NOSSA SENHORA
“Amados filhos Meus, hoje, vos chamo novamente ao verdadeiro amor, que é agradável a Deus e que somente pelo qual podeis chegar até Ele.
Buscai o verdadeiro amor, deixando todas as coisas vãs deste mundo que vos impedem de recebê-Lo e de conhecê-Lo, para que assim, verdadeiramente, vosso coração seja livre e disponível para que o amor divino a ele se revele, nele se derrame a ele se entregue e realize em vós a grande conversão, a grande santificação que o Senhor deseja de todos vós.
Buscai o verdadeiro amor, para que assim as vossas almas transformem-se nos templos puros, iluminados, dignos e santos para que a Santíssima Trindade possa habitar dentro do vosso coração, possa governar toda a vossa vida e possa levar-vos sempre mais pelo caminho da santidade para que Ela seja perfeitamente glorificada em todos vós.
Buscai o verdadeiro amor, para que sejais aquelas cidadelas santas que a Santíssima Trindade e Eu desejamos que sejais, aquelas cidades místicas onde Nós podemos habitar, reinar e governar todos os dias, tendo em vós o Nosso palácio real, o vosso jardim real de descanso, o Nosso horto de delícias, e assim, as vossas almas sejam a vossa morada e Nós seremos as moradas das vossas almas, e assim unidos numa só chama de amor vivamos dando ao Senhor perfeitamente a glorificação, a obediência, a adoração que Ele deseja de vós e a Mim vossa Mãe o amor perfeito, a obediência perfeita, a correspondência perfeita que Eu tanto quero e desejo de vós.
Buscai o verdadeiro amor, para que as vossas almas verdadeiramente conhecendo este amor, possam Nele viver, possam doá-Lo, espargi-Lo, comunicá-lo a todas as almas que ainda não o conhecem para que este mundo imerso no pecado, na desobediência a Deus, no desamor a Deus possa finalmente imergir para um novo tempo de santidade, de graça e de amor. Se o verdadeiro amor estiver presente nas vossas almas, então, este mundo envolto nas trevas do pecado, dos erros que cada vez mais agora se propagam tanto no seio do povo cristão como fora dele, este mundo conhecerá a nova luz da sua ressurreição, do seu Pentecostes, da sua transformação completa naquele mundo de santidade, de amor e de paz que Eu tanto quero para vós e que Eu tanto rezo e tanto luto para trazer para vós.
Buscai o verdadeiro amor pelo o Senhor, provando este amor a Ele, mais por obras que por palavras, mais por fatos do que só por desejos e intenções, para que assim Meus filhos, verdadeiramente, a vossa vida seja um testemunho perene do amor de Deus, da graça de Deus e da força de Seu amor assim como foi a vida da Minha filhinha Bernadette Soubirous, Santa Bernadette. Então, também a vossa vida se transformará numa canção de amor perfeito ao Senhor e a Mim como foi a vida Dela e as vossas vidas verdadeiramente serão como foi a vida da Minha filhinha Bernadette, um reflexo perfeito da Minha pureza, da Minha santidade, do Meu amor, da Minha graça.
Hoje, quando estais celebrando a Minha filhinha Bernadette de Lourdes, Eu, com generosidade, com amor vos abençoo e vos digo: Aqui neste lugar bendito das Minhas Aparições, que é a Minha nova Lourdes, a Minha última Lourdes, vou terminar tudo aquilo que comecei com a Minha filhinha Santa Bernadette em Lourdes. Aqui levarei os Meus Planos à Sua perfeita conclusão e execução e o Meu Coração Imaculado triunfará banindo as trevas do mundo e fazendo raiar para toda a humanidade um novo tempo de paz, um novo tempo de graça, de santidade e de amor.
