Santa Catarina de Sena
1347-1380
MENSAGEM DE SÃO JOSÉ E SANTA CATARINA DE SENA
COMUNICADAS AO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA
(NOSSA SENHORA APARECEU, MAS NÃO DEU MENSAGEM)
BENÇÃO SOLENE DAS MEDALHAS DO AMANTÍSSIMO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ
MENSAGEM DE SANTA CATARINA DE SENA
“-Amados irmãos Meus! Eu CATARINA serva do Senhor, serva da Mãe de Deus venho mais uma vez abençoar-vos com todo Meu amor e todo Meu coração.
Vós Me conheceis por CATARINA DE SENA e Eu sou aquela que vem hoje dizer a cada um de vós:
DAI OS VOSSOS CORAÇÕES AO AMOR, PARA QUE O AMOR DÊ O SEU CORAÇÃO A VÓS.
Dai o vosso coração ao Amor que é o próprio Jesus, que é o Senhor Deus, para que Ele possa dar o Seu coração divino para vós, cumulando-vos sempre mais de graças, de bênçãos de forma que a vossa vida se transforme num grande e místico roseiral de amor, onde florescem as rosas de todas as virtudes, de todos os bons frutos de santidade. Para que assim o amor se alegre em vós, se alegre convosco, se rejubile e se congratule com a vossa alma.
Dai os vossos corações ao Amor, a Jesus, fazendo da vossa vida um perfeito hino de amor a Ele, vivendo todos os dias como Jesus viveu, amando como Ele amou e, sobretudo, cumprindo a vontade do Eterno Pai como Nosso Senhor cumpriu. Para que assim a vossa vida esteja cada vez mais escondida em Cristo e conformada a Cristo, seja uma cópia da Dele e então a verdade, o amor de Deus possa triunfar neste mundo de trevas e de pecado e o bem suplante o mal e assim a Santíssima Trindade tenha o Seu maior Triunfo.
Daí os vossos corações ao amor, a Jesus, fazendo da vossa vida um hino vibrante de amor, escondendo a vossa vida em Cristo, ou seja, renunciando cada vez mais ao mundo, às suas modas, aos seus ditames e às suas pompas e conformando sempre mais a vossa vida ao modo de proceder de Cristo e de Sua Mãe Santíssima. De modo que a vossa conversação esteja no Céu com os Santos e não com as criaturas, que o vosso coração esteja no Céu com o Senhor e não com as coisas deste mundo que são passageiras, e que o vosso amor seja todo de Cristo e não deste mundo que passa e do demônio que por trás das coisas deste mundo, das ilusões passageiras, dos prazeres deste mundo deseja vos enganar, deseja vos levar à perdição, a perderdes o amor de Jesus, o amor de Deus, a salvação.
Daí os vossos corações ao Amor, a Jesus, vivendo uma vida de profunda oração, de autêntica prática de todas as virtudes, do cumprimento da vontade de Deus a vosso respeito, cada um na vocação a qual o Senhor o chamou para que assim a vossa vida possa se transformar num testemunho luminoso da presença de Deus, do Seu amor, da Sua Graça, da Sua Lei, da verdade no meio deste mundo que nega a verdade do Senhor para substituí-la pelas trevas da mentira, do pecado e do mal. Assim, verdadeiramente as vossas vidas serão como a minha vida foi, um hino de amor eterno, perene que nunca cessa de proclamar as glórias e as maravilhas do Senhor.
Segui pelo caminho da oração, segui pelo caminho da penitência, segui pelo caminho das Mensagens que a Mãe de Deus vos deu aqui, pois este caminho é certo e seguro e vos conduzirá até o Céu, Eu Catarina estarei ao vosso lado todos os dias para vos ajudar, para vos amparar, para vos cobrir com o Meu Manto de modo a impedir que Satanás vos fira, que Satanás vos vença e para levar-vos em segurança pelo caminho da santidade que a Mãe de Deus abriu para vós aqui e ao qual vos chamou.
Eu CATARINA DE SENA, prometo a Minha especial proteção também a todos os que usarem a SANTA MEDALHA DA PAZ, a MEDALHA DA SENHORA DAS LÁGRIMAS e a MEDALHA DO CORAÇÃO DE SÃO JOSÉ, com todas as outras MEDALHAS que a Mãe de Deus vos deu em Suas APARIÇÕES. Essas Medalhas atraem os Santos do Céu para a alma que as usa, faz-nos derramar sobre a alma que as usa, grandes e copiosas bênçãos de Deus todos os dias. A alma que usa estas Medalhas pode estar certa da Nossa eterna companhia, presença e ajuda em todos os momentos da sua vida, quem usa esta Medalha tem para conosco os Santos, uma ligação toda especial e a esta alma nada negaremos do que nos pedir em Suas orações desde que não seja contrário à vontade de Deus. Às almas que usam as Medalhas da Mãe de Deus, que rezam o Rosário e as Orações que aqui Ela vos deu, que obedecem fielmente Suas Mensagens, Nós os Santos damos a Nossa proteção constante em todos os momentos da vida. E estas almas são nossas irmãs, nós as guardamos, nós as acompanhamos e nunca as deixamos sozinhas. Por isso Meus amados irmãos, usai com toda confiança estas MEDALHAS que a Mãe de Deus vos deu, os ESCAPULÁRIOS, e segui fiéis no caminho das MENSAGENS que Ela aqui vos deu e ao qual vos convidou até chegardes à plenitude da santidade no Céu.
A todos neste momento, Eu também abençôo com generosidade e amor.”
