terça-feira, 12 de novembro de 2024

12 de novembro - Dia de Santo Anastácio

Santo Anastácio

Conhecido também como Santo Anastasius, o Persa. 

Nasceu na Pérsia com o nome de Mangundat. De acordo com o seu biógrafo grego, Macundat era um jovem soldado persa no exercito do Rei Chrosroes II quando capturou Jerusalém em 614 DC.Ele tornou-se curioso a cerca da religião dos cristãos e ficou muito impressionado pelas suas sublimes verdades. Quando ele voltou para a Pérsia deixou o exército e se retirou para Hierápolis. Ali ele morava e trabalhava com um devoto cristão persa que era ferreiro. A arte religiosa que ele ficou conhecendo inspirou ainda mais a sua fé e finalmente ele deixou Hierápolis e foi para Jerusalém onde ele foi batizado como Anastasius por Modestus e entrou em um monastério em 621.

Anastácio era o primeiro em suas obrigações espirituais, especialmente em assistir a Missa. Seus sermões piedosos atestam a sinceridade de sua alma. Ele lia acerca dos triunfos dos mártires com lágrimas abundantes. Após sete anos de monastério ele obteve a permissão de ir para a Caesarea, na Palestina para visitar os lugares santos e pregar o Evangelho as guarnições persas. Por lá ele foi preso, açoitado e colocado para trabalhos forçados.

O governador Marzabanes ordenou que ele fosse acorrentado a um outro prisioneiro, seu pescoço e um pé ligados por uma pesada corrente, e o condenou a carregar pedras em uma pedreira próxima. Sabendo dos problemas de Anastácio seu velho Abade enviou dois monges para assisti-lo e ordenou que rezassem por ele. Nesse meio tempo Anastácio orava todas as noites. Um judeu relatou que o viu envolto em uma luz brilhante com anjos orando com ele.

O governador mandou chama-lo. Marzabanes havia recebido ordens detalhadas de Chrosroes. Se Anastácio renegasse o Cristianismo em público, ele poderia retornar ao serviço militar ou ainda continuar cristão e retornar ao monastério.
O governador ainda adicionou que ele poderia continuar um cristão de coração, desde que renunciasse a Cristo, privadamente na presença apenas do governador.
Anastácio enviou sua resposta que ele nunca iria mentir, privada ou públicamente.


Sempre recusando a renegar a sua fé ele foi levado acorrentado para Euphrates onde um oficial de Chrosroes falhou a induzi-lo a renunciar a Cristo, mesmo com a ajuda da tortura. Foi açoitado com varas por três dias consecutivos. Sua pele chegou a sair em várias partes. O oficial ficou pasmo com a tranqüilidade e paciência de Anastácio e foi de novo a Rei para relatar o acontecido. 

Neste período o carcereiro, que era um cristão, deu livre acesso ao prisioneiro e logo a prisão estava cheia de cristãos. Cada um beijava suas correntes e seus pés e guardava qualquer relíquia tocada pelo santo. Eles também passavam cêra nas correntes para receberem suas impressões. O santo estava embaraçado por tudo isso e tentava desencorajar seu admiradores.

Eventualmente junto com 68 outros cristãos Anastácio foi estrangulado e degolado as margens do Rio Eufrates. Os corpos foram deixados exposto para serem devorados pelos cães e aves de rapina, mas milagrosamente seu corpo e sua cabeça ficaram intocáveis.

Seu corpo foi enterrado no Monastério de São Sérgio próximo ao local onde foi morto e mais tarde foi levado para a Palestina, Constantinopla e em 640 para Roma onde ele está em um Santuário na Capela de Scalas Sanctus perto de São João Lateran. O monge que o recebeu, levou sua túnica de linho de volta ao seu Monastério na Palestina.

Sua cabeça foi levada para Roma e está em um Santuário na Igreja de São Anastácio. Vários milagres são atribuído a esta cabeça, os quais foram aprovados pelo Sétimo Consilho Geral.

A vida de Anastácio foi escrita por São Bede. São Anastácio é honrado pela Igreja Grega, Romana e Inglesa.

No Brasil, é padroeiro da cidade de Tamboril no Ceará.

Cumpre notar que que existe uma cidade no Oeste do Estado de São Paulo, Santo Anastácio, nomeada em homenagem a ele. Ele é também padroeiro da paróquia e da cidade de Santo Anastácio .Veja no site www.paroquiasantoanastacio.com.br. 

Sua festa é celebrada no dia 12 de novembro.

12 de novembro - Dia de São Josafa Kuncewicz

1580-1643

Tudo na vida de João Kuncewics aconteceu cedo e rápido. Nascido de família cristã ortodoxa da Ucrânia, em 1580, estudou filosofia e teologia. Aos vinte anos, tornou-se monge na Ordem de São Basílio, recebendo o nome de Josafá. Em pouco tempo, era nomeado superior do convento e, logo depois, arquimandrita de Polotsk. Com apenas trinta e sete anos, assumiu, embora a contragosto, o arcebispado de Polotsk. 

Dizem os escritos antigos que a brilhante carreira era plenamente justificada pelos seus dotes intelectuais e, principalmente, pelo exemplo de suas virtudes, obediência total à disciplina monástica e à prática da caridade. 

Saint Josaphat, archevêque de Polock du rite grec, Martyr de lExemplo disso foi quando, certa vez, sem ter como ajudar uma viúva que passava necessidades, penhorou o pálio de bispo para conseguir dinheiro e socorrê-la. 

Vivia-se a época do cisma provocado pelas igrejas do Oriente e Josafá foi um dos grandes batalhadores pela união delas com Roma, tendo obtido vitória em muitas das frentes de batalha. 
Josafá defendia com coragem a autoridade do papa e o fim do cisma, com a conseqüente união das igrejas. Pregava e fazia questão de seguir os ensinamentos de Jesus numa só Igreja, sob a autoridade de um único pastor. Sua luta incansável reconquistou muitos hereges e ele é considerado o responsável pelo retorno dos rutenos ao seio da Igreja. Embora outras igrejas do Oriente não o tenham seguido, foi uma vitória histórica e muito importante. 

Atuando dessa forma e tendo as origens que tinha, é evidente que sofreria represálias. Foi vítima de calúnias, difamação, acusações absurdas e uma oposição ameaçadora por parte dos que apoiavam o cisma. Em uma pregação, chegou a prever que seu fim estava próximo e seria na mão dos inimigos. Até mesmo avisou "as ovelhas do seu rebanho", como dizia, de que isso aconteceria. Mas não temia por sua vida e jamais deixou de lutar. 



Em uma das visitas às paróquias sob sua administração, sua moradia foi cercada e atacada. Muitas pessoas da comitiva foram massacradas. O arcebispo Josafá, então, apresentou-se aos inimigos perguntando porque matavam seus familiares se o alvo era ele próprio. Impiedosamente, a multidão maltratou-o, torturou-o, matou-o e jogou seu corpo em um rio. 