Continuai com todas as Orações que Eu vos dei Aqui, por que através do Rosário, das Horas Santas de Oração, Eu cada vez mais vos tornarei semelhantes à Minha filhinha Santa Bernadette. Aqui, na pessoa e na obra do Meu filhinho Marcos, que com os Vídeos que fez das Minhas Aparições em Lourdes e da Minha filhinha Bernadette fez com que milhões de Meus filhos Me amassem mais, muitos outros milhões Me conhecessem, a Mim entregassem os seus corações e começassem a Me seguir pela estrada da Oração, da Penitência, da fuga do pecado, da busca da santidade quotidiana. Sim, na pessoa e na obra dele, no trabalho dele reflito a Minha mística luz, que se tornará cada vez mais intensa quanto mais densas forem as trevas a envolver todas as coisas.
O Meu Coração triunfará e a Minha vitória, a Minha glória que desde as Minhas Aparições em Lourdes manifestei aos Meus filhos amados até chegar Aqui nas Minhas últimas Aparições em Jacareí, a Minha glória será vista por todo o mundo e Satanás será aniquilado definitivamente.
A todos com amor vos abençoo generosamente de LOURDES, de TURZOVKA, de EL ESCORIAL e de JACAREÍ.
A paz Meus filhos amados, ficai na paz do Senhor. A paz a ti Marcos, o mais esforçado dos Meus filhos.”
SANTA BERNADETTE SOUBIROUS
“Amados irmãos Meus, hoje quando estais comemorando a Minha Festa, Eu, BERNADETTE DE LOURDES venho para dizer-vos: Rezai com amor! A oração com amor leva as vossas almas a buscarem sempre mais o Senhor, sempre mais a Sua vontade e vos ajuda a cumpri-la fielmente como Ele deseja de vós. A Oração com amor embeleza as vossas almas, purifica os vossos corações, fortalece o vosso espírito contra as tentações de Satanás, abre o Céu para vós e vos faz cada vez mais galgar céleres os degraus da escada da santidade que vos leva até o Céu.
Rezai com amor, porque a oração com amor vos leva cada vez mais para perto, para junto dos Corações de Jesus Maria e José, vos transforma tornando-vos Sua imagem e semelhança, dá-vos um pouco daquela pureza, daquela perfeição espiritual que a Imaculada Mãe de Deus tem Nela mesma, vos faz assemelhar-vos sempre mais a São José na obediência a Deus, no amor, na fidelidade a Jesus e à Maria Santíssima, vos faz crescer cada vez mais na pureza, na castidade e no santo temor do Senhor. A oração com amor faz a vossa alma viver, com ela o Espírito Santo pode comunicar-se a vós, através dela Ele pode agir poderosamente nas vossas almas e assim as vossas almas podem finalmente conhecer a verdadeira vida em Deus, a vida da santidade que Ele deseja para cada um de vós.
Dai ao Senhor o vosso sim, como Eu mesma fiz, não retendo nada para vós, ou seja, dai ao Senhor todo o vosso coração, toda a vossa alma, todo o vosso ser. Fomentai nos vossos corações os santos desejos de servirdes melhor ao Senhor, porque os santos desejos vos levarão sempre a terdes a vossa alma abrasada de amor por Deus. Durante o dia dizei muitas vezes ao Senhor que quereis amá-Lo como Eu o amei, como todos os santos O amaram. Dizei ao Senhor e à Virgem Santa que quereis obedecê-los como ninguém até hoje ainda fez, para que assim os santos desejos vos levem a de fato amar ao Senhor, amardes a Mãe de Deus, cumprirdes a Sua vontade como ninguém até hoje cumpriu e assim um dia chegareis a ser verdadeiros e grandes santos para a maior glória do Senhor.
Fazei todos os dias os vossos deveres diários com amor como Eu mesma fiz, porque o cumprimento do dever diário vos leva à perfeição quotidiana que vos impulsionará, vos elevará cada vez mais a uma alta santidade e então no fim das vossas vidas vós como flores perfumadas e belas sereis colhidos do jardim deste mundo, para serdes então novamente plantados nos jardins do Céu onde gozareis da suprema felicidade que o Senhor e a Mãe de Deus preparam para cada um de vós para todos vós!