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MARCOS TADEU: (trechos do Comentário) São José veio com a surpresa de vir com Nossa Senhora e com Santa Catarina de Sena. Hoje Nossa Senhora não deu Mensagem, perguntei a Ela se daria a Mensagem Ela disse que não, que o único pedido que Ela tinha para nos fazer é o seguinte, que a CRUZADA DO ROSÁRIO, que é só nos domingos seja estendida por todos os dias da semana.
O que não quer dizer que você vai ter que rezar todos os dias da semana no mesmo horário pode rezar um dia na semana, o Rosário Meditado na intenção da Cruzada do Rosário no horário escolhido por você, então quem quiser fazer no domingo pode e quem quiser fazer mais de um dia na semana poderá também.
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29 de abril
Santa Catarina de Sena
Catarina era apenas uma irmã leiga da Ordem Terceira Dominicana. Mesmo analfabeta, talvez tenha sido a figura feminina mais impressionante do cristianismo do segundo milênio. Nasceu em 25 de março de 1347, em Sena, na Itália. Seus pais eram muito pobres e ela era uma dos vinte e cinco filhos do casal. Fica fácil imaginar a infância conturbada que Catarina teve. Além de não poder estudar, cresceu franzina, fraca e viveu sempre doente. Mas, mesmo que não fosse assim tão debilitada, certamente a sua missão apostólica a teria fragilizado. Carregava no corpo os estigmas da Paixão de Cristo.
Desejando seguir o caminho da perfeição, aos sete anos de idade consagrou sua virgindade a Deus. Tinha visões durante as orações contemplativas e fazia rigorosas penitências, mesmo contra a oposição familiar. Aos quinze anos, Catarina ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Durante as orações contemplativas, envolvia-se em êxtase, de tal forma que só esse fato possibilitou que convertesse centenas de almas durante a juventude. Já adulta e atuante, começou por ditar cartas ao povo, orientando suas atitudes, convocando para a caridade, o entendimento e a paz. Foi então que enfrentou a primeira dificuldade que muitos achariam impossível de ser vencida: o cisma católico.
Dois papas disputavam o trono de Pedro, dividindo a Igreja e fazendo sofrer a população católica em todo o mundo. Ela viajou por toda a Itália e outros países, ditou cartas a reis, príncipes e governantes católicos, cardeais e bispos, e conseguiu que o papa legítimo, Urbano VI, retomasse sua posição e voltasse para Roma. Fazia setenta anos que o papado estava em Avignon e não em Roma, e a Cúria sofria influências francesas.
Outra dificuldade, intransponível para muitos, que enfrentou serenamente e com firmeza, foi a peste, que matou pelo menos um terço da população européia. Ela tanto lutou pelos doentes, tantos curou com as próprias mãos e orações, que converteu mais algumas centenas de pagãos. Suas atitudes não deixaram de causar perplexidade em seus contemporâneos. Estava à frente, muitos séculos, dos padrões de sua época, quando a participação da mulher na Igreja era quase nula ou inexistente.
Em meio a tudo isso, deixou obras literárias ditadas e editadas de alto valor histórico, místico e religioso, como o livro "Diálogo sobre a Divina Providência", lido, estudado e respeitado até hoje. Catarina de Sena morreu no dia 29 de abril de 1380, após sofrer um derrame aos trinta e três anos de idade. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Foi declarada "doutora da Igreja" pelo papa Paulo VI em 1970.
DESENHO ANIMADO - SANTA CATARINA DE SENA E A PAIXÃO
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RELICÁRIO COM A CABEÇA MUMIFICADA DE SANTA CATARINA DE SENA
“Três atitudes fundamentais” – Sta. Catarina de Sena.
Trechos d'O Diálogo para meditação; que a heróica Catarina penitente, Catarina Virgem, Catarina Mística, Catarina Doutora da Igreja, seja em nosso favor. Santa Catarina, rogai por nós!]
24.5 – Três atitudes fundamentais
Desejo de ti três atitudes, a fim de não impedires o aperfeiçoamento a que te chamo e para que o demônio, sob a aparência de virtude, não instile em teu coração a semente da presunção, que poderia levar-te àqueles falsos julgamentos, que te desaconselhei (24.3). Pensando estar na verdade, errarias. Às vezes, o demônio até faz conhecer exatamente a realidade, mas para conduzir depois ao erro. A intenção do maligno é transformar-te em juiz dos pensamentos e intenções dos outros. Mas o julgamento, como disse (24.3), só a mim pertence.
24.5.1 – Não corrigir o próximo
A primeira coisa que te peço, é que retenhas tua opinião e não julgues os outros imprudentemente. Eis como deves agir: Se eu não te manifestar expressamente, não digo uma ou duas vezes, mas diversas vezes, o defeito de uma pessoa, jamais deves fazer referências sobre tal coisa diretamente à pessoa, que julgas possui-lo. Quanto aos que te visitam, corrigirás os defeitos genericamente, mediante conselhos sobre as virtudes, e isso com amor e bondade. Em caso de necessidade, usarás de firmeza, mas com mansidão. No caso de que eu te revele por diversas vezes os defeitos alheios, mas não tiveres certeza de que é uma revelação expressa, não fales diretamente sobre o caso. A fim de evitar a ilusão do demônio, segue o caminho mais seguro. O diabo pode enganar-te sob aparência de caridade, fazendo-te condenar os outros em assuntos não verdadeiros, com escândalo mesmo. Nesses casos, esteja na tua boca o silêncio.