Tudo ocorreu no dia 12 de novembro de 1623, na cidade de Vitebsk, na Bielorússia. Seu corpo, depois, foi recuperado e venerado pelos fiéis. Mais tarde, os próprios responsáveis pelo assassinato do arcebispo foram presos, julgados, condenados e acabaram convertendo-se, escapando da pena de morte. 

O papa Pio IX canonizou-o em 1876. São Josafá Kuncewics, considerado pelos estudiosos atuais da Igreja o precursor do ecumenismo que vivemos em nossos dias.






segunda-feira, 11 de novembro de 2024

11 de novembro - Dia de São Martinho de Tours

Séculos IV e V



Eram os primeiros dias de novembro de 397. No povoado francês de Candes, um Bispo ancião jazia gravemente enfermo num mosteiro. Multidões vindas de Poitiers e de Tours montavam guarda à porta daquele santo lugar. No dia 8, logo após seu falecimento, o silêncio entrecortado por preces cedeu lugar a uma barulhenta discussão:



- Martinho foi nosso monge e nosso abade. Por isso pedimos que nos entreguem o corpo! - diziam os habitantes de Poitiers.



- Deus o tirou de vós e o deu a nós - replicavam os de Tours. Segundo a tradição, seu túmulo deve ficar na cidade onde foi consagrado! O que fizera em vida esse Prelado para provocar tal disputa?

Atração pela vida de anacoreta

Martinho nasceu na Panônia, região situada entre a Áustria e Hungria, em 316 ou 317. Sua família pertencia à aristocracia galo-romana e era pagã. O nome, que significa "pequeno Marte", foi-lhe dado pelo pai em homenagem ao deus da guerra. Oficial do exército romano, queria proporcionar ao filho uma brilhante carreira militar.

A infância de Martinho transcorreu em Ticinum, a atual Pavia. Não ficaram registrados, porém, os fatos desse período de sua vida, à exceção de um: aos dez anos de idade, desapareceu de casa, deixando aflitos seus progenitores; dois dias depois, reapareceu bem alimentado e sem nenhuma marca de maus-tratos. O que acontecera? Às insistentes perguntas dos pais, parentes e vizinhos, ele oferecia como resposta apenas um silêncio envolvido em muita paz.

Tempos depois se conheceria o ocorrido: o menino fora visitar os cristãos, pois almejava conhecê-los e aprender algo sobre o Deus dos mártires, dos quais muito ouvira falar. Entretanto, sentia ainda maior atração pelos homens que, no Oriente, deixavam tudo quanto o mundo podia lhes oferecer e se retiravam para regiões desérticas, a fim de levar uma vida de ascese e oração.

A cada dia aumentava o seu desejo de unir-se a esses anacoretas, quer fosse no Egito, na Síria ou onde Deus quisesse o conduzir. Restava-lhe, porém, um longo caminho a percorrer até atingir esse ansiado objetivo.


"Martinho cobriu-Me com este manto"

Aos quinze anos, viu-se obrigado a entrar no exército, devido a um edito imperial. Divergem os historiadores sobre a duração do seu serviço militar. Alguns julgam ter permanecido no exército o tempo então exigido: 25 anos. Como soldado da Guarda Imperial, passou em Amiens a maior parte de sua vida castrense.


Aconteceu ali o célebre episódio que ficou imortalizado nas páginas hagiográficas de Martinho e em inúmeras obras de arte. 

Durante o rigoroso inverno de 335, o santo passava por uma das portas da cidade quando avistou um mendigo tremendo de frio, o qual estendeu-lhe a mão, pedindo auxílio. 

Não tinha dinheiro para dar-lhe, mas, sem titubear, sacou a espada, dividiu ao meio sua capa de frio e entregou uma parte ao infeliz. 

Nessa noite, o jovem soldado viu em sonhos Cristo Jesus vestido com a metade do agasalho por ele doado. E ouviu-O dizer com voz forte a uma multidão de anjos: "Martinho, que é apenas catecúmeno, cobriu-Me com este manto".1 Embora ainda não batizado, sua alma estava já embebida da caridade cristã.


"Sonho de São Martinho"
Em sonhos, o jovem soldado viu Jesus com a metade do manto por ele doado
Catedral de Bayonne (França)

Na vida militar, Martinho comportava-se de modo diferente dos seus companheiros de caserna. Assim, por exemplo, todo membro da Guarda Imperial dispunha de um cavalo e um escravo, ser desprezível e sem direitos, segundo os critérios da época. Entretanto, o jovem soldado tratava-o como um irmão, a ponto de lavar-lhe ele mesmo os pés e servi-lo durante as refeições.

Retorno à Panônia e controvérsia ariana

Quando teria sido lavado Martinho nas águas batismais? Não se sabe ao certo. Provavelmente, ainda em Amiens, pois quando deixou o exército, no ano 356, dirigiu-se para Tréveris, onde havia uma ativa comunidade católica.

Atraído pela fama de santidade do Bispo Hilário, viajou para Poitiers a fim de tomar o venerável prelado como mestre e guia. Este o recebeu de braços abertos, e quis ordená-lo diácono. Martinho, porém, sentindo-se indigno desse nobre encargo, aceitou somente a ordem menor do exorcistado.

Aprofundou-se no conhecimento da doutrina cristã e, prestes a renunciar por completo ao mundo, julgou ser um dever visitar os seus pais, que haviam retornado à Panônia, pois ansiava por vê-los professar a Fé cristã. Seu mestre animou--o nesse intento, e ao mesmo tempo o fez prometer que voltaria.

Empreendeu a viagem, enfrentando muitas dificuldades e escapando por pouco de ser morto por salteadores ao atravessar os Alpes. Afinal, encontrou-se com seus progenitores, falou-lhes de Cristo, da vida eterna e incitou-os a receberem o Batismo. O coração materno sentiu- se logo inclinado a crer naquela doutrina meio misteriosa, mas sublime, exposta pelo filho. O pai, entretanto, se manteve obstinado nos costumes pagãos.

Importante é lembrar que nessa época travava-se ferrenha luta contra os hereges arianos, os quais negavam a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, consequentemente, seu sacrifício redentor. Na Panônia, o número de partidários de Ário era considerável, inclusive entre o clero. Por defender a boa doutrina, Martinho foi açoitado e teve de voltar, fugindo, para Poitiers.

A caminho dessa cidade, tomou conhecimento de que Santo Hilário havia sido exilado na Frísia pelo imperador Constâncio, por ter-se negado a assinar o decreto exigindo a condenação de Santo Atanásio, o mais implacável adversário da heresia ariana.

Primeiro mosteiro em terras francesas

Martinho sofria pela ausência do venerável Hilário e a incerteza de reencontrá-lo. Entrementes, resolveu estabelecer-se numa pequena ilha italiana perto da cidade costeira de Albenga, a qual lhe pareceu propícia para sua primeira experiência de vida eremítica.

