Elisabete da Trindade Catez
Bem-aventurada
1880-1906
Foi num Domingo, dia 18 de julho de 1880, no campo militar de Champ d´Avor, França, que nasceu Elisabeth Catez. Filha do casal Francisco José Catez e Maria Rolland.
Seu pai era militar, de família humilde, senso de responsabilidade e vontade firme e resoluta. Morre dia 02 de outubro de 1887, de um ataque cardíaco. A morte do marido foi para a Senhora Catez um golpe que a abalou física e moralmente, de modo que nunca mais recuperou totalmente.
Foi batizada no dia 22 de julho, festa de Santa Maria Madalena.
Filha e neta de oficiais, herda um temperamento ardente, pronto à replica. Sua infância foi caracterizada por grandes e irreprimíveis manifestações de cólera, no que constratava com a doçura extrema da irmãzinha Margarida, mais jovem dois anos. Preciso fora que tudo cedesse à sua vontade. Felizmente o amor inteligente e firme da mãe soube plasmar o coração e a vontade de sua filha, guiando-lhe os impulsos naturais de seu caráter vivo e difícil. Aprendeu a vencer-se por amor.
A alma de Elisabeth é tocada pela graça dos três Sacramentos , o que mais tarde ela chamará de suaconversão. A criança sentiu uma impressão profunda, que deu origem a um verdadeiro despertar nas coisas divinas. Resolveu desde então lutar energicamente contra o seu defeito dominante, a sensibilidade.
Aos sete anos, confidenciou ao Cônego de Carcassone, amigo da família: "Quero ser freira".
Mais se aproximava a data do grande dia, mais se multiplicavam as vitórias de uma vontade já senhora de si. A Primeira Comunhão se deu em 19 de abril de 1891. Na véspera à noite, confessara-se com o piedoso capelão do campo de Avor.
À tarde, esteve no Carmelo, com aquela que, como Priora, oito anos mais tarde deveria ampará-la durante os dois longos anos de espera. Foi ela que lhe escreveu neste dia, no verso de uma estampa, o significado de seu nome: Elisabeth, Casa de Deus.
Que se cumpre neste grande dia.
Pequena, teu coração é sobre a terra
'Casa de Deus', do Deus que é Amor."
Havia se transformado! Crescia sempre mais no exercício das virtudes. Tornou-se doce, obediente, uma menina aplicada, submissa, serviçal e responsável.
"Durante o dia, dizia, pode-se sempre se contrariar em qualquer coisa sem que ninguém perceba, nunca se deve passar uma hora sem fazer um sacrifício, nem que seja um grampo espetando a cabeça, um fósforo dentro do sapato."
O dia a dia de Elisabeth transcorre na normalidade. Dedica-se ao estudo, cultiva o talento musical. Gostava muito de brincar com as amiguinhas, e ninguém melhor do que ela sabia animar uma brincadeira.
Memória da Beata Elisabete da Trindade, religiosa carmelita…
Isabel Catez Rolland, filha de Francisco José e de Maria, nasceu perto de Bourges, França, num acampamento militar do campo de Avor, na manhã de domingo, dia 18 de julho de 1880, tendo sido batizada no dia 22 de julho, na capela do mesmo acampamento. Desde menina distinguiu-se por seu temperamento apaixonado, um tanto agressivo, mas por outro lado marcado por uma agradável sensibilidade.
Sua mãe conta: “Quando tinha um ano, já se manifestava a sua natureza ardente e colérica… Foi pregada uma missão durante a nossa estadia devendo terminar com a bênção das crianças. Uma religiosa veio-me pedir uma boneca para representar o Menino Jesus, no presépio, devendo vestir-se com um traje cheio de estrelas douradas e irreconhecível aos olhos da menina. Levei-a à cerimônia.
A criança esteve distraída com as pessoas que chegavam, mas quando o prior do alto do púlpito anunciou a Bênção, Elisabeth deitou um olhar sobre o presépio e reconheceu a boneca e, num ímpeto de cólera, com o olhar furioso, exclamou: ‘Jeanette! Dêem-me a minha boneca!” A babá teve de a levar no meio duma risada geral. Esta natureza ardente e colérica cada vez mais se acentuou…”
Seu pai faleceu no dia 2 de outubro de 1887, de repente, vítima de uma crise cardíaca. Elisabeth, que tinha então sete anos e dois meses relembrará dez anos mais tarde essa hora trágica. A morte do pai causará a “conversão” e mudança de caráter de Elisabeth. como fruto de sua vida de ascese e oração. Faz sua primeira comunhão no dia 19 de abril de 1891, em
Dijon. Indo com outras companheiras visitar o Carmelo recebe um “santinho” da Priora, Madre Maria de Jesus, que na dedicatória traduz o nome Elisabeth por “Casa de Deus”. Sete anos depois da sua primeira comunhão, Elisabeth escreverá:
… Nesse dia
Em que Deus fez de mim sua morada,
Em que Deus se apoderou de meu coração,
E de tal modo o fez que, desde então,
Desde esse misterioso colóquio,
Essa conversa divina, deliciosa,
Só aspirava a dar a minha vida,
a retribuir um pouco o Seu grande amor
ao Bem-Amado da Eucaristia
Que residia no meu pobre coração
Inundando-o de favores.