Ao perceberes defeitos nos outros, reconhece-os primeiro em ti com muita humildade. No caso de existir realmente o pecado em alguém, mais facilmente ele corrigir-se-á se for compreendido bondosamente. A correção que não ofende, obrigá-lo-á a emendar-se. Aquela pessoa confirmará quanto querias dizer e tu mesma te sentirás mais segura, impedindo a intervenção do demônio, o qual não conseguirá enganar-te, prejudicando teu aperfeiçoamento. Convence-te de que não deves acreditar em opiniões. Ao escutá-las, atira-as para trás, nas costas; não as leves em consideração. Procura ir examinando apenas tua própria pessoa e minha bondade, tão generosa. Esta é a atitude de quem alcançou o último grau da perfeição e que, como já disse (20.2), sempre retorna ao vale do autoconhecimento. Atitude que, no entanto, não lhe impede o elevado estado de união comigo.
Esta é a primeira coisa que deves praticar, a fim de me servires na verdade.
24.5.2 – Não julgar o interior do homem
Passo a falar da segunda atitude.
Quando estiveres orando diante de mim por alguém e acontecer de perceberes a luz da graça numa pessoa e em outra não, parecendo-te que esta última está envolta em trevas, não deves concluir que a segunda se acha em pecado mortal. Teu julgamento seria muitas vezes errado.
Outras vezes, ao pedires por uma mesma pessoa, de uma feita a verás luminosa e tua alma sentir-se-á fortalecida naquele amor de caridade pelo qual o homem participa do bem do outro; numa outra vez, o espírito daquela pessoa parecerá distante de mim, como que em trevas e pecado, fato que tornará penosa tua oração em seu favor, ao quereres conservá-la diante de mim.
Este último fato pode acontecer, às vezes, devido à presença de pecados naquele por quem oras; mas na maioria dos casos será por outras razões. Fui eu, Deus eterno, que me afastei da pessoa. Conforme expliquei ao tratar dos estados da alma (18.1.2), retiro-me das almas a fim de que elas progridam no meu amor. Embora a alma continue em estado de graça, ausento-me quanto às consolações e deixo o espírito na aridez, tristonho e vazio. Quando alguém ora por tal pessoa, costumo transmitir-lhe esses mesmos sentimentos. Quero que ambos, unidos, se entreajudem no afastamento da nuvem que pesa sobre aquela alma.
Como vês, filha querida, seria iníquo e digno de repreensão, se alguém julgasse que a alma está em pecado mortal somente porque a fiz ver envolta em dificuldades, privada de consolações espirituais que possuía antes. Tu e meus servidores deveis esforçar-vos por conhecer-vos melhor, bem como, por conhecer-me. Quanto a julgamentos semelhantes, deixai-os para mim. A mim, o que me pertence; vós, sede compassivos e desejosos de minha glória e da salvação dos outros homens. Manifestai as virtudes e repreendei os vícios, tanto em vós como nos outros, segundo a maneira como indiquei acima (24.5.1). Desse modo chegareis até mim, após entender e viver a mensagem do meu Filho, a qual consiste na preocupação consigo mesmo, não com os demais. É assim que deveis agir, se pretendeis praticar a virtude desinteressadamente e perseverar na última e perfeitíssima iluminação (24.3), repleta de desejo santo, isto é, de zelo pela minha glória e pela salvação do próximo.
24.5.3 – Respeitar a espiritualidade alheia
Após discorrer sobre as duas primeiras atitudes, ocupo-me da terceira. Quero que prestes muita atenção, a fim de que o demônio e tua fraca inteligência não te façam obrigar outras pessoas a viver como tu vives. Tal ensinamento seria contrário à mensagem do meu Filho.
Ao ver que a maioria das almas segue pela estrada da mortificação, alguém poderia querer orientar todos os outros a seguirem pelo mesmo caminho. Ao notar que uma pessoa não concorda, aquele conselheiro se entristece, fica intimamente contrariado, convencido de que o fulano age mal.
Grande engano! Na realidade está mais certo quem pareceria andar errado, fazendo menos penitência. Pelo menos será mais virtuoso, sem grandes macerações, do que aquele que o fica a criticar. Já te disse (2.9) que devem ser humildes aqueles que se mortificam. Considerem as penitências como meros instrumentos, não como a meta. Normalmente, as murmurações prejudicam o aperfeiçoamento no amor. Quem se penitencia, não seja mau, não ponha sua santidade unicamente no macerar o corpo. O aperfeiçoamento encontra-se na eliminação da vontade própria. A atitude desejável para todos é que submetam a má vontade pessoal à minha vontade, tão amorosa. É isso o que eu desejo. É esse o ensinamento do meu Filho. Quem o seguir estará na verdade.
Não desprezo a penitência. Ela é útil para reprimir o corpo, quando ele se opõe ao espírito. Mas, filha querida, não a deves impor como norma. Nem todos os corpos são iguais, nem todos possuem a mesma resistência física. Um é mais forte que o outro. Como afirmei (2.9), muitas vezes motivos fortuitos aconselham a interrupção de alguma mortificação iniciada. Ora, seria falsa tal afirmação, se a penitência fosse algo de essencial para ti ou para outra pessoa. Se a perfeição estivesse na mortificação, ao deixá-la, julgaríeis estar sem minha presença, cairíeis no tédio, na tristeza, na amargura e na confusão. Deixaríeis o exercício da oração, realizando ao mortificar-vos. Interrompida assim, com tantos inconvenientes, a mortificação nem seria mais agradável ao ser retomada.