Três anos depois, o Santo Bispo voltou a Poitiers, e para lá viajou Martinho também. Sob os auspícios de Hilário, instalou-se em Ligugé, às margens do rio Clain, a fim de levar uma vida eremítica, dedicada apenas à oração e contemplação.

Entretanto, durou pouco o almejado isolamento: atraídos por seu exemplo, numerosos cristãos reuniram-se em torno dele, formando a pequena comunidade que deu origem ao primeiro mosteiro instituído em terras francesas.2 Nessa época a fama de santidade de Martinho já era grande, e Santo Hilário conseguiu, afinal, persuadi-lo a aceitar as ordens maiores.

Fortuitamente, Martinho ausentava-se de Ligugé para visitar o santo Bispo a quem considerava seu verdadeiro pai. Pois era nesse convívio, pervadido de veneração pelo mestre, que o discípulo preparava-se, sem saber, para a realização dos desígnios da Providência.

"Martinho é o mais digno do Episcopado" -
exclamava a multidão dos fiéis

"Sagração episcopal de São Martinho" -
Museu Episcopal de Vic (Espanha)


Bispo de Tours, contra sua vontade

Em 371, quatro anos após a morte de Santo Hilário, faleceu Lidoro, Bispo de Tours. Martinho foi convidado a assumir essa sé episcopal, mas recusou de imediato. Não via como conciliar a vida eremítica com os encargos de um pastor da Igreja.

Mas se, por um lado, estava ele resolvido a rejeitar o cargo, mais decididos estavam os cristãos de Tours a fazê-lo aceitar. Certo dia, um de seus habitantes foi a Ligugé e pediu-lhe, de joelhos, para ir com ele até a cidade e curar sua esposa enferma.

Sempre disposto a socorrer o próximo, o santo eremita sentiu-se na obrigação de acompanhar aquele homem. Durante o percurso - três dias de caminhada - foi se juntando a eles uma multidão cada vez mais numerosa. Já nas proximidades de Tours, todas as pessoas que o rodeavam manifestavam o mesmo desejo: "Martinho é o mais digno do Episcopado. Feliz a Igreja que tiver um Bispo como ele!".3 Somente, então, deu-se conta de ter caído numa armadilha...

No exercício do múnus episcopal, mostrou infatigável zelo pelo rebanho confiado pelo Senhor aos seus cuidados. Não esperava o povo vir ao seu encontro: ia aos mais recônditos lugares, e por vezes até extrapolava os limites de sua diocese, no empenho de propagar a verdade de Cristo.

Recebeu nessa época a visita de um advogado recém-convertido ao Cristianismo, Sulpício Severo, o qual, impelido pela sua fama de santidade, quis vê-lo pessoalmente. Não foi decepcionado em suas expectativas. Conta ele a confusão que sentiu quando o santo Bispo, antes de uma refeição lavou-lhe as mãos, e tinha já, na véspera, lhe lavado os pés: "Não pude opor-me nem contradizê-lo. Era tal sua autoridade que a recusa teria sido um sacrilégio".4

Sulpício decidiu ser seu discípulo e escrever sua biografia. Passou a acompanhá-lo por toda parte, analisando com amor e admiração todos os fatos que presenciava, os quais transmitiu à posteridade num livro muito popular na Idade Média, intitulado Vida de São Martinho.

Regra viva para os monges de Marmoutier

Contudo, as obrigações episcopais não o afastaram de seu ideal: sempre desejoso de contemplação e oração, mandou construir, não muito longe da cidade, uma cela onde se recolhia de tempos em tempos. Tal como em Ligugé, juntaram-se a ele numerosos discípulos, e acabou formando-se naquele local outra comunidade cenobítica: o famoso mosteiro de Marmoutier.

Ali, São Martinho dava grande ênfase à caridade fraterna. O convívio entre homens consagrados a Deus por amor a um mesmo ideal precisava ser isento de rixas e rivalidades. A vida comunitária devia formar varões dispostos a todas as intrepidezes a serviço da Igreja. Aquele mosteiro não tinha constituições escritas, mas sim uma regra viva: o exemplo do fundador.

Como nos outros cenóbios surgidos sob a inspiração do santo Bispo, em Marmoutier dava-se prioridade à oração. O trabalho, naquela época, ainda era considerado como uma ocupação inferior, e por isso dedicavam-se a ele apenas os monges mais jovens, os quais dividiam o tempo de oração com o ofício de copista. Ninguém podia possuir, comprar ou vender nada. A túnica, feita de pele de camelo, e a abstinência do vinho nas refeições assinalavam o rompimento definitivo com o mundo.

O santo Bispo não temia morrer, nem recuava diante do combate da vida, 
mas abandonava-se nas mãos de Deus

"Morte de São Martinho" - Museu de Cluny, Paris

Marmoutier tornou-se um centro de formação para clérigos e monges. Sua fama espalhou-se tanto que de todas as partes chegavam pedidos ao fundador para que lhes enviasse seus filhos espirituais.

Seu descanso era fazer bem às almas

Na "idade de ouro" dos Padres da Igreja, São Martinho não se destacou como homem de grande cultura nem pela discussão de temas doutrinários candentes. Para isso Deus suscitara outros santos varões. Dele quis a Providência árduos esforços de evangelização.

Narra a historiadora Régine Pernoud: "Com efeito, é visto constantemente pelos caminhos que, atravessando campos e bosques, conduzem a algum povoado. Percorre-os quando vai destruir templos pagãos ou dissuadir os camponeses de adorar as árvores e as fontes. [...] Pregava oportuna e importunamente, não só às multidões mas também a grupos reduzidos".5,

Nessas missões apostólicas junto às populações rurais, extirpava as crenças e superstições pagãs, e lhes incutia a doutrina cristã. Não se contentava em convertê-los, mas ocupava-se em dar aos neófitos uma adequada formação cristã. Onde encontrava ânimos acirrados, seu trato bondoso suavizava os corações.

Incansável na defesa das verdades da Fé, São Martinho entregou-se totalmente a Deus, mas também às almas confiadas a seus cuidados. A bondade e a ousadia são notas tônicas de sua atividade pastoral. Sua vida cotidiana era uma conjugação de sacrifícios, labor apostólico e oração. Seu descanso era fazer bem às almas.


EM UM DOS SEUS MILAGRES,
SÃO MARTINHO RESSUSCITA UMA CRIANÇA


Seu rosto resplandecia como o de um anjo



Tinha já cerca de 80 anos de idade e sentia-se esgotado quando foi chamado a restabelecer a paz entre os sacerdotes do povoado de Candes, os quais se encontravam numa desoladora situação de discórdias. Partiu apressadamente para exortá-los à caridade fraterna, e obteve pleno êxito nessa última missão.



