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sábado, 30 de setembro de 2023

30 de setembro - Dia de São Jerônimo Doutor da Igreja

(347-420)

É incontestável o grande débito que a cultura e os cristãos, de todos os tempos, têm com este santo de inteligência brilhante e temperamento intratável. Jerônimo nasceu em uma família muito rica na Dalmácia, hoje Croácia, no ano 347. Com a morte dos pais, herdou uma boa fortuna, que aplicou na realização de sua vocação para os estudos, pois tinha uma inteligência privilegiada. Viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica e desfrutou a juventude com uma certa liberdade. Jerônimo estudou por toda a vida, viajando da Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor. 

Ele foi batizado pelo papa Libério, já com 25 anos de idade. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos no deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte. Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379. Mas Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo. 

Voltou para Roma em 382, chamado pelo papa Dâmaso, para ser seu secretário particular.Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia, do grego e do hebraico, para o latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda sua vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata" e tornou-se oficial no Concílo de Trento. 

Romano de formação, Jerônimo era um enciclopédico. Sua obra literária revelou o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e eloqüente ao mesmo tempo. Dono de personalidade e temperamento fortíssimo, sua passagem despertava polêmicas ou entusiasmos. 

Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém(por volta do ano 386), onde viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos.Se instalou numa gruta, ao lado da gruta do nascimento de Nosso Senhor JESUS CRISTO.Para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando, com um novo livro. Suas violências verbais não perdoavam ninguém. Teve palavras duras para Ambrósio, Basílio e para com o próprio Agostinho. Mas sempre amenizava as intemperanças do seu caráter para que prevalecesse o direito espiritual.

Jerônimo era fantástico, consciente de suas próprias culpas e de seus limites, tinha total clareza de seus merecimentos. Ao escrever o livro "Homens ilustres", concluiu-o com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu de velhice no ano 420, em 30 de setembro, em Belém. Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos e é celebrado no dia de sua morte.

ALGUMAS PARTICULARIDADES ,EM RELAÇÃO A VIDA DE SÃO JERÔNIMO



Na segunda metade do quarto século, enquanto nas Gálias surgiam dois grandes homens, Hilário e Martim, surgiam outros dois na África: Santo Optat, bispo de Mileva, e Agostinho, que acabara de nascer em Tagasta em 354. Ambrósio, futuro bispo de Milão, que deveria um dia receber Santo Agostinho na Igreja, tinha então quatorze anos, e estudava em Roma as línguas grega e latina. Nessa mesma ocasião, Roma viu chegar dos confins da Dalmácia e da Panônia, outro futuro doutor da Igreja, Jerônimo, nascido em cerca do ano de 331 de pais ricos e distintos.

Viera para identificar-se com a língua de Virgílio e de Cícero, sob a direção do orador Vitorino e de Terêncio. A Igreja tinha que sustentar acirradas lutas de doutrina, e a Providência suscitava-lhe por toda a parte grandes doutores.

Depois de ter estudado em Roma e viajado pelas Gálias, São Jerônimo permaneceu algum tempo na Aquiléia, e em seguida dirigiu-se a Antioquia em companhia do sacerdote Evrágio; de lá, retirou-se para um deserto, nos confins da Síria e da Arábia. Foram seus companheiros de retiro dois amigos, Inocêncio e Heliodoro e um escravo chamado Hilas.O sacerdote Evrágio, que era rico, forneceu-lhe tudo de quanto precisava, pagava escribas pára auxiliá-los nos estudos, que continuava a fazer, e remetia-lhe de Antioquia as cartas que lhe eram dirigidas de vários lugares. São Jerônimo perdeu dois de seus companheiros: Inocêncio morreu, Heliodoro não tardou a partir, prometendo retornar. O próprio santo sofre acometido por repetidas doenças e, o que ainda mais o fatigava, assaltado por violentas tentações impuras, que provinham da lembrança dos prazeres de Roma.

Como os jejuns e outras austeridades corporais não o libertassem, empreendeu, para dominar a imaginação, um estudo espinhoso: aprender a língua hebraica, sob a direção de um judeu convertido. Depois da leitura de Cícero e dos melhores autores latinos, era-lhe penoso voltar ao alfabeto, e exercitar-se nas aspirações e nas pronúncias difíceis. Muitas vezes abandonou o trabalho, irritado com as dificuldades; muitas vezes o retomou e finalmente adquiriu um profundo conhecimento daquela língua. (...)

Enquanto São Jerônimo assim entretinha, em Roma, juntamente com o amor à virgindade, o amor às letras sagradas, certo Helvídio, discípulo do ariano Auxêncio, escreveu um livro em que pretendia provar, pelas Escrituras, que a Santa Virgem, depois do nascimento de Nosso Senhor, tivera outros filhos com São José; e, passando à tese geral, sustentava que a virgindade não oferecia vantagens sobre o casamento. São Jerônimo, desdenhou durante algum tempo o tratado de Helvídio, tanto por causa da obscuridade do autor, dele desconhecido, embora ambos residissem em Roma, quanto por causa do escasso mérito da obra. Enfim, persuadido a refutá-la, mostrou claramente que nada há nas Escrituras a desfavor da crença estabelecida na Igreja de que Maria se conservou sempre virgem, tendo em São José apenas o guarda da sua virgindade. Sustenta mesmo que esse santo permaneceu virgem; enfim, enobrece a virgindade, sem reprovar o casamento.