Eu, Bernadette, vossa irmã que vos precede na glória vos amo muito! Amo muitíssimo este Lugar eleito pelo Céu que é a nova Lourdes da Mãe de Deus. Aqui, onde Ela vai continuar os planos que Ela começou Comigo em Lourdes Eu estou e sempre estarei vivamente presente para com Ela agir poderosamente para a vossa salvação, agir poderosamente para a conversão dos pecadores, agir poderosamente para a salvação de toda a humanidade. Rezai, rezai mais, porque a oração é a salvação do mundo, é a vossa salvação e a salvação de todas as famílias. Com a oração vos salvareis, sem a oração já estais perdidos. Rezai, rezai muito, porque quem muito reza se salva, quem reza pouco se coloca em perigo de condenação e quem não reza se condena. Rezai, porque a oração é que atrairá o Segundo Pentecostes Mundial, que convencerá os homens do pecado, que lhes mostrará a verdade, que os convencerá da verdade e que os fará com que muitos corações se abram para o novo tempo de graça, de santidade e de amor que os Corações Unidos preparam todos os dias para vós.
Eu, Bernadette, estou convosco, cubro-vos com o Meu Manto e especialmente cubro o Meu amadíssimo Marcos que sempre Me amou, sempre Me honrou com a sua devoção, com a sua oração e o seu carinho e através de tudo o que ele fez, dos Vídeos das Aparições da Mãe de Deus para Mim em Lourdes, bem como também do Meu Terço e de todas as outras coisas que ele fez para tornar-Me conhecida e amada, graças a ele e nele Sou agora mais conhecida, Sou amada, Sou invocada com confiança e posso assim agir muito mais em favor da salvação das almas. Na pessoa, no trabalho e na obra do Meu querido Marcos a Senhora de Lourdes tem o Seu maior triunfo e Eu também tenho a maior exaltação da verdade das Aparições de Lourdes e também o conhecimento da glória da Santíssima Virgem que a Mim na Gruta de Lourdes revelou grandes mistérios da Sua Imaculada Conceição, da Sua gloriosa dignidade de Mãe de Deus e também do Seu puríssimo e infinito amor.
A todos neste momento abençoo e também especialmente a ti amado Marcos, abençoo agora generosamente de LOURDES, de TURZOVKA e de JACAREÍ.
A paz Marcos. A paz a todos vós irmãos Meus muito amados.”
SANTA QUITÉRIA
“Amados irmãos Meus, Eu QUITÉRIA, serva do Senhor e da Mãe de Deus Sou feliz por vir abençoar-vos hoje.
Fazei a Cruzada do Rosário com amor porque da Cruzada do Rosário depende a vossa salvação a de milhões de almas, da vossa pátria e do mundo inteiro.
Fazei a Cruzada do Rosário com amor dando a Mãe de Deus o vosso rosário Meditado rezado com amor, devoção e piedade, para que assim as forças satânicas possam ser vencidas e destruídas em vós, nas famílias e no mundo inteiro.
Fazei a Cruzada do Rosário agora a qualquer dia da semana não apenas no domingo, fazei de forma que toda a semana tenha sempre almas em suas casas rezando o Santo Rosário pela salvação do Brasil, do mundo e das almas.
Eu, Quitéria rezarei convosco, virei com os Santos Anjos do Céu para vos abençoar, para rezar convosco, para ajudar-vos na luta, na batalha espiritual através do Rosário contra todas as forças do mal, contra todas as potências do mal.
Sede Santos como o Senhor Deus deseja que sejais Santos, a santidade consiste antes de tudo: na alma morrer para si mesma em todas as coisas e a todo o momento, renunciar à sua vontade rebelde para aceitar a vontade do Senhor. Assim, cumprindo Sua vontade a alma verdadeiramente santifica-se e quando uma alma se santifica muitas milhões de outras almas se santificarão, por ela, por suas orações, sacrifício, seu exemplo de vida, e então, o mundo cada vez mais se tornará o Reino dos Sagrados Corações Unidos, reino de paz, reino de amor!