Eis o que aconteceria, se a essência da perfeição consistisse na mortificação exterior e não no amor pela virtude. Grande é o mal causado pela mentalidade, que põe na penitência o fundamento da vida espiritual. Tal mentalidade deixa a pessoa sem compreensão para com os outros, murmuradora, desanimada e cheia de angústias. Além disso, todo vosso esforço para honrar-me se basearia em ações finitas, ao passo que exijo de vós um amor infinito. É indispensavel que considereis como elemento básico de vosso aperfeiçoamento a eliminação da vontade própria; submetendo-a a mim, fareis um ato de desejo agradável, inflamado, infinito para minha honra e para a salvação dos homens. Será um ato de desejo santo, que em nada se escandaliza, que em tudo se alegra, qualquer seja a situação que eu permita para vosso proveito.
Não se comportam desse modo os infelizes que seguem por estradas diferentes daquela, reta e suave, ensinada por meu Filho. Comportam-se de outro jeito: julgam os acontecimentos de acordo com a própria cegueira e com o errado ponto de vista; caminham como loucos sem tirar proveito dos bens terrenos nem gozar dos celestes. Como afirmei antes (14.11), já possuem a garantia do inferno.
24.5.4 – Resumo das três atitudes anteriores
Essa é a resposta às tuas perguntas, filha querida, sobre a maneira de corrigir o próximo sem ser enganada pelo demônio e sem conformar-te ao teu fraco modo de pensar. Disse (24.5.1) que deves corrigir o próximo genericamente, sem descer aos casos pessoais. A não ser que eu te revele expressamente a situação de pecado; mas assim mesmo, com muita humildade.
Disse também (24.5.2), e torno a repetir, que jamais deves julgar o próximo, em geral ou em particular, pronunciando-te sobre o estado da sua alma, seja para o bem como para o mal. Expliquei o motivo: o julgamento pessoal é sempre enganador. Tu e os outros servidores meus, deixai para mim todo o julgamento.
Enfim, expus a doutrina relativa ao fundamento verdadeiro da perfeição (24.5.3), o qual deves ensinar a quem te procurar desejoso de abandonar o pecado e praticar a virtude, o autoconhecimento e o conhecimento do meu ser. Ensinarás a tais pessoas, que destruam a vontade própria, que jamais se revoltem contra mim, que considerem a penitência como um meio, não como finalidade principal. Afirmei ainda que não deves aconselhar a mortificação em grau igual para todos, mas de acordo com a capacidade de cada um, em seu estado de vida. A uns pedirás pouco, a outros mais, segundo a capacidade corporal.
Pelo fato de dizer-te que só deves corrigir genericamente, não pretendo afirmar que jamais hás de corrigir pessoalmente. Serás até obrigada a fazê-lo. Quando alguém se obstina em não emendar-se, podes recorrer a duas ou três pessoas (Mt 18, 16); e se isso for inútil, apresenta o caso à jerarquia da santa Igreja. Ensinei que não deves corrigir tomando como norma teu modo pessoal de ver, teu sentimento interior; baseando-te nele, não podes mudar de opinião sobre as pessoas. Sem prova evidente ou revelação expressa, não repreendas ninguém. Tal modo de agir é o mais seguro para ti, pois ele evita que o demônio te engane com aparências de amor fraterno.
Santa Catarina de Sena, “O Diálogo”
Cap. 28.
Paulus, 9ª edição, São Paulo, 2005
pp. 214-219
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O INFERNO SEGUNDO SANTA CATARINA DE SIENA
Santa Catarina de Siena
“... Filha, tua linguagem é incapaz de descrever os sofrimentos destes infelizes..., no inferno os pecadores padecem quatro tormentos principais. Primeiro tormento é a ausência da minha visão. Um sofrimento tão grande que os condenados, se fosse possível, prefeririam sofrer o fogo vendo-me, que ficar fora dele sem me ver.
Segundo tormento, como conseqüência, é o remorso que corrói interiormente o pecador privado de mim longe da conversação dos anjos, a conviver com os demônios. Aliás, a visão do diabo constitui o terceiro tormento. Ao vê-lo, duplica-se o sofrer... Os infelizes danados vêem crescer seus padecimentos ao verem os demônios. Nestes, eles se conhecem melhor, entendendo que por própria culpa mereceram o castigo.
Assim o remorso os martiriza e jamais cessará o ardor da consciência. Muito grande é este tormento porque o diabo é visto no próprio ser; tão horrível é sua fealdade, que a mente humana não consegue imaginar... Segundo a Justiça Divina ele é visto mais ou menos horrível pelos condenados, segundo a gravidade das suas culpas. O quarto tormento é o fogo. Um fogo que arde sem consumir, sem destruir o ser humano. É algo imaterial, que não destrói a alma incorpórea. Na minha Justiça, permito que tal fogo queime, faça padecer, aflija; mas não destrua. É ardente e fere de modo crudelíssimo em muitas maneiras. A uns mais, a outros menos, segundo a gravidade dos pecados” (Santa Catarina de Siena, O Diálogo, 14.3.2).
JESUS PEREGRINO APARECE PARA SANTA CATARINA DE SENA
JESUS COLOCA UM ANEL NO DEDO DE SUA ESPOSA
“FORÇA DA VOCAÇÃO”
ORDEM TERCEIRA DA PENITÊNCIA
Ela estava decidida a entrar na Ordem de São Domingos. Por essa razão, a Senhora Lapa, sua mãe, desanimada de lutar, decidiu concordar e fazer a vontade da filha. As senhoras da Ordem Terceira da Penitência de São Domingos usavam uma veste branca e em cima, um grande manto negro. Elas se dedicavam às obras de caridade, visitavam os prisioneiros e doentes, reuniam-se para rezar, para participar da Santa Missa e receber instruções espirituais.