Porém, embora erguendo tão alto a virgindade, a viuvez, e o celibato religioso, São Jerônimo nem por isso poupava as pessoas que, satisfeitas por fazerem a profissão exterior do citado estado, desejosas de serem respeitadas perante os homens, continuavam a viver, não somente no mundo, mas como do mundo. É uma prova disso a longa carta por ele enviada à virgem Eustóquia, que versa sobre a maneira de conservar a virgindade. Nela lamenta a queda cotidiana de tantas virgens, de tantas viúvas que, depois de terem professado, levam uma vida indolente e sensual, amantes do bom passadio e dos adornos, mostrando-se em público para atrair os olhares dos jovens e, mais tarde, para escapar à desonra do crime cometido, a ele acrescentam outros crimes sacrificando a criança ainda por nascer. Lamenta o escândalo dos agapetas, a praga daquelas virgens falsamente devotas, que deixavam irmãos para procurar estrangeiros, com eles ocupando a mesma casa, o mesmo quarto, e muitas vezes a mesma cama, e protestando que são caluniadas quando se tornam objeto de suspeita; mulheres sem casamento, concubinas de nova espécie, prostituídas a um só homem, e não virgens cristãs. (...)

Servindo-se de linguagem tão crua e tão severa, naturalmente São Jerônimo fazia muitos inimigos. Assim sendo, a princípio consideravam-no um santo, um homem ao mesmo tempo humilde e eloqüente; a cidade inteira estimava-o, julgava-o digno do soberano pontificado e atribuía-lhe tudo quando o Papa São Damaso fazia. Porém, quando se atreveu a verberar os vícios dos romanos, taxaram-no de patife impostor; os que lhe beijavam as mãos, achincalhavam-no por trás; censuravam-lhe até mesmo o andar, o riso, a expressão do rosto; a simplicidade que o marcava tornou-se suspeita. Nada o assustava, ao contrário, divertia-o. Então! Escrevia ele, por que não ousaria dizer o que os outros não se envergonham de fazer? Além do mais, de que falei com tão grande liberdade: descrevi, por acaso, os ídolos esculpidos na baixela dos festins: relembrei que no correr das refeições cristãs são oferecidos aos olhares das virgens os amplexos dos sátiros e das bacantes? Externei desgosto pelo fato de mendigos se tornarem ricos? Achei errado que enterrem aqueles de quem herdarão: por ter tido a desgraça de fazer uma observação, isto é, que as virgens de preferência deveriam conviver mais frequentemente com mulheres do que com homens, com isso ofendi a cidade inteira, todos me apontam. E julgais que nada mais direi?

Havia em Roma, entre outros, um indivíduo de nariz disforme e fala empolada, que se julgava belo homem e formoso espírito, Ora, esse homem tomava para si, pessoalmente, tudo quanto São Jerônimo dizia acerca de vícios e de extravagâncias, e se queixava a toda gente. Depois de tê-lo ridicularizado por assim se trair, Jerônimo acabou por dar-lhe este conselho: "Faze com que teu nariz desapareça do rosto, e de pois conserva a boca bem fechada; a esse preço poderão acreditar que és um belo homem e que sabes falar bem."



No mesmo ano de 385, em que Santo Agostinho se convertia em Milão, São Jerônimo deixava Roma para retornar ao Oriente. No momento de embarcar, em Porto, escreveu a Santa Asela uma carta na qual lhe comunicava as razões da sua partida: calúnias de invejoso, principalmente. Avistou-se, de passagem, com Santo Epifânio, na Ilha de Chipre, com Paulino em Antioquia, e encontrou em Alexandria um novo bispo, Teófilo, sucessor de Timóteo, que acabava de falecer. São Jerônimo foi à capital do Egito encontrar-se com um cego, o famoso Dídimo, e aprender com ele, embora já tivesse os cabelos brancos, e fosse considerado um dos mais sábios doutores da Igreja. Durante um mês inteiro expôs a Dídimo as dificuldades em relação às Escrituras, e foi a seu pedido que Dídimo compôs três volumes de comentários sobre Oséias, e cinco sobre Zacarias, a fim de suprir as lacunas deixadas por Orígenes.

Durante essa viagem, São Jerônimo visitou os mosteiros do Egito; em seguida, retornou à Palestina e retirou-se para Belém. Acreditavam que, depois de ter ouvido Dídimo, nada mais teria para aprender, mas ainda tomou como mestre um judeu que, mediante determinado salário, ia dar-lhe lições, à noite, temeroso dos outros judeus.Foi então que São Jerônimo resolveu explicar as Epístolas de São Paulo. Por esse tempo faleceu São Cirilo de Jerusalém, depois de ter sido muitas vezes expulso da sua igreja, e muitas vezes nela restabelecido, e de tê-la governado pacificamente durante oito anos, sob Teodósio. Teve por sucessor João, que praticara a vida monástica.