Desejai a santidade, pois desejar a santidade é o primeiro passo para obtê-la, quem muito deseja a santidade chegará à grande santidade, à grande perfeição espiritual e certamente será um grande santo na glória do Céu. Os desejos da alma são asas que a fazem voar cada vez mais rapidamente no caminho da perfeição, para que ela então adquirindo virtude após virtude possa cada dia mais deixar o pecado, assemelhar-se ao próprio Coração de Cristo, ao próprio Coração da Virgem Imaculada e ao Coração de São José. Os desejos são asas que fazem com que a alma olhando a grande montanha da perfeição suba-a velozmente, pois assim, livre de todo o embaraço ela pode correr ou melhor voar montanha acima até encontrar lá no alto o seu tesouro, que é a santidade para dar alegria, amor e contentamento a Deus por toda a eternidade.
Oh, sim! Assim como um pássaro não pode voar se tiver a sua perna amarrada a alguma coisa, assim como um pássaro não pode mais voar se suas asas estiverem grudadas em algo viscoso, assim também, a alma não pode voar no Céu da santidade, no caminho da santidade, voar acima pela montanha da santidade se não renunciar a tudo o que: a prende, a escraviza às coisas vãs deste mundo. Por isso, abri o vosso coração aos santos desejos da santidade, deixai a morte deste mundo e procurai a vida que não passa, a vida eterna que foi criada para vós para que sejais felizes com Deus, com a Mãe de Deus e Conosco os bem-aventurados por toda a eternidade.
Eu, Quitéria, estou ao vosso lado e a alma que me pedir em suas orações que lhe dê os santos desejos da santidade Eu lhe darei. Fazei como o bem-aventurado São Geraldo fazia: ‘Eu quero ser santo. Eu vou entregar-me completamente a Deus para ser Santo.’ Fazei como a bem-aventurada Bernadette de Lourdes fazia dizendo sem cessar: ‘Eu quero ser Santo. Eu quero amar a Deus com amor perfeito, Eu quero amá-lo como nunca Ele foi amado.’ E depois segui estes santos desejos rezando com amor, renunciando a toda a forma de pecado, procurando sempre mais aquilo que agrada a Deus e Eu vos digo: com os santos desejos unidos à oração, unidos à prática daquilo que dizeis na oração, com a prática das virtudes vós sereis em pouco tempo grande santos. A medida da vossa santidade será de acordo com a medida dos desejos que tiverdes nos vossos corações de serdes santos.
Eu, Quitéria vos amo muito e estarei ao vosso lado sempre para vos ajudar, vos abençoar e vos proteger de toda a forma de mal. E agora vos abençoo generosamente com amor, com as bênçãos que o Céu hoje Me concedeu para derramar sobre todos vós.”
(Marcos): “Sim, vou prosseguir... Sim... Sim... Sim, Minha amada Mãe, Minha amada Rainha. Até breve...“
22 de maio - Santa Quitéria
Foi a 22 de Maio do ano 135 que, segundo a tradição, foi degolada pelo seu noivo aquela que se tornava deste modo na primeira mártir no território hoje correspondente a Portugal. Irmã de outras oito gémeas, Santa Quitéria foi morta no Monte Pombeiro ou das Maravilhas – hoje rebatizado com o seu nome – junto a Felgueiras. Um santuário existente no local evoca estes dramáticos acontecimentos, que culminaram com o seu primeiro milagre: o de haver caminhado para a sepultura pelo seu próprio pé, segurando a cabeça degolada entre as mãos!
Contudo, e embora a festa de Santa Quitéria se celebre a 22 de Maio, ou – como hoje - no domingo seguinte quando o calendário não coincide com aquele dia da semana, a data por excelência de devoção à santa é em Felgueiras o dia de... S. Pedro. A explicação para tal facto e a lendária história de Santa Quitéria é o que encontrará nesta “Viagem no Tempo”.