Solicitada a admissão de Catarina, foi rejeitada. Objetaram que ela não tinha dezoito anos, era jovem demais, bonita demais e imatura para o tipo de vida ao qual aspirava. As senhoras da Penitência (denominadas “Mantellata”) alegavam que sua congregação se destinava exclusivamente as viúvas, ou mulheres de idade respeitável e de boa reputação. Na verdade, isto era apenas um pretexto.
Todavia, os desígnios de DEUS são insondáveis, e assim, como por um milagre, todos estes pretextos e dificuldades desapareceram. Aconteceu do seguinte modo: subitamente Catarina adoeceu. Ficou coberta de pústulas e se desfigurou, com febre elevadíssima. Uma grande decepção... Mas ela era mulher de vontade forte, quando queria algo, nunca desistia. No presente caso, ensaiou até fazer chantagem com sua mãe, dizendo: “Mãe querida, se quiser que eu me cure, faça com que se realize o meu desejo de receber o hábito das Irmãs da Penitência de São Domingos. Se isto não acontecer, temo que DEUS e São Domingos que me chamam a seu serviço, dêem um jeito para que a senhora não me veja nem com hábito e nem sem ele”!
A senhora Lapa ficou assustada diante daquela ameaça, e foi ao encontro das Irmãs da Penitência. As Irmãs decidiram escolher entre elas, as mais experientes, para visitar a doente e testar as suas qualidades e o seu caráter. A prudência, a sabedoria e o ardor da vocação que ela manifestou no momento do exame, alcançaram das senhoras da Penitência a decisão favorável, pois elas saíram satisfeitas e edificadas com as respostas e afirmações de Catarina. Pela Vontade do SENHOR ela venceu todos os obstáculos.
A sua entrada oficial na Congregação, ocorreu no final do ano 1374, ou início de 1375, na “Cappella delle Volte, em San Domenico no Camporeggio”, onde a cerimônia foi realizada diante da prioresa e de toda Irmandade. Das mãos do mestre da Congregação, Frei Bartolomeo Montucci, Catarina recebeu o traje branco, símbolo da pureza, e o grande manto negro, símbolo da humildade, das Terciárias de São Domingos. Daquele momento em diante, segundo a sua própria expressão, seu ideal seria: “Mantellare l’anima per l’affeto della virtú” (Vestir a alma das virtudes afetivas).
NOVAMENTE COM A FAMÍLIA
Catarina voltou para junto de sua família. Devia cumprir um ano de Noviciado, orientada pelo Mestre das Terciárias, pelos Irmãos Pregadores e pelas Irmãs da Penitência. Ficou perfeitamente unida em espírito à Ordem dos Dominicanos. E nos 365 dias do ano, em sua casa, ela manteve um silêncio absoluto, só falando o estritamente necessário. Cumpria rigorosamente os três votos das ordens religiosas: Castidade, Obediência e Pobreza. Nunca deixou o seu trabalho doméstico que realizava com cuidado e interesse, e pontualmente, se encontrava na Congregação nos horários destinados a sua função. O restante das horas permanecia em seu pequeno aposento em orações e penitências, num amoroso deserto, buscando aproximar sempre mais a sua alma de DEUS.
NA CASA DA CONGREGAÇÃO
Com 18 anos de idade, concluiu o Noviciado, se instalando na Casa da Congregação. Com mais fervor e dedicação buscou manter um silêncio absoluto, vivendo na solidão de seu pequeno aposento, praticando penitências e rezando fervorosamente, só saindo para participar da Santa Missa e dos Ofícios na Igreja dos Pregadores e também para as refeições, embora praticasse um severo jejum. À noite, fazia vigília, rezava para se manter em comunhão com os irmãos que oravam lá no alto da colina, só se recolhendo para dormir atendendo o toque do sino da Irmandade.
Desse modo, externamente pouca coisa acontecia na sua vida de reclusa devotada decididamente ao progresso espiritual. Internamente, todavia, se processava uma grande mudança! Apesar de às vezes assaltada por inquietações, perturbações e fortes dúvidas, por exemplo: como distinguir as visões de DEUS das do demônio, Catarina obteve a resposta do próprio JESUS:
“Seria fácil iluminar a tua alma por meio de uma inspiração que te permitisse distinguir uma visão de outra. Como sou a Verdade, minhas visões devem sempre produzir um maior conhecimento da verdade. O conhecimento da verdade, no que ME diz respeito e no que diz respeito à verdade em si mesma, é indispensável à alma. Nas visões do inimigo acontece exatamente o contrário. Como ele é o pai da mentira e rei de todos os filhos do orgulho, como não pode dar mais do que tem, suas visões sempre geram na alma certo amor próprio (vaidade) e certa auto-satisfação, de que consiste precisamente o orgulho. Assim, ao refletir sobre ti mesma, poderás reconhecer de onde veio a tua visão, se da verdade ou da mentira, pois a verdade torna a alma humilde, e a mentira a torna orgulhosa”.
As visões do SENHOR se multiplicaram de modo notável e justamente, uma das primeiras aparições lhe causou muita admiração e ganhou fama:
“Sabes, Minha filha, quem tu és e Quem EU Sou? Se chegares saber estas duas coisas será bem-aventurada. Tu és aquela que não é; EU, ao contrário, Sou AQUELE que Sou. Se mantiveres na tua alma essa distinção, o inimigo não poderá te enganar e evitarás todas as suas armadilhas. Não permitirás jamais coisa alguma que seja contrária aos Meus Mandamentos, e obterás sem dificuldade toda graça, toda verdade e toda luz”.