Uma das últimas tarefas de São Jerônimo, foi escrever contra a heresia de Pelágio. Esse inovador fora à Palestina e, encontrando o bispo João, de Jerusalém, em desacordo com o santo doutor, disse se aproveitou para depreciar este último, e assim mais facilmente espalhou a própria heresia. Paulo Oroso veio do Ocidente e apontou-a aos bispos, Num concílio de Jerusalém foi decidido que entregariam a questão ao Pontífice Romano. Noutro concílio, o de Dióspolis, Pelágio disfarça seus sentimentos e os condena de boca, a fim de infiltrá-los mais facilmente, de fato. Logo depois do concílio de Dióspolis, talvez mesmo durante o concílio, São Jerônimo publicou em três volumes o seu Diálogo entre um católico, a quem chama Ático, e um pelagiano, a quem chama Critóbulo. Emprega contra a nova heresia, abundantemente, as mesmas provas que Santo Agostinho, a quem cita na parte final, nos seguintes termos: "O santo e eloqüente bispo Agostinho escreve um há muito tempo, em Marcelino, dois livros sobre o batismo das crianças, contrários à vossa heresia; e um terceiro contra aqueles que dizem, tal como vis, que podemos ser isentos do pecado, se quisermos; e, há pouco tempo, um quarto, em Hilário. Dizem que escreve outros especialmente contra vós; mas ainda não chegaram às minhas mãos. É por isso que sou de opinião que devo interromper este trabalho; pois repetirei inutilmente as mesmas coisas, ou se pretendesse dizer novas, aquele brilhante espírito me anteciparia dizendo as melhores.

Não tardou que o caráter da heresia fosse percebido. Depois de iludir, como vimos, o concílio de Dióspolis, e julgando-se bastante forte sob a proteção de João, de Jerusalém, Pelágio resolveu vingar-se daqueles que na sua opinião mais se opunham às suas idéias. Enviou, pois, um bando de desordeiros a Jerusalém, atacar os servos e servas de Deus, que viviam sob a direção de São Jerônimo. Alguns deles foram espancados com bárbara crueldade; um diácono foi morto; os edifícios do mosteiro foram reduzidos a cinzas; e São Jerônimo só evitou os maus tratamentos daqueles ímpios, refugiando-se numa sólida torre. 

As virgens Eustóquia e Paula, sua sobrinha, mal puderam livrar-se do fogo e das armas que as ameaçavam, depois de terem visto os irmãos espancados ou mortos. Queixaram-se, assim como São Jerônimo, ao Papa Santo Inocêncio, sem contudo citar nomes. O Papa escreveu uma carta a Jerônimo, na qual assim se expressou: "Tocados pela narrativa de tantas atribulações, apressamo-nos a empunhar a autoridade do Trono Apostólico para reprimir qualquer espécie de atentados. Mas como ninguém foi citado ou acusado em vossas cartas, não sabemos a quem nos dirigir. Fizemos aquilo que está em nosso poder, isto é, lamentar vossos contratempos. Mas de depuserdes uma queixa precisa contra certo número de pessoas, darei juízes competentes, ou, se for possível, ordenarei pronto remédio. Contudo, escrevi a meu irmão, o Bispo João, recomendando-lhe que seja mais cuidadoso a fim de que semelhante desordem não mais se repita numa igreja que lhe foi confiada.



Essa carta é notável por quanto mostra a autoridade do Papa sobre toda a Igreja. Cabia-lhe o direito de nomear juízes na própria Palestina, e num caso criminal. Sua carta a João de Jerusalém é extremamente severa. Nela se refere às queixas que lhe foram dirigidas pelas virgens Eustóquia e Paula, sem contudo designar nem pessoas, nem motivos. Censura-lhe a negligência não prevenindo semelhante desordem. A possibilidade de tal atrocidade ser levada a efeito numa igreja condenava um pontífice. Censura-lhe a sua indiferença depois da ocorrência. "Onde estão vossas consolações para com aquelas que foram vítimas? Pois dizem que mais temem pelo futuro, do que sofreram no passado, Se me tivessem comunicado algo mais preciso sobre esse caso, eu falaria mais alto e agiria mais severamente."

O Bispo João faleceu algum tempo depois, no dia dez de janeiro de 417. Sucedera a São Cirilo e resistira ao cerco de Jerusalém durante mais de trinta anos. Seu sucessor foi Prayle, cujos costumes estavam de acordo com o seu nome, que significa doce. Resistiu ao cerco quase treze anos. O próprio São Jerônimo pouco sobreviveu a essa perseguição. Morreu em 30 de Setembro de 420, com a idade de noventa e um anos. Seu corpo, gasto pelos trabalhos, pelas austeridades, pelos anos e pelas moléstias, foi sepultado em Belém, na gruta pertencente ao seu mosteiro. Malgrado seu temperamento um pouco veemente, São Jerônimo foi um desses homens raros, e a simples enunciação do seu nome é mais expressiva do que qualquer elogio.

