços sejam dirigidos ao seu Amor.
Que eu reconheça minha pouca valia e mesquinhez,
E docilmente me humilhe sob a poderosa mão de Deus.
Que me arrependa dos pecados cometidos
E acolha docilmente a adversidade para expiá-los.
Que aceite sofrer aqui meu Purgatório,
Encontrando contentamento nas aflições.
Que eu caminhe pela via estreita que conduz à vida
E carregue a cruz com Cristo.
Que eu não esqueça as coisas supremas
E tenha sempre diante dos olhos a minha morte,
Que sempre está ali ao lado.
Que pense na morte com familiaridade.
Que tenha diante dos olhos e da mente o eterno fogo do Inferno.
Que peça perdão antes da vinda do divino Juiz.
Que pense incessantemente na Paixão que Cristo sofreu por mim.
Que incessantemente lhe agradeça seus benefícios.
Que recupere o tempo perdido
E me abstenha de palavras vãs
E fuja das risadas fúteis e das alegrias tolas.
Que do lazer não necessário eu me afaste para sempre,
Assim como das riquezas terrenas, dos amigos, da liberdade, da vida, de tudo.
Que eu pense que meus maiores inimigos são meus melhores amigos.
Os irmãos de José não poderiam ter-lhe feito, com o amor e a bondade,
Tão grande bem como aquele que lhe fizeram com a hostilidade e a inveja.
Estas reflexões deveriam ser mais estimadas e apreciadas do que todos os tesouros de todos os príncipes cristãos e pagãos que fossem reunidos e sintetizados num feixe só.
Rezar: Pai Nosso ~ Ave Maria ~ Credo
Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo Deus onipotente em três Pessoas iguais e coeternas ─ tem misericórdia de mim, que do fundo de minha miséria e insignificância pecadora reconheço humildemente, perante tua Majestade, ter levado minha vida no pecado, desde a infância até hoje.
(Na infância, neste e naquele ponto. Depois da infância, neste e naquele ponto. E assim por diante, em todas as idades posteriores).
Agora, Senhor bom e misericordioso, que me deste a graça de conhecer meus pecados, concede-me também a graça de arrepender-me, não só de palavra, mas de coração, através da dor de uma amarga contrição, e afastar-me deles para sempre.
E perdoa-me também as culpas que minha mente, ofuscada pelos interesses terrenos, por más inclinações e maus hábitos, por minha insuficiência, é incapaz de reconhecer como pecados. Ilumina meu coração, Senhor misericordioso, e dá-me a graça da cognição e da sabedoria. Perdoa-me aqueles pecados que esqueci por negligência, e traze-os à minha mente a fim de que possa claramente reconhecê-los.
Deus glorioso fazei que por tua graça, de ora em diante não mais dê valor às coisas terrenas e ponha e fixe em Ti meu coração, de modo a poder dizer com o Apóstolo São Paulo: Mundus mihi crucifixus est et ego mundo. Mihi vivere Christus est, et mori lucrum. Cupio dissolvi et esse cum Christo.
*"Orações da Torre", apud "Humanidades" – Universidade de Brasília, janeiro/março 1983, vol. 1, nº 2, pp. 63 ss
QUE SÃO TOMÁS MORO, NO DIA DE HOJE E EM TODOS OS OUTROS DIAS, ILUMINE A CABEÇA E A ALMA DOS POLÍTICOS E GOVERNANTES. JUNTO COM SÃO JOÃO FISCHER, INTERCEDA JUNTO A SANTÍSSIMA TRINDADE PARA QUE OS POLÍTICOS E GOVERNANTES TENHAM A OBRIGAÇÃO MORAL E ESPIRITUAL EM EXERCER O PODER DE MANEIRA DIGNA, COMO NOS ENSINOU O MESTRE JESUS. QUE A CONSCIÊNCIA ASSIM ILUMINADA OS GUIE.
QUE AS AÇÕES, ATOS, ATITUDES DOS POLÍTICOS E GOVERNANTES SEJAM AQUELAS PELAS QUAIS ESPERA QUEM LHES CONFIA O PODER ATRAVÉS VOTO, QUE A JUSTIÇA SOCIAL, A FRATERNIDADE E A LIBERDADE LHES SIRVAM DE NORTE. QUE ENTENDAM A CORRUPÇÃO COMO FERRAMENTA MALIGNA, PERVERSA, INSUSTENTÁVEL, DESTRUTIVA E ANTI-DEMOCRÁTICA, AFASTANDO DESTA MANEIRA AS TREVAS DO MEIO POLÍTICO.
SE TODO PODER EMANA DE DEUS E EM NOME DE DEUS DEVE SER EXERCIDO, DA MESMA FORMA OS POLÍTICOS ENTENDAM QUE O PODER QUE LHES É CONFIADO, ATRAVÉS DO VOTO, SAGRADO, QUE EMANA DO POVO E CONFIA UM PODER QUE EM NOME DO POVO DEVE SER EXERCIDO. EM NOME DA ÉTICA, EM NOME DE DEUS, ARCANJOS, ANJOS E TODOS OS SANTOS, ASSIM ESPERO E QUE ASSIM SEJA!