Sulpício Severo não acompanhou o seu mestre nessa viagem, mas certa manhã sonhou com ele, vestido de branco, sorridente e esplendoroso. "Seu rosto era como uma chama; seus olhos, brilhantes como estrelas, e sua cabeleira era luminosa".6 


E viu como, transportado por uma nuvem veloz, era ele acolhido nos Céus entreabertos. Sulpício despertou sobressaltado, e pouco depois entrou no quarto um criado que lhe disse: "Acabam de chegar dois monges de Tours, trazendo a notícia da morte de Dom Martinho".7

O que se passara de fato? Depois de restaurar a concórdia entre os sacerdotes de Candes, o venerável ancião sentiu-se abandonado pelas próprias forças e comunicou seu estado aos religiosos do mosteiro onde se hospedara. Em meio às lágrimas, estes rogavam insistentemente a Deus a permanência na Terra de seu extremoso pai e pediam-lhe que fizesse o mesmo.

São Martinho, porém, não temia morrer, nem recusava o combate da vida. Deitado no chão sobre um leito de cinzas, abandonava-se nas mãos de Deus, pronto para fazer sua divina vontade. Seu rosto resplandecia como o de um anjo.

O falecimento do venerado Bispo provocou grande comoção. E depois da célebre discussão entre os habitantes de Poitiers e os de Tours a respeito de qual cidade tinha direito aos santos despojos, os habitantes de Tours conseguiram "roubar" à noite o inestimável tesouro. A população inteira saiu para recebê-lo.


"Todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe [...] receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna" (Mt 19, 29). São Martinho pôde experimentar o cumprimento dessa promessa de Cristo: ainda em vida, viu em torno de si uma multidão de irmãs e irmãos na Fé, e uma abundância de filhos espirituais. Sua evangelização vincou raízes robustas e profundas que o tornam um dos mais venerados santos da Igreja.



TÚMULO DE SÃO MARTINHO EM SUA BASÍLICA


BASÍLICA DE SÃO MARTINHO


BASÍLICA DE SÃO MARTINHO CONSTRUÍDA SOBRE SEU TÚMULO

AO SEU TÚMULO, NA IDADE MÉDIA, 
AFLUÍAM DE TODA PARTE PEREGRINAÇÕES FREQUENTES.
SÃO FRANCISCO DE ASSIS ERA UM DE SEUS DEVOTOS.

11 de novembro - Dia de São Mennas do Egito


Provavelmente nasceu no Egito.Todas as representações dele sempre o apresentam acompanhado de dois camelos e ele deve ter sido um condutor de camelos antes de se alistar no exército romano. Ele tambem era um cristão. Quando sua legião chegou em Phrygia as perseguições sob o imperador Diocleciano começaram. Mennas desertou do seu posto de modo a escapar da morte e se escondeu em uma caverna na montanha.

Mas como cada vez mais e mais cristãos eram assassinados por ordem dos editos de Diocleciano, Mennas decidiu que deveria fazer uma profissão pública da sua fé. Ele cuidadosamente escolheu o momento. 

Durante os jogos anuais na arena em Phrygia, Mennas repentinamente apareceu diante dos espectadores e anunciou que ele era um cristão. Ele foi torturado e acoitado para renunciar a sua fé, mas como não o fizesse foi decapitado. 

Diz a tradição que seu olhos foram arrancados e sua língua e mãos foram cortados e foi deixado para morrer por sangramento, mas no dia seguinte estavam milagrosamente restauradas e este fato fez com que Hermógenes fosse convertido. 

O procônsul encarregado do martírio, furioso ordenou então que fosse decapitado, isto em 303 DC.
Após a sua morte o corpo de Mennas foi levado de volta ao Egito para ser enterrado.


Na sua tumba foi erigido um santuário e a água santa retirada do seu santuário são encontradas em todos os países do mediterrâneo.

O templo dele em Karm Abu Mina ao sudoeste de Alexandria e Lago Mareotis, a beira do deserto da Líbia, onde as ruínas de uma igreja e antigas peças de honrarias a São Menas podem ser encontradas até hoje. Ele foi muito venerado na idade média e ainda hoje é considerado um dos grande santos do Egito.

Na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado como um jovem cavaleiro com uma alabarda. Outras vezes ele é mostrado sem os olhos e com suas mãos cortadas, mas sempre tendo ao lado dois camelos. Ele e é o patrono dos andarilhos e daqueles que são falsamente acusados.

Sua festa é celebrada no dia 11 de novembro.

domingo, 10 de novembro de 2024

10.11.2024🙏Mensagem de Nossa Senhora Rainha e Mensageira da Paz a Marcos Tadeu nas Aparições de Jacareí Festa da Medalha da Paz, Medalha Milagrosa e Milagre da vela


 

10 de novembro - Dia de São Leão Magno

Papa
Século V

Eleito com o nome de Leão I, foi um dos maiores pontífices da história do cristianismo, embora pouco se saiba sobre sua vida antes de ocupar a Cátedra de Pedro. É venerado por sua profunda sabedoria, suas extraordinárias virtudes e sua brilhante direção, como relatam os historiadores e teólogos. 

Leão nasceu por volta do ano 400, na região da Toscana, onde está situada a cidade de Roma. Tornou-se sacerdote muito jovem e fez carreira consolidada num trabalho brilhante. Em 430, já era arcediácono e depois foi conselheiro dos papas Celestino I e Xisto III. Era tão respeitado e conceituado que, após a morte deste último papa, foi eleito para substituí-lo Com o título de Leão I, assumiu o governo da Igreja em agosto do ano 440. 

Eram tempos difíceis. Por um lado, o Império Romano esfacelava-se e já não conseguia conter as hordas de bárbaros que invadiam e saqueavam seus domínios. Por outro lado, a Igreja enfrentava divisões e dissidências doutrinárias em seu interior. Um panorama tão sombrio que só não levou o Ocidente ao caos por causa da atuação de Leão I nos dois terrenos: o espiritual e o material. 

File:Herrera mozo San León magno Lienzo. Óvalo. 164 x 105 cm. Museo del Prado.jpgNa esfera espiritual, ele permaneceu firme, defendendo as verdades do catolicismo diante das grandes heresias que sacudiram o século V, e atuou participando de discussões, encontros e concílios. Foi nessa época que escreveu um dos documentos mais importantes para a fé: a "Carta dogmática a Flaviano", o patriarca de Constantinopla, defendendo as posições ortodoxas do cristianismo. "Pedro falou pela boca de Leão", diziam os sacerdotes da Igreja que acabavam concordando com os argumentos. Estão guardados mais de cem dos seus sermões, além de cento e quarenta e três cartas contendo ensinamentos sobre a fé cristã, seguidos e respeitados ainda hoje. 

Já no plano material, era o único que poderia conseguir, graças ao seu prestígio e à sua eloqüência, que o terrível rei Átila, comandante dos bárbaros hunos, não destruísse Roma e a Itália. A missão poderia ser fatal, pois Átila já invadira, conquistara e destruíra a ferro e fogo o norte do país. Mesmo assim Leão I foi ao seu encontro e saiu vitorioso da situação. 

