também conhecida como Santa Juliana de Liege.
Santa Juliana de Mont Cornillon
No fim do século XIII surgiu em Liège, Bélgica, um movimento eucarístico cujo centro foi a Abadia de Cornillón, fundada em 1124 pelo Bispo Alberto de Liège. Este movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como, por exemplo, a Exposição e a Bênção com o Santíssimo Sacramento, o uso das campainhas durante a elevação na Missa e a festa de Corpus Christi.
Santa Juliana de Mont Cornillón, por aqueles anos priora da Abadia, foi a enviada de Deus para propiciar esta festa. A santa nasceu em Rettine, próximo de Liège, Bélgica, em 1192. Ficou órfã muito pequena e foi educada pelas monjas Agostinianas em Mont Cornillón. Aos 14 anos fez sua profissão religiosa entre as suas educadoras, e mais tarde foi superiora de sua comunidade.
Desde jovem, Santa Juliana teve uma grande veneração pelo Santíssimo Sacramento, e sempre anelara que se tivesse uma festa especial em sua honra. Este desejo se intensificou por uma visão que teve da Igreja sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significava a ausência desta solenidade. Esta visão ela a tinha já há vários anos, e compreendeu que devia trabalhar pela instituição da festa.
Pelo ano de 1210, vai visitá-la uma virgem reclusa chamada Eva. Juliana contou-lhe o que vira e ouvira, ficaram de pedir uma pela outra e de se ajudarem. Mais tarde, sendo Juliana já priora, Eva tem uma visão igual à da amiga e a exorta a promover o que é vontade de Deus (Eva foi sucessora de Juliana e recebeu o título de Beata). Juliana também fala a respeito da visão à beguina Isabel, enfermeira de leprosos.
As três senhoras tentam convencer padres, frades, comunidades e paróquias da necessidade de se criar uma solenidade para o Santíssimo Sacramento. A Mons. Roberto de Thourotte, Bispo de Liège, pedem para instituir a festa que deveria se chamar Corpus Domini.
Assim, impelido por Juliana, o bispo Roberto de Thourotte se impressionou favoravelmente e, como nesse tempo os bispos tinham o direito de ordenar festas para suas dioceses, convocou um sínodo em 1246 e ordenou a celebração da festa de Corpus Domini. A iniciativa era apoiada pelo douto dominicano Hugh, mais tarde cardeal legado dos Paises Baixos, e por Jacques Pantaléon, arcediago de Liège, de Troyes (França), eleito papa em 1261 com o nome de Urbano IV.
Mons. Roberto não viveu para ver a realização de sua ordem, pois morreu em 16 de outubro de 1246, porém a festa se celebrou pela primeira vez no ano seguinte, na quinta-feira posterior à festa da Santíssima Trindade. Mais tarde um bispo alemão conheceu o costume e o estendeu por toda a atual Alemanha.
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Repetem-se as incompreensões e Juliana se retira para a clausura das monjas cistercienses de Fosses, próximo de Namur, onde faleceu dez anos depois, em 5 de abril de 1258.
Ela soube antes de falecer que, além de Liège, também a Alemanha ocidental já festejara a festa de Corpus Domini em 1252.
Seu corpo foi sepultado na Abadia Cisterciense de Villiers.
A Bula Transiturus
O Santo Padre, movido pelo prodígio e pela petição de vários bispos, estende a festa de Corpus Christi a toda a Igreja por meio da bula "Transiturus" de 8 de setembro do mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira após a oitava de Pentecostes, e outorgando muitas indulgências a todos os fiéis que assistissem a Santa Missa e ao Ofício.