Nove irmãs gémeas. Nem menos. Os seus nomes cristãos foram-lhes dados por um dos primeiros bispos de Braga, Santo Ovídio, que as baptizou por Quitéria, Genebra, Vitória, Marinha, Marciana, Germana, Basília, Liberata e Eufémia. Um baptizado atribulado e clandestino. Porque o destino destas crianças à nascença deveria ter sido outro: mortas por afogamento. Passemos, com base na lenda e tradição, a explicar:
Corria em Braga o ano 120 quando o governador romano, o pagão Lúcio Atílio Severo, se ausentou da cidade para acompanhar o imperador Adriano numa das suas viagens. É durante a sua ausência que a esposa dá à luz nove gémeas. Por vergonha de tal aberrante e estranho facto, ou então porque o nove era considerado um número agoirento, a mãe ordena à sua criada Cita que, protegida pela noite, leve as crianças e as afogue no rio Este, nas proximidades de Braga.
Acontece porém que Cita era cristã e não conseguiu cumprir cabalmente as ordens recebidas. Levou as crianças mas não as matou, entregando-as aos cuidados do arcebispo Santo Ovídio que, durante os anos seguintes, cuidou da sua proteção, alimentação e educação. Conhecedoras, desde cedo, da sua história e de como haviam sido salvas graças aos sentimentos e às atitudes cristãs, as nove irmãs decidem, com dez anos de idade, viver juntas e dedicar a sua vida ao cristianismo. Criaram, deste modo, e com a autorização de Santo Ovídio, como que um pequeno convento.
Decorria e incentivara-se, entretanto, a perseguição aos cristãos por parte das autoridades romanas. E assim não demorou muito tempo que, denunciadas como cristãs, fossem algemadas e conduzidas até à presença do governador Atílio Severo... seu pai. Desconhecedor de toda a história das filhas o romano é surpreendido pela revelação que estas então lhe fazem. E num rápido interrogatório à esposa e à criada confirma a veracidade do que as jovens lhe afirmavam.
O governador Severo fica, no entanto, contente com a descoberta, prometendo às filhas todas as felicidades e futuros casamentos com belos jovens, ricos e nobres. Teriam, no entanto, que renunciar à sua clandestina religião e abraçar o culto aos ídolos e deuses do Império Romano. Se recusassem o governador justificaria o seu nome e, severamente, teria que as punir, com a morte se necessário. Quitéria e as irmãs pedem, então, para ficarem sós durante algum tempo para em conjunto decidirem qual a sua opção. Mas a decisão, todas elas o sabiam, estava há muito tomada. Assim, e pela última vez, despedem-se umas das outras e fogem precipitadamente do palácio do pai.
A perseguição que o governador enceta às filhas resultará apenas na prisão de Quitéria. Conduzida de novo à presença do progenitor, a jovem é informada de que dispõe de mais alguns dias para desistir da sua religião. Esgotado esse tempo o pai comunica-lhe que a havia prometido em casamento a Germano, um jovem pagão, rico e nobre. Procurando ganhar mais algum tempo Quitéria pede então mais alguns dias de reflexão, oportunidade que lhe é concedida e aproveitada para, na companhia de 38 donzelas cristãs, fugir e se refugiar no Monte Pombeiro, perto da actual cidade de Felgueiras, no topo do qual existiria uma capela dedicada a S. Pedro.
Não conseguiu, no entanto, aí permanecer em segredo durante muito tempo. Descoberta pelas autoridades romanas, recebe vários emissários de seu pai intimando-a a aceitar o seu noivo Germano. A resposta e opção são, contudo, inabaláveis: recusa as ordens do pai afirmando-se esposa mística de Cristo. Assim, e perante tais recusas e atitudes Severo acaba por ordenar a Germano que cerque o local e execute os cristãos, incluindo Quitéria, tarefa de que se encarrega o próprio noivo ao decepar-lhe a cabeça no amanhecer do dia 22 de Maio do ano 135. Tinha a mártir 15 anos. Desses momentos trágicos, segundo a lenda, resultou a imediata cegueira dos criminosos e o facto milagroso da santa ter avançado para a sepultura pelos seus próprios pés e segurando a cabeça que lhe havia sido cortada.