Mais tarde, seu corpo, transportado para Roma, foi colocado na Basílica de Santa Maria Maior.

A HISTÓRIA DO LEÃO E SÃO JERÔNIMO
Após a realização dos estudos de filosofia e retórica, Jerónimo deixou Roma e iniciou-se em teologia. Posteriormente, após uma visão, na qual Santo Agostinho se lhe terá revelado, decidiu dedicar a sua vida a Deus. Tornou-se então um eremita, tendo vivido mais de três anos errando pelo deserto Sírio. Mais tarde, quando se encontrava num mosteiro em Belém, os caminhos do santo ter-se-ão cruzado com os de um leão, que sofria devido a um espinho cravado numa pata. Não se intimidando, o santo conseguiu retirar o espinho, e assim aliviar o bicho. Este, tendo-lhe ficado grato, passou a acompanhá-lo.

Contam-se algumas estórias curiosas sobre o seu invulgar companheiro. Para espanto de todos, Jerónimo levou o leão para o mosteiro,onde é notório o pánico dos monges que correm desvairados pelas ruas. O leão viria a tornar-se guardião de um burro que lá trabalhava. Um dia, enquanto o seu protector dormia, o burro foi levado por um grupo de mercadores, que se encontravam em viagem. O leão passou então a desempenhar as tarefas do burro, até que o reconheceu numa caravana que passava. Interceptou os mercadores e levou-os até ao mosteiro. Estes pediram desculpas aos monges e devolveram o animal.

Mais tarde, Jerónimo foi investido pelo Papa Dâmaso I da árdua tarefa de tradução dos textos hebraicos e gregos para latim. O manuscrito resultante do seu trabalho de décadas é actualmente reconhecido pela Igreja Católica como a versão oficial da Bíblia. Viria a falecer no ano de 420, em Belém. Conta a lenda que o leão, qual fiel companheiro, esteve do seu lado até ao fim.

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São Jerônimo deixa a sua terra natal, a Dalmácia, e vai para Roma.

 
São Jerônimo estuda em Roma e é batizado.

 
São Jerônimo continua a estudar.

 
São Jerônimo vai para a Palestina.

 
São Jerônimo chega ao Oriente.

 
São Jerônimo conhece uns eremitas.

 
São Jerônimo decide-se a abraçar a vida monástica.

 
São Jerônimo reza enquanto o demônio tenta estorvá-lo fazendo-o ver várias moças que ele tinha conhecido.

 
São Jerônimo vê os céus a abrirem-se.

 
São Jerônimo aprende hebraico.

 
O demônio arranja livros heréticos a São Jerônimo.

 
São Jerônimo sonha que é castigado por Jesus Cristo por andar a ler aquelas bobagens.

 
São Jerônimo discute com uns hereges, que andam mas é instigados pelo demônio.

 
São Jerônimo é ordenado presbítero pelo bispo de Antioquia.

 
Aqui São Jerônimo, já velho, continua a estudar as Escrituras.

Fonte:

30 de setembro - Dia de São Gregório, o iluminador

(257-332) 

Gregório nasceu na cidade de Valarxabad, na Armênia, por volta do ano 257. Seu pai matou o rei da Armênia, seu parente, numa conspiração com o reino da Pérsia, que assumiu o poder. Os soldados armênios encontraram o assassino do monarca e o executaram com toda a família, exceto o filho de um ano de idade, Gregório. 

O rei persa assumiu o trono da Armênia, não sem antes matar toda a família real. Entretanto o príncipe sucessor, Tirídates, e sua irmã, ainda crianças, conseguiram ser poupados, sendo enviados para Roma, onde receberam uma educação pagã digna da nobreza da época. O pequeno monarca recebeu, também, esmerada formação militar, destacando-se pela valentia. 

Ao mesmo tempo, Gregório foi enviado para a Cesarea da Capadócia, onde recebeu educação e formação cristã. Aos vinte e dois anos, casou-se com uma jovem também cristã e teve dois filhos, Vertanes e Aristakes. Depois de sete anos, o casal, de comum acordo, interrompeu a vida matrimonial. Ela foi viver retirada num convento, mas sem vestir o hábito. Ele se ordenou sacerdote e partiu da Cesarea. 

Em 287, por interesse do Império Romano, que desejava tirar a Armênia do poder dos persas, Tirídates foi enviado, com soldados romanos, para retomar o trono que era seu por direito. Curiosamente, nesse exército estava também Gregório, que era seu colaborador e conselheiro particular. 

Vitorioso, tornou-se Tirídates III, rei da Armênia. Para agradecer a reconquista, mandou que Gregório fosse, pessoalmente, oferecer flores e incenso aos deuses no templo pagão. Como se negou a obedecer à ordem por ser cristão, o rei mandou torturá-lo. Mas a situação de Gregório ficou muito pior ao ser denunciado como o filho do assassino do pai do rei. Revoltado, o monarca mandou intensificar as torturas e depois jogá-lo no fundo da masmorra mais profunda da Armênia, onde ficou no esquecimento. 