Mais tarde, foi a vez de conter os vândalos, que, liderados pelo chefe bárbaro Genserico, entraram em Roma. Só não atearam fogo à Cidade Eterna e não dizimaram sua população graças à atuação do grande pontífice. 


Não existem relatos sobre os seus últimos dias de vida. O livro dos papas diz que Leão I governou vinte e um anos, um mês e treze dias. 

Faleceu no dia 10 de novembro de 461 e foi sepultado na Basílica de São Pedro, em Roma. O papa Bento XIV proclamou-o doutor da Igreja em 1754. Leão I foi o primeiro papa a receber o título de "o Magno".

Beata Irmã Serafina Micheli e a visão de Lutero no inferno


Beata Irmã Serafina Micheli e a visão de Lutero no inferno

Em 1883, a Irmã Maria Serafina Micheli (1849-1911), que foi beatificada em Faicchio, na província de Benevent, diocese de Cerreto Sannita (Itália), em 28 maio de 2011, fundadora das Irmãs dos Anjos, estava passando por Eisleben, na Sassonia, cidade natal de Lutero. Naquele dia se festejava o quarto centenário do nascimento do grande herege (10 de novembro de 1483), que dividiu em duas a Europa e a Igreja, deste modo as ruas estavam lotadas, as varandas enfeitadas com bandeiras. Entre as numerosas autoridades presentes aguardava-se, a qualquer momento, a chegada do empreendedor Guglielmo I, que presidiria a celebração solene. A futura beata, embora notasse o grande tumulto, não estava interessada em saber a razão para aquele entusiasmo inusitado, seu único desejo era procurar uma igreja e rezar para poder fazer uma visita a Jesus Sacramentado. Depois de caminhar por algum tempo, finalmente, encontrou uma, mas as portas…

… estavam fechadas. De todo modo, ela se ajoelhou na escadaria de acesso para fazer as suas orações. Sendo noite, não havia percebido que não era uma igreja católica, mas protestante. Enquanto rezava, o Anjo da Guarda lhe apareceu e disse: “Levanta-te, pois esta é uma igreja protestante”. E acrescentou: 

“Mas eu quero fazer-te ver o local onde Martinho Lutero foi condenado e a pena que sofreu em castigo do seu orgulho”.




Depois destas palavras, ela viu um terrível abismo de fogo, no qual eram cruelmente atormentadas um incalculável número de almas. 

No fundo deste precipício havia um homem, Martinho Lutero, que se distinguia dos demais: estava cercado por demônios que o obrigavam a se ajoelhar e todos, munidos de martelos, se esforçavam, em vão, em fincar em sua cabeça um grande prego. 

A Irmã pensou: se o povo em festa visse esta cena dramática, certamente, não tributariam honra, recordações, comemorações e festejos para um tal personagem. Em seguida, quando se apresentou a ocasião, recordou às suas irmãs que vivessem na humildade e no recolhimento. Estava convencida de que Martinho Lutero fora punido no inferno, sobretudo, por conta do primeiro pecado capital, o orgulho.



O orgulho o fez cair em pecado capital, conduziu-o à rebelião aberta contra a Igreja Católica Romana. A sua conduta, sua postura para com a Igreja e a sua pregação foram determinantes para enganar e levar muitas almas superficiais e incautas à ruína eterna. 

Se quisermos evitar o inferno, vivamos na humildade. Aceitemos não ser considerados, valorizados e estimados por aqueles que nos conhecem. 

Não nos queixemos quando formos desprezados ou deixados por último por outros que pensamos ser menos dignos que nós. Jamais critiquemos, por qualquer razão, as ações daqueles que nos rodeiam. Se julgarmos os outros, nem sequer somos cristãos. Se julgarmos os outros, não somos sequer nós mesmos.

Confiemos sempre na graça de Deus e não em nós mesmos. Não nos preocupemos excessivamente com nossa fragilidade, mas com nosso orgulho e presunção. Digamos freqüentemente com o salmista: 

“Senhor, meu coração não se enche de orgulho, meu olhar não se levanta arrogante. Não procuro grandezas, nem coisas superiores a mim.” (Salmo 130). 

Ofereçamos a Deus nosso “nada”: a incapacidade, a dificuldade, os desânimos, as desilusões, as incompreensões, as tentações, as quedas e as amarguras de cada dia. Reconheçamo-nos pecadores, necessitados de sua misericórdia. Jesus, justamente porque somos pecadores, só nos pede que abramos nosso coração e nos deixemos ser amados por Ele. Esta é a experiência de São Paulo: “porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força. Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo “(2 Cor. 12,9). Não impeçamos o amor de Deus para conosco com o pecado ou com a indiferença. Demos sempre a Ele mais espaço em nossa vida, para viver em plena comunhão com Ele no tempo e na eternidade.

10 de novembro - Dia de Santo André Avelino

Santo André Avelino
1520-1608

Santo André Avelino, um autêntico reformador

O século XVI, que viu fermentar por toda a Europa central a heresia de Lutero e congêneres, assistiu também ao florescimento de uma plêiade de grandes Santos, que empreenderam a gloriosa Contra-Reforma católica. Santo André Avelino foi um deles.
Plinio Maria Solimeo

Castronuovo, pequena cidade do então reino de Nápoles, foi o berço de Lancelote, filho de João Avelino e Margarida Apella. Casal piedoso, que prezava mais os bens espirituais que os materiais, que não lhes faltavam, consagraram o menino logo ao nascer à Santíssima Virgem e se esmeraram em proporcionar-lhe uma educação profundamente cristã.

Antes de começar a falar, o bebê já aprendera o Sinal da Cruz. Tudo nele parecia predizer sua futura santidade.

Sua infância foi pura e inocente. Bem cedo demonstrou uma terna devoção à Santíssima Virgem, passando a rezar diariamente seu Rosário.

O menino era dotado da facilidade da palavra; seus companheiros de infância lhe diziam:“Olhe, Lancelote, tu que sabes falar, diga alguma coisa para entreter-nos”. O menino não se fazia de rogado. Subindo a uma pedra, começava a falar como um consumado pregador. Às vezes explicava o catecismo, outras narrava a vida de algum Santo, e muito freqüentemente exortava seu pequeno auditório a rezar o Rosário, a obedecer aos pais e mestres, e a cumprir com honestidade seus deveres. E como ele era ouvido com atenção! Estávamos numa época bem diferente da nossa...

Brilhantes estudos, esmerada virtude

Depois de seus primeiros estudos, foi enviado a Veneza para cursar humanidades e filosofia. Tornara-se um adolescente robusto e de bela aparência, o que lhe valeu muitos sacrifícios e grandes lutas para preservar o tesouro da castidade, que ele amava com amor combativo. Várias vezes teve de fugir para escapar das ciladas que lhe eram armadas. Uma vez foi assediado por uma mulher de má vida que queria induzi-lo ao pecado, e outra, estando de passagem por sua casa, pela própria ama que o havia criado!