Não foi muito diferente, segundo a tradição, o destino das suas irmãs, também elas consideradas santas. Com efeito todas elas acabariam, igualmente, por morrer martirizadas. Um ano depois de Quitéria seria a vez de Genebra ser morta em Tuy, em Espanha. Não muito longe daí, em Orense, também Marinha seria degolada, aos 18 anos. A mesma idade com que foi morta, em Córdova, Vitória. Relativamente a Liberata e Germana desconhece-se a data e locais onde terão padecido o seu martírio. Já de Eufémia conta a lenda que, também ela, foi degolada na Serra do Gerês onde é, de resto, a padroeira da capela das termas aí existente. Basília terá sido martirizada perto do Porto, em Águas Santas. Quanto a Marciana, parece ter sido a que mais tempo sobreviveu, tendo sido morta aos 35 anos de idade em Toledo.
Ainda segundo a tradição a “história” de Santa Quitéria e a sua associação ao monte sobranceiro a Felgueiras quase desapareceu com o decorrer dos séculos, mantendo-se, no entanto, no cume da elevação uma velha e pequena capela dedicada a S. Pedro. Contudo, em 1715 uma mulher de Braga, condenada à morte por um cancro no peito, desloca-se ao monte solicitando o auxílio da santa. Poucos dias depois a devota estava completamente curada. Estava, deste modo, (re)lançada uma fortíssima devoção e veneração a santa Quitéria que resultou, logo no ano seguinte, na colocação de uma sua imagem na velha capela de S. Pedro e, em 1719, no início da construção no local de um novo e mais grandioso templo capaz de receber o número crescente de romeiros. Apenas em 1734 se daria por concluída tal construção.
Entretanto, e paulatinamente, a festa originária e mais antiga que se celebrava no monte – a dedicada a S. Pedro, padroeiro da velha capela aí existente - passava a ser confundida com a de Santa Quitéria. Enfim.... a atribulada vida dos santos!
Como chegar
Não há que enganar. Chegados a Felgueiras o Monte de Santa Quitéria impõe-se pelo domínio topográfico que exerce sobre a cidade que, de resto, se estende na sua base. Há diversos acessos ao topo da elevação e todos eles se encontram bem sinalizados.
Como ver
Espaço público por excelência, o Monte de Santa Quitéria é um autêntico parque verde que domina Felgueiras. Do seu topo, e das vertentes, se avistam belas panorâmicas sobre a cidade e toda a região envolvente. Deambular, passear ou até piquenicar por esta elevação, pelos seus trilhos e acessos arborizados não carece, pois, de grandes instruções. Visitar o templo dedicado à Santa é também bastante acessível. De facto, e para lá das horas de culto, a igreja encontra-se aberta praticamente todos os dias do nascer ao pôr do sol. Em caso de dificuldade é só dar um salto até à Casa da Confraria, construída em 1946 mesmo ao lado do templo, que não só alberga um belo restaurante, mas também uma tradicional loja onde os mais devotos (e não só) podem adquirir as costumeiras pagelas, orações, imagens da santa ou simples postais. Aí encontrará também alguém que lhe permitirá o acesso à igreja.
Já no interior do templo não deixe o leitor de prestar atenção à sólida arquitetura oitavada do edifício que, edificado na primeira metade do século XVIII, viria a ser ampliado no final do século XIX. A atenção do visitante é, no entanto, rapidamente captada pelo altar dedicado à Santa. Obra em talha, igualmente do século XVIII e dentro dos modelos barrocos então dominantes, este altar inspira-se nas tradicionais representações das “árvores de Jessé ou de Josué”, sendo que neste caso da raiz da árvore partem, não os doze ramos correspondentes aos seus doze filhos e às doze tribos de Israel, mas antes nove ramos que culminam nas nove irmãs gémeas. No ramo mais alto sobressai a imagem de Santa Quitéria. Ao lado desta representação, mas ainda no mesmo altar, uma pequena imagem de Santo Ovídio recorda o papel de proteção e vigilância que, segundo a lenda, este ancestral bispo de Braga teve para com as irmãs.