JESUS aparecia e conversava com ela, ensinando e aconselhando. Outras vezes ficava em silêncio e depois desaparecia. Catarina passava então, longos momentos de solidão, angústia, visões infernais e tentações de todos os tipos. Chegava a se imaginar condenada. Os místicos conhecem essas horas de desamparo, “na noite escura do espírito”. Um dia, as forças do mal atuaram de modo tão violento que ela se revoltou e em voz alta, proclamou a sua vocação. Neste momento, formou-se uma grande luminosidade e apareceu CRISTO crucificado. ELE disse:
- “Catarina, Minha filha, vês o quanto sofri por ti? É preciso que também aceites sofrer por MIM”.
Ela respondeu: “SENHOR, onde estavas quando o meu coração se atormentava com as tentações”?
O SENHOR respondeu: “Estava em teu coração”.
Ela disse: “SENHOR, TU és a Verdade, e venero TUA Majestade. Mas como posso crer que estavas em meu coração se ele estava repleto de pensamentos imundos e repugnantes”?
JESUS respondeu: “Esses pensamentos e essas tentações causavam em seu coração alegria ou dor? Prazer ou aversão”?
Ela falou: “Uma grande dor e uma grande aversão”.
E o SENHOR lhe disse: “Quem, senão EU te fazia sentir essa aversão, pois EU estava escondido em teu coração? Se EU não estivesse presente, esses pensamentos teriam penetrado em teu coração e terias sentido um grande prazer. Minha presença em teu coração foi à causa dessa aversão”.
JESUS não desapareceu antes de prometer a Catarina que ELE ia lhe aparecer com mais frequência e de modo bem familiar. Por isso mesmo e com muita razão ela sempre afirmava que tinha um único Mestre espiritual: JESUS CRISTO.
CASAMENTO MÍSTICO
Em 1368, na época do Carnaval, Sena estava em festa, com a população comemorando os festejos de Momo. Catarina solitária em seu aposento se mantinha em oração, suplicando pela conversão do coração da humanidade. Ouviu então estas palavras:
“Como por amor a MIM lançaste para longe de ti as coisas vãs, e desprezando os prazeres da carne tu colocaste em MIM as delícias de teu coração, enquanto os outros se divertem à mesa e fazem festas mundanas, quero celebrar contigo a festa nupcial de tua alma. Como prometi, EU te esposo na fé”.
Antes que o SENHOR tivesse terminado as suas palavras, apareceu a VIRGEM MARIA, João Evangelista, o Apóstolo Paulo, o Profeta Davi e São Domingos. Enquanto Davi tocava uma linda melodia na harpa, a VIRGEM MARIA como oficiante da cerimônia, pegou na mão de Catarina e a apresentou ao Seu FILHO, convidando-O a SE entregar a ela como Esposo na fé. ELE consentiu em graça e, pegando um magnífico anel de ouro, com um lindo diamante no centro e quatro perolas nos bordos, colocou-o no dedo da jovem e lhe disse:
“EU, teu CRIADOR e teu Salvador, te esposo na fé. Guardarás sem mácula essa fé até chegares ao Céu, para lá celebrares COMIGO as Bodas Eternas. De agora em diante, Minha filha, age com bravura e sem nenhuma hesitação diante de tudo o que, pela disposição de Minha Providência, se apresentar a ti. Armada como estás com a força da fé, vencerás todos os adversários”.
O anel ficou para sempre no dedo de Catarina, que não deixava de tocá-lo e olhá-lo com ternura em todas as oportunidades. Mas este anel simbólico permaneceu invisível a todos os outros olhares, somente era visível ao olhar dela.
Ainda em 1368, ela recebeu uma ordem específica do SENHOR de voltar a participar das tarefas domésticas na casa de seus pais, além das obrigações que cumpria na Congregação. Ela obedeceu, inclusive ligou-se com mais intimidade à cunhada Lisa Colombini, reconfortou o seu irmão Giacomo e cuidou da criada doente. Mas na realidade, era por dever que agia assim, seu coração só queria estar com DEUS. E por isso o SENHOR lhe dizia: “Sabes bem que os preceitos do amor são duplos: amor a MIM e amor ao próximo. Eis em que consistem a lei e os profetas, como tenho testemunhado”.
Nesta mesma época, o SENHOR lhe ordenou que também voltasse a se reunir com as Irmãs da Penitência. Visitava os prisioneiros, ajudava os pobres, cuidava dos doentes, reconfortava e aconselhava aqueles que necessitavam. Mas, apesar de sua concreta dedicação, existiam as irmãs invejosas dos seus êxtases sobrenaturais, da sua conduta eficiente e impecável, por isso a caluniavam, inventavam estórias que nunca existiram, zombavam e falavam mal dela. Mas, se alguns a denegriam, uma maioria se sentia edificados com a luminosidade que emanava dela. Pois também lhe foram atribuídos muitos milagres, cada qual mais espantoso e extraordinário, atestando que a misericórdia de DEUS atuava com evidência, atendendo a preciosa intercessão de Catarina.
MORTE DO PAI
O senhor Iacopo di Benincasa, gostava muito de Catarina, porque ela procurava compreende-lo no seu trabalho, no seu modo de educar e na convivência do lar. Da mesma forma, ele também entendeu profundamente a natureza de sua filha e lhe ajudava com uma paternal doação, nas dificuldades que ocorriam no cotidiano. Então, crescia sempre e de maneira alegre o amor que os unia.