Por isso quis proteger-se tomando o estado clerical, recebendo a tonsura das mãos do Bispo diocesano. Voltou então para Nápoles, onde doutorou-se com brilho na jurisprudência. Foi também ordenado sacerdote.

O Pe. Lancelote, cuja virtude já era admirada por muitos, foi então escolhido para reformar um convento de monjas decadentes, que viviam em total desordem. Pacientemente, começou a combater o relaxamento e a incentivar a prática da virtude, coibindo os abusos, principalmente a visita assídua de seculares ao convento. Aos poucos foi ganhando aqueles corações entibiados e reacendendo neles o fogo do amor de Deus. O convento passou a ser a admiração da cidade pelo seu fervor e desejo de virtude.

Mas nem todos ficaram edificados. Alguns jovens não gostaram de se verem privados das visitas ao convento; para se vingar do jovem reformador, contrataram um sicário que desferiu no Pe. Lancelote vários golpes de espada sobretudo no rosto, deixando-o estendido numa poça de sangue. Felizmente, nenhuma ferida foi mortal, e ele recuperou-se milagrosamente sem ficar mesmo com qualquer cicatriz na face.

O Vice-rei de Nápoles quis punir os autores do atentado, mas o Pe. Lancelote não permitiu. Deus disso se encarregou: o sicário que perpetrara o atentado foi morto por um homem a quem havia desonrado a casa com uma ação impudica.

Em meio a uma forte tempestade, o próprio corpo de Santo André brilha milagrosamente, iluninando o caminho para ele e seus amigos

De sacerdote e advogado, a religioso teatino

O Pe. Lancelote exercia também com brilho a advocacia na Cúria eclesiástica. Defendendo, certo dia, um amigo seu, no fogo e veemência com que falava, deixou escapar, na defesa, uma mentira artificiosa. 

Esse episódio, aparentemente de pouca monta, foi a ocasião que a Providência quis servir-se para atraí-lo a uma vida mais perfeita. 

Chegando em casa e rememorando o fato, pegou as Sagradas Escrituras e, abrindo-as ao acaso, deparou exatamente com as palavras do Livro da Sabedoria “a boca que mente dá morte à alma”. 

Seu arrependimento e sua dor foram tão grandes que resolveu abandonar o mundo e entrar na Ordem dos Teatinos, fundada havia 30 anos por São Caetano de Tiene, e que visava especialmente a reforma do Clero. Tinha ele então 35 anos de idade.

Realmente, havia tal decadência religiosa da parte do Clero, que se tornou popular um adágio que dizia: 

“se queres ir ao inferno, faze-te clérigo”.


Promessa de adquirir uma nova virtude a cada dia

Por amor à Cruz, Lancelote escolheu em religião o nome do Apóstolo André, nela martirizado. Seu desejo de perfeição era tão grande que, inspirado pela Providência, além dos três votos normais de obediência, pobreza e castidade, fez mais dois votos heróicos: o de negar em tudo a própria vontade e o de adquirir novo grau de virtude a cada dia.

Em seu noviciado era preciso antes reprimir seu fervor que prová-lo, pois, quanto mais o humilhassem, mais feliz se mostrava. As penitências que fazia estavam muito acima das normalmente pedidas aos noviços.

Apenas feita a profissão religiosa, pediu licença aos superiores para ir até Roma visitar o túmulo dos Apóstolos e dos mártires e ganhar as indulgências devidas.

Ao voltar a Nápoles, foi-lhe dado o cargo de Mestre de Noviços, que ele exerceu por 10 anos com suma prudência e caridade, o que fez com que o escolhessem para Superior.

Santo André Avelino foi depois encarregado de fundar duas novas casas da Ordem, uma em Piacenza e outra em Milão. Na primeira cidade, ele pregou contra o excesso de luxo nas mulheres, e converteu várias pecadoras públicas. Suas pregações sobre a reforma de vida desagradou a alguns, que apelaram para o Duque de Parma pedindo-lhe que banisse o importuno de seus Estados. Mas o Duque quis certificar-se diretamente do caso, e depois de ter conversado com o Santo, passou a ser o seu mais convicto defensor, conhecedor da preciosidade que possuía em seus domínios. A Duquesa quis tê-lo como confessor.

Santo André morre de apoplexia, logo após pronunciar as palavras iniciais da Missa: "Entrarei no Altar do Senhor"

Amizade com São Carlos Borromeu

Em Milão, André era esperado por outro Santo, a quem havia chegado a fama de suas virtudes. Tratava-se do Cardeal São Carlos Borromeu, outro dos sustentáculos da Contra–Reforma. Entre os dois estabeleceu-se uma amizade verdadeiramente sobrenatural, que só pode existir entre santos, e tão íntima, que Santo André comunicava a São Carlos, com toda simplicidade, as graças sobrenaturais que recebia do Céu. Assim, um dia contou ele que Nosso Senhor lhe tinha aparecido em toda sua glória e lhe havia dado uma tão alta noção da beleza divina, que ele não era capaz de amar mais nenhuma coisa das que se dão tanto valor na Terra.

Aliás, os Santos reformadores dessa época brilham por sua caridade e amor ao próximo. De tal modo que o próprio heresiarca Lutero, em carta a seu amigo Múscilo, reconhece: “Pelo menos sob o regime papal, as pessoas eram caritativas [...] Mudamos de natureza. Temos, uns para com os outros, a bondade das bestas ferozes. Quem se interessa agora pelo próximo? Cada qual se ama a si mesmo, sem preocupar-se com os demais; e podemos nos perguntar se resta em nossas veias alguma gota de sangue humano” (1).

A caridade de Santo André Avelino manifestou-se com muito mais intensidade durante a peste de Milão, em 1576.

Refuta hereges e opera milagres

Eleito superior, em Nápoles, “durante seu governo ele descobriu e refutou publicamente hereges que combatiam a verdade sobre o corpo e sangue do Filho de Deus na Eucaristia, e fez punir o chefe”. 

Um homem, seduzido por esses impostores, recebeu a Hóstia santa e a embrulhou em seu lenço para depois a profanar. Chegando em casa, abrindo o lenço, encontrou sangue que havia escorrido da Hóstia. Aterrorizado, correu em busca de Santo André a quem confessou seu crime.

 Para evitar que o criminoso desesperasse, o Santo tomou sobre si parte da penitência a ele devida. Mas, sem nomear o autor, utilizou esse estupendo milagre para fortalecer na fé os que vacilavam diante desse divino mistério (2).

Vários fatos miraculosos ocorreram com esse Servo de Deus. Certa vez, quando ele, com um companheiro, levava o Viático a um enfermo num lugar muito ermo, desabou forte temporal que apagou a tocha que o companheiro levava para clarear o caminho. Mas não só a chuva não os molhou, como o rosto do Santo irradiou tal luminosidade, que iluminou o caminho.