Quinze anos mais tarde, Tirídates III contraiu uma doença contagiosa incurável e sofria muitas dores. Nessa ocasião, a princesa sua irmã teve dois sonhos reveladores: neles, uma voz dizia-lhe que a única pessoa capaz de curar o rei era Gregório. Assustada, mesmo acreditando que ele já havia morrido, enviou um mensageiro à masmorra, que o descobriu ainda vivo. 


Gregório foi libertado e curou, milagrosamente, o rei da doença contagiosa, por meio das orações cristãs. Tocado pela fé, Tirídates III fez-se batizar, juntamente com toda a sua família, sua Corte e seu povo. Assim, a Armênia, que fora evangelizada, segundo a tradição, pelos apóstolos Bartolomeu e Tadeu, tornou-se a primeira nação oficialmente cristã em 301, por obra de Gregório, o iluminador, como passou a ser chamado. 

Ele se tornou o bispo da Capadócia e um dos maiores líderes da Igreja armênia, cuja sede apostólica, a catedral de Etchmiadzin, construiu em 303. Mandou chamar seus dois filhos para auxiliá-lo. Depois, já cansado e com a sensação do dever cumprido, foi sucedido, como chefe supremo dos cristãos, pelo seu filho Aristakes, que morreu antes do pai. Então, quem assumiu o comando da sede episcopal foi o outro filho, Vertanes. Dessa maneira, Gregório pôde, enfim, realizar seu grande sonho, que era o de retirar-se para um lugar solitário e viver apenas de oração e penitência, até a morte, em 332. 

São Gregório, o iluminador, é venerado não somente como o apóstolo e padroeiro da Armênia, mas também como evangelizador das igrejas síria e greco-ortodoxa. Na masmorra onde ficou preso e esquecido, foi construído o mosteiro de Khor Virap, que significa "poço profundo", para preservar o local original a quarenta metros de profundidade.

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

29 de setembro - Dia dos Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael

Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael 

Jacareí, 30.05.2010-MENSAGEM DE SÃO GABRIEL ARCANJO, JACAREÍ/SP - 
BRASIL


Jacareí, 06.03.2011-MENSAGEM DE SÃO RAFAEL ARCANJO, JACAREÍ/SP - BRASIL



Jacareí, 09.01.2011-MENSAGEM DE SÃO MIGUEL ARCANJO E SANTA SINFOROSA, JACAREÍ/SP - BRASIL




JACAREÍ,13.11.16-ÁUDIO-MENSAGEM DE NOSSO SENHOR, NOSSA SENHORA E SÃO 
MIGUEL ARCANJO



Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael

"Do mesmo modo, a vida da Igreja se beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos.
Em sua Liturgia, a Igreja se associa aos anjos para adorar o Deus três vezes santo, ela invoca a sua assistência (...)

Além disso, festeja mais particularmente a memória de certos anjos
(S. Miguel, S. Gabriel, S. Rafael, os anjos da guarda)."
Catecismo da Igreja Católica nº 334, 335
Os três Arcanjos são os únicos citados pela Bíblia, apesar de no Livro de Tobias São Rafael afirmar que são sete os que assistem diante de Deus.


Nas Aparições de Jacareí-SP-Brasil, vários Anjos do Senhor já nos deram a graça de sua Aparição e nos transmitiram mensagens belíssimas por meio do vidente Marcos Tadeu Teixeira, nos pedindo uma maior devoção a eles e maior confiança em sua intercessão e em sua amizade como nossos verdadeiros e melhores amigos.


São Gabriel é citado no Antigo Testamento, mas é lembrado muito mais especificamente por ter sido o escolhido para comunicar à Virgem Maria sobre a Encarnação do Verbo, ele também comunicou o nascimento de São João Batista.


São Miguel é lembrado como aquele que chefiou luta contra Lúcifer e o expulsou do Paraíso, também é citado em algumas outras passagens no Antigo Testamento. Ele é invocado como protetor contra os embustes do Demônio, em exorcismos, como Guia das almas que partem deste mundo, e protetor da Santa Igreja militante.


São Rafael tem sua história narrada no Livro de Tobias, onde cura o pai de Tobias, salva Sarah de uma maldição demoníaca e a casa com Tobias filho,e o protege em sua viagem.
Um Livro muito bonito e riquíssimo em orações.
É invocado como o Anjo da Cura, o protetor dos viajantes, livrador de forças demoníacas, e protetor do casamento.
Os nomes dos Arcanjos também são sinais da missão que cada um teve no mundo:

Miguel - Michael, significa: "Quem é como Deus?"
Gabriel significa: "A Força de Deus"
Rafael significa: "Deus Cura."
São Miguel, São Rafael, São Gabriel

O mês de setembro tornou-se o mais festivo para os cristãos, pois a Igreja unificou a celebração dos três arcanjos mais famosos da história do catolicismo e das religiões - Miguel, Gabriel e Rafael - para o dia 29 de setembro, data em que se comemorava apenas o primeiro. 