Em Agosto de 1368, seu pai adoeceu e suas preces e orações não ajudavam numa aparente melhora física. Todavia, ela se mantinha preocupada, pois pensava na possibilidade dele, após a morte, sofrer as duras penas do Purgatório. Então, foi conversar com o SENHOR:
“Meu SENHOR, bem amado, como eu posso suportar a idéia de que aquele que me gerou no ventre de minha mãe, me alimentou e educou com tanto amor, que só me proporcionou o bem, vai ser queimado naquele terrível fogo do Purgatório? Em nome da TUA Bondade, eu TE suplico e rogo que não permitas tal acontecimento, e LHE peço SENHOR, não permitas que a alma de meu pai deixe o corpo sem se ter purificado dignamente”.
Mas a questão não se resolveu, foi necessária uma maior insistência dela, porque a Justiça Divina tem as suas exigências. E assim, meio desanimada, ela exclamou:
“SENHOR, se essa graça não puder ser obtida sem que de algum modo a justiça seja feita, que a justiça se exerça sobre mim. Pelo meu pai estou disposta a suportar qualquer sofrimento que seja ordenado pela Justiça de TUA Bondade”.
O SENHOR atendeu a sua súplica: “Pelo amor que tens a MIM, aceito o que ME pedes. Mas, enquanto viver deverá suportar pelo seu pai, todas as tribulações que te enviarei”.
Com alegria, Catarina aceitou o acordo e com um sorriso nos lábios, foi reconfortar o pai e permaneceu ao seu lado até o momento do derradeiro suspiro. Iacopo di Benincasa foi enterrado no dia 22 de Agosto de 1368, na Igreja de São Domingos, em Sena (Siena, Itália).
DONS DE CATARINA
Em muitas oportunidades, a Santa revelou o “dom da dupla visão”, ou seja, o “dom do discernimento dos espíritos”. Ela tinha uma profunda intuição em relação ao sobrenatural, vendo e antecipando com segurança, atitudes, pensamentos, modos e comportamentos das pessoas, as quais ela procurava direcionar para a justiça, a misericórdia e o amor a DEUS. Ela tinha uma grande amizade por frei Bartolomeo di Domenico, um notável teólogo que encontrou nela, a luz que iluminava a sua alma. Em certa ocasião, ela lhe escreveu: “... se vossa alma não despertar e não fixar o olhar na infinita bondade de DEUS e no Amor que ELE derrama em suas criaturas, nunca alcançará a generosidade e a perfeição espiritual”...
Ao Frei Lazzarino de Pisa, célebre pregador franciscano, um tanto orgulhoso de seus conhecimentos e desdenhoso em relação à Catarina, por causa da simplicidade e modéstia da jovem, com ares de superioridade, foi visitá-la em sua pequena cela. Dois dias depois, após uma noite de muitas lágrimas, ele se lançou aos pés dela, suplicando que guiasse a sua alma. Ela respondeu: “O caminho da salvação para a sua alma, consiste em desprezar a pompa mundana e as complacências do mundo. Renuncie o apego ao dinheiro, desfaça-se do supérfluo, e com humildade siga o CRISTO Crucificado e seu bem-aventurado Pai São Francisco de Assis”.
Catarina ganhou fama pela sua dedicação e amor aos pobres e doentes. Tinha o dom de reconduzir a DEUS as almas desviadas e sem rumo certo.
Andrea de Naddino de Bellanti, homem rico e muito importante, fazia parte do governo dos “Nove” (As Nove pessoas escolhidas que exerciam a administração de Sena e suas regiões). Todavia, não tinha nenhum temor a DEUS, era uma pessoa totalmente fria e indiferente as coisas do SENHOR. Vivia entregue ao jogo de dados e se tornara um repugnante blasfemador contra DEUS e os Santos. Acontece que foi acometido de uma terrível doença mortal. Logo sua esposa, seus amigos e seu pároco, correram para ajudá-lo, a fim de que confessasse buscando a salvação de sua alma e redigisse o seu testamento. Tudo em vão, Andrea obstinava em não querer nada com a religião. Aflitos, foram atrás de Catarina. A Santa se encontrava em êxtase. O tempo passava e a morte se aproximava. Finalmente conseguiram conversar com ela e explicar a situação de Andrea. Naquele mesmo momento Catarina diante do Altar, conversou com o SENHOR. Foi uma conversa longa, dolorida, onde o SENHOR revelava toda a sua tristeza pelos terríveis e abomináveis pecados do Andrea, que além de não aceitar DEUS e os Santos, de falar horríveis palavrões, de blasfemar ferozmente, chegou lançar ao fogo uma pintura de JESUS ao lado de NOSSA SENHORA; era frio, indiferente e impiedoso. Foi uma conversa longa e repleta de súplica, das cinco horas da tarde ao amanhecer do dia seguinte, em que piedosamente Catarina insistia e argumentava com o SENHOR, derramando muitas lágrimas, em benefício daquele infeliz que pelos seus pecados, já merecia se encontrar no interior do inferno. Disse a Santa: “Meu SENHOR bem-amado, se considerares com rigor as nossas iniquidades, quem escapará da morte eterna? O SENHOR, meu DEUS, teria saído do ventre da VIRGEM e teria suportado aquele atroz suplício e morte na Cruz para castigar os nossos pecados ou para Redimi-los? Porque JESUS, o SENHOR me fala dos erros deste infeliz homem, o SENHOR, meu DEUS, que carregou nos Vossos santíssimos ombros, os erros de toda humanidade”? E assim, discutindo amorosamente, sem a menor trégua, a advogada daquela causa perdida prosseguiu na sua defesa e conseguiu a misericordiosa absolvição Divina, para o seu protegido. Disse o SENHOR á Catarina: “Minha querida filha, ouvi o que ME pediste e então, vou converter aquele por quem rezaste com tanto fervor”. A Santa comunicou a notícia aos parentes, que ansiosos aguardavam a última notícia e retornaram imediatamente ao lar do enfermo. Neste mesmo instante, em seu leito agonizante, Andrea acordou impaciente e preocupado, assentou-se na cama. Com os olhos arregalados parecia ver e entender alguma coisa sobre o Mistério de DEUS. Com aflição e insistência chamou o Padre, pois queria confessar os seus pecados. Descreve sua esposa:“Mal chegou o Padre, ele confessou os seus pecados com plena lucidez de espírito e um sincero arrependimento. Em seguida, ditou minuciosamente o seu testamento. Com tranquilidade e resignação entregou o seu espírito, passou desta vida para a eternidade, acompanhado de seu Anjo da Guarda, que o deixou no Purgatório para se purificar e ser digno de estar na presença de DEUS”.Este fato aconteceu em 16 de Dezembro de 1370.