Desde os oito anos estudou música no Conservatório de Dijon. Todos os dias passava horas ao piano. Muitas vezes participou em concertos organizados na cidade. Seu talento precoce merece elogios nos jornais locais. No dia 24 de julho de 1893, apesar da sua pouca idade, obteve o primeiro prêmio de piano do Conservatório.
A jovem Elisabeth freqüentará a sociedade local. No decorrer de uma festa, enquanto dançava e se divertia, a Sra. Avout, surpreendeu o seu olhar e lhe segredou: “Elisabeth, não estás aqui, estás vendo Deus…”Havia nos seus olhos “um não sei quê de luminoso que irradiava”, disse Louise de moulin, que Elisabeth preparava para a Primeira Comunhão.
Um de seus amigos de juventude, que a tinha encontrado várias vezes quando todos os dias ia ver a sua grande amiga, a vizinha Marie Louise Hallo, Charles, irmão desta, não economiza superlativos quando descreve Elisabeth como “muito simples e duma espantosa franqueza… muito querida pelas suas companheiras… muito alegre, muito musical… a sua doçura refletia-se-lhe no olhar extraordinário e luminoso… a pureza transparecia-lhe no olhar”.
A Senhora Hallo confirmará o esplendor do olhar de Elisabeth, especialmente quando voltava da comunhão: “nunca poderei esquecer o seu olhar.
Um de seus amigos de juventude, que a tinha encontrado várias vezes quando todos os dias ia ver a sua grande amiga, a vizinha Marie Louise Hallo, Charles, irmão desta, não economiza superlativos quando descreve Elisabeth como “muito simples e duma espantosa franqueza… muito querida pelas suas companheiras… muito alegre, muito musical… a sua doçura refletia-se-lhe no olhar extraordinário e luminoso… a pureza transparecia-lhe no olhar”.
A Senhora Hallo confirmará o esplendor do olhar de Elisabeth, especialmente quando voltava da comunhão: “nunca poderei esquecer o seu olhar.
O rosto de Elisabeth, quando voltava da comunhão, não se pode explicar”.
No dia 2 de janeiro de 1901, aos 21 anos, ingressou no Carmelo Descalço de Dijon, cidade onde vivia com sua sua família.
Recebeu o hábito no dia 8 de dezembro de 1902 e no dia 11 de janeiro de 1903 emitiu seus votos religiosos na Ordem do Carmelo, que já amava com toda sua alma.
Com sua vida e doutrina, breve mas sólida, exerce grande influência na espiritualidade atual, especialmente por sua experiência trinitária. Em sua obra distinguem-se: Elevações, Retiros, Notas Espirituais e Cartas.
Foi beatificada pelo papa João Paulo II, no dia 25 de novembro de 1984, festa de Cristo Rei. Sua festa é celebrada no dia 8 de novembro. Irmã Elisabeth é uma alma que se transformou dia a dia no mistério trinitário.
Enamorada por Jesus Cristo, que é “seu livro preferido”, eleva-se à Trindade, até que “Isabel desaparece, perde-se e se deixa invadir pelos Três”. “A Trindade: aquí está nossa morada, nosso lugar, a casa paterna de onde jamais devemos sair…
Enamorada por Jesus Cristo, que é “seu livro preferido”, eleva-se à Trindade, até que “Isabel desaparece, perde-se e se deixa invadir pelos Três”. “A Trindade: aquí está nossa morada, nosso lugar, a casa paterna de onde jamais devemos sair…
Encontrei meu céu na terra, ue o céu é Deus e Deus está em minha alma. No dia em que compreendi isto, tudo se iluminou para mim”.
“Crer que um ser que se chama Amor habita em nós a todo instante do dia e da noite, e nos pede que vivamos em sociedade com Ele, eis aquí, garanto-vos, o que tem feito de minha vida um céu antecipado”.
Amou intensamente sua vocação carmelita e também amou e imitou a “Janua Coeli”, como chamava Nossa Senhora.
Andou a passos largos no caminho da perfeição.
Faleceu no dia 9 de novembro de 1906 vítima de úlcera estomacal, murmurando, quase cantando: “Vou à luz, ao amor, à vida”.
Elevação à Santíssima Trindade
Ó meu Deus, Trindade que eu adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente para me fixar em Vós, imóvel a pacifica como se a minha alma estivesse já na eternidade. Que nada possa perturbar a minha paz, nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável, mas que cada minuto me faça penetrar mais na profundidade do vosso Mistério. Pacificai a minha alma, fazei nela o vosso céu, a vossa morada querida e o lugar do vosso repouso. Que eu nunca Vos deixe só, mas que aí permaneça com todo o meu ser, bem desperta na minha fé, toda em adoração, toda entregue à vossa Ação criadora.
Ó meu Cristo amado, crucificado por amor, quereria ser uma esposa para o vosso Coração, quereria cobrir-Vos de glória, quereria amar-Vos… até morrer de amor ! Mas sinto a minha impotência a peço-Vos para me “revestir de Vós mesmos”, para identificar a minha alma com todos os movimentos da Vossa alma, para me submergir, invadindo-me, a substituindo-Vos a mim, para que a minha vida não seja senão uma irradiação da vossa Vida. Vinde a mim como Adorador, como Reparador, a como Salvador.
Ó Verbo eterno, Palavra do meu Deus, quero passar a minha vida a escutar-Vos, quero tornar-me inteiramente dócil, para tudo aprender de Vós. Depois, através de todas as noites, de todos os vazios, de todas as impotências, quero fixar-Vos sempre a permanecer sob a vossa grande luz; ó meu Astro amado, fascinai-me para que eu não possa jamais sair da vossa irradiação.
Ó Fogo consumador, Espírito de amor, “descei sobre mim”, para que na minha alma se faça como que uma encarnação do Verbo: que eu seja para Ele uma humanidade de acréscimo na qual Ele renove todo o seu Mistério. E Vós, ó Pai, debruçai-vos sobre a vossa pequena criatura, “cobri-a com a vossa sombra”, não vendo nela senão o “Bem-Amado no qual pusestes todas as vossas complacências”.
Ó meus Três, meu Tudo, minha Beatitude, Solidão infinita, Imensidade onde me perco, entrego-me a Vós como uma presa. Sepultai-Vos em mim para que eu me sepulte em Vós, enquanto espero ir contemplar na vossa luz o abismo das vossas grandezas.
Sua mensagem
que corramos no caminho da santidade.
que o Espírito Santo eleve nosso espírito.
que sejamos sempre um louvor à glória da Ssma. Trindade.
que sejamos dóceis às moções do Espírito Santo.
Processo de Canonização
“No dia 11 de julho de 2011, no Arcebispado de Dijon, na presença do Monsenhor Roland Minnerah, Arcebispo da Diocese, teve início o processo “Super Miro” para a canonização da Beata Elisabete da Trindade (1880-1906).
Depois de uma breve oração, estando na presença de uma relíquia da carmelita de Dijon, os membros do tribunal prestaram juramento: Monsenhor Ennio Apeciti, da Arquidiocese de Milão, como juiz delegado arquidiocesano, o Cônego Paul Chadeuf, como promotor de justiça, e Dom Yves Frot como notário.
O Chanceler Arquidiocesano, Cônego Marc Galen, leu o “Supplice Libello” do Vice-Postulador da Causa, Padre Antonio de la Madre de Dios, OCD, com o qual pediu o início do processo em virtude do suposto milagre, atribuído à intercessão da Beata.
Logo na primeira sessão, ocorreu o interrogatório das três carmelitas descalças do Carmelo de Dijon-Flavignerot, onde ocorreu o suposto milagre da cura da senhorita belga Marie-Paul Stevens. Professora de ensino religioso no Instituto dos Irmãos Maristas de Malmedy (Bélgica), Marie-Paul começou, em maio de 1997, a experimentar problemas na salivação e dificuldade para articular as palavras.
Algumas semanas depois, uma amiga médica lhe aconselhou a fazer alguns exames clínicos. Constatou-se, então, que ela havia contraído a síndrome de Sjogren, a qual atinge gradualmente o organismo. Durante a doença, muitas pessoas fizeram a novena da Irmã Elisabete da Trindade pedindo a cura de Marie-Paul. Por sugestão de vários médicos, ela iniciou a quimioterapia, a qual não obteve nenhum resultado.
A situação piorava e havia risco de morte. Por isso, ela decidiu viajar ao Carmelo de Flavignerot para agradecer à Irmã Isabel por tê-la sustentado durante esse tempo de doença. No dia 2 de abril de 2002, depois de ter rezado na capela do Carmelo e ter agradecido à Irmã Isabel, sentou-se em uma pequena pedra do jardim do mosteiro. De repente, e diante da admiração dos amigos que lhe acompanhavam, levantou-se e, com as mãos elevadas ao céu, exclamou cheia de alegria: “Não tenho mais nenhuma doença!” Desde então, retomou sua vida normal.”
Oração
Deus, rico em misericórdia, que revelastes à beata Elisabeth da Trindade o mistério de vossa presença escondida na alma do justo, e dela fizestes uma adoradora em espírito e verdade, concedei-nos, por sua intercessão, que também nós, perseverando no amor de Cristo, mereçamos ser transformados em templos do Espírito de Amor, para louvor de vossa glória. Amém.
Beata Elisabeth da Trindade, rogai por nós!