Esses três arcanjos representam a alta hierarquia dos anjos-chefes, o seleto grupo dos sete espíritos puros que atendem ao trono de Deus e são seus "mensageiros dos decretos divinos" aqui na terra. 

Miguel, que significa "ninguém é como Deus", ou "semelhança de Deus", é considerado o príncipe guardião e guerreiro, defensor do trono celeste e do Povo de Deus. Fiel escudeiro do Pai Eterno, chefe supremo do exército celeste e dos anjos fiéis a Deus, Miguel é o arcanjo da justiça e do arrependimento, padroeiro da Igreja Católica. Costuma ser de grande ajuda no combate contra as forças maléficas. É citado três vezes na Sagrada Escritura, que narramos na sua página. O seu culto é um dos mais antigos da Igreja. 

Gabriel significa "Deus é meu protetor" ou "homem de Deus". É o arcanjo anunciador, por excelência, das revelações de Deus e é, talvez, aquele que esteve perto de Jesus na agonia entre as oliveiras. Padroeiro da diplomacia, dos trabalhadores dos correios e dos operadores dos telefones, comumente está associado a uma trombeta, indicando que é aquele que transmite a Voz de Deus, o portador das notícias. Na sua página, descrevemos com detalhes as suas aparições citadas na Bíblia . Além da missão mais importante e jamais dada a uma criatura, que o Senhor confiou a ele: o anúncio da encarnação do Filho de Deus. Motivo que o fez ser venerado, até mesmo no islamismo. 

Rafael, cujo significado é "Deus te cura" ou "cura de Deus", teve a função de acompanhar o jovem Tobias, personagem central do livro Tobit, no Antigo Testamento, em sua viagem, como seu segurança e guia. Foi o único que habitou entre nós, passagem que pode ser lida na página dedicada a ele. Guardião da saúde e da cura física e espiritual, é considerado, também, o chefe da ordem das virtudes. É o padroeiro dos cegos, médicos, sacerdotes e, também, dos viajantes, soldados e escoteiros. 
A Igreja Católica considera esses três arcanjos poderosos intercessores dos eleitos ao trono do Altíssimo. Durante as atribulações do cotidiano, eles costumam aconselhar-nos e auxiliar, além, é claro, de levar as nossas orações ao Senhor, trazendo as mensagens da Providência Divina. Preste atenção, ouça e não deixe de rezar para eles.


29 de setembro-São Gabriel, arcanjo
Gabriel significa: "A Força de Deus"


Segundo o evangelho de são João, são sete os espíritos que atendem ao trono de Deus, tratando diretamente com ele e executando suas missões no universo. Gabriel é o arcanjo da Anunciação, aquele que usa a trombeta para levar as notícias. O seu nome significa "emissário do Senhor" e é o mais ligado aos acontecimentos da terra. 

A maior preocupação deste arcanjo é desfazer conflitos e proporcionar aos seres humanos a capacidade de adaptação a todas as circunstâncias. É enviado à terra sempre com o objetivo de transmitir a luz divina e sensibilizar os adultos em relação às crianças e à própria humanidade. Este espírito puro do trono celeste é visto, citado e repetido tanto no Velho quanto no Novo Testamento. 



Gabriel arcanjo foi o escolhido por Deus para acompanhar todo o advento da salvação, desde a revelação das profecias à anunciação da chegada do Messias, acompanhando-o durante toda a sua vida terrena, Paixão e Ressurreição. Além disso, é o portador da oração mais popular e mais querida do cristianismo: a ave-maria. 

Vejamos algumas passagens do Evangelho de suas missões no evento que mudou a humanidade. Foi Gabriel arcanjo quem explicou ao profeta Daniel sua freqüente visão do carneiro e do bode. Foi ele, também, quem anunciou, ao mesmo profeta, a trajetória destinada a sua nação; a chegada do Messias, até a negação do mesmo por parte de seu povo, e sua morte na Terra. 

Ele também apareceu ao sacerdote Zacarias, anunciando que sua mulher lhe daria um filho profeta, chamado João Batista, o precursor do Cristo. E como Zacarias duvidou, por ser velho e a mulher estéril, castigou-o com a perda da voz até que tudo se cumprisse. 
O seu apogeu ocorreu na Anunciação à Virgem Maria sobre a encarnação do Filho de Deus. Suas primeiras palavras tornaram-se uma oração, aquela que todos recorrem para pedir a proteção, a bênção ou a intervenção de Nossa Senhora: "Alegra-te, Maria, cheia de graça. O senhor é contigo, bendita és tu entre as mulheres". Contou-lhe, então, o que a esperava, a missão que lhe era confiada, preparou-a espiritualmente para entender a intervenção do Espírito Santo. Fazendo o mesmo com o justo José, seu esposo, que, graças à aparição de Gabriel, compreendeu o que se passava, entregando-se de corpo e alma àquela missão. 