Proteção contra a morte súbita

Certo dia viajava ele com um outro religioso a cavalo quando o seu, assustando-se, deu um salto, lançando o Santo fora da sela, e partiu em disparada. Acontece que um dos pés de André ficou preso ao estribo, e ele foi arrastado pelo terreno pedregoso. Mas, chamando em seu auxílio São Domingos e São Tomás de Aquino, estes lhe apareceram, desvencilharam-no do estribo, enxugaram seu sangue e curaram suas chagas.

Outra vez, quando André gemia sob a forte tentação de ser do número dos réprobos, apareceu-lhe Santo Agostinho e São Tomás que, com palavras cheias de bondade, inspiraram-lhe nova confiança em Deus assegurando-lhe o comprazimento de Deus para com ele.

Santo André Avelino escreveu várias obras ascéticas e místicas.

Enfim, no dia 10 de novembro de 1608, quando o Santo era já quase nonagenário, ao dirigir-se para celebrar a Missa, teve um ataque de apoplexia entregando pouco depois sua valorosa alma ao Criador. Santo muito popular na Itália, é invocado contra a morte repentina e a apoplexia (3).


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DEFESA DAS APARIÇÕES DE JACAREI

DEFESA ÀS APARIÇÕES DE JACAREÍ


(FEITA POR UM PEREGRINO, AO CONTEMPLAR UM VÍDEO FALANDO MAL DAS MESMAS CITADAS ACIMA, E SOBRE A CARTINHA DO BISPO DA ÉPOCA, ALEGANDO QUE AS APARIÇÕES NÃO ERAM VERDADEIRAS)


NÃO SEI QUEM FEZ MAS PRA MIM ESSA PESSOA MERECIA UMA MEDALHA DE HONRA DE NOSSA SENHORA POR ESTA BELA DEFESA

"Quando você diz que devemos dar ouvidos ao que os padres dizem a respeito das aparições de Jacareí, corre em um ledo engano, pois, a “opinião pessoal” deles é que não pode ser elevado ao nível de “dogma de fé”. As cartas de Dom Nelson são muito citadas pelos que latem que estas Sagradas Aparições são falsas. Portanto, mister se faz alguns esclarecimentos. Há duas cartas oficiais onde este indigitado bispo trata da matéria “aparições”. Uma primeira, publicada em 1996, enquanto o mesmo ainda era bispo de São José dos Campos (diocese a qual pertence Jacareí). Nesta, não há menção alguma ao nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, muito menos, excomunhão, há somente algumas orientações pastorais. A segunda, publicada em 2007 e republicada em 2011, realmente traz explicitamente o nome do Profeta Marcos Tadeu Teixeira, porém, nesta, a palavra “excomunhão” é sequer mencionada.

Ainda há um probleminha com esta segunda carta. O dito bispo (certamente pela providência de Nossa Senhora) foi transferido para a diocese de Santo André/SP em 2003, e, observem, a segunda carta publicada por ele ocorreu no ano de 2007, quando já havia deixado de ter jurisdição eclesiástica sobre a cidade de Jacareí. Portanto, o mesmo, ao editar esta carta, violou a jurisdição eclesiástica conferida a ele pela Igreja, e, ainda, violentou gravemente a autoridade de Dom Moacir, então, bispo da Diocese de São José dos Campos, que, se quisesse, poderia ter criado o maior caso com isso, pois Dom Nelson desrespeitou frontalmente e atropelou sua autoridade eclesiástica, uma verdadeira afronta. Então eu lhes pergunto, vocês ainda vão dar credibilidade a um documento irregular e eivado de vícios como esse?

Vale lembrar, que não é obrigatório seguir estas cartas circulares dos bispos. Não há heresia nem cisma nisso. Um católico somente pode ser acusado de cismático ou herege se atentar contra os Dogmas de Fé. Que eu saiba, carta circular de bispo não é Dogma de Fé. Como a primeira carta de Dom Nelson não condena as Aparições de Jacareí, e a segunda está irregular, pode-se dizer que não pesa condenação oficial e regular da Igreja sobre estas Santas Aparições. Além do mais, até o presente momento, Dom José Valmor, que atualmente tem jurisdição eclesiástica sobre Jacareí, não fez pronunciamento oficial sobre as mesmas. Documento oficial onde o Profeta Marcos foi excomungado, também é inexistente, portanto, qualquer informação que diga o contrário é fruto de pura “fofoca”.

Ressalto que em Jacareí, realmente, não damos tanta importância aos documentos do Vaticano. O que nós realmente valorizamos é a doutrina que nos foi transmitida pelos santos, como Santo Afonso, São Luiz, Santa Teresa, São João da Cruz, etc... Outro adendo que gostaria de acrescentar, diz respeito ao fato da obrigatoriedade ou não das Sagradas Mensagens Celestiais. A orientação predominante entre os teólogos católicos, de que não é obrigatório seguir as Aparições de Nossa Senhora, se funda em meras opiniões pessoais de alguns clérigos a respeito do assunto. Esta orientação não tem o caráter da infalibilidade papal e muito menos é um Dogma de Fé. Realmente, o catecismo atual traz algo nesse sentido, mas vale lembrar que o mesmo não recebeu o caráter da infalibilidade pelo Concílio Vaticano II. Bem ao contrário do Santo Catecismo do Concílio de Trento. Este sim, recebeu o caráter de infalível. Ocorre que nossa amada Igreja há muito se transviou de uma tradição bíblica milenar, através da qual o “Deus dos Exércitos” sempre manifestou sua vontade ao povo de Israel por meio de suas aparições aos profetas (mesmo fenômeno que ocorre com o, também, profeta Marcos Tadeu, pois os fenômenos miraculosos e de aparições que ocorrem naquele Santuário, são da mesma espécie dos verificados na Sagrada Bíblia).

Ora, nos tempos bíblicos não era através dos fariseus, saduceus, príncipes e doutores da lei (a Igreja oficial da época) que Deus dava as suas diretrizes ao povo eleito, mas sim, através dos profetas, em outras palavras, dos videntes. Nos primórdios do cristianismo, também ocorria assim, pois, a própria origem da nossa amada Igreja se funda nas “aparições” de Jesus aos apóstolos e discípulos. Então, por que esta tradição bíblica foi quebra? Será que é porque as aparições aos profetas cessaram? Errado, pois nos últimos 100 anos ocorreram mais de 1000 aparições de Nossa Senhora, dos santos e anjos, e até de Deus.
A pergunta correta é, por que o clero tenta abafar isso, pois grande parte, senão todas, destas aparições também foram acompanhadas de sinais miraculosos, como, curas inexplicáveis pela ciência, sinais na natureza, etc... Se Deus usava deste expediente nos tempos bíblicos, certamente deveria continuar a usá-lo nos tempos do catolicismo, pois uma grande verdade que a Teologia professa é que Deus é imutável. Não citarei as passagens bíblicas onde Deus manifesta sua vontade através dos videntes/profetas, pois se assim fizesse, teria que citar a Bíblia inteira, pois a própria formação e ensinamentos nela transmitidos se dão por este meio. Gostaria apenas de citar um pequeno exemplo de qual atitude deveremos tomar frente às Aparições de Jacareí, tomando por base a Bíblia. Saulo, quando se dirigia à cidade de Damasco e Jesus lhe “aparece” exclama: “Senhor, que queres que eu faça?” (At 9, 6). Naquela ocasião, Jesus disse a ele para procurar os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! O ordenou que entrasse na cidade de Damasco e ali lhe seria dito o que deveria fazer. Beleza. E quem Deus enviou para Saulo? Os fariseus e saduceus (a Igreja oficial da época)? Não! Mas Ananias, um vidente. Como eu sei que Ananias era um vidente? As Sagradas Escrituras nos contam que foi uma aparição de Jesus que disse para ele ir procurar Saulo. É só conferir At 9, 10-16ss.