UMA NOVA FAMÍLIA
A fama de Catarina se espalhava, e cada vez mais os milagres que aconteciam pela sua preciosa intercessão junto a DEUS, eram relatados por testemunhos oculares. Ela era procurada e visitada para solucionar todos os tipos de problemas: converter corações rebeldes, orientação espiritual, aliviar possessos e atormentados pelo maligno, conciliar e amainar a ira de brigões, etc. Ao redor dela juntavam-se outras terciárias (Mantellata) que compartilhavam de sua vida, acompanhando-a nas obras de caridade, ajudando nas tarefas domésticas e até servindo de secretárias. Entre elas estavam: Caterina de Ghetto, Monna Rapiera, Agnola de Vanino, Francesca Gori, Alessia Saracini. Também havia leigos no grupo e pessoas de todas as idades e camadas sociais, homens e mulheres. Fervorosos, pacíficos ou exaltados, todos eram atraídos pelo excepcional brilho de Catarina. Assim, também faziam parte do grupo da Santa, Padre Tommaso della Fonte, seu primeiro Confessor, Padre Bartolomeo di Domenico e Padre Ângelo degli Adimari, que também foram seus confessores, Padre Tommaso Faffarini e todos os Dominicanos, eram amigos fieis. Além deles havia outros religiosos, franciscanos, agostinianos, jesuítas, etc. Muitos jovens também se apegaram a ela como filhos espirituais, ou discípulos, como Neri di Landoccio dei Pagliaresi, que foi um de seus secretários e sempre a acompanhava nas viagens. Barduccio Caniggiani e Stefano Maconi di Corrado, também foram discípulos preferidos a quem ela ditou em êxtase o seu famoso “Diálogo” (com DEUS).
Santa Catarina de Siena - Conselhos Espirituais - Carta à Aléssia Saracini e outras discípulas
Saudação e objetivos
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssima filha(1), eu Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de vos ver como seguidoras e amantes da verdade.
União com a Trindade
Assim eu vos verei como o apetite sensível dominado e a inteligência iluminada pela fé, de modo que, tendo renunciado à própria vontade, possais dizer de verdade com o apóstolo Paulo: “Meu senhor, que queres que eu faça? Dizei-me o que desejais que eu faça, e eu o farei” (At 9,6). Caríssima filhas, se realizardes isso como resposta ao nosso Criador, eu vos prometo que subireis com Paulo ao terceiro céu até ao seio da Trindade( 2Cor 12,2). Vossa memória se encherá da lembrança dos benefícios divinos, participando do poder de Deus Pai que vos tornará fortes e pacientes diante das perseguições do mundo, que com paciência vós dominareis. Vossa inteligência, ao contemplar a sabedoria do Filho de Deus, por ela será iluminada. Vossa vontade, unida pelo Espírito Santo no abismo do amor divino, receberá um suave e amoroso desejo de glorificar a Deus e de salvar as almas. Suavemente elevadas ao seio da Trindade, participando do poder de Deus Pai, da sabedoria do Filho e da clemência do Espírito Santo, sentidamente chorareis sobre a humanidade pecadora e sobre o corpo místico da Igreja junto comigo, vossa superpecadora e maldosa mãe.
Oração pela Igreja
Tende compaixão das minhas imperfeições, caríssimas filhas, porque sou a causa de todos os males do mundo inteiro, especialmente da perseguição que se faz à santa Igreja. Que Deus providencie diante de tantos males. Estou segura, e isto me conforta, de que sua providência não faltará. E parece-me que já começa a agir. Mas vos peço e ordeno, caríssimas filhas, que vos laveis e vos afogueis no sangue do Cordeiro imaculado, oferecendo diante dele humildes e continuas orações.
Exortação e conclusão
Nada mais acrescento , a não ser que Deus vos conceda sua eterna benção. E eu da parte dele vos abençôo. Amai-vos, amai-vos mutuamente. A ti, Aléssia, minha querida filha, eu peço que te inebries no sangue junto com as outras filhas. Alimenta-te somente do sangue de Cristo. Peço a Deus, verdade e bondade eterna, que sua graça seja abundante em ti e nas demais. Que eu veja inteiramente eliminada de tia a vontade pessoal, de modo que eu possa gloriar-me de ti e das outras filhas diante de Deus, agradecendo e louvando seu santo nome. Permanecei no santo amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor.
(1) (1)Aléssia Saracine enviuvou bastante jovem. Distribuiu entre os pobres os seus bens e vestiu o hábito da ordem da penitência de são Domingos. Foi a discípula predileta de Santa Catarina de Sena