Novamente no exterior poder-se-á contemplar a torre que domina a fachada da igreja e que, começada a construir em 1875, pretendeu dar maior monumentalidade ao templo. Só para o transporte da primeira pedra aí colocada, que ocupa todo o comprimento da frente, foram necessárias 14 juntas de bois! As “melhorias” introduzidas no santuário no final do século XIX, em grande parte graças às fortunas dos “brasileiros” que retornavam a Felgueiras, incluem também a construção da escadaria de acesso à igreja, a colocação de um relógio e de um carrilhão, e a construção nas proximidades de diversos e grandiosos edifícios que sofreram várias vicissitudes e diferentes histórias na sequência, nomeadamente, da implantação da República e da confiscação dos bens da Igreja pelo Estado.
Se a contemplação do interior do templo não é difícil, mais complicada poderá ser, contudo, uma visita às oito capelinhas do século XIX que, ao longo da encosta e da antiga estrada que ligava Felgueiras ao topo do Monte, albergam imagens e cenas que retratam a vida e martírio de Santa Quitéria. Estas capelinhas que, vistas de Felgueiras, vão pontilhando de branco a encosta do Monte, desde a sua base até ao cume, não são obviamente de difícil acesso. Os seus vidros foscos impedem contudo a observação dos motivos representados no seu interior. Assim, para uma visita mais pormenorizada, dever-se-á contactar a Confraria responsável pelo santuário através do telefone 255 926343.
Embora o dia de Santa Quitéria se celebra a 22 de Maio, o momento por excelência para visitar o local, pela sua festa, pela romaria e pelo número elevado de devotos que atrai, é, como já explicamos, a 29 de Junho, dia de S. Pedro. A crescente devoção que desde o século XVIII aí se passou a fazer a Santa Quitéria fez com que desde então e paulatinamente os romeiros tenham de algum modo secundarizado S. Pedro em benefício da Santa Quitéria.
Santa Quitéria (Braga, c. 120 — Aire-sur-l'Adour, 22 de Maio de 135) é uma santa virgem e mártir do século II, que viveu na Lusitânia e foi martirizada na Aquitânia, na povoação de Aire-sur-l'Adour.
Segundo consta do hagiológio português e na história de Braga, Quitéria foi uma das nove filhas nascidas de parto único de Cálsia Lúcia, mulher de Lúcio Caio Otílio, governador de Portugal e Galiza sob o Império Romano, no século II da nossa era. Quitéria nasceu no ano de 120, em Braga, na região do Minho, por ocasião em que seu pai acompanhava o imperador romano Adriano em viagem pela Península Ibérica.
Naquela época predominavam as superstições, a ponto de represália do marido, homem de procedimento muito rígido, instruiu a parteira de nome Cília que matasse as nove crianças. Mas, movida pelos sentimentos cristãos de piedade e amor ao próximo, Cília desobedeceu à patroa entregando as meninas ao arcebispo de Braga, Santo Ovídio, que as baptizou e encomendou o seu cuidado e educação a diversas famílias cristãs, tudo a suas expensas.
Anos mais tarde, tomando conhecimento da existência das suas filhas e estando comprometido com um cortesão de nome Germano, desejou que a filha Quitéria com ele se casasse. Ante a recusa da filha, Otílio condenou-a à morte, cuja execução foi perpetrada pelo próprio Germano no dia 22 de Maio do ano de 135. Quitéria estava com 15 anos de idade.
Conta-se que os soldados que a prenderam ficaram cegos. Diz ainda a tradição que após ter a cabeça decepada, Quitéria tomou em suas mãos e caminhou até a cidade vizinha onde caiu e foi sepultada .
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