Outro exemplo foi Judas Iscariotes; este preferiu errar com a Igreja oficial da época (lembra né, fariseus e saduceus) que acertar sem ela. Bom... Errou mesmo! E segundo alguns santos místicos, como Maria de Ágreda, sua alma se encontra no inferno. Assim, a posição teológica defendida pela maioria dos teólogos atuais, de que as aparições não são obrigatórias, falando em termos de estudo teológico da atualidade, é perfeitamente passível de questionamento, e, inclusive, daria uma boa tese de doutoramento. É um posicionamento que pode ser mudado. Não é Dogma de Fé. Gostaria de finalizar este ponto dizendo o seguinte. Jesus tolerou para sempre aquela Igreja oficial da época (o judaísmo) que rejeitou o projeto que suas aparições aos Apóstolos (que também eram videntes) propunha? Claro que não!!! Por causa disso, Deus se retirou do meio daquela Igreja e passou a habitar no meio dos seus videntes, os apóstolos e discípulos, e, assim, surgiu a nossa amada Igreja Católica (Mt 21, 39-45).

Não é objetivo do Profeta Marcos Tadeu, nem de sua Ordem e muito menos de nós, a Milícia da Paz (formada por todos os fiéis seguidores daquele Santuário) provocar um cisma na Igreja. Nós apenas denunciamos os erros (prerrogativa esta, conferida aos leigos pelo próprio Concílio Vaticano II), lutamos para que a devoção a Nossa Senhora, aos santos e anjos seja colocada em seu devido lugar, e que as suas mensagens, e as dos demais santos, e até as de Deus, seja acolhida como nos tempos Bíblicos, pois acreditamos que se isto não for feito, irá se abater gigantescos cataclismos sobre a Terra, de uma tal magnitude que nunca houve, nem jamais haverá. Acreditamos que esta “palavra de Deus” transmitida nas aparições é o caminho e a única forma de salvar o mundo, e qualquer obra, ou pessoa, que ensine ou faça diferente do que elas dizem, é desprezada por nós. O motivo para isto é muito simples. Desde tempos remotos, as Aparições de Nossa Senhora (inclusive as não aprovadas pela Igreja) vêm dizendo o que aconteceria ao mundo se esta “palavra de Deus” não fosse obedecida. Resultado, tudo o que elas disseram, em um passado remoto, está se cumprindo na atualidade. Então, não há outra conclusão a se fazer, a não ser admitir que elas eram verdadeiras, e que o clero errou. Aliás, o histórico de erro do clero é algo realmente interessante. Basta citar a condenação que pesou durante 20 anos sobre as Santas Aparições de Jesus Misericordioso à Santa Faustina, e não foi por um “bispozinho” qualquer. Foi pelo próprio papa da época. Se não fosse a atuação do então Cardeal Karol Józef Wojtyła, futuro Papa João Paulo II, estas aparições estariam condenadas até os tempos atuais, e, certamente, você seria um grande opositor delas, não é? Infelizmente, como atualmente o número de Cardeais, e clérigos em geral, com este nível de espiritualidade é praticamente nulo... tadinha das aparições... snif. Praticamente nenhum deles entende de Teologia Mística, o estudo apropriado para se avaliar as aparições e estudá-las.

Além do mais, as aparições de La Salette, Lourdes e Fátima, para quem conhece mais a fundo sua história, verá que elas na verdade não foram aceitas pelo clero. Muito pelo contrário, este as combateu com todas as suas forças. Na realidade, o que ocorreu, é que os fiéis praticamente as fizeram descer goela abaixo na garganta do clero, de tal modo, que eles não tiveram outra opção a não ser aprová-las. E, mesmo nestas que foram aprovadas, o estrago que o clero fez é algo incomensurável. Não as divulgou como deveria; se o corpo incorrupto de Santa Bernadete estivesse no Santuário de Lourdes iria converter milhões de fiéis, no entanto está praticamente escondido no convento de Nevers; o corpo incorrupto de Santa Jacinta foi escondido dos fiéis; a esmagadora maioria dos vaticanistas da Itália é de acordo que, até hoje, o terceiro segredo de Fátima não foi revelado em sua integralidade; a consagração da Rússia não foi feita como Nossa Senhora pediu até os dias atuais, etc... E isso, só para citar os danos que me vem à mente neste momento.

No Santuário das Aparições de Jacareí, o Profeta Marcos está resgatando tudo aquilo que a Igreja e a sociedade tanto se esforçaram para extinguir, os escapulários, medalhas, mensagens, enfim, a salvação do mundo que Nossa Senhora nos revelou e ofereceu com tanto amor ao longo de suas aparições na história. Sem dúvida, lá está se cumprido a passagem da Escritura na qual se diz: “Por isso, todo escriba instruído nas coisas do Reino dos céus é comparado a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas...” Mt 13,52 É uma nova aparição que resgata todas, até as mais antigas. Portanto, se ainda quiserem seguir a doutrina da cabeça deste cara de que não precisamos de aparições, o problema é de vocês. Aliás, se formos pensar bem, porquê Deus, Nossa Senhora os anjos e os santos apareceriam, né? Afinal de contas, nosso mundo está uma verdadeira maravilha, não é? Não temos problemas de droga, prostituição, corrupção, degradação moral, depressão, decadência da Igreja, violência, roubos, assassinatos, guerras, miséria..., todos os sacerdotes são verdadeiros Serafins de santidade, enfim, o Vaticano está dando conta do recado... Só não está apresentando um desempenho melhor devido a um “pequeno” probleminha de tráfico de influência entre os altos clérigos, desvio de verbas do banco do Vaticano, looby gay entre os padres, pedofilia generalizada, um papa progressista e comunista..., mas, afinal de contas, são probleminhas fáceis de serem solucionados, né? É... Em um mundo maravilhoso e em ótimo funcionamento como esse, realmente não entendo o motivo de tantas aparições..."