Os teólogos e a Igreja entendem que foi também missão deste arcanjo avisar aos pastores de Belém sobre a chegada do Messias; alertar os reis magos para que não voltassem a Jerusalém; dar a José a ordem de fugir para o Egito e, depois, retornar a Nazaré; consolar Jesus no horto das Oliveiras e anunciar às santas mulheres a Ressurreição do Cristo. 

Gabriel arcanjo e seus anjos são os mensageiros das boas notícias, ajudam-nos a dar bom rumo e direção à nossa vida, dão-nos compreensão e sabedoria. É a ele que recorremos quando necessitamos desses dons. Por isso devemos, sempre, agradecer por sua colaboração com nossas sinceras orações, em especial nos dias 24 de março e 29 de setembro, quando é festejado por todo o Povo de Deus, a Igreja de Cristo.

29 de setembro-São Miguel, arcanjo
Miguel - Michael, significa: "Quem é como Deus?"


O nome Miguel tem o significado de uma pergunta: "Quem é um com Deus?". Uma alusão bem clara do alto grau de convicção e fidelidade que este arcanjo tem no Altíssimo, ao qual atende diretamente no seu trono, comandando o seu exército de anjos. Por isso podemos traduzir seu nome como "semelhança de Deus", já que semelhante não é um sinônimo de igual. Este espírito puro é também chamado e reconhecido como príncipe do céu e ministro de Deus. Seu nome é citado três vezes no Evangelho: no capítulo 12 do livro de Daniel, no capítulo 12 do livro do Apocalipse e na carta de são Judas. 

Segundo a Bíblia, é um dos sete espíritos que assistem ao trono do Altíssimo. O profeta Daniel nomeia este arcanjo chamando-o de príncipe protetor dos judeus e depositário das profecias do Antigo Testamento. Sendo assim, Miguel torna-se, também, protetor especial de todos nós, filhos de Deus, pois a Igreja e o seu povo são herdeiros definitivos das revelações e dos mistérios divinos. Por isso Miguel arcanjo assumiu a posição de padroeiro da Igreja Católica. 

Miguel arcanjo, protetor dos justos, é assim lembrado na passagem bíblica do Apocalipse. Pois nela se vê que houve uma batalha no céu e Miguel, com seu exército de anjos, teve de combater e vencer a primitiva serpente, chamada de satanás. A partir daquele momento, satanás não tinha mais lugar no céu e foi expulso para a terra, juntamente com seus anjos maus, os demônios. Assim começou a antiga batalha do bem contra o mal. 

Espírito vigoroso, atravessa céus e terras inundando os seres humanos com os sentimentos de justiça e arrependimento. Ele intercede pelo nosso livre-arbítrio, defende-nos, pisando nos dragões da indecisão e da dúvida. E quando o invocamos, ele nos defende, com o grande poder que Deus lhe concedeu, para mantermos a serenidade, a fé e para perseverarmos na nossa missão dentro dos preceitos da Igreja de Cristo, até entrarmos na vida eterna. 

Na carta de são Judas, lê-se: "O arcanjo Miguel, quando enfrentou o diabo, disse: 'Que o Senhor o condene'". Por isso Miguel arcanjo é representado nas artes vestindo armadura e atacando o dragão infernal. Segundo a tradição, foi este arcanjo quem libertou o apóstolo Pedro da prisão e o conduziu entre os guardas. A Igreja Católica tem uma grande devoção pelo arcanjo Miguel, e o comemora no dia 29 de setembro.

29 de setembro-São Rafael, arcanjo
Rafael significa: "Deus Cura."
O nome deste arcanjo vem do hebraico Rafa, sinônimo de cura, e El, que significa Deus. "Cura de Deus" ou "Curador divino", este é o arcanjo Rafael, que é o chefe dos anjos da guarda, considerado o anjo da Providência, que vela por toda a humanidade. Este arcanjo cura todos os ferimentos da alma e do corpo e defende igualmente as criaturas, de qualquer raça ou classe social, perante Deus. 

Rafael é um dos sete arcanjos que fazem parte do círculo mais próximo do Senhor, um de seus mensageiros. Foi o único, segundo as Escrituras, que assumiu a forma humana e viveu entre os seres humanos durante alguns meses. 

Segundo o Antigo Testamento, no livro de Tobit, foi o arcanjo que acompanhou o jovem filho deste, como guia conhecedor da região, na longa e perigosa viagem que fez à Média, no Egito. Ele protegeu Tobias durante esse período e inspirou-o a casar-se com Sara, sua parenta, a qual curou de uma obsessão, além da cegueira de seu pai, Tobit. Depois disso, apresentou-se: 
[...] chamou-os à parte e disse-lhes: "Bendizei a Deus e proclamai entre todos os viventes os bens que ele vos concedeu [...] Eu sou Rafael, um dos sete anjos que estão sempre presentes e tem acesso junto à glória do Senhor [...]" Pai e filho, cheios de espanto caíram com a face em terra, com grande temor. Mas ele lhes disse: "Não tenhais medo [...] Se estive convosco, não foi por pura benevolência minha para convosco, mas por vontade de Deus [...] E agora, bendizei ao Senhor sobre a terra e daí graças a Deus. Vou voltar para aquele que me enviou. Ponde por escrito tudo quanto vos aconteceu [...]" (Tb 5-12). 

Rafael arcanjo é o portador da virtude da cura, do dom da transformação, da beleza curativa que é sua função no mundo. Conduz a humanidade ensinando-lhe o caminho da defesa contra os males físicos e espirituais que a possa ameaçar. Motivo que o tornou padroeiro dos sacerdotes e dos médicos, embora não deixem de pedir-lhe amparo os viajantes, soldados e escoteiros. Pleno de misericórdia, suas virtudes espirituais estão sempre direcionadas para hospitais, instituições e lares, onde esses dons são necessários. 

Entretanto ele tem um especial cuidado com os peregrinos, mas não só os que viajam, também aqueles que estão em peregrinação rumo a Deus. Rafael arcanjo protege-os e guia pelo caminho reto e seguro da vida, que é a Paixão de Cristo, onde encontramos a verdadeira felicidade e salvação eterna, cura completa do corpo e da alma. A Igreja celebrava-o, especialmente, no dia 24 de outubro. Desde 1969, sua festa passou para 29 de setembro, mas os devotos de todo o mundo veneram-no todos os dias, durante suas orações.

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

28 de setembro - Dia de São Wenceslau

(907-929)

O bondoso monarca da Boêmia, Wratislau, antes de morrer, deixou, como herdeiro do trono, seu filho Wenceslau, nascido no ano 907, na atual República Checa. Com isso, despertou em sua mulher, Draomira, a ira e a vingança, pois era ela própria que desejava assumir o governo do país. Se não fosse possível, pretendia entregá-lo a seu outro filho, Boleslau, que tinha herdado o caráter e a falta de escrúpulos da mãe, enquanto Wenceslau fora criado pela avó, Ludmila, que lhe ensinou os princípios de bondade cristã. Por isso, não passava por sua cabeça uma oposição fatal dentro do próprio lar. Assim, acabou assassinado pelo irmão, de acordo com um plano diabólico da malvada rainha. 

Mas antes que isso acontecesse, a mãe tomou à força o poder e começou uma grande e desumana perseguição aos cristãos. Assim, por sua maldade e impopularidade junto ao povo, foi deposta pelos representantes das províncias, que fizeram prevalecer a vontade do rei Wratislau, elevando ao trono seu filho Wenceslau. Imediatamente, seguindo o conselho da avó, Wenceslau levou de volta ao reino o cristianismo. Quando soube disso, Draomira ficou tão transtornada que contratou alguns assassinos para dar fim à vida da velha e bondosa senhora, que morreu enquanto rezava, estrangulada com o próprio véu. 

Draomira sabia que ainda havia mais uma pedra em seu caminho impedindo seus planos maldosos e sua perseguição ao povo cristão. Wenceslau era um obstáculo difícil, pois, em muito pouco tempo, já tinha conquistado a confiança, a graça e a simpatia do povo, que via nele um verdadeiro líder, um exemplo a ser seguido. Dedicava-se aos mais pobres, encarcerados, doentes, viúvas e órfãos, aos quais fazia questão de ajudar e levar palavras de fé, carinho e consolo.
A popularidade de Wenceslau cresceu ainda mais quando, para evitar uma batalha com o duque Radislau, que se opunha ao seu governo cristão, propôs que, em vez de entrarem em guerra, duelassem entre si, evitando, assim, a morte da população inocente. Quem vencesse ficaria com o poder. No dia e na hora marcada, os adversários encontraram-se no campo de batalha. Radislau, imediatamente, atacou, de lança em punho. Contam os registros que, no momento em que feriria Wenceslau mortalmente, apareceram dois anjos que o mandaram parar. Radislau caiu do cavalo e, quando se levantou, já era um homem modificado. Naquele momento, pediu perdão e jurou fidelidade ao seu senhor. 

Draomira e Boleslau, inconformados com a popularidade de Wenceslau, arquitetaram um plano diabólico para acabarem com sua vida. No dia 28 de setembro de 929, durante a festa de batismo de seu sobrinho, enquanto todos festejavam, Wenceslau retirou-se para a capela para rezar. Draomira sugeriu ao filho Boleslau que aquele seria o melhor momento para matar o próprio irmão. Boleslau invadiu a capela e apunhalou o irmão no altar da igreja. 
Mãe e filho, porém, não tiveram tempo de saborear o poder e o trono roubado de Wenceslau, pois em poucos dias Draomira teve uma morte trágica e Boleslau foi condenado pelo imperador Oton I. 

O seu corpo foi sepultado na igreja de São Vito, em Praga. Desde então, passou a ser cultuado como santo. A Hungria, a Polônia e a Boêmia têm em são Wenceslau seu protetor e padroeiro. Mais tarde, no século XVIII, a Igreja inscreveu são Wenceslau no calendário litúrgico, marcando o dia 28 de setembro para